sexta-feira, 8 de junho de 2012

CURSO "PREPARANDO-SE PARA O TERCEIRO MILÊNIO"1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís - parte 3

2.2 O DUPLO ETÉRICO EM FACE DA MEDIUNIDADE DE PROVA

Os médiuns "de prova", isto é, aqueles que se encarnam na Terra com a obrigação principal de cumprirem o serviço mediúnico, especialmente os médiuns de fenômenos físicos que elaboram e consomem ectoplasma, já nascem com certo desvio na linha magnética vertical dos pólos positivo e negativo do seu perispírito, devido a uma intervenção deliberada que os técnicos siderais processam nele antes de se encarnarem fincando-lhe entre os pés, termina por também modelar no útero feminino, durante a gestação do corpo físico, um duplo-etérico com esse mesmo desvio à esquerda.

Portanto durante o nascimento e o crescimento do homem com a prova de mediunidade, também se modela o seu duplo-etérico obedecendo à mesma inclinação da linha magnética do perispírito , que fica assim algo deslocado à altura do baço físico e do chacra esplênico,facilitando-lhe o transe mediúnico do modo mais freqüente. 

Dessa forma, em obediência às linhas de forças que lhe determinam o desvio à esquerda de seu corpo físico, o duplo etérico se transforma em janela viva 
constantemente aberta para o mundo oculto, pondo o homem em contato mais íntimo com os fenômenos extraterrenos, o que lhe confere a condição de um médium, ou seja, aquele indivíduo que pressente e ausculta a vida invisível mediante fenômenos incomuns ("médium de prova"). 

No entanto,a dupla inclinação do perispírito e do duplo etérico, que faculta a mediunidade de efeitos físicos, a psicografia mecânica ou a incorporação completa, nada tem a haver com as faculdades espirituais inatas no homem superior, como o poder da Intuição Pura ou a Clarividência Espiritual, cujas qualidades sublimes dependem fundamentalmente da formação moral e do 
grau sidéreo da alma ("médium natural"),em vez de uma simples intervenção técnica extemporânea. 

Os médiuns, em geral, são mais sensíveis que o homem comum, pois se mostram nervosos e doentios, facilmente afetados pelos fenômenos materiais do meio onde vivem, e pelas reações morais, emotivas e mentais dos demais seres que os cercam no mundo. Eles vivem superexcitados pelas preocupações mais comuns, enquanto as coisas mais simples se avolumam e os afligem, devido a sua mente hipersensível e ao contato mais freqüente do seu duplo etérico com o mundo oculto. 

O desvio parcial do duplo etérico e do perispírito, que é bem mais acentuado nos médiuns de efeitos físicos do que nos outros medianeiros, é responsável por mantê-los em sintonia freqüente com a humanidade desencarnada e por fazê-los sofrer a influência dos sentimentos e das emoções boas ou más, projetadas do plano astral pelos espíritos desencarnados. 

Essa porta etérica aberta para o Além, devido ao desvio da linha perispiritual magnética, torna o médium de prova um ser hipersensível em contato mais demorado com os fenômenos do mundo oculto, mas lhe é também, uma faca de dois gumes, pois poderá arriscá-lo ao fracasso espiritual na vida física por imprudência, caso falseie em seus costumes, se devote às paixões violentas 
e cultive vícios degradantes. 

Portanto, os médiuns de prova necessitam de constante vigilância de seus atos no mundo físico, poisas entidades malfeitoras do Invisível os espreitam a todo o momento através desta porta psíquica vulnerável. 

Raros médiuns de fenômenos físicos puderam atingir o final de sua existência terrena de modo lisonjeiro, pois, em geral, os maquiavélicos das sombras conseguiram perturbar-lhes o mandato sideral, explorando-lhes o orgulho, a vaidade, a cupidez, despertando-lhes interesses mercenários na especulação censurável de sua mediunidade.

Infelizmente os médiuns de prova são criaturas que vivem a atual existência humana onerados por grandes responsabilidades ou delitos do passado e por isso,em face de qualquer descuido ou invigilância espiritual, eles se tornam vulneráveis às investidas perniciosas do mundo invisível, pois os de efeitos físicos, com raras exceções e devido à expulsão violenta do seu duplo etérico, entram em transe à semelhança de ataques epilépticos ou dos viciados em entorpecentes.



O médium deve observar uma vigilância constante nas suas emoções,pensamentos e atos, sendo aconselhado que fuja das paixões e dos vícios lesivos, caso deseje resistir à vontade subvertida, as desmedidas ambições e aos projetos sinistros dos espíritos malévolos e mistificadores.

Quando o médium de prova faz uso indiscriminado de anestésicos, entorpecentes, fumo, álcool e carne, essas substâncias tóxicas expulsam com violência do duplo etérico do corpo físico; se ele se entrega desbragadamente às paixões violentas, aos vícios e aos prazeres condenáveis, então se isola imprudentemente dos próprios guias responsáveis pela sua segurança mediúnica no mundo terreno. 

Somente as criaturas de elevada estrutura espiritual, durante a sua existência heróica, mostram-se médiuns poderosos, e se colocam em freqüente contato comas entidades desencarnadas, sem correrem o risco de serem vítimas do poderio e da fascinação das Trevas.

Os médiuns regrados, serviçais e magnânimos, alcançam o seu transe mediúnico sob a assistência dos espíritos técnicos benfeitores que os protegem a partir do mundo oculto e os livram das interferências nocivas e conseqüências espirituais.Sob esse controle espiritual amigo, o médium afasta ou retoma o seu duplo-etérico sem o desperdício inútil de energias, uma vez que fica amparado contra a investida do astral inferior, protegendo-se, dessa forma, contra a infiltração demicroorganismos perigosos à sua contextura etéreo-física (seu duplo etérico) e de uma desvitalização que lhe abale a saúde física. 

2.3 PERCALÇOS NO EXERCÍCIO DA MEDIUNIDADE DE PROVA

O aguçamento imaturo, muitas vezes leva o espírito em prova a desenganos,malogros e rebeldias, tal qual o jogador de xadrez que, após muitos lances frustrados,vacila em mover no tabuleiro a peça de menor importância.

Tratando-se de faculdade prematura e ainda provisória, que exige árduo e sacrificial exercício no seio das atividades terrenas, o médium sem a acuidade espiritual espontânea, que orienta facilmente o indivíduo entre os problemas confusos da vida,quase sempre só conclui o seu programa mediúnico depois de muitos tropeços verificados nos atalhos falsos, que são trilhados à guisa de caminho certo. 

Só a perseverança, o bom ânimo, a tenacidade, o estudo incessante, o combate impiedoso contra as paixões da animalidade inferior e a integração definitiva ao Evangelho de Cristo é que, realmente, podem assegurar o êxito mediúnico.

3. CONVERSÃO DA MEDIUNIDADE DE PROVA EM MEDIUNIDADE NATURAL

Embora seja agraciado prematuramente com um sentido psíquico mais avançado e ao qual ainda não fazia jus, o médium sinceramente devotado à sua definitiva recuperação espiritual no serviço mediúnico sacrificial poderá transformar em uma faculdade "natural" aquilo que lhe era somente uma faculdade de "prova".

Evidentemente, isso é difícil, mas não impossível, pois alguns raros médiuns lograram alcançar a graça da faculdade mediúnica natural, pela graça da faculdade de prova.

Não é impossível que o médium de prova, integrado absolutamente no serviço mediúnico sob a égide de Jesus, venha a depurar-se de tal modo que, ao desencarnar, já esteja gozando, em grande parte, da sublime mediunidade natural, que é na realidade a verdadeira mediunidade espiritual. 

No entanto, é necessário compreender que não existe uma linha demarcatória específica entre a mediunidade de prova e a mediunidade natural, pois, sendo o médium um espírito encarnado, há momentos em que, por força de alguma virtude já bastante desenvolvida, ele também logra ser o instrumento excelso da revelação superior, do mesmo modo como alguns homens experimentam, parcialmente e de modo fugaz, o inefável estado de espírito que é o êxtase. 

Fontes bibliográficas: 

1. Mediunismo - Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Riode Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1987, 244p.2. 

2. Elucidações do Além - Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís.6ª ed. Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.

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