sábado, 17 de novembro de 2012

Àbíkú – As Crianças que Nascem Para Morrer – Parte III


Uma antiga história de Ifá, narra que, podemos e devemos realizar oferendas para quebrar o pacto dos àbíkú, para que essas crianças permaneçam na terra. Ou seja, o Àbíkú antes de ter vindo ao Aye, diz que, se alguém conhecer suas proibições quando eles chegarem ao mundo, se alguém conhecer o nome das vestimentas que eles combinaram fazer, se sua mãe souber das coisas combinadas, eles ficariam perto dela. Desse modo, é papel da mãe procurar um Sacerdote sério, de conhecimento religioso acerca das particularidades que envolvem o mundo dos Àbíkú, de modo que oferendas sejam realizadas fazendo com que essas crianças permaneçam no Aye, não retornando ao Egbe Orun precocemente. Segue a história:

Mato pequeno, mato pequeno escuridão escura, quem conhece o trabalho da escuridão não procura atrapalhar a lua, Ifá foi consultado para Aláwaiyé que vem do céu ao mundo que leva 280 Àbíkú para a terra, quando Aláwaiyé chega, ele é o chefe dos Àbíkú no céu, ele chama então os Àbíkú para que venham.

Quando eles chegam na barreira do céu, cada um declara o tempo que vai ficar no mundo, um diz que, assim que ele tiver visto sua mãe, ele voltará, o outro que, no momento em que marcarem o dia do seu casamento, ele voltará.

Uma outra que, quando tiver posto um filho no mundo, ela voltará, outro diz que, quando tiver construído uma casa, ele voltará, outro diz que, quando seus pais conceberem de novo, ele voltará, um outro que, quando começar a andar, ele voltará.

Quando eles chegam, Aláwaiyé está no comando dos Àbíkú, quando eles chegam, vão primeiro a Awaiyé, eles dizem que farão, cada um, quatro vestimentas.

Eles dizem que, se alguém conhecer suas proibições quando eles chegarem ao mundo, se alguém conhecer o nome das vestimentas que eles combinaram fazer, eles dizem, se sua mãe soubesse das coisas combinadas.

Eles dizem, eles ficariam perto dela, eles dizem, se seu pai soubesse, eles ficariam perto dele, quando eles chegam a Alawaiyé, Alawaiyé firmemente os leva ao mundo, ele vai a primeira vez, ele se vai de novo, ele vai a segunda vez, ele se vai de novo, ele vai a quarta, quinta, sexta vez, quando chega a sétima vez, a gente de Alawaiyé vai consultar o babalawo.

Seu filho será capaz de não ir mais?

Se alguém dá nascimento a um Àbíkú, se ele quer prendê-lo de tal modo, que ele não queira mais partir de novo, que prepare a oferenda na floresta, lá eles oferecem tudo, dizem que o pai ou a mãe vá pendurá-la numa arvore na floresta dos Àbíkú.

Quando eles terminam de pendurar, dizem todos a suas mães e seus pais que façam uma cerimônia para eles, que dancem para eles, que batam tambores para eles, que preparem certas comidas.

Eles dizem, se quiserem fazer isso todos os anos, dizem que eles não partirão mais, quando eles voltarem, eles dançarão aqui e lá, terão tambores iyá dundún, Eles cantarão...

Eles dizem, se suas mães e seus pais fazem a cerimônia, eles dizem, "nenhum dos que são Àbíkú não os deixará no mundo", esperamos, uma vez mais, ter contribuído um pouco com o entendimento desse importante tema da nossa Religião.

Que Òsùmàrè Arákà esteja sempre olhando e abençoando todos!!!

Ilé Òsùmàrè Aràká Asè Ògòdó

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