quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Yewa Ajudou Ifá a Escapar da Morte



Com muita satisfação e orgulho, hoje vamos falar um pouco sobre um Òrìsà que possui uma ligação muito forte com a nossa casa, a importante Divindade de Egbado, o Òrìsà Yewa. Sobre isso, recordamos que uma das mais aclamadas Ìyálòrìsàs do Terreiro de Òsùmàrè, Maria das Mercês - Mãe Cotinha, era filha desse Òrìsà. 

Uma antiga história Nàgó, explica a razão de Yewa possuir o dom da vidência. Essa história, explica igualmente, a personalidade do Òrìsà de Mãe Cotinha (Yewa Abiyamo), que durante sua gestão no Terreiro de Òsùmàrè, tomava à frente de grande parte das decisões da casa, não se amedrontando com as dificuldades que surgiam. 

A vidência e coragem de Yewa de Mãe Cotinha são até os dias de hoje, versadas em meio às comunidades do Candomblé da Bahia. Certa vez, Yewa com sua acurada vidência, ao predestinar que o Terreiro de Òsùmárè seria invadido por policiais, orientou aos filhos da casa que preparassem um banquete com muito vinho e água ardente. 

Feito isso, alguns policiais chegaram à Casa de Òsùmàrè, com o objetivo de finalizar a cerimônia, conforme repressão existente à época. No entanto, eles foram convidados pela própria Yewa a comer e beber. 

Esses policiais comeram e beberam tanto que, ao final do banquete, eles não tinham sequer condições de montar em seus cavalos e, por fim, acabaram dormindo na Casa de Òsùmàrè. Ao acordar, eles estavam totalmente envergonhados e nunca mais voltaram a ousar acabar com alguma cerimônia na Casa de Òsùmàrè.

Isso não poderia ser diferente e as histórias relacionadas aos Deuses Africanos, nos ilustram o poder dessa grande Divindade. 

Yewa vivia às margens do rio que, futuramente receberia o seu nome, na cidade de Egbado. Todos os dias, Yewa caminhava rumo ao rio, com uma gigantesca cabaça, na qual ela carregava roupas para serem lavadas. Em uma dessas idas, quando Yewa estava cuidando das roupas, ele viu que havia um homem correndo em sua direção. 

Por ser muito destemida, mesmo sem saber de quem se tratava, Yewa permaneceu no mesmo lugar, não se amedrontando com o homem que corria em sua direção.

Quando o homem chegou, esbaforido com a corrida, Yewa viu que era Orunmila Elerin Ipin Ibikeji Olodunmare, ou seja, o Deus da Divinação, o Testemunha da Criação, o Segundo de Olodunmare. Orunmila disse à Yewa que estava correndo, pois Iku (a Morte) estava à sua caçada e temia por sua vida.

Yewa prontamente retirou todas as roupas que estavam na gigantesca cabaça, emborcando-a sobre Ifá e dizendo ao mesmo que, ele deveria ficar imóvel e sem falar nada, até que Iku fosse embora. 

Yewa sentou-se na cabaça e fingiu lavar as roupas, esperando que a morte chegasse. Yewa sabia que não corria risco, sendo que Iku não procurava por ela, mas sim por Orunmilá. 

Passado alguns minutos, Iku chegou ao local onde estava Yewa, indagando-lhe se havia visto um certo homem, informando as características de Orunmilá. Yewa prontamente disse que sim, que esse homem havia passado correndo, seguindo o curso do rio abaixo. Iku seguiu às margens do rio, no entanto, sem jamais conseguir encontrar Orunmilá.

Passado o susto, Yewa levantou-se e Orunmilá surgiu agradecendo a imprescindível ajuda de Yewa. Como forma de reconhecimento por ela ter salvado sua vida, Orunmilá fez uma magia, conferindo à Yewa, o poder da vidência, como ele mesmo Orunmilá o tem. Orunmilá leu ainda, a mente de Yewa, que almejava por um filho. 

O Deus da Adivinhação disse à Yewa que ela seria mãe em breve e, por fim, a levou para casa, tornando Yewa sua esposa.

Que Òsùmàrè Aràká continue sempre olhando e abençoando todos.

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