terça-feira, 19 de junho de 2012

FALANDO SOBRE MEDIUNIDADE - PARTE 19


VIDÊNCIA E AUDIÇÃO 

Na terminologia espírita: 

Vidência é a faculdade mediúnica que permite ver seres, ambientes, formas, luzes, cores, cenas do plano espiritual. 

Audição é a faculdade mediúnica que permite ouvir sons e vozes do plano espiritual. 

Sendo faculdades mediúnicas e não anímicas, a vidência e a audição somente entrarão em funcionamento quando os espíritos as acionarem, influindo sobre o médium. 

Em seu estado normal, o perispírito nos é invisível, devido à sua natureza fluídica. Pela mesma razão, os sons espirituais nos são inaudíveis. Mas se houver modificações apropriadas nos fluidos, o perispírito pode se tornar visível para nós (corno nas aparições, materializações) e os sons espirituais audíveis (como nos “ raps ” e voz direta), e qualquer pessoa os verá e ouvirá. 

Porém, na vidência e audição mediúnicas, só o médium vê e ouve. 

E, para que isso aconteça, será preciso que: 

a) o espírito comunicante queira se fazer visível e audível: 

b) que os fluidos perispirituais do espírito e do médium ofereçam possibilidade de combinação entre si; 

c) haja, em certos casos, permissão espiritual superior. “ Atuando sobre os raios mentais do medianeiro, o desencarnado transmite-lhe quadros e imagens, valendo-se dos centros autônomos de visão profunda, localizados no diencéfalo, ou lhe comunica vozes e sons, utilizando-se da cóclea. (... ) “ ( A L ). 

As imagens vistas e os sons ouvidos pelo médium podem. pois, serem reais 

ou plasmados e projetados pelo espírito. 

Diz-se que a vidência e: 

No espaço - quando o médium vê o que esta acontecendo no plano espiritual, no lugar onde se encontra ou longe dali; 

No tempo - quando o médium vê cenas que ainda vão ocorrer (visão profética) ou que já ocorreram (visão rememorativa. 

Diz-se que a audição é: 

Interna - quando o espírito transmite o que quer dizer telepaticamente e ao médium parece ouvir “ dentro do cérebro “. 

Externa - quando ao médium parece vir de fora ( longe ou perto), porque o espírito age fluidicamente sensibilizando seu aparelho auditivo. 

Exemplo de vidência: 

Paulo vê um homem da Macedônia que lhe pede ir até aquela região para ajudá-los espiritualmente (Atos 16:9) 

Exemplo de audição: 

No Templo de Jerusalém, Samuel, ainda um jovem discípulo de Eli, por 3 vezes ouve chamarem o seu nome; é instruído, então, por seu mestre para responder: “ Fala, Senhor, o teu servo Te ouve “ (1 Sam. 3: 9 ) 

Já estudamos, na aula sobre clarividência e clariaudiência, que a visão e a audição espirituais não se fazem com os olhos ou ouvidos do corpo físico mas, 

sim, graças às propriedades do perispírito. 

Compreende-se, portanto, que, na visão e audição mediúnicas: 

a) o médium possa ver e ouvir, mesmo de olhos fechados e ouvidos tapados; 

b) o fenômeno não seja freqüente nem permanente, pois resulta de uma “crise” passageira. 

Aliás, é providencial que a vidência e audição espirituais não sejam constantes. Estamos sempre rodeados de espíritos (“ grande nuvem de testemunhas ”, no dizer do apóstolo Paulo, em Hebreus, 12:1) e vê-los e ouvi-los a todos e a todo momento nos perturbaria e embaraçaria as nossas ações, tirando-nos a iniciativa. 

Julgando-nos sós, agimos mais livremente. 

d) o desdobramento favoreça a vidência e a audição. Sem ele, as 

percepções sofrem grande interferência dos órgãos físicos. 

“A possibilidade de ver em sonho os Espíritos (...) não constitui propriamente falando, o que se chama médium vidente” (LM, XIV, 167) 

O mesmo se pode dizer quanto à audição. 

“É preciso distinguir as aparições acidentais e espontâneas da faculdade propriamente dita de ver os Espíritos. Esta faculdade consiste na possibilidade senão permanente (o que é raro), pelo menos freqüente de ver qualquer Espírito que se apresente, ainda que absolutamente estranho ao vidente” ( ldem. item 168) 

O mesmo se aplica à audição 

Quanto ao seu desenvolvimento 

Essas duas faculdades quase sempre se manifestam concomitantemente ( quem vê espiritualmente geralmente também ouve sons espirituais) e complementam-se uma à outra, dando melhor percepção espiritual. 

Vidência e audição apresentam ambas diferentes graus, conforme o desenvolvimento do potencial do médium e o adiantamento dos Espíritos que atuam. 

Onde um médium vê apenas um vulto, outro poderá ver uma forma bem definida e radiosa. Um ouve a mensagem de modo claro e nítido, outro a percebe imperfeita, fragmentada. 

São raros os verdadeiros médiuns videntes e de audição, aqueles que vêem e ouvem bem e com mais freqüência no campo espiritual. 

Como toda mediunidade, as de ver e ouvir espíritos também se manifestam por si próprias, quando já existem em potencial. 

Poderemos favorecer sua manifestação, procurar ampliar suas possibilidades, recorrendo a ambiente favorável e exercícios. 

Porém, é preferível aguardar o desenvolvimento natural, para não acontecer de sermos joguetes de nossa própria imaginação nem fazermos ideoplastia (plasmar nos fluidos), ou sermos vítimas de maus Espíritos. 

No trabalho mediúnico 

Os médiuns de vidência e audição tanto podem ver e ouvir coisas boas como más, E devem procurar discernir quanto ao que ouvem e vêem, sem se deixarem perturbar. 

Se forem coisas Inconvenientes, procurar “ fechar ” os sentidos espirituais, ocupando a mente com outras atividades. Se necessário, buscar o amparo da oração, dos passes e da assistência espiritual. 

Se o que vêem e ouvem lhes agradar, ainda assim devem verificar se é verdadeiro, bom, oportuno, para não caírem em fascinação. Os bons Espíritos não nos fazem ver ou ouvir o tempo todo, pois não querem absorver nossa atenção e respeitam nossas atividades básicas terrenas. 



E a visão e audição que já temos? 

Muitos querem ser médiuns de vidência e audição, porque acham admirável ver e ouvir espiritualmente. 

Porém, antes de querermos que se ampliem as nossas possibilidades de ver e ouvir espiritualmente, reflitamos que, desde agora, já temos a vidência e a audição físicas; e como e para quê as temos usado? 

Médium ou não, o cristão evita empregar mal sua capacidade de ver e ouvir. Não fica espreitando as falhas do próximo, não se fixa nos aspectos negativos do que vê. Não dá ouvidos a leviandades, calúnias, intrigas e maldades. 

Olha as pessoas com compreensão e fraternidade, para entender e ajudar. Ouve compassivamente aos que sofrem, para consolá-los, e aos que pedem, para atendê-los no que puder. 

“ Veja quem tem olhos de ver ”. “ Quem tem ouvidos, ouça “. 

O cristão é, também, discreto. Não propaga o que vê e ouve (inclusive através da mediunidade), sem antes passar pelas três peneiras: a da verdade, da bondade e da necessidade de comunicação do que viu e ouviu. 

Livros consultados 

1) AlIan Kardec, O Livro dos Médiuns’ - Parte 2ª, Caps. VI e XIV; 

2) André Luiz (Francisco C. Xavier) “ Nos Domínios da Mediunidade” – Cap. XII Clarividência e Clariaudiência 

3) Estudos Sobre Mediunidade/EME-SP/1994, pág.25/27 e 126 a 130.

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