A significação do termo é: burla, logro, engano; pressupõe uma atitude pensada previamente com a finalidade de fazer parecer verdadeira uma coisa que é falsa.
Os que não admitem os fenômenos espíritas tendo como causa uma inteligência invisível, ou melhor, um espírito desencarnado, atribuem-lhe como causa a fraude.
Mas, há que se considerar, que ninguém iria falsificar uma coisa que não existisse realmente. E ninguém frauda sem uma intenção de ganho, seja monetário, seja pessoal, etc.
As fraudes podem ser classificadas em dois grandes grupos:
1) Fraudes conscientes ou volitivas: aquelas que são de responsabilidade e conhecimento do médium, o qual simula um fenômeno com fins escusos.
2) Fraudes inconscientes: são simulações provocadas e dirigidas pela ação das mentes de espíritos desencarnados (obsessores) ou de encarnados (assistentes, experimentadores e médiuns). De qualquer forma, porém, o médium tem parte da responsabilidade porque se deixa trair por influências negativas.
Podemos considerar que as Fraudes conscientes podem ser produzidas por:
a) Falsos médiuns: os que visam lucros financeiros; tais como: prestidigitadores e espertalhões que exploram a ignorância daqueles que os procuram.
b) Verdadeiros médiuns: os que possuem a faculdade mediúnica, desconhecem a nobreza do mandato que lhe foi outorgado e não trepidam em "ajudar" a realização dos fenômenos, quando os Espíritos não comparecem ou estão demorando a agir.
As fraudes dizem respeito mais aos fenômenos físicos como materialização, transporte, etc. Porém o conhecimento do Espiritismo que explica com detalhes a mecânica dos fenômenos mediúnicos é a melhor defesa contra a fraude.
Em resumo, a melhor garantia contra a fraude está na moralidade dos médiuns e na ausência de todas as causas de interesse material ou de amor-próprio.
AS Mistificações – Conceito e Classificação
Mistificar significa enganar; é o ato de embair, burlar da credulidade de alguém; ludibriar.
Podemos enquadrar as mistificações dentro de dois grupos:
1) Mistificações conscientes: aquelas em que o médium é responsável pelo fenômeno; a comunicação é de sua própria criação, podendo haver é claro, associação com espíritos gozadores que o inspirarão para que desempenhe melhor ainda o papel de "bufão" (sm. V. Bufo1: sm. 1. Ação de bufar. 2. Som que se produz bufando. Bufo2: Ator encarregado de fazer rir o público com mímicas, esgares, etc; bufão, truão).
2) Mistificações inconscientes – aquelas em que o médium é dirigido pelo próprio inconsciente ou por entidades malévolas que o colocam em situação até ridícula. São mensagens absurdas, mentirosas, vazias de conteúdo e de ensino moral; trazem a assinatura de nomes famosos ou de espíritos elevados, como André Luiz, Emmanuel, Bezerra de Menezes, Joanna de Angelis, etc.
As mistificações geralmente ocorrem nos fenômenos de natureza inteligente (psicofonia e psicografia).
Obs: As fraudes dizem respeito mais aos fenômenos físicos, e as mistificações mais aos fenômenos inteligentes.
O papel dos Espíritos não consiste em nos informar sobre as coisas deste mundo, mas nos guiar com segurança no que possa ser útil para o outro mundo.
A astúcia dos Espíritos mistificadores ultrapassa às vezes tudo o que se possa imaginar. Os meios que eles utilizam com mais freqüência são os que têm por fim a cobiça, como a revelação de tesouros ocultos e o anúncio de heranças. Devemos ainda tomar cuidado com as predições com épocas determinadas e nunca se deixar deslumbrar pelos nomes de pessoas famosas e de Espíritos elevados, desconfiando ainda das teorias e sistemas científicos ousados, etc.
AS Contradições – Conceito e Tipos
É o fato de o ensino dos Espíritos em algumas partes não ser unitário e apresentar pontos de atritos, ou seja, divergências.
As contradições devem ser encaradas por dois ângulos:
1) Contradições devidas aos homens: Estas se devem ao fato dos homens terem eleito uma série de pontos de vista, de formas de entendimento que os caracterizam, por viverem em sociedade. Os espíritos como são atraídos por afinidades, ligam-se a agrupamentos que partilham das mesmas idéias. Em outros meios essas idéias poderão ser passíveis de críticas e ataques. Os Espíritos responsáveis pelo esclarecimento dos que ainda se acham em erro, somente aos poucos é que vão orientando-os, para não chocá-los.
2) Contradições devidas aos Espíritos: Estas se devem ao fato dos Espíritos estarem colocados no mundo espiritual em posições variáveis de entendimento, trazendo nas comunicações o cunho de sua ignorância ou do seu saber, da sua inferioridade ou da sua superioridade moral.
Cumpre não esquecermos que entre os Espíritos, há, como entre os homens, falsos sábios, orgulhosos, presunçosos e sistemáticos. Assim, as contradições de origem Espírita não derivam de outra causa, senão da diversidade, quanto à inteligência, aos conhecimentos, ao juízo e à moralidade, de alguns Espíritos que ainda não estão aptos a tudo conhecerem e a tudo compreenderem.
OS Abusos no Exercício da Mediunidade
As características dos que abusam do exercício mediúnico são:
Acreditar-se privilegiado por possuir a faculdade.
Não atender às solicitações de estudo da Doutrina Espírita, achando-se que o guia espiritual ensina tudo.
Não ter horário para trabalhar mediunicamente, entregando-se à prática a qualquer hora, ocasião e local.
Fazer trabalhos mediúnicos habitualmente em casa domiciliar.
Cobrar monetária ou moralmente pelos bens que eventualmente possa obter pela faculdade mediúnica.
Assim, quem age dessa forma, mais cedo ou mais tarde, ver-se-á em situação lamentável.
OS Perigos e Inconvenientes da Mediunidade
Não se pode negar que o Espiritismo, na sua parte prática, realmente oferece perigo aos imprudentes que, sem estudo e sem preparo, sem método adequado e sem proteção eficaz, se lançam a aventuras experimentais por passatempo ou frívola diversão, atraindo para si elementos inferiores do mundo invisível cuja influência maléfica fatalmente sofrerão.
No entanto, estes perigos, são por demais exagerados pelos detratores (v.t. Bras. V. detrair. – Detrair v.t. Dizer mal de; difamar, detratar (bras) da Doutrina Espírita, a fim de desestimular a aproximação do homem da fonte capaz de matar-lhe a sede de conhecimento acerca de seu destino futuro, terreno este que foi monopolizado pelas religiões tradicionalistas, as quais não suportam o mais leve exame da lógica e da razão.
Nenhum progresso, nenhum avanço, nenhuma descoberta se alcança sem esforço, sem sacrifícios e sem riscos. É injusto, porém, ressaltar os perigos da mediunidade sem assinalar os extraordinários benefícios que propicia, entre os quais a comprovação da imortalidade da alma.
Os riscos se empregam nas seguintes condições:
Para os que se lançam à experimentação por espírito de curiosidade e de frívola diversão.
Aos que fazem mal uso da mediunidade que pode trazer conseqüências desagradáveis, inclusive o perigo da obsessão.
Aos que desconhecem as leis psíquicas que regem os fenômenos mediúnicos expondo-se mais aos perigos.
Àqueles que atraem Espíritos inferiores com seu "hálito mental", pois este é resultante dos nossos sentimentos, pensamentos e ações, e através dele atraímos Espíritos de natureza mais ou menos elevada.
Deve-se ressaltar ainda que:
A faculdade mediúnica não causa a loucura. Mentes com predisposição, que fatalmente se desequilibrariam por qualquer motivo, devem evitar a prática mediúnica.
Nas crianças a mediunidade pode ser espontânea ou natural, mas mesmo nesse caso, deve-se evitar qualquer estimulação, devido aos prejuízos que poderá trazer à frágil mente infantil.
O médium é um ser nervoso, sensível, impressionável; tem de sentir-se envolto numa atmosfera de calma, de paz e benevolência, que só a presença dos Espíritos adiantados pode criar.
Serão benéficos, todo conhecimento adquirido pelo estudo e todo esforço realizado pelo aperfeiçoamento moral, sendo isso, o cumprimento dos nossos deveres perante a mediunidade.
A precaução que se deve tomar é a de viver de acordo com os ensinos morais do Evangelho de Jesus.
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