terça-feira, 3 de julho de 2012

MEDIUNIDADE DE CURA POR RAMATIS - PARTE 2

Algumas observações sobre os médiuns 1 


1 - Nota do Médium: Em face da enorme quantidade de cartas a nós dirigidas, cujos missivistas solicitam que a nossa mediunidade também seja explicada no campo do receituário mediúnico, sentimo-nos no dever de solicitar a Ramatís suas considerações sobre o assunto que se enfeixa no presente capítulo. Alguma cousa ele já disse em obras anteriores; mas agora aborda outros aspectos. Aliás, recomendamos ao leitor o exame do capítulo 11 da obra Mediunismo, onde Ramatís aborda o tipo de nossa mediunidade de modo a auxiliar os médiuns intuitivos e inspirativos, para lograrem mais êxito e segurança no desempenho do seu serviço mediúnico. 



PERGUNTA: - Considerando a vivacidade, a presteza e a segurança do vosso médium atual, que também atende nas mesmas condições ao receituário mediúnico; e já havendo conseguido curar enfermidades gravíssimas nessa tarefa terapêutica, indagamos: - a sua mediunidade é apenas intuitiva? 

RAMATÍS: - Conforme já explicamos em obra anterior, o nosso sensitivo tem plena consciência das idéias que lhe transmitimos; e em virtude e uma perfeita e recíproca sintonia ou afinidade entre nós, ele redige as nossas mensagens e o receituário mediúnico com presteza e fidelidade, podendo mesmo interromper a comunicação durante alguns momentos e atender a outros serviços ou obrigações profanas; e depois retornar a psicografar, sem que isso afete os resultados da sua tarefa mediúnica. Porém, o que ele prescreve é quase sempre medicação homeopática de seu conhecimento, pois sendo médium intuitivo, mas consciente, ele não pode indicar remédios que desconheça. E os terapeutas desencarnados cingem-se, naturalmente, aos remédios cujos nomes estão decorados ou averbados em sua mente. 2 



2 - Nota do Médium: Realmente, durante o receituário mediúnico, aflora-me de modo indiscutível o nome da medicação escolhida pelos médicos homeopatas desencarnados, que operam comigo; porém, trata-se de medicação escolhida pelos médicos homeopatas desencarnados, que operam comigo; porém trata-se de medicação que eu conheço. À medida que amplio o meu arsenal de medicamentos homeopáticos, verifico que também cresce o êxito do meu receituário mediúnico. 

Através do contado perispiritual, às vezes superamos a sua receptividade mental, fazendo que ele funcione como um receptor e nos como o transmissor telepático. Embora o fenômeno ocorra entre um espírito desencarnado e outro encarnado, a sua eficiência é igual à obtida entre vós, por dois exímios telepatas. No entanto, a mediunidade de maior amplitude no sensitivo é a da "transmentação", denominação feliz de conhecido escritor espírita ainda encarnado. 3 

3 - Nota do Médium: Edgard Armond, Capítulo "Transmentação", página 58, da obra Mediunidade, 9ª edição, da LAKE, cujas características transcrevemos abaixo: 

1°) não há transmissão telepática, como ocorre nas formas conscientes e semiconscientes já estudadas; 

2°) não há incorporação física, como exteriorização do Espírito do médium, como ocorre na forma inconsciente; 

3°) não é indispensável a presença do Espírito comunicante que, às vezes, atua a distância; 

4°) o médium não perde sua capacidade ambulatória nem há inibição de qualquer natureza para o lado do seu corpo físico; 

5°) o médium não é submetido a sono sonambúlico e nenhuma interferência anímica se pode dar; 

6°) opera-se uma substituição, ou melhor, uma sobreposição da mente individual do médium pela do Espírito comunicante, que fica, assim, com inteiro domínio físico do médium, pelo comando dos centros cerebrais e anímicos. 

Torna-se, portanto, evidente que, para esta forma de mediunidade, exigem-se médiuns dotados de sensibilidade apurada e de perfeito equilíbrio psíquico. E: uma mediunidade de exceção ou mais comum entre artistas, pintores, músicos, poetas e outros cuja função é produzirem obras destacadas, de caráter universalista. 

No caso em apreço, nós não falamos propriamente ao ouvido físico do nosso médium, mas, sim, por conjunção mental, exceto em algumas ocasiões muito raras, em que atuamos de modo semiconsciente: Quando se trata de receituário mediúnico, o espírito receitista. escolhe no arquivo mental do médium a medicação que julga mais apropriada para o consulente. Então, atendendo a essa intuição mais forte sobre determinado remédio, o sensitivo escreve na receita justamente o nome do mesmo. 

É um ti o de mediunidade cujo maior êxito e amplitude depende essencialmente de estudo incessante, libertação das algemas da ortodoxia religiosa; ausência de idéias preconcebidas ou e prevenção contra esta ou aquela doutrina espiritualista. 

O médium "transmentativo", estudioso e avesso ao sectarismo, é de espírito idêntico ao dos artistas, músicos ou pintores, cuja mente se entreabre para todas as expressões da vida; e, por isso, pode dispensar os recursos das concentrações especiais ou "correntes psíquicas", como garantia de sucesso em seu intercâmbio conosco. Nos momentos de psicografar, o nosso médium procura sintonizar-se o melhor possível à nossa faixa vibratória. Então, ele obtém de nós as melhores elucidações possíveis às perguntas que redige; permitindo-nos também associar novas indagações, às quais nós mesmos respondemos, a fim de que a questão em foco seja esclarecida sem dar lugar a quaisquer dúvidas. 

PERGUNTA: - Qual o motivo mais importante, da parte do vosso médium, nesse gênero de mediunidade "transmentativa", que lhe tem permitido receber um conjunto de comunicações valiosas, abordando problemas invulgares, cujo racionalismo, no entanto, pela sua lógica convincente, está despertando interesse em diversos países? 

RAMATÍS: - O nosso sensitivo, após constantes meditações, durante alguns anos, subordinou a sua faculdade mediúnica de psicógrafo a um caráter panorâmico, impessoal e didático, desinteressando-se de enveredar pelos meandros de feição individual ou pela curiosidade tão ao gosto dos terrícolas. O seu trabalho tem, pois, a finalidade essencial de captar mensagens espirituais de interesse para a Humanidade, ou seja, ampliar o campo ideológico de todos os homens, no sentido de interessá-los nos problemas da vida do espírito imortal. 

O nosso médium é um sensitivo de intuição consciente; portanto não pode exprimir-se ou escrever na mesma grafia que os "mortos" adotavam quando viviam na matéria. No entanto, a sua mediunidade, repetimos, permite-lhe captar toda a substância das idéias que projetamos na tela da sua mente. Porém, como a singularidade das nossas revelações ou problemas contradizem certas premissas da vossa ciência e contrariam dogmas seculares do sectarismo religioso, é muito sensata a sua atitude de submeter nossos comunicados a uma revisão de coordenação lógica e máxima clareza expositiva feita por outrem que também disponha de certa receptividade às nossas induções e, além disso, expresse o nosso intuito fraterno de fazer que o leitor, ao considerar as facetas dos nossos estudos, não se limite à "vantagem" de haver tomado conhecimento de novas revelações, mas apreenda e sinta que o objetivo essencial "das mesmas é despertar-lhe a consciência de modo que, ante a luz de novos horizontes, o seu espírito se apure em sentimentos e virtudes que o integrem, cada vez mais, no roteiro do Evangelho de Jesus! 

Aliás, todo médium deve auscultar e submeter a certo controle os "produtos" da sua mediunidade. Mesmo porque nenhum sensitivo mediúnico está absolutamente imune de ser mistificado, pois do "lado de cá" também existem consumados "prestidigitadores" de fenômenos psíquicos e hábeis sofistas da palavra falada e escrita, capazes de iludirem o médium de boa-fé e conduzi-lo a certos equívocos. 

Não contestamos que o nosso médium também incorra em deficiências. Às vezes também se julga autor das idéias e dos pensamentos que registra no papel, descrendo, assim, de terem sido inspirados por nós. Noutros casos, ele se crê um plagiário por associar assuntos de obras alheias que já leu; e quando tal acontece, ao recordar-se onde "ouviu ou leu" aquilo que lhe ditamos, ele sente-se amargurado. Ignora, no entanto, que nós mesmos, os desencarnados nada criamos de novo no Cosmo. Nós apenas damos curso às concepções e conhecimentos dos nossos antepassados, vestindo suas idéias com a roupagem da época atual. Somos, por vezes, uma espécie de lente ampliadora das idéias daqueles que nos procederam, tal qual eles, por sua vez, já o foram de seus antecessores. 

Porém o nosso médium, ao examinar, posteriormente, o que escreve sob nossa intuição, verifica haver tratado de assuntos que lhe são desconhecidos e ter aduzido conclusões até opostas à sua opinião. 

À semelhança da bolota, que se desenvolve no solo sujeita a crescer naturalmente por efeito da sua dinâmica genética, ele sabe que se cultivar cuidadosamente a sua faculdade mediúnica, então também conseguirá tornar-se uma espécie de carvalho generoso, cuja sombra amiga beneficiará muitos viandantes necessitados de repouso. 

Assim como o modesto veio d'água, nascido e vertido da encosta do Peru, depois de sulcar prodigamente o extenso solo ressequido por onde passa e contornar obstáculos imensos, transforma-se no caudaloso Amazonas, o médium também precisa transpor e vencer as pedras que surgem no caminho do seu aprendizado e aperfeiçoamento mediúnico. No entanto, se quiser vencer mais facilmente as decepções, os desânimos na sua caminhada evolutiva sobre a face do planeta, o talismã milagroso para conseguir esse objetivo é integrar-se de alma e coração, no roteiro luminoso o Evangelho de Jesus! 

Constitui um caso muito raro o do médium que pode exercer diversas faculdades ao mesmo tempo, 4 pois a sua maioria compõe-se de intuitivos. Assim, no caso do receituário, o nosso sensitivo também só atende nos limites que não ultrapassem a sua capacidade mediúnica consciente, conjugado à bagagem terapêutica que é de seu conhecimento, pois não sendo médium mecânico, sonambúlico ou de incorporação não pode receitar medicações que lhe sejam desconhecidas nem fazer diagnósticos de profundidade. 

4 - Nota do Médium: Cremos que Chico Xavier, na atualidade, é o médium que melhor se ajusta a essa enunciação de Ramatís. 

No caso do médium mecânico, os espíritos terapeutas acionam o braço do médium à altura do seu plexo braquial e trabalham movendo-o como se e fosse uma espécie de caneta "viva", podendo, então, receitar sem utilizar como veículo o cérebro humano. Quanto ao nosso sensitivo, seus sucessos terapêuticos são devidos mais propriamente ao treino e à confiança que já adquiriu no intercâmbio conosco. No entanto, ele seria improdutivo e claudicante na sua função mediúnica, caso pretendesse solucionar problemas e assuntos particulares dos seus comunicantes ou dos consulentes terrícolas. 

PERGUNTA: - Desde que o vosso médium é apenas intuitivo consciente, então qual é o segredo do sucesso de vossas mensagens, que retratam um estilo, conhecimentos e concepções muito além da sua capacidade e cultura? Conhecemo-lo em suas deficiências humanas e sabemos da sua incapacidade para discernir e redigir dissertações a respeito de certos problemas bastante complexos, que constam das diversas obras já editadas sob vosso nome. 

RAMATÍS: - Tal resultado é fruto de disciplina, estudo, devotamento e trabalho incessantes. Durante o contacto perispiritual a sua receptividade mental, sintonizando-se à nossa freqüência vibratória, faz que o seu trabalho psicográfico deslize com firmeza. É, enfim, um veículo que não nos opõe qualquer resistência. E sua confiança absoluta nas respostas que lhe transmitimos também contribui para a perfeição da sua tarefa e da nossa. Ele escreve de acordo com a sua grafia comum e veste nossos pensamentos com o vocabulário de seu conhecimento e sem trair a nossa idéia. 

O médium intuitivo é algo semelhante a um vidro colorido, pois dá a sua cor própria à luz que transmite. Tal qual o pintor experiente e devotado, o nosso médium usa das "tintas" do mundo material para reproduzir os quadros que projetamos em sua mente perispiritual. Aliás, muitos médiuns de bom quilate espiritual estiolam suas faculdades pelo temor de serem mistificados ou recuam diante do serviço muito antes de alcançarem o domínio completo da sua capacidade mediúnica. Entretanto, o caminho seguro para o médium intuitivo desenvolver essa faculdade é a perseverança, o estudo e o anseio de querer ser útil na evangelização da Humanidade. Aguardar o "milagre" da perfeição mediúnica , obtendo-a de um jato, isto não é possível, pois a subida dos degraus da evolução exige esforços próprios.

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