Os passes mediúnicos e o
receituário de água fluidificada
PERGUNTA: - Que dizeis sobre as qualidades terapêuticas da água fluidificada pelos médiuns?
RAMATÍS: - A água fluidificada é a medicina ideal para os espíritas e médiuns receitistas, pois, embora seja destinada a fins terapêuticos, sua aplicação não deve ser censurada pelos médicos, pois não infringe as posturas do Código Penal do mundo e sua prescrição não constitui prática ilegal de medicina. Quando a água é fluidificada por médiuns ou pessoas de físico e psiquismo sadios, ela se potencializa extraordinariamente no seu energismo etérico natural, tornando-se um medicamento salutar, capaz de revitalizar os órgãos físicos debilitados e restabelecer as funções orgânicas comprometidas.
A água é elemento energético e ótimo veículo para transmitir fluidos benéficos ao organismo humano. Ela é sensível aos princípios radioativos emanados do Sol e também ao magnetismo áurico do perispírito humano. 1
1 - Nota do Revisor: Ainda como elucidação quanto aos benefícios da água magnetizada, transcrevemos o que diz o esclarecido espírito Emmanuel: - "A água é um dos elementos mais receptivos da Terra e no qual a medicação do Céu pode ser impressa através de recursos substanciais de assistência ao corpo e à alma.
A prece intercessória, como veículo de bondade, emite irradiações de fluidos que, por enquanto, são invisíveis aos olhos humanos e escapam à análise das vossas pesquisas comuns.
A água recebe-nos a influenciação ativa de força magnética e princípios terapêuticos que aliviam e sustentam, que ajudam e curam.
A rogativa que flui do imo d'alma e a linfa que procede do coração da Terra, unidas na função do bem, operam milagres. Quando o Mestre advertiu que o doador de um simples copo de água ofertado em nome de sua memória, fazia jus à sua bênção, Ele reporta-se ao valor real da providência, a benefício do corpo e do espírito, sempre que estejam enfermiços.
Se desejas, portanto, o concurso dos Amigos espirituais na solução de tuas necessidades fisiopsíquicas ou nos problemas de saúde e equilíbrio dos companheiros, coloca o teu recipiente de água cristalina, à frente de tuas orações, espera e confia. O orvalho do Plano Divino magnetizará o líquido com raios de amor, em forma de bênçãos, e estarás então consagrando o sublime ensinamento do copo de água pura, abençoado nos Céus".
Por conseguinte, se o indivíduo que lhe transfundir os seus fluidos for de físico enfermiço, depauperado, ou que, em sua mente, estejam em efervecência emoções nocivas, neste caso, a água que ele fluidificar transformar-se-á em elemento deletério.
Porém, não se deduza que o doador de fluidos tenha de ser um santo; mas, sim, que o seu espírito esteja com "boa saúde", pois se, por exemplo, em sua mente ainda estiverem em ebulição as toxinas de uma explosão de ciúme que o tomou na véspera, torna-se evidente que os seus fluidos não podem ser benéficos.
A água fluidificada é medicação eficaz sem a toxidez das drogas e produtos da farmacologia moderna, os quais algumas vezes são fabricados por industriais que, pela avidez de maiores lucros, não atendem a um escrúpulo rigoroso quanto aos fatores qualidade e técnica irrepreensíveis. Embora seja raro, há casos em que a água potencializada ou fluidificada por médiuns poderosos e de sadia vitalidade chega a alcançar o "quantum" energético e benfeitor da homeopatia na sua 100.000 dinamização infinitesimal.
Os médiuns vegetarianos, sem vícios deprimentes e, libertos de paixões violentas, são capazes de produzir curas prodigiosas pelo emprego da água fluidificada, a qual ainda é superativada pelo energismo mobilizado pelos espíritos desencarnados em serviços socorristas aos encarnados.
PERGUNTA: - Qual é, enfim, o verdadeiro processo que torna a água fluidificada superior à água comum, a ponto de transformá-la em medicamento com propriedade curativa?
RAMATÍS: - Em verdade, é o próprio organismo do homem que oferece as condições eletivas para então manifestar-se em sua intimidade orgânica a ação terapêutica da água fluidificada!
Conforme os conceitos modernos firmados pela ciência terrena, o corpo humano é apenas um aspecto ilusório de "matéria", na qual predomina um número inconcebível de espaços vazios denominados "interatômicos" prevalecendo sobre uma quantidade microscópica de massa realmente absoluta. Caso fosse possível comprimirem-se todos esses espaços vazios que existem na intimidade da substância material do corpo físico, até ele se transformar no que os cientistas chamam de "pasta nuclear", resultaria dessa desagregação químico-física apenas um punhado de pó compacto representando a massa real existente, do homem, mas cabível numa caixa de fósforos, continuando, porém, a manter o mesmo peso conhecido. Comprova-se, assim, que um homem cujo peso normal é de 60 quilos, caso pudesse reduzir-se à condição dessa "pasta nuclear" compacta em absoluto, do tamanho de uma caixa de fósforos, para surpresa geral e, embora assim reduzida, continuaria a pesar os mesmos 60 quilos da sua estatura normal.
Em conseqüência, o organismo humano, na realidade, constitui um portentoso acumulador ou rede de energia, que a precariedade dos sentidos humanos distingue sob forma aparente de um corpo de carne ou matéria. Porém a sua individualidade intrínseca e preexistente é o espírito eterno cujo "habitat" adequado é o plano espiritual onde ele utiliza os seus atributos de pensar e agir sem precisar de um corpo físico.
Quando o homem se alimenta, ele apenas ingere massa ilusória, repleta de espaços vazios ou interatômicos, nos quais a energia cósmica prevalece sustentando a figura provisória do ser. Embora a alimentação comum do homem se componha de substância material, ela se destina essencialmente a nutrir os espaços vazios do "campo magnético" do homem. O corpo físico, na verdade, funciona como um desintegrador atômico que extrai todo o energismo existente nas substâncias que absorve em sua nutrição.
Ele libera completamente a energia atômica que existe em sua própria alimentação, ou nos medicamentos que a medicina terrena prescreve para defesa da sua saúde orgânica..Na verdade, tudo se resume em "revitalizacão magnética", isto é, aquisição de energia e não propriamente de substância. Os alimentos, o ar, a energia solar ou demais fluidos oculto do orbe terráqueo estão saturados de princípios similares aos da eletricidade, os quais, na realidade, é que asseguram a estabilidade da forma humana em sua aparência física.
O médium é um ser humano e, portanto, um receptáculo dessa eletricidade biológica, transformando-se num acumulador vivo que absorve as energias de todos os tipos e freqüências vibratórias, a fim de prover às necessidades do seu próprio metabolismo carnal. Desde que ele possa potencializar essas energias e conjugá-las numa só direção, comandando-as pela sua vontade desperta e ativa, poderá fluir ou dinamizar a água e transformá-la em líquido vitalizante capaz de produzir curas miraculosas. É evidente que o corpo humano dos enfermos, quais outros acumuladores de carga mais debilitados, absorvem tanto quanto possível o "quantum" de energia que lhes carreia a água fluidificada pelos médiuns. E assim que esse energismo provindo do socorro mediúnico penetra na organização perispiritual do enfermo, distribui-se por todos os espaços interatômicos e eleva o "tônus-vital" pela dinamização de sua estrutura eletrobiológica.
PERGUNTA: - Como poderemos entender que a água potencializada pelos fluidos magnéticos dos médiuns incomuns pode mesmo superar certos medicamentos poderosos da nossa medicina?
RAMATÍS: - Já dissemos que o médium, tanto quanto o enfermo, não passam de acumuladores vivos com diferença de carga energética em comum, cujos corpos reduzidos em sua estrutura e espaços interatômicos cabem perfeitamente numa caixa de fósforos. Ao ingerir a água fluidificada, isto é, um conteúdo potencializado de modo incomum no seu energismo, o homem absorve diretamente e em estado de pureza, essa carga de forças vitalizadoras. Mas no caso dos medicamentos fabricados, ele, extraindo deles o "quantum" de energia de que necessita, também absorve desses elementos as impurezas e substâncias tóxicas da sua natural composição química.
Sabem os médicos que a eliminação dos sintomas enfermiços do corpo físico nem sempre significa a cura da moléstia, porquanto neutralizar os efeitos mórbidos não induz à extinção da sua causa. No entanto, essas drogas excitantes, antiespasmódicas, dilatadoras, sedativas ou térmicas, embora benfeitoras na eliminação de sintomas dolorosos, são compostas, geralmente, de tintura de vegetais agressivos, minerais cáusticos, substâncias tóxicas extraídas de insetos e répteis e que, se fossem ministradas na sua forma química natural causariam a morte imediata. Essa é a grande diferença entre a água fluidificada e a medicação medicinal. Enquanto a primeira é energia pura transmitida através dum veículo inofensivo, como é a água comum, a segunda, embora ofereça também proveitoso energismo para o campo magnético do homem, utiliza substâncias nocivas, que obrigam o perispírito a uma exaustiva reação de defesa contra a sua toxidez. Enquanto tais drogas ou medicamentos extinguem sintomas enfermiços do corpo carnal, o seu eterismo oculto e desconhecido da ciência comum ataca o perispírito, porque esse eterismo origina-se do duplo etérico de minerais, vegetais, insetos e répteis do mundo astral primário, próprio dos reinos inferiores do orbe.
A água é, pois, naturalmente um bom "condutor" de eletricidade, e que depois de fluidificada ainda eleva o seu padrão energético comum para um nível vibratório superior Assim operam-se verdadeiros milagres 2 pelo seu uso terapêutico adequado, igual ao passe mediúnico ou magnético que, aplicado por médiuns ou pessoas de fé viva e sadios, transforma-se em veículo de energias benéficas para a contextura atômica do corpo físico. A matéria, conforme explicou Einstein é "energia condensada", o que ficou comprovado pela própria desintegração atômica conseguida pela ciência moderna. transformando novamente a matéria em energia! Deste modo, o que nos parece substância sólida, absoluta, é um campo dinâmico em continua ebulição, cuja forma é apenas uma aparência resultante desse fenômeno admirável do movimento vibratório. Não há estaticidade absoluta no Cosmo, uma vez que no seio da própria pedra há vida dinâmica, incessante, condicionada a atingir freqüências cada vez mais altas e perfeitas.
2 - Nota do Revisor: Como exemplo e prova de tais "milagres", obtidos mediante a aplicação de água fluidificada e passes magnéticos, Ramatís nos permitiu deixar consignado nesta obra o seguinte fato: - Há muitos anos, um casal de nossa amizade se lastimava e se considerava infeliz porque, tendo-se consorciado havia seis anos, ainda não tinham obtido a graça de lhes nascer um filho.
Inconformados com a dita provação, o marido decidiu levar a esposa a um médico especialista, a fim de ser identificada a causa e adotarem as providências adequadas. Então, feito o exame ginecológico, ficou constatado que, além do distúrbio específico causador da omissão e escassez do fluxo mensal, a infecundidade era devida a um atrofiamento das trompas uterinas, por anomalia congênita. E o médico aconselhou o recurso de uma intervenção cirúrgica. Ficou marcado o dia em que deveria ser efetuada a operação.
Aconteceu, no entanto, que dito casal, tomando conhecimento de um caso idêntico, cuja operação não dera o resultado previsto, ficou receoso e desistiu da intervenção cirúrgica.
Nessa emergência, lembraram-se de vir ao nosso encontro solicitar que fizéssemos uma "consulta aos espíritos". Em face da angústia que os dominava, decidimos fazer a dita consulta. E a resposta foi a seguinte: - "Durante vinte dias aplicar passes magnéticos (resolutivos e de dispersão), no baixo-ventre; e em seguida, uma lavagem interna, com um litro de água fria fluidificada. Após esse tratamento, a paciente ficará curada e em condições de conceber".
O tratamento prescrito foi efetuado rigorosamente. Porém, decorridos três meses, o esposo, ao certificar que a mulher estava com o ventre inchado, ficou bastante apreensivo e atribuiu o caso a uma inflamação interna produzida {segundo sua convicção} pelas lavagens de água fria. E, então, lamentava haver concordado com semelhante tratamento.
Tendo sido informado dessa nova angústia doméstica, decidimos ir a sua casa para dizer-lhe apenas o seguinte: - "Meu irmão": o guia ou espírito que formulou o tratamento asseverou, conforme dissemos, que "após vinte dias, sua esposa ficaria em condições de conceber". Por conseguinte, a fim de identificar a causa dessa "inchação" ventral, aconselho que a leve a um médico ginecologista.
Assim se fez; e o diagnóstico foi o seguinte: - "Sua esposa está grávida!" Efetivamente, no prazo certo nasceu o primeiro filho; e nos cinco anos seguintes nasceram mais cinco. Porém, infelizmente, logo a seguir, a dita senhora enviuvou. E como era pobre, teve de travar grande luta para manter-se com os seis filhos.
Assim é que, na intimidade do corpo físico, o perfeito equilíbrio gravitacional das órbitas microeletrônicas, governadas pelas forças de atração e repulsão, é que lhe dá a aparência ilusória de matéria compacta. A anulação recíproca da lei de gravidade no mundo infinitesimal, e que permite a cada elétron manter-se em órbita em torno do seu núcleo, é também conseguida pela sua maior ou menor velocidade, tal como acontece com os satélites artificiais lançados pelos cientistas terrenos, os quais, de acordo com sua velocidade, mantêm-se em rotação em torno da Terra entre determinado apogeu e perigeu.
PERGUNTA: - Toda água fluidificada pelos médiuns produz sempre resultados terapêuticos benéficos aos doentes?
RAMATÍS: - Não é bastante os médiuns fluidificarem a água, ministrarem passes mediúnicos ou extraírem receitas para, com isso, alcançar resultados positivos. Eles precisam melhorar sua saúde física e sanar os seus desequilíbrios morais. A simples operação de estender as mãos sobre um recipiente contendo água e fluidificá-la para que ela se torne em um veículo de magnetismo curador, exige, também do médium, o fiel cumprimento das leis de higiene física e espiritual, a fim de elevar o padrão qualitativo das suas irradiações vitais.
Embora as forças do espírito sejam autônomas e se manifestem independentemente das condições físicas ou da saúde corporal, o êxito mediúnico de passes e fluidificação da água é afetado, quando os médiuns ou passistas negligenciam a sua higiene física e mental.
PERGUNTA: - E que dizeis quanto às particularidades profiláticas dessa higiene que deve ser observada pelos médiuns passistas?
RAMATÍS: - Em muitos centros espíritas ainda faltam a torneira de água e o sabão para certos médiuns passistas eliminarem a sujeira das unhas ou das mãos quando, à última hora, chegam aos trabalhos mediúnicos. Malgrado a boa-vontade desses médiuns no seu serviço caritativo por "via espiritual", as suas mãos entram em contacto cotidiano com centenas de objetos, criaturas enfermas, animais, líquidos, substâncias químicas agressivas, medicamentos, poeira, tóxicos, cigarros, alcoólicos, dinheiro, lenços contaminados, etc. ... E na falta de limpeza prévia, elas se transformam, à hora dos passes, em desagradável chuveiro de fluídos contaminados pelos germens e partículas nocivas a transmitirem-se aos pacientes.
Jesus era pobre, mas asseado; as suas mãos eram limpas e ele evitava até a alimentação indigesta ou tóxica.
PERGUNTA: - Os espíritas kardecistas afirmam que o mandato mediúnico é tarefa puramente espiritual, motivo por que podem ser dispensados quaisquer rituais, preocupações preventivas ou recursos do mundo material para se lograr bom êxito. Asseveram-nos que a boa intenção e a conduta ilibada são suficientes para atrair os bons espíritos sempre prontos a auxiliar os serviços socorristas sob a égide do Espiritismo.
RAMATÍS: - Somos de parecer que os médiuns não devem confundir "rituais" com "preceitos de higiene"! O principal objetivo da prática de rituais no mundo terreno é exaltar a vontade humana pela sua foca1ização em símbolos e recursos sugestivos que impressionem a mente, a fim de se produzir um estado de "fé" ou de confiança incomuns, capaz de acelerar o energismo espiritual do ser, a fim de se conseguirem realizações psíquicas excepcionais.
Mas a higiene corporal e o asseio das vestes dos médiuns, durante suas tarefas mediúnicas terapêuticas, nada tem a ver com rituais, práticas ortodoxas ou quaisquer cerimônias de exaltação da fé humana. O uso do sabão e da água para a limpeza do corpo físico é necessidade essencial com o fito de eliminar-lhes a sujidade, o mau odor e os germens contagiosos que podem afetar os pacientes.
Não temos dúvida de que Francisco de Assis ou Jesus poderiam mesmo dispensar quaisquer recursos profiláticos do mundo material para o perfeito êxito de sua missão junto à humanidade terrena. A luz que se irradiava continuamente de suas auras, impregnadas de fótons profiláticos, era suficiente para nutri-los de forças terapêuticas ou preservá-los das germinações virulentas. A benção e a prece de tais almas sublimes eram suficientes para transformar a água comum em medicamento poderoso.
Mas é óbvio que os médiuns ainda não podem alimentar essa presunção, pois ainda são espíritos em prova sacrificial no mundo terreno, empreendendo sua redenção espiritual mediante intensa luta contra as suas mazelas e culpas de existências pregressas. Ante a falta de credenciais de alta espiritualidade, eles não devem olvidar os recursos profiláticos do mundo físico, a fim de obterem o máximo sucesso na terapia mediúnica, em beneficio do próximo.
PERGUNTA: - Considerando-se a necessidade de o médium dispensar sério cuidado à higiene do corpo, para o serviço de passes ou fluidificação da água, poderíamos então supor que a sua faculdade magnética, só por si, não é fundamental? Que nos dizeis?
RAMATÍS: - As nossas presentes considerações não têm por escopo dogmatizar sobre o exercício da mediunidade, pois ainda somos pelo velho conceito de que "a verdade sempre está no meio". Sem dúvida, o médium que já possui mais treino e experiência no seu "métier", tal como a ferramenta que se aguça pelo próprio uso, também há de conseguir melhores resultados do que os obtidos pelos neófitos com todos os seus recursos profiláticos do mundo material.
Mas, infelizmente, entre muitos médiuns e espíritas ainda é dogma o velho e errôneo conceito de que a "matéria não vale nada"! Esse conceito tomou alto relevo nas primeiras horas do entusiasmo espirítico, ao verificar-se pelas provas mediúnicas, que o "real" é o espírito, enquanto a "carne" é o "transitório". Daí, pois, a tácita negligência que se verifica entre muitos neófitos e mesmo veteranos da doutrina espírita quando olvidam que a matéria é uma projeção da própria Divindade e que o corpo carnal é o prolongamento fiel do espírito que o comanda. O corpo físico, pois, é tão importante para a manifestação da entidade espiritual quanto o violino é o instrumento valioso que expressa o gênio e o talento do artista sensato e zeloso de sua arte.
Embora existam pessoas que não sofrem quaisquer alterações em sua sensibilidade psíquica, quando submetidas aos passes de médiuns desleixados e mal-asseados, também já vos temos lembrado que os pacientes tornam-se mais receptivos aos fluidos terapêuticos mediúnicos quando os recebem de passistas que se impõem pelo melhor aspecto moral, asseio e delicadeza. Se o médium se desinteressar dos preceitos mais comuns de sua higiene e apresentação pessoal, certamente dará motivo a uma certa antipatia entre os seus consulentes.
PERGUNTA: - Poderíeis explicar-nos quais são os principais fatores que, durante a aplicação de passes, podem despertar essa antipatia entre o médium e os seus pacientes?
RAMATÍS: - Entre os pacientes submetidos aos passes mediúnico serão poucos os que se sentem atraídos e confiantes no médium que, arfando qual fole vivo, sopra-lhes no rosto o seu mau hálito e respinga-os de saliva, enquanto ainda os impregna com a exalação fétida do corpo ou dos pés malasseados. Outros médiuns ainda acrescentam a tais negligências o odor morno e sufocante do corpo suado, da brilhantina inferior no cabelo e da roupa empoeirada. Malgrado nossas considerações parecerem, talvez, exageradas, repetimos, ainda, mais uma vez: o êxito da terapia mediúnica depende fundamentalmente do estado de receptividade psíquica dos enfermos. Em conseqüência, todos os motivos ou aspectos desagradáveis no serviço mediúnico, mesmo os de ordem material, reduzem consideravelmente o sucesso desejado.
PERGUNTA: - Porventura existem outras organizações de assistência terapêutica que se preocupem fundamentalmente com a adoção obrigatória dos preceitos da higiene física, para o melhor êxito da manifestação espiritual?
RAMATÍS: - Nas tradicionais instituições e fraternidades iniciáticas, antes de quaisquer cerimônias ritualísticas e antes de os seus adeptos exercerem o culto exotérico ou a tarefa terapêutica, devem submeter-se ao banho de corpo inteiro em água odorante, ou, pelo menos, efetuar a ablução das mãos em líquido profilático. Comumente eles trocam as vestes de uso cotidiano por outras, limpas e suavemente incensadas, substituindo os calçados empoeirados pelas sandálias de pano alvo e asseadas. Em face dos elementos eletromagnéticos que constituem a essência da água, tomar um banho após um dia estafante proporciona à criatura um bem-estar saudável e reconfortante.
Certos movimentos espiritualistas como o esoterismo, a teosofia, a rosa-cruz, a yoga, os essênios e os fraternistas costumam queimar incenso em suas reuniões de estudos, meditações ou irradiações. Mas assim o fazem independentemente de qualquer ritual ridículo ou intenção de neutralizar a ação de espíritos malfeitores, como ainda supõem certos críticos desavisados da realidade. Essa prática, portanto, obedece mais propriamente a um senso de estesia espiritual e sensibilidade olfativa, em que os seus componentes procuram eliminar odores e exalações desagradáveis do ambiente, substituindo-os pelo aroma agradável e de inspiração psíquica, que provém do incenso em sua emanação delicada. É recurso natural usado no mundo físico e condizente com a natureza de um trabalho espiritual elevado, mas sem qualquer superstição mística ou providência de magia.
Não se confunda, pois, a limpeza das mãos, a substituição das vestes empoeiradas e suarentas, pelos trajes limpos, o banho preventivo ou o próprio aroma agradável no ambiente de trabalho psíquico, com os preceitos pagãos do ritualismo supersticioso ou cerimônias tolas. Assim como é censurável o fanatismo do ritual, também é censurável a falta de higiene corporal e a ortodoxia cega contra os recursos naturais do mundo em que viveis e que ajudam a melhor sensibilização psíquica.
Não recomendamos uma profilaxia fanática e exagerada, capaz de transformar a mais simples limpeza do corpo ou do ambiente, em implacável formalismo a objetos e rituais. Mas também não concordamos que alguns médiuns espíritas e curandeiros se apresentem aos centros espíritas com as mãos gordurosas ou sujas de vitualhas temperadas, enquanto guardam a ingênua presunção de doar eflúvios agradáveis e sadios aos enfermos!
PERGUNTA: - Mas o auxílio dos guias de alta vibração espiritual, junto aos médiuns, não é suficiente para neutralizar o efeito dessas emanações ou odores, que são próprios do corpo de carne e não do espírito imortal?
RAMATÍS: - Alhures já vos dissemos que, se bastasse unicamente a presença de bons guias para se eliminarem quaisquer surtos enfermiços ou odores desagradáveis dos médiuns ou do ambiente, é óbvio que estes então seriam dispensáveis, por não passarem de simples estorvo a dificultar a livre fluência das energias doadas pelos desencarnados. As criaturas já santificadas podem prescindir de qualquer rito ou recursos profiláticos do mundo físico na tarefa de curar o próximo, porquanto são verdadeiros condensadores das vibrações do Cristo. Mas, em geral, os médiuns são homens defeituosos, enfermos, e alguns, até viciados e de pouca higiene, ou mesmo preguiçosos, que ainda deixam a cargo dos seus guias os problemas e os obstáculos naturais do mundo físico.
Muitos deles, presunçosos do seu poder mediúnico e convencidos de que vivem sempre assistidos pelos espíritos de hierarquia espiritual superior, deixam de mobilizar os recursos próprios do plano em que atuam, guardando a esperança de que o milagre há de se realizar à última hora.
PERGUNTA: - Pressupomos que nem todos os médiuns dispõem de tempo e circunstância favoráveis que lhes permitam o cumprimento integral de suas tarefas mediúnicas, pois, em geral, o homem terreno vive completamente algemado ao relógio, mal conseguindo atender às suas obrigações comuns. O médium pobre, por exemplo, mal dispõe de alguns minutos para o seu alimento e descanso, pesando-lhe ainda na vida a função assistencial da mediunidade. Que dizeis?
RAMATÍS: - Considerando o velho provérbio de que "água não custa dinheiro", obviamente, não a usa quem não deseja, enquanto a maior parte dos médiuns que alegam falta de tempo para a leitura de um livro, do asseio corporal ou das vestes, gasta a maior parte do seu tempo em dormir, na leitura de jornais, de revistas ou nas visitas inoportunas.
Atualmente, existem no mundo os mais variados compêndios de ensinamentos esotéricos e roteiros educativos de outros movimentos espiritualistas, além do Espiritismo, mas que ajudam os próprios médiuns a disciplinar a sua vontade, melhorar sua higiene mental e física, bem como o controle emotivo tão necessário ao êxito da prática terapêutica. Aqueles que souberam aproveitar alguns minutos disponíveis entre suas obrigações terrenas nesse estudo hão de auferir conhecimentos que tanto lhes aperfeiçoarão as condições psíquicas como também os seus recursos físicos.
Essas obras expõem pormenores e experimentações que Allan Kardec não pôde esmiuçar em sua época, mas servem de melhores esclarecimentos a tudo que o próprio codificador deixou como base definitiva da doutrina. Os médiuns do futuro serão criaturas disciplinadas por cursos técnicos e conhecimentos científicos, efetuando o melhor aproveitamento da energia psíquica no serviço mediúnico de transfusão de fluidos terapêuticos, mas isso será graças ao seu domínio mental sobre os movimentos instintivos do corpo e à prática da respiração iogue, que melhor purifique a circulação sanguínea e aumente a vitalidade magnética do corpo.
Embora sejam poucos os médiuns que dispõem de alguns tempo para estudar proveitosamente a doutrina espírita ou a técnica da mediunidade, eles serão sempre os verdadeiros beneficiados na tarefa socorrista ao próximo. Em conseqüência, que procurem auferir o melhor proveito no exercício de sua faculdade mediúnica no mundo material e cumpram-na acima de todas as futilidades e desperdícios de tempo, se realmente desejam o benefício redentor de amortizar suas faltas passadas.
O médium colhe exatamente o que semeou outrora e, embora a Lei Cármica se manifeste sob diferentes esquemas de compromissos individuais, e de acordo com a necessidade de cada criatura, na verdade, os conceitos superiores e definitivos que fundamentam a evolução do espírito na Terra ainda são aqueles do Mestre Jesus: "Faze aos outros o que queres que te façam" e "ama ao próximo como a ti mesmo".
PERGUNTA: - Voltando a tratar do asseio corporal e do melhor aspecto dos médiuns em suas tarefas mediúnicas de passes ou fluidificação de água, lembramo-nos de alguns curandeiros, que se tornaram célebres pelos seus tratamentos e curas impressionantes, mas foram homens de aspecto desleixado e sem qualquer princípio de higiene corporal. Que dizeis?
RAMATÍS: - A fé que, em certos casos, os enfermos depositam sinceramente nos seus curandeiros hirsutos e desasseados é, justamente, o detonador psíquico que lhes desata as próprias forças vitais latentes, desentorpece-lhes os músculos atrofiados ou renova-lhes os tecidos enfermos, assim como a corrente elétrica ativa as funções das células nervosas na conhecida neuroterapia dos "choques elétricos". É desse modo que se processam as curas de Fátima, de Lourdes, e os milagres das promessas ao Senhor do Bonfim, de Iguape, a Nossa Senhora da Penha, de Guadalupe ou do Rocio, inclusive nos tradicionais lugares santos, imagens que choram e as estampas que piscam ou se movem.
Assim é que, diante das estátuas, das imagens mudas ou nos lugares santos e miraculosos, os aleijados abandonam as muletas, os cegos vêem, os surdos tornam a ouvir e desaparecem as doenças mentais atrozes, embora os enfermos não tomem qualquer contacto direto com criaturas vivas. Eles alimentam em si mesmo o clima energético espiritual que os torna hipersensíveis e dinâmicos; ou então absorvem os fluidos curadores dos espíritos terapeutas que ali atuam em favor da saúde humana.
Aliás, a verdadeira fonte oculta e sublime das energias curativas encontra-se na própria intimidade espiritual da criatura, restando-lhe apenas saber mobilizar essas forças através da vontade e da confiança incomuns para então ocorrer o sucesso terapêutico, que posteriormente é levado à conta de admirável milagre contrariando as próprias leis do mundo.
Em conseqüência, desde que existem estampas, fontes de água, túmulos, imagens ou relíquias sagradas que podem servir de estímulo à fé humana e produzir as curas incomuns, por que, então, o curandeiro sujo e ignorante também não pode servir de alvo para essa mesma fé despertar as energias curativas do espírito imortal? Porventura o corpo físico, como um dos mais impressionantes reservatórios de forças criadoras, já não é um autêntico milagre da vida?
A sua capacidade de gerar-se e desenvolver-se no ventre materno, em seguida vir à luz do mundo, crescer e consolidar-se como abençoado instrumento de trabalho e aperfeiçoamento do espírito é a prova mais evidente desse milagre estupendo da Natureza! Quer provendo-se de alimentos ou sob a ação dos medicamentos da medicina do mundo, o organismo físico é quem realmente substitui, por outras revitalizadas, as células exauridas, modifica os tecidos decrépitos, consolida fraturas ósseas, cicatriza lesões e recompõe cabelos e unhas, enquanto fabrica toda espécie de sucos, hormônios e líquidos necessários às diversas funções do metabolismo vital.
Em sua capacidade e inteligência instintiva e oculta, o corpo mantém a pressão, a circulação, a temperatura ou o tônus cardíaco que se fazem necessários para mater em equilíbrio o ser, no meio em que se manifesta. Apenas o homem fere uma falange do seu dedo mínimo, já a sua prodigiosa maquinaria de ossos, nervos e músculos mobiliza "cimento, cola", minerais e antissépticos carreando-os para o local acidentado, a fim de evitar a hemorragia fatal ou debelar a infecção perigosa.
Nos primeiros meses de vida, a criança é alimentada preferencialmente com leite materno ou leite artificial em pó; mas, para espanto dos observadores, em troca desse líquido de cor branca e inodoro, miraculosamente, ela produz cabelos louros, ruivos ou pretos; o sangue vermelho, a bílis esverdeada, os olhos azuis, marrons, verdes ou negros; as unhas rosadas, a pele amorenada, preta ou branca; a carne, os ossos, os nervos, os dentes! Sem dúvida não é a substância alimentícia do leite, propriamente dita, o que permite tal milagre, mas é a energia atômica, a força nuclear as moléculas e dos átomos que a compõem, os recursos de que o organismo da criança lança mão e com eles constrói o seu edifício celular e vivo.
Na intimidade do homem, portanto, a sabedoria divina opera mobilizando todas as forças ocultas da vida superior e materializando à luz do mundo planetário o espírito lançado na corrente evolutiva da angelitude!
PERGUNTA: - Poderíeis configurar-nos algum exemplo mais objetivo, quanto a essa dinamização de forças ocultas que vivem na própria intimidade do homem e se transformam em recursos de efeitos miraculosos?
RAMATÍS: - Quando a criatura, mesmo instintivamente, é capaz de concentrar todas as suas forças mentais e vitais, enfeixando-as e projetando-as num só impacto curativo sobre o seu corpo enfermo, elas então conseguem realizar a cura, quer tenham sido dinamizadas pela sua fé e confiança no médico, curandeiro, médium, santo miraculoso ou imagem de santa.
Em rápido exemplo comparativo, lembramos-vos o que acontece quando a carroça sobrecarregada atola-se no banhado ou estaca na subida por excesso de peso e o condutor, hábil e experiente, conjuga então todas as energias dos seus cavalos e os anima, ajustando-os gradativamente até lograr a perfeita sintonia de suas forças. No momento exato da mais vigorosa tensão, num só brado e ímpeto vigoroso de ação, ele chicoteia os cavalos em conjunto, os quais, num só arranco uniforme e coeso, movem a viatura pela coordenação mútua de suas próprias forças lançadas numa só direção. Da mesma forma, existem criaturas que, por uma disposição mental, intuitiva ou mesmo instintiva dinamizam suas energias pela fé ou confiança incondicional em alguém ou alguma coisa, e depois aproveitam-nas em um só impacto energético sobre si mesmas, logrando o milagre de sua recuperação orgânica, instantânea.
Mas nem todos os seres são capazes de potencializar em si mesmos o "quantum" de suas energias curativas latentes no imo da alma, por culpa de sua vontade débil e falta de confiança em sua própria força. Sob tal aspecto, os médiuns também devem conjugar todos os seus esforços espirituais em suas tarefas terapêuticas, inclusive os recursos profiláticos do mundo físico, assim como pela sua simpatia, confiança e ânimo espiritual influir favoravelmente na potencialização energética dos próprios enfermos.
PERGUNTA: - É justificável a atitude de alguns médiuns e espíritas que, durante os passes medi únicos ou magnéticos, advertem os pacientes para não cruzarem as mãos ou os pés? Porventura não se trata de superstição ou reminiscência de algum rito da prática de magia de outrora?
RAMATÍS: - Se tal prática fosse resultante de qualquer superstição ou rito de magia, então teríeis que também subestimar todos os movimentos que os médiuns executam com suas mãos durante os passes, o que fazem dentro da técnica da magnetoterapia para distribuírem equitativamente as forças vitalizantes do mundo oculto sobre os plexos nervosos dos enfermos.
Aliás, ainda são poucos os médiuns que possuem uma noção satisfatória das leis ocultas que disciplinam os pólos positivos e negativos das correntes eletromagnéticas ou eletrobiológicas, que circulam através dos seres vivos. Os mais ignorantes confundem a técnica dos passes terapêuticos com as vassouradas que praticam de cima para baixo e de baixo para cima sobre os enfermos, quando então misturam os fluidos perniciosos com os eflúvios vitais benéficos. Não sabem praticar a "descarga fluídica" antes dos passes; não conhecem as leis de dispersão, de fuga ou polarização dos fluidos perispirituais, e assim praticam toda sorte de equívocos e tolices quanto a técnica sadia na sua função de passistas, cujos resultados ainda são algo proveitosos devido à interferência continua das entidades experimentadas do "lado de cá".
Aqui, esses médiuns condensam fluidos revitalizantes sobre os órgãos congestos; ali, dispersam as forças vitalizantes das regiões anêmicas dos pacientes; acolá, efetuam passes longitudinais em zonas orgânicas que pedem apenas uma polarização fluídica. No seu fanatismo cego, muitos médiuns repudiam os ensinamentos mais valiosos de um tratado esoterista ou de qualquer compêndio teosófico ou iogue, que lhes facultariam um conhecimento sensato e sábio ao manusearem as forças ocultas.
Através das oscilações dos pêndulos radiestésicos, poder-se-á comprovar facilmente que no corpo humano circulam as correntes eletromagnéticas de natureza positiva ou negativa, quer movendo-se em sentido longitudinal, transversal ou horizontal, assim como polarizam-se em torno dos sistemas e dos órgãos físicos. Embora essas forças ocultas escapem à aferição dos sentidos humanos comuns, elas podem ser identificados pelos médiuns treinados ou criaturas de psiquismo muito sensível e aguçado.
Eles interpenetram e vitalizam órgãos e sistemas de sustentação anatomofisiológica do homem, enquanto carreiam-lhe as impurezas fluídicas e processam as transfusões "etereoastrais" tão necessárias ao metabolismo perispiritual. Em conseqüência, desde que se cruzem as mãos ou pés durante os passes mediúnicos e magnéticos, obviamente fecha-se o circuito etereomagnético dos próprios fluidos em circulação, e que precisam retemperar-se na fonte terapêutica do mundo espiritual, retornando depois às mesmas zonas do corpo humano desvitalizado. Quando o circuito magnético é fechado termina em polarização, isto é, reflui a energia e cessa o seu contacto direto entre o paciente e o passista, assim como baixa o tom do magnetismo do perispírito.
Reduzindo-se a absorvência perispiritual do enfermo, devido à polarização dos fluidos em efusão, ele deixa de recepcionar as forças doadas pelos passistas, que não lhe penetram no metabolismo psicofísico e terminam por dissolver-se no meio ambiente.
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