segunda-feira, 30 de julho de 2012

USP CONFIRMA EFICÁCIA DO PASSE MAGNÉTICO


Um estudo desenvolvido recentemente pela USP (Universidade de São Paulo), em conjunto com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), comprova que a energia liberada pelas mãos tem o poder de curar qualquer tipo de mal estar.
O trabalho foi elaborado devido às técnicas manuais já conhecidas na sociedade, caso do Johrei, utilizada pela Igreja Messiânica do Brasil e ao mesmo tempo semelhante à de religiões como o Espiritismo, que pratica o chamado “passe”.

Todo o processo de desenvolvimento dessa pesquisa nasceu em 2000, como tema de mestrado do pesquisador Ricardo Monezi, na Faculdade de Medicina da USP. Ele teve a iniciativa de investigar quais seriam os possíveis efeitos da prática de imposição das mãos. “Este interesse veio de uma vivência própria, onde o Reiki (técnica) já havia me ajudado, na adolescência, a sair de uma crise de depressão”, afirmou Monezi, que hoje é pesquisador da Unifesp.

Segundo o cientista, durante seu mestrado foi investigado os efeitos da imposição em camundongos, nos quais foi possível observar um notável ganho de potencial das células de defesa contra células que ficam os tumores. “Agora, no meu doutorado que está sendo finalizado na Unifesp, estudamos não apenas os efeitos fisiológicos, mas também os psicológicos."

A constatação no estudo de que a imposição de mãos libera energia capaz de produzir bem-estar foi possível porque a ciência atual ainda não possui uma precisão exata sobre esse efeitos. “A ciência chama estas energias de ‘energias sutis’, e também considera que o espaço onde elas estão inseridas esteja próximo às frequências eletromagnéticas de baixo nível”, explicou. As sensações proporcionadas por essas práticas analisadas por Monezi foram a redução da percepção de tensão, do stress e de sintomas relacionados a ansiedade e depressão.“O interessante é que este tipo de imposição oferece a sensação de relaxamento e plenitude. E além de garantir mais energia e disposição”. 

Neste estudo do mestrado foram utilizados 60 camundongos. Já no doutorado foram avaliados 44 idosos com queixas de stress.
O processo de desenvolvimento para realizar este doutorado foi finalizado no primeiro semestre do ano passado. Mas a Unifesp está prestes a iniciar novas investigações a respeito dos efeitos do 
Reiki e práticas semelhantes.

Lembremos que Jesus ao curar sempre estendia as mãos. Religiões Populares Brasileiras também estende as mãos a mais de quatro séculos, descendentes do africanismo. Os egípcios, já usavam esse método bem antes de Cristo. Outras Filosofias como diversas técnicas orientais também aceitam a imposição de mãos sobre o outro. Atualmente Religiões protestantes também praticam.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Mediunidade de Desdobramento Espiritual na Umbanda

Desdobramento é o nome que se dá o fenômeno de exteriorização do corpo espiritual ou perispírito.

O perispírito ainda ligado ao corpo, distancia-se do mesmo, fazendo agora parte do mundo espiritual, ainda que esteja ligado ao corpo por fios fluídicos. Fenômenos estes, naturais que repousam sobre as propriedades do perispírito, sua capacidade de exteriorizar-se, irradiar-se, sobre suas propriedades depois da morte que se aplicam ao perispírito dos vivos (encarnados).

Os laços que unem o perispírito ao corpo temporal, afrouxam-se por assim dizer, facultando ao espírito manter-se em relativa distancia, porém, não desligado de seu corpo. E esta ligação, permite ao espírito tomar conhecimento do que se passa com o seu corpo e retornar instantaneamente se algo acontecer. O corpo por sua vez, fica com suas funções reduzidas, pois dele foram distanciados os fluidos perispirituais, permanecendo somente o necessário para sua manutenção. Este estado em que fica o corpo no momento do desdobramento, também depende do grau de desdobramento que aconteça.

Os desdobramentos podem ser:

a) conscientes : Este, caracteriza-se pela lembrança exata do ocorrido, quando ao retornar ao corpo o ser recorda-se dos fatos e atividades por ele desempenhadas no ato do desdobramento. O sujeito é capaz de ver o seu “Duplo”, bem próximo, ou seja, de ver a ele mesmo no momento exato em que se inicia o desdobramento. Facilmente nestes casos, sente-se levantando geralmente a cabeça primeiramente e o restante do corpo, depois. Alguns flutuam e vêem o corpo carnal abaixo deitado, outros vêem-se ao lado dos corpos, todavia esta recordação é bastante profunda e a consciência e altamente límpida neste instante. Existe uma ligação ainda profunda dos fluidos perispirituais entre o corpo e o perispírito, facilitando assim, as recordações pós-desdobramento.



DESDOBRAMENTO - Parte II

b) inconscientes: Ao retornar o ser de nada recorda-se. Temos que nos lembrar que na maioria das vezes a atividade que desempenha o ser no momento desdobrado, fica como experiências para o próprio ser como espírito, sendo lembrado em alguns momentos para o despertar de algumas dificuldades e vêem como intuições, idéias.

Os fluidos perispirituais são neste caso bem mais tênues e a dificuldade de recordação imediata fica um pouco mais árdua, todavia as informações e as experiências ficam armazenadas na memória perispiritual, vindo a tona futuramente.

Em realidade a palavra inconsciente, é colocada por deficiência de linguagem, pois, inconsciência não existe, tendo em vista o despertar do espírito, levando consigo todas as experiências efetivadas pelo mesmo, então colocamos a palavra inconsciente aqui, é somente para atestarmos a temporária inconsciência do ser enquanto encarnado.

c) voluntários: Se a própria pessoa promove este distanciamento. Analisemos algo bastante singular, nem todos os desdobramentos voluntários há consciência, pois como dissemos acima poderão haver algumas lembranças do ocorrido, existem ainda muitas dificuldades, no momento em que o espírito através de seu perispírito aproxima-se novamente de seu corpo, pela densidade ainda dos órgãos cerebrais é possível haver bloqueio dessas experiências. É necessário salientar que o ser encarnado na terra, ainda se encontra distante de controlar todos os seus potenciais, e por isso também há este esquecimento. Haja vista, algumas pessoas até provocarem o desdobramento e no momento de consciência terem medo e retornarem ao corpo apressadamente, dificultando ainda mais a recordação.

Os desdobramentos podem também ocorrer nos momentos de reflexões, onde nos encontramos analisando profundamente nossos atos e cuja atividade nos propicia encontrar com seres que nos querem orientar para o bem, parte de nosso perispírito expande-se e vai captar as experiências e orientações devidas.


DESDOBRAMENTO - Parte III

d) provocados: Através de processos hipnóticos e magnéticos, agentes desencarnados ou até mesmo encarnados podem propiciar o desdobramento do ser encarnado. Os bons Espíritos podem provocar o desdobramento ou auxiliá-los sempre com finalidades superiores. Mas espíritos obsessores também podem provocá-los para produzir efeitos malefícios. Afinizando-se com as deficiências morais dos desencarnados, propiciamos assim, uma maior facilidade para que os espíritos mal-feitores possam provocar o desligamento do corpo físico atraindo o ser encarnado para suas experiências fora do corpo. A lei que exerce esta dependência é a de afinidade.

e) emancipação Letárgica: Decorre da emancipação parcial do espírito, podendo ser causada por fatores físicos ou espirituais. Neste caso o corpo perde temporariamente a sensibilidade e o movimento, a pessoa nada sente, pois os fluidos perispiríticos estão muito tênues em relação a ligação com o corpo. O ser não vê o mundo exterior com os olhos físicos, torna-se por alguns instantes incapaz da vida consciente. Apesar da vitalidade do corpo continuar executando-se.

Há flacidez geral dos membros. Se suspendermos um braço, ele ao ser solto cairá.

e) emancipação Cataléptica: Como acima, também resulta da emancipação parcial do espírito. Nela, existe a perda momentânea da sensibilidade, como na letargia, todavia existe uma rigidez dos membros. A inteligência pode se manifestar nestes casos. Difere da letárgica, por não envolver o corpo todo, podendo ser localizado numa parte do corpo, onde for menor o envolvimento dos fluidos perispirituais.

Texto extraído do "PORTAL DO ESPÍRITO"

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DESDOBRAMENTO DURANTE O SONO



Durante o sono o Espírito desprende-se do corpo; devido aos laços fluídicos estarem mais tênues. A noite é um longo período em que está livre para agir noutro plano de existência. Porém, variam os graus de desprendimento e lucidez. Nem todos se afastam do seu corpo, mas permanecem no ambiente doméstico; temem fazê-lo, sentir-se-iam constrangidos num meio estranho (aparentemente).

Outros movimentam-se no plano espiritual, mas suas atividades e compressões dependem do nível de elevação. O princípio que rege a permanência fora do corpo é o da afinidade moral, expressa, conforme a explanação anterior, por meio da afinidade vibratória ou sintonia.

O espírito será atraído para regiões e companhias que estejam harmonizadas e sintonizadas com ele através das ações, pensamentos, instruções, desejos e intenções, ou seja, impulsos predominantes. Podendo assim, subir mais ou se degradar mais.

O lúbrico terá entrevistas eróticas de todos os tipos, o avarento tratará de negócios grandiosos (materiais) e rendosos usando a astúcia. A esposa queixosa encontrará conselhos contra o seu marido, e assim por diante. Amigos se encontram para conversas edificantes, inimigos entram em luta, aprendizes farão cursos, cooperadores trabalharão nos campos prediletos, e, assim, caminhamos.

Para esta maravilhosa doutrina, conforme tais considerações, o sonho é a recordação de uma parte da atividade que o espírito desempenhou durante a libertação permitida pelo sono. Segundo Carlos Toledo Rizzini, interpretação freudiana encara o sonho como apontando para o passado, revelando um aspecto da personalidade.

Para o Espiritismo, o sonho também satisfaz impulsos e é uma expressão do estilo de vida, com uma grande diferença: a de não se processar só no plano mental, mas ser uma experiência genuína do espírito que se passa num mundo real e com situações concretas. Como vimos, o espírito, livre temporariamente dos laços orgânicos, empreende atividades noturnas que poderão se caracterizar apenas por satisfação de baixos impulsos, como também, trabalhar e aprender muito. Nesta experiência fora do corpo, na oportunidade do desprendimento através do sono, o ser, poderá ver com clareza a finalidade de sua existência atual, lembrar-se do passado, entrevê o futuro, todavia a amplitude ou não dessas possibilidades é relativa ao grau de evolução do espírito.

PREPARAÇÃO PARA O SONO

Verificando o lado físico da questão, vamos ver a importância do sono, pelo fato de passarmos 1/3 de nosso dia dormindo, nesta atividade o corpo físico repousa e liberta toxinas. Para o lado espiritual, o espírito liga-se com os seus amigos e intercambia informações, e experiências.

Façamos um preparo para o nosso repouso diário:
Orgânico – refeições leves, higiene, respiração moderada, trabalho moderado, condução de nosso corpo quanto a postura sem extravagâncias.
Mental Espiritual - leituras edificantes, conversas salutares, meditação, oração, serenidade, perdão, bons pensamentos.

Todavia não nos esqueçamos que toda prece se fortifica com atos voltados ao bem, pois então, atividades altruístas possibilitam uma melhor afinidade com os bons espíritos.

Aluney Elferr Albuquerque Silva

sexta-feira, 13 de julho de 2012

ESTUDO DE ENERGÉTICA E MEDIUNIDADE

Nossa realidade é muito diferente do que está mostrando. O mundo é energia. Achamos que nosso corpo é sólido, mas ele é composto também de elétrons que formam um campo energético. É um campo de atração, de poder. O mundo é todo energia, tudo um campo de poder. Nosso corpo é um aparelho de captação de energias. Temos um mundo sólido, mas temos também um mundo de ondas, um mundo paralelo. Na física isso já natural. 

Os mundos se inter relacionam .Nosso aparelho é extraordinário para entrar em contato com os outros mundos, que são uns diferentes dos outros. Nosso aparelho tem vários níveis para se ligar com cada um desses mundos. Temos também o mundo microscópico. Esse mundo pequeno é fascinante, eles nos dominam, estão em tudo, os vírus, as bactérias. O mundo astral foi o 1° que a humanidade conheceu. 

O mundo astral é paralelo e está aqui. Somos seres multidimensionais. O sólido já não é tão sólido, pois as ondas passam, as ondas de rádio, as ondas de eletricidade, o som, a luz, etc. O mundo astral é extraordinário e nós estamos nele. Seu corpo está impregnado de matéria. Porém continua muito astral, temos o periespírito. Os gurus falam que temos 2000 corpos, mas muitos deles ainda não estão desenvolvidos. Por exemplo o corpo de luz.

 Mas neste curso vamos estudar apenas três: o astral, o físico e o mental.E já é muito, é muita complexidade. O corpo astral é um sistema muito, mas muito complexo. Quando você dorme, você sai do corpo físico, tem que dormir todos os dias porque tem que sair. Nós precisamos do corpo físico porque no astral tudo é intenso demais e a gente não agüenta, o físico reduz bastante o ritmo e podemos ter um descanso, é difícil agüentar o ritmo do astral. 

Na vida física temos mais opções de escolha, podemos ficar aqui dentro, meditativos, tranqüilos, sossegados. Podemos, porém, sair “Ah, estou cheio vou por aí passear”. Aí vai pro shopping, passeia, se diverte, fica bem aqui fora. No astral não, é só astral e é muito intenso, dolorido até.Quando dizem”morreu, descansou” é um ledo engano, pois lá não tem nada de descanso. Mas aqui no físico todo dia temos que dormir para sair. Uma noite bem dormida é um descanso para o corpo, no dia seguinte temos muita mais disposição para os afazeres . 

Nosso corpo físico não sente nada, quem sente é o corpo astral. Quando tomamos anestesia e o periespírito desliga, aí pode se fazer uma cirurgia, cortar nosso corpo que não sentimos nada. O mental sempre é o centro mais importante porque ele tem o domínio sobre o espírito que é todo plástico. A sensação recebida pelo corpo astral transforma o corpo físico. Ele pode ir para o melhor ou para o pior. Pode envelhecer rapidamente ou o contrário, rejuvenescer de repente. Tem gente que diz nunca pego gripe e nem resfriado (EU!!!) e NUNCA PEGA MESMO!!! “Nunca fico doente” e nunca fica mesmo (EU também!!!) E jamais ficarei velha gagá. Se isso acontece com algumas pessoas é porque é possível. Somos muito mais do que pensamos que somos. 

O corpo astral é um corpo sensível e é muito plástico porque ele consegue penetrar na matéria e por isso consegue produzir um novo ser, e se ele quiser criar uma mudança ele cria. Quando uma pessoa morre, leva cerca de 72 horas para desligar do corpo astral. Tem pessoas que podem levar 20minutos e 
tem outras que muito mais que as 72 horas, vai depender de muitos fatores, o uso de drogas é um deles, por exemplo. 

O mundo astral está constantemente nos influenciando. E ele pode ser muito perigoso se não soubermos nos cuidar, pois existe muita maldade, muito sofrimento grassando por aí e isso pode nos atingir de uma forma que não percebemos e ficamos pensando que aquele mal é algo nosso, e não identificamos que isso veio do astral e nos pegou. E muitas vezes nos pega feio. Pode nos derrubar, pode até matar, destruir mesmo. Quando você está bem encaixado no corpo físico é mais difícil acontecer de ser pego assim.

Mas raramente estamos bem encaixados. Principalmente ao acordamos de manhã, já estamos meio cá e meio lá.Temos que ficar atentos, ter disciplina para perceber e não nos deixar ser pegos. Quando estamos nesse estado desencaixado pode também ser uma coisa boa, pode ao contrário ser ruim. Depende das influências astrais que estão conosco. Quando estamos começando a adormecer, nosso corpo astral se expande e sentimos o nosso corpo enorme. 

Tem gente que vai procurar ajuda quando sente coisas estranhas em si e aí lhe dizem que é médium, que tem que desenvolver, que tem uma missão. Vamos esclarecer: não tem missão. Também não tem que desenvolver nada. Você só faz aquilo que sua alma pede, que é aquilo que você sente bem, que lhe é confortável e pronto. 

Claro que se você sentir aquela vontade, aquela vocação, se sente bem, aí sim você vai e se desenvolve, faz o que SENTE vontade. Do contrário não. O que tem é que ter disciplina mental, espiritual, estar atento, saber perceber o que vem de fora e não ficar entrando em influências do astral inferior.Procure sempre os espíritos superiores, a luz, Se afirme no superior, na luz, nunca aceite menos.E não se esqueça: NÃO EXISTE MISSÃO. Faça somente aquilo que seu coração lhe pede lá fundinho de sua alma. É isso que é o bom para você, e jamais o que lhe dizem que você “DEVE” fazer. Mesmo que seja um médium, que seja num centro espírita, NINGUÉM, mas ninguém mesmo pode lhe ditar normas de conduta espiritual. É sempre aquilo que você sente no fundo, o que sua alma quer, é o que conta. Vamos ver um exemplo de como o astral influencia nos relacionamentos. 

A mulher está em casa tranqüila e de repente sem mais nem menos se sente irritada. Passa um tempo e em seguida o marido chega. Irritado. O que aconteceu? A energia negativa dele já tinha chegado antes e atingido a mulher dele. Só que ela não tem conhecimento dessa influência astral e acaba entrando na dele e eles brigam. Mais tarde mantém relações sexuais e é claro de péssima qualidade, com aquela energia o que poderá acontecer? E aí já começa a cair a qualidade do relacionamento. Porque ela não percebe que é a energia dele que não estava boa e começa a pensar que é o amor que está acabando. E na terceira tentativa de se relacionar começa a ter certeza que o amor acabou. 

E vai indo e vai indo que ela pede a separação, porque “não existe mais amor”. O homem é diferente, ele sente que não está bem em casa e vai fora procurar outros relacionamentos, mas não quer largar o lar, quer manter. E poderia ser tudo diferente se desde o começo eles tivessem percebido que eram as energias que não estavam boas. Se naquele 1o. dia em que ele chegou irritado ela tivesse conhecimento dessas influências astrais, parado e conversado com ele sobre isso, poderia ter sido tudo de outra maneira. Teriam conversado sobre de onde vinha aquela irritação, resolvido e ficado numa boa, não teriam entrado nesse engano Por isso é tão importante ter disciplina e estar sempre atento às influências que vem de fora. 

Nos relacionamentos é muito importante a gente observar essas ocorrências, por exemplo, no caso da mulher sentir antes da chegada do marido uma irritação, em quando ele chega, já entra nervoso, é recomendável que ela vá diretamente perguntar a ele sobre se houve algum problema e conversar. Ele vai aceitar esse tipo de abordagem e isso vai ser saudável para o relacionamento a dois. É uma situação energética que dá para resolver. Todo mundo é astral. A atração é astral. Simpatia e antipatia também é astral. Será que tudo que você está sentindo é seu? Aqui no Brasil somos muito sensíveis por causa da região que é uma zona muito baixa. É o magnetismo mais baixo da Terra. Aqui na cidade de São Paulo então, somos muito astral, e tem dia que parece que as bruxas estão à solta. Aqui é tudo muito intenso. 

Quando sonhamos e não nos lembramos é que estamos psicologicamente travados. As relações humanas são todas no astral. As pessoas de astral bom são atraentes. Tudo vem para elas. O que é 6o. sentido? Ele não é um sexto sentido em si. Como estamos nos dois mundos, quando não estamos muito encaixados percebemos muito o astral e é isso que vamos chamar de 6º. sentido. A gente nunca está perfeitamente encaixado, sempre tem uma parte expandida e essa expansão dá o sexto sentido. Ao 
mesmo tempo da expansão tem a percepção. Em transe o médium se expande, é como se estivesse dormindo. 

A cura é um fenômeno de corpo astral para corpo astral. De energia para energia, se você se concentra e se expande na hora de receber um passe, você aproveita muito mais. Mesma coisa o doador, ele doa muito mais. Nós não vivemos só de alimentos, vivemos também de energia, a energia do sol, por exemplo. A libido é uma energia extraordinária que vem do astral para o físico. Os canais pelos quais ela flui são os meridianos, que estão no periespírito. São cadeias energéticas. A sexualidade não está só para a procriação, ela é a absorção da fonte das correntes da vida. Hipersensíveis são hipersexuais. Isso não significa só sexo e sim tudo voltado para os prazeres da vida. Tudo dá prazer, tudo é curtido muito, sentido muito. 

O ectoplasma é a libido, uma energia que algumas pessoas exalam e que os espíritos usam. Ela está entre os dois mundos. É ela que cola nosso corpo físico ao periespírito. Quando ela acaba o corpo físico morre. Você não conhece o ectoplasma só pelo tesão, pelo prazer, é também a ternura, o carinho. Os animais e as plantas também sentem essa energia. Quando você cuida deles com carinho eles reagem. Essa energia se mantém presa às roupas, objetos pessoais, etc. 

À noite as plantas exalam essa energia, por isso é tão agradável passear entre elas à noite e de manhãzinha. Logo cedo então é uma coisa agradabilíssima senti-la. É por isso que temos tanta sede do verde, tanta vontade de irmos para campo; é para usufruir de energia que nos traz muito prazer. Nosso corpo tem carência disso, então procuramos a companhia da natureza, não nos é agradável ficar muito tempo presos na cidade, principalmente aqui em São Paulo, com tanto concreto e poucas plantas.

O astral aqui é outro porque não tem a renovação prânica dos vegetais. As plantas são muito generosas, elas doam muito e jamais agridem, são sempre afáveis. Um exercício para testar a energia: pegue 4 rosas brancas, deixe uma num canto sem atenção e pegue as outras 3 e separe. A estas últimas todos os dias imponha suas mãos sentindo dentro de si o seu melhor, com muito amor, generosidade, bons sentimentos. Faça isso todos os dias por 5 minutos. E observe: a 1a. morrerá em um dia e as outras três durarão 20 dias. Ou pode ser o contrário as 3 morrerem tão logo você imponha as mãos se você tiver aquela energia ruim, a daquela pessoa que dizem “seca pimenteira” que tudo que olha mata. Faça o teste. 

Você pode alongar a vida com sua energia. O cachorro pode pegar a carga destrutiva endereçada a seu dono. Plantas também. Infelizmente pegamos muita carga negativa porque, ao longo de nossa existência,a ciência sempre podou a que chegássemos à compreensão das energias e por isso não sabemos COMO nos cuidar. 

E olha que temos em nós um DETECTOR que nos AVISA acerca de energias negativas. Mas como estamos limitados ao que nos cerceia a ciência, não damos ouvidos a isso, achamos que tudo é bobagem e chegamos a dizer que é CRENDICE, SUPERSTIÇÃO. E o pior é que não são superstições, é a realidade, pois o mundo astral é real e precisamos estar muito atentos. Temos como exemplo o caso da pessoa diabética que fisicamente não tinha nada, mas apresentava todos os sintomas e sofrimento da doença. 

Que se foi descobrir que ela CAPTAVA a energia de uma outra que vivia junto e que tinha essa doença. Foi separar, desligar e ocorreu a cura. A doença começa no astral e ela vai linear. Existe uma ocorrência muito grande de problemas que não apresenta nada no físico e são considerados psicossomáticos, , mas na verdade são energias. 

As energias que causam as dores e os problemas. A dor começa no astral, mas pode vir a se manifestar no físico. A conexão com alguém muito perturbado pode nos causar perturbações. Os hipocondríacos podem ser hipersensíveis. Aí tomam remédio. O remédio tem que combater os campos dolorosos. O comportamento das doenças às vezes nunca são encontradas no corpo físico. A energia das pessoas podem nos machucar, elas machucam. 

Há pessoas que dão um impacto de rejeição, dá esse impacto e abaixam nossas energias de vitalidade. Por isso nunca é pouco dizer fique esperto para o invisível. Que nem sempre está tudo de bom por aí e energias ruins podem lhe pegar e causar doenças, depressão, infelicidade. SE ligue no bem, nos espíritos do astral superior, não entre na maledicência, se cuide e se ame muito.

terça-feira, 10 de julho de 2012

MEDIUNIDADE DE PSICOMETRIA - PARTE 9

ENIGMAS DA PSICOMETRIA 
ERNESTO BOZZANO 


Penso que este conceito contém a melhor definição que o espírito humano pode formular sobre este problema, pois ninguém ousará contestar que este é um mundo inferior, no qual a dura disciplina do mal é ainda necessária à elevação espiritual do homem, assim como no-lo atestam a História e a psicologia dos povos. 

É de todo evidente que, se o Mal não existisse na Terra, ninguém compreenderia o Bem. 

Menos evidente não é que a História nos ensina a estimar no Mal, sob todas as suas formas, um instrumento indispensável ao progresso da Humanidade. 

Indubitável, finalmente, que, quando um povo atinge o vértice do poderio e da riqueza - coisas que constituem para nós o maior Bem - esse povo não tarda a corromper-se : menoscaba a virtude, degenera, entra em fase decadente. 

Lícito é, pois, afirmar, sem receio de errar, que o Mal é o estimulante regenerador, que reconduz ao caminho da virtude, da abnegação, do progresso, a Humanidade recalcitrante. 

Por outras palavras : o Mal é o Bem que nós desconhecemos. 

Em ouvindo a sua própria condenação, Sócrates dirigiu aos seus juízes estas palavras memoráveis 

Essa voz profética do Demônio, que não deixou de se fazer ouvir durante toda a minha vida e a todo o momento, sempre, me desviou do que me pudesse acarretar um mal; hoje que me sobrevém estas coisas, que se podem considerar piores, por que se cala essa voz? 

É porque tudo isto que me sucede é um beneficio. Nós nos iludimos quando pensamos que a morte seja um mal. 



XVIII Caso - Aqui consigno um episódio premonitório, também referente à guerra, contendo passagens interessantes do ponto de vista das hipóteses reencarnacionista e fatalista. 

Provém ele de uma obra publicada na Inglaterra sob o título de - Poems of Claude L. Penrose, with a biographical Preface - editado no intuito de perpetuar a memória de um rapaz de 25 anos, dotado de grande talento e belo caráter, morto em combate, na França. 

Cláudio L. Penrose era filho da Sra. H. Penrose, literata assaz conhecida no Reino Unido, autora de contos e romances através dos quais analisa com genial intuição o caráter do filho, desde a infância. 

No estudo biográfico por ela preposto aos poemas do filho, lê-se este caso notável de psicometria premonitória 

Aos 18 de julho de 1918, o Sr. L. P., amigo da família, informava a Senhora Penrose de que tinha travado relações com uma costureira dotada de excepcionais faculdades clarividentes. 

A título de experiência, a Senhora Penrose remeteu ao Sr. L. P. versos de Clough, copiados por seu filho, os quais foram apresentados à clarividente. 

Esta, muito atarefada, deixou de os considerar por algumas semanas. 

Foi somente a 15 de julho que enviou ao Sr. L. P. uma carta com o resultado da experiência psicométrica, carta que, por diversos motivos, só foi entregue ao destinatário no dia 31 do referido mês. 

Fosse como fosse, a carta esteve com o Sr. L. P. alguma hora, antes de Cláudio Penrose ser ferido na frente francesa. Eis como se exprime a clarividente no citado documento: Tenho a impressão de que estes versos foram copiados por um jovem de 25 anos mais ou menos, dotado de talento muito superior 8 sua idade. 

Penso que ele pertence à elevada hierarquia social. É também um belo caráter. Oficial de carreira, deve dedicar-se, de preferência, à artilharia. 

Se lhe fora permitido sobreviver, faria uma carreira brilhante. Desgraçadamente, se há esta hora não está morto, sé-lo-á dentro em breve, de vez que nada mais lhe resta fazer neste mundo. Será gravemente ferido, para morrer logo depois. 

Diga à sua mãe que ele não sofreu e que o papel que tenho nas mãos me permite ver, de modo assaz nítido, que seu filho está feliz. 

Os fatos confirmativos desta revelação não se fizeram demorar. 

Cláudio Penrose foi ferido na tarde daquele mesmo dia em que a carta chegara às mãos do Sr. L. P. 

E no dia seguinte o rapaz expirava, serenamente, sem agonia. 

Quando a Senhora Penrose recebeu a lutuosa notícia e invocava soluçaste uma prova de não haver perdido fisicamente o filho querido, recebeu o almejado conforto daquela missiva, que foi acolhida como resposta à sua desesperada súplica. 

Tais os fatos. Chamamos a atenção especial do leitor para este conceito: se lhe fora permitido sobreviver, faria uma carreira brilhante e mais se há esta hora não está morto, sê-lo-á dentro em breve, de vez que nada mais lhe resta fazer neste mundo. 

Esta última advertência é de molde a lembrar a velha sentença do poeta grego Menandro: 



”Os que morrem moços, caros são aos Deuses” 



Sentença concordante com a doutrina reencarnacionista, segundo a qual uma morte prematura deixaria supor que o indivíduo tenha assaz progredido para abreviar o estágio de aprendizado na evolução ascendente das vidas sucessivas, e, no caso de mortes infantis, que tenha progredido bastante para suprimir uma provação, mergulhando na Terra com o só fito de se revestir de elementos fluídicos indispensáveis ao corpo astral, desejoso de preparar-se para a seguinte reencarnação. 

Do ponto de vista fatalista, mesmo neste caso, como no precedente, convém notar que, se o Espírito de Cláudio Penrose na sua existência pré-natal houvesse elegido a morte num campo de batalha, este fato significaria que a guerra mundial estava preestabelecida com todas as suas conseqüências, no sentido. da fatalidade aplicada às diretivas históricas dos povos. 



XIX Caso - Acabarei expondo alguns casos nos quais a análise dos fatos deixa transparecer que o objeto psicometrado serve, algumas vezes, para colocar o sensitivo em relação com a entidade espiritual do seu falecido dono. 

Tal como já adverti, essa hipótese não passa de premissa menor de um silogismo, cuja premissa maior é verdade demonstrada; ou seja que, se a influência de uma pessoa viva pode estabelecer a relação do sensitivo com a subconsciência dessa pessoa, também a influência do morto, em objeto que lhe tenha pertencido, deverá ter a faculdade de pôr o sensitivo em relação com o Espírito do defunto. 

Ao demais, e de acordo com o que afirmam personalidades mediúnicas, o objeto apresentado a um médium teria outras particularidades além da principal, que é estabelecer a relação entre o médium e o desencarnado, ou seja, atrair o Espírito deste. 

Assim é que também contribuiria para estimular as associações mnemônicas no momento da comunicação - ato que implica sempre um processo perturbador, pois que o Espírito tem de pensar pelo cérebro de outrem -, conferindo-lhe a necessária energia para manter-se em relação mediúnica, graças à natureza vitalizaste do fluido contido no objeto. 

Finalmente, impediria que o Espírito fosse telepaticamente influenciado por outros Espíritos, ou mesmo por encarnados presentes à sessão. 

Eis, aí, afirmativas concordes, de personalidades mediúnicas, que se manifestaram pelas Sras. Piper, Thompson e Chenoweth. 

Neste caso admirável da identificação do jovem Bennie Junot (Piper), ele dirige-se ao pai, dizendo: Papai, lembra-te do meu álbum de provas fotográficas? 

Responde-lhe o pai: Sim, Bennie, lembro-me perfeitamente. 

E Bennie logo : Pois bem, toma-o e coloca-o lá na mesinha do quarto; assenta-te com a mamãe perto dele e pensem em mim, porque o álbum servirá. para me atrair e facilitar a comunicação. (Proceedings of S. P. R., vol. XXIV, pág. 402.) 

E mais adiante: Quando retiram objetos que me pertencem, sinto-me logo confuso e desorientado. (Pág. 582.) 

Após estas considerações destinadas a esclarecer o assunto, passo a expor os fatos. 

Vejamos este, tomado no Light (1910, pág. 133). 

E o general Joseph Peters, de Munique, quem relata nestes termos uma experiência com o médium Alfredo Von Peters: 

Entreguei ao médium uma medalha que pertencera à minha falecida irmã. 

Quando Peters a colocou sobre a fronte, pensei involuntariamente na falecida e esperava que me falasse dela. 

Bem ao contrário, começou por descrever minha mãe, dizendo Vê-la a meu lado e a exibir-lhe dois retratos, dos quais fez minuciosa descrição. 

Lembrei-me de que alguns anos antes tinham guardado em uma pasta duas fotografias análogas às descritas, mas não me ocorriam detalhes. Fosse por que fosse, notei que a descrição não correspondia absolutamente aos retratos de meus pais, existentes na minha sala de visitas. 

Logo que regressei a casa, procurei as fotografias e verifiquei, surpreso, que o médium as descrevera com perfeita exatidão. 

Nitidíssima deveria ter sido a sua vidência, pois abrangera os trajes, o penteado, a posição das mãos e minúcias outras de menor relevo, tal, por exemplo, a cortina que serviu de écran para uma das fotografias. 

Mais tarde pude compreender o motivo por que o médium não entrou em relação com o Espírito de minha irmã. 

E que a medalha tinha sido feita de uns brincos que pertenceram à minha mãe, e minha irmã, que tivera a idéia de os mandar fundir e transformar em medalha, nunca usou, depois, esta jóia. 

Neste primeiro caso não poderíamos, certamente, excluir a hipótese de haver o médium haurido na subconsciência do consulente os pormenores revelados. 

Todavia, a circunstância de ele se propor a entrar em comunicação com a irmã e ignorar que a medalha não continha associações fluídicas com ela, torna mais verossímil a hipótese da influência materna contida no objeto, como traço de ligação psicométrica do médium com a falecida. 

E aquele Espírito, que exibia ao médium duas fotografias totalmente esquecidas, demonstra a intenção de provar a sua presença real, de acordo com os desejos do consulente, que procurara o médium na esperança de alcançar uma prova valiosa da identificação espírita. 



XX Caso - Publicado pelo Journal of the S. P. R. (vol. IV pág. 8). É a Sra. M. A. Garstin que relata o seguinte incidente pessoal: 

Tive um estranho caso de identificação espírita, sem o haver provocado. Foi isso há dez anos, quando vim fixar residência em Colorado Springs. 

A senhora, em casa de quem eu tomara pensão, era espírita e certa noite me convidou para assistir a uma sessão particular em casa de um amigo. 

Ali, estando na localidade há pouco tempo, nenhuma das pessoas presentes me conhecia. 

Aberta a sessão, logo após, uma senhora caiu em transe e parecia incapaz de falar. 

Sem embargo, por gestos que ela fazia, compreendíamos que a entidade manifestante desejava falar a uma pessoa estranha. 

Eu, por minha vez, esforçava-me para compreender a mímica; mas, debalde, até que a médium entrou a imitar os movimentos de alguém que trabalhasse em renda, sobre almofada. 

Lembrei-me, então, de uma mulher cingalesa, que conhecera anos antes e cujo nome pronunciei. 

Foi o bastante. A médium resvalou da cadeira, prosternou aos pés, beijou-me as mãos repetidamente e manifestou, enfim, num péssimo inglês de pronúncia cingalesa, a sua grande alegria por conseguir, ainda uma vez, testemunhar-me a sua gratidão. 

É preciso não esquecer que a médium era uma senhora americana, cuja atitude aos pés de uma inglesa aberrava dos naturais melindres patrióticos. 

Também convém não perder de vista o imprevisto de tal manifestação, dado que há uma vintena de anos não me passava pela mente qualquer lembrança da pobre Leho-rainy. 

De regresso a casa, só então reparei que levara comigo um enfeite de renda trabalhada pela cingalesa. 

Será que esse pedaço de renda tenha servido de veículo ou traço de união para manifestação do Espírito? (Assinado: M. A. Garstin). 

Só podemos responder afirmativamente à pergunta final da Senhora Garstin. Não havia dúvida que aquele pedaço de renda foi o agente psicométrico que provocou o fenômeno. 

Fica, entretanto, para resolver o problema já suscitado pelo caso precedente, a saber: se a relação se estabeleceu com a subconsciência da Senhora Garstin, ou com o Espírito da cingalesa. 

A esse propósito, notarei que se observam, na atitude da personalidade mediúnica, detalhes dificilmente explicáveis pela hipótese subconsciente. 

Assim, por exemplo, a circunstância da pronúncia inglesa incorreta, própria da cingalesa quando encarnada, constitui boa prova de identidade pessoal. 

A atitude servil traduzida pela genuflexão e o beija-mão, de acordo com os hábitos das classes humildes da Índia em suas relações com os europeus, também constitui boa prova de identidade, tendo-se em vista que o médium, ignorante dos costumes indianos, não se conformaria com essas atitudes, se não impelido pela entidade cingalesa, que se lhe apresentava. 



XXI Caso - Extraído de Light (1914, pág. 32). A Srta. Edith Harper conta-nos este caso, ao tratar dos resultados obtidos nos primeiros anos de funcionamento do famoso Escritório mediúnico de William Stead. 



Entre os episódios de natureza psicométrica, encontra-se este: 

Um indivíduo mandou da Índia uma caneta de madeira, acrescentando que ela pertencera a um filho dele, já falecido. 

O sensitivo, Sr. Roberto King, ignorando absolutamente a proveniência do objeto, tomou-o e começou logo a descrever uma criança, cujo retrato esboçou minuciosamente. 

A seguir, o Espírito da criança transmitiu-lhe lacônica mensagem destinada ao consulente, que - acrescenta o Senhor King -, está intimamente ligado ao falecido. 

Depois, diz o sensitivo: Sinto-me empolgado por uma influencia singular e ouço nitidamente uma voz que repete e insiste numa palavra cuja transcrição fônica é - Shanti. 

A mensagem foi encaminhada para a índia e o pai do menino não demorou a responder, gratíssimo, confessando não lhe restar dúvida alguma sobre a autenticidade da comunicação; primeiro, porque ele era, efetivamente, uma criança; e, segundo, porque a descrição feita pelo médium era a expressão maravilhosa da verdade. 

Finalmente, a palavra Shanti, que quer dizer: - a paz seja contigo -, era a saudação habitual que o filho lhe dirigia, quando vivo, todas as manhãs. 

Neste caso, a circunstância, teoricamente importante, afirma-se no último incidente, ou seja, a audição de um vocábulo que o médium traduz foneticamente, vocábulo este que se verifica, posteriormente, corresponder à saudação que o filho costumava dirigir ao pai. 

E um incidente que realiza excelente prova de identificação espírita. Sem dúvida poderíamos objetar que a relação psicométrica se estabelecesse entre o médium em Londres e o consulente na Índia e que, por conseguinte, houvesse aquele se apropriado, na consciência deste, das suas indicações. 

Todavia, não deixarei de encarecer que, na interpretação dos fenômenos psicométricos, não é fácil nos descartarmos das regras que os regem. 

Ora, uma dessas regras nos ensina que, quando o sensitivo entra em relação com o possuidor do objeto psicometrado, começa por descrever o indivíduo com o qual se relacionou, para chegar depois a desvendar os acontecimentos da vida desse indivíduo, inclusive o meio em que ele se encontrava. 

E, quando o objeto foi utilizado por diversas pessoas, o sensitivo percebe entre as diferentes influências aquela que, em virtude da lei de afinidade, se lhe torna mais ativa, enquanto ignora as outras, ou apenas recebe delas impressões secundárias, passíveis de erronias e confusões. 

Daí se infere que, no caso em apreço, se o sensitivo houvera percebido na caneta a influência do consulente e com ele entrara em relação, começaria por descrever-lhe a personalidade, para revelar de seguida incidentes da sua vida particular e o meio em que se achava. 

Ora, nada disso tendo sucedido, é força convir que o objeto não continha a influência do pai, e, por conseqüência, não podia o sensitivo entrar em relação com ele. 

Lógico, ao contrário, é dizer-se que o objeto, por saturado da influência do filho, determinou a relação psicométrica do sensitivo com o desencarnado, o que de resto ressalta dos fatos, com a descrição mediúnica do filho e não do pai. 

Chamo finalmente a atenção dos estudiosos para este ponto: psicometricamente falando, seria absurdo insustentável o pensar que a relação possa estabelecer-se com indivíduos cuja influência não satura o objeto psicometrado. 



XXII Caso - Encontra-se em Light (1912, página 551). 

A Sra. J. L. C., enfermeira profissional diplomada, comunica o seguinte interessante episódio de sua observação pessoal. 

Dado a sua profissão, ela expressa o desejo de conservar-se incógnita, mas o seu nome é assaz conhecido pela Direção da revista. 

Eis como se pronuncia ela 

Sou enfermeira profissional. Há oito anos, necessitando de algum repouso, aceitei a hospitalidade de uma senhora idosa, muito ativa e inteligente, que procurava uma companhia que lhe dedicasse algumas horas diárias. 

Em breve nos tornamos muito amigas. Eu sou médium sensitiva, mas, devido à minha profissão, sempre julguei prudente não me ocupar de experiências mediúnicas. 

Minha amiga, ao contrário, conquanto não possuísse tais faculdades psíquicas, interessava-se profundamente por esses estudos. 

A esse respeito muito conversávamos e acabamos por estabelecer um pacto, no sentido de vir, a primeira que falecesse, dar à outra uma prova da sobrevivência, se Deus tal permitisse. 

Há esse tempo comprei, de um velho antiquário, um colar antigo, assaz curioso. 

Não tinha ele grande valor venal, pois se compunha de treze pequenas bolas de cobre prateado e outras tantas do mesmo tamanho, fingindo ametistas. 

A Senhora Hope ficou encantada com esse colar e passou a usá-lo constantemente, dizendo que não mais mo devolveria. Pouco tempo depois, fui obrigada a sair de Londres para exercer na província a minha profissão. 

Só de quando em quando me era dado avistar a minha amiga. 

De uma feita que vim a Londres, fui visitá-la, porém ela estava por sua vez ausente de Londres. 

A correspondência, entre nós, espaçou-se e, conquanto não arrefecesse a recíproca amizade, os meus encargos não ensejavam lazeres para escrever-lhe. 

Certo dia fui levado por uma amiga à casa de um psicômetra de nome Ronald Brailey. 

Impressionada com o que ali vi e ouvi, lá voltei algumas vezes. Uma noite de maio de 1910, apresentei ao sensitivo o colar, que, desde logo, pareceu interessá-lo grandemente. 

Disse-me que se tratava de objeto antiqüíssimo, saturado de influencia hindus. 

Anunciou, depois, que percebia a influencia de uma mulher idosa, a andar de um lado para outro, e perguntou-me se a conhecia. 

Como no momento pensasse na Senhora Hope, insisti pela negativa, em face das descrições que me fazia. 

Que não, que muito lastimava, mas não reconhecia aquela pessoa. 

O sensitivo prosseguia: - É certo se tratar de uma senhora que muito estimastes e vos correspondia do mesmo modo. 

Sabia ele, mais, que essa senhora falecera havia dezoito meses ou cerca de dois anos. 

E eu a contestar que não a conhecia! 

Tomou ele, então, de uma folha de papel e desenhou um retrato de mulher, que me entregou. 

Era uma reprodução perfeita do rosto da falecida, melhor que as fotografias por ela deixadas. 

Ali estavam os seus traços bem definidos, os penteados habituais, a maneira de cruzar o chalé. 

Cardíaca, por natureza, estive a pique de me sentir mal. Mas... ela não morreu... exclamei. 

O sensitivo respondeu calmamente: entretanto, sei que ela não está mais neste mundo, e acrescentou: morreu subitamente, talvez de uma apoplexia, perdendo os sentidos antes mesmo do traspasse. 

Logo que me foi possível, fui a Kew e procurei informar-me na casa que ela habitava. 

A senhora ali residente declarou-me, então, que a minha amiga havia falecido dezoito meses antes. 

Esta confirmação me abalou profundamente, por não ter assistido a Senhora Hope em seu leito de morte. 

Dirigi-me imediatamente ao médico que a socorrera, no intuito de melhor informar-me, dizendo-me ele que nos últimos meses ela muito emagrecera, fato esse que constituía prognóstico alarmante em se tratando de uma octogenária. 

Por fim, atingida por uma congestão, perdera logo a faculdade da palavra e assim permanecera até o desenlace, que se verificou poucos dias depois. 

E ajuntou que os últimos momentos foram penosos para os assistentes, por lhes parecer que a paciente queria dizer algo, como que reclamando a presença de alguém. 

Apresentei-lhe, então, o esboso do retrato a lápis e disse que havia sido executado de memória por um amigo da falecida. O doutor fitou-o atentamente e disse logo que era de semelhança perfeita, com a só diferença de parecer muito mais moça. 

Tal a verdade escrupulosa, a respeito do colar e de minha amiga Hope. 

Não sou espírita, devo dizé-lo, guardando em face do problema uma atitude que não é de convicção nem também de incredulidade. 

Neste episódio a interpretação espírita ressalta nítida dos fatos e da circunstância em que se encontrava a consulente, ignorante da morte da amiga, assim excluindo a hipótese segundo a qual o sensitivo pudesse psicometricamente haurir na subconsciência da mesma consulente os detalhes relativos a Senhora Hope. 

Preciso é, portanto, recorrer à hipótese psicométrico-espírita, segundo a qual a influência da falecida, conservada no colar, serviria para estabelecer a relação com o sensitivo, da mesma forma por que, conforme afirmam as personalidades mediúnicas, poderia contribuir para atrair o Espírito às sessões. 

De resto, não devemos esquecer que as duas senhoras haviam sancionado o compromisso da manifestação póstuma, que, evidentemente, a Senhora Hope procurou satisfazer.

MEDIUNIDADE DE CURA POR RAMATIS - PARTE 9

A tarefa dos médiuns receitistas
  e os equívocos das consultas 

PERGUNTA: - Que dizeis dos médiuns que se fatigam até altas horas da noite nos centros espíritas, extraindo centenas de receitas para os freqüentadores habituais, tarefa exaustiva que cresce de mês para mês? Isso é realmente de efeito proveitoso para a divulgação do Espiritismo, ou trata-se de alguma prova cármica ou serviço espontâneo do próprio médium aceito antes de se encarnar? 

RAMATÍS: - A tarefa dos médiuns receitistas e curadores avoluma-se, dia a dia, porque os adeptos espíritas, em sua maioria, ainda confundem o objetivo doutrinário do Espiritismo com a função de um "armazém" fornecedor de passes, receitas, água fluidificada ou recurso fácil para solucionar questiúnculas domésticas. Deste modo e na condição passiva de pedintes insatisfeitos, eles desperdiçam o tempo precioso dos guias solícitos, mas nada fazem pela sua própria reforma interior. Exploram as entidades magnânimas com as solicitações mais esdrúxulas e descabidas, enquanto desfiam o rosário das queixas mais infantis, convictos de que os médiuns não passam de funcionários do "plantão espírita" obrigatório nos centros. 

Então, os consulentes mais desavisados e aflitos consomem-lhes até os últimos minutos do descanso justo ou do alimento imprescindível, obrigando-os a ouvir longas histórias de questiúnculas ou de ingratidões do próximo, em que mal disfarçam o amor-próprio ferido, o ciúme dramático ou o orgulho indomável. A "fila" dos pedintes cresce diariamente junto ao médium que logra algum sucesso no desempenho de sua faculdade; e infeliz dele se negar a mínima atenção aos consulentes que já lhe usufruem familiarmente da mediunidade para solver todos os problemas de sua vida particular. Há consulentes que esquecem as diversas receitas e os múltiplos favores que lhes são prestados pelos médiuns de boa-vontade, e passam a condená-la quando ele deixa de os satisfazer uma só vez. 

O médium, no conceito comum de muitos adeptos espíritas e simpatizantes de última hora, não tem o direito de negar-se a "fazer a caridade", pois entendem que a sua existência não lhe pertence e o consideram criatura obrigada a sacrificar-se exclusivamente para o bem dos seus consulentes. Raros espíritas reconhecem-lhe a responsabilidade junto à família, a necessidade de buscar o sustento no mundo profano e enfrentar também as doenças e vicissitudes do lar terreno. Ou ele é fonte de benefícios ao próximo, uma criatura invulgar, poderosa e estóica ou, então, quando adoece ou se exaure até ao fracasso é porque se desviou da sua "missão". 

PERGUNTA: - Poderíeis dar-nos alguns exemplos desses exageros mais comuns no tocante à solicitação indiscriminada de receitas espíritas? 

RAMATÍS: - Os médiuns, conforme já lembramos, quais funcionários do "armazém espírita", são obrigados a atender a todas as solicitações absurdas; e a sua situação ainda mais se agrava quando eles não são sonâmbulos ou mecânicos, mas somente intuitivos receitistas. Neste caso, então, a sua tarefa é mais difícil porque o sucesso do tratamento depende do seu estado moral, condições psíquicas ou saúde física, pois qualquer anormalidade perispiritual impede-os de captar a intuição exata que os guias lhes transmitem. 

Os consultantes entendem que os médiuns devem atendê-las em todas as circunstâncias, sem considerarem horários ou as dificuldades e imprevistos humanos, que atingem a todos. 

Para esses simpatizantes o médium e os espíritos têm o dever precípuo de curar os efeitos nocivos que eles sofrem, às vezes, devido aos exageros de alimentação, bebidas alcoólicas, gelados e outros desatinos censuráveis. 

Eis por que se tornou comum o hábito indiscriminado de pedir receitas mediúnicas para atender a todos os parentes, amigos e conhecidos. 

Alguns adeptos espíritas viciam-se aos passes mediúnicos, assim como os fumantes inveterados escravizam-se ao fumo, ou então como os católicos que se habituam à missa todas as manhãs. 

Outros, embora gozem de excelente saúde, entram na "fila" de passes e vampirizam os fluidos terapêuticos que poderiam nutrir a outros mais necessitados e realmente enfermos. Mas essa viciação cômoda é justificada graciosamente com a desculpa de que o passe espírita não é desvantajoso mesmo para os sadios, pois, em qualquer circunstância, sempre "faz bem". O Espiritismo, portanto, para muitos, ainda é considerado a tenda miraculosa ou a fonte prodigiosa de recursos fáceis para atender a todas as necessidades mais comezinhas e às consultas mais prosaicas, funcionando os médiuns à guisa de "caixeiros" com a obrigação de atender a todos, sob pena de serem apontados como descaridosos. 

PERGUNTA: - Os espíritos desencarnados não poderiam advertir essas criaturas de que o Espiritismo não é doutrina de exclusivo beneficio material? Tal providência não conduziria os seus simpatizantes a uma compreensão mais certa dos verdadeiros objetivos da modificação de Kardec? 

RAMATÍS: - O Espiritismo, como o cristianismo redivivo, é um movimento benfeitor endereçado a todos os homens independentemente de classe, de raça, de cultura, de condições sociais ou situação financeira. E o médium espírita, quando é consciente de suas obrigações no seio da doutrina, é sempre a criatura caritativa e afetiva, desinteressada de quaisquer proventos, dádivas ou compensações materiais, cumprindo dignamente o compromisso que aceitou no Espaço em favor dos encarnados e também para redimir-se dos seus débitos contraídos em vidas pretéritas. 

Estas considerações são uma advertência quanto à imprudente interpretação unilateral, que se faz da verdadeira finalidade do Espiritismo, na Terra, pois, independente dos passes e dos demais auxílios mediúnicos que ele presta aos homens, é imprescindível que os seus adeptos ou consultantes se devotem especialmente ao seu aperfeiçoamento espiritual. 

É razoável que roguem orientações espirituais aos desencarnados, sirvam-se do receituário mediúnico, dos passes ou da água fluidificada, pois tudo isso é realmente serviço e objetivo amoroso da alçada da doutrina espírita como nova mensagem cristã rediviva. Mas não seja apenas isso o único interesse ou realização dos seus adeptos, que já se julgam bons espíritas só porque usufruem de todos os serviços espiríticos. Que não se confunda a renovação espiritual íntima, com a assistência caritativa dos desencarnados, pois a solução dos interesses da vida terrena não gradua o espírito na sua escala angélica. 

Comumente, ainda se comprova essa disposição muito interesseira, e exclusiva dos espíritas, pelas soluções materiais, pois, enquanto as salas das sessões de passes, de receituário mediúnico ou consultas psíquicas abarrotam-se de freqüentadores que exaurem os médiuns para atender-lhes toda sorte de indagações e pedidos pessoais, ficam às moscas os ambientes onde o orador estudioso explica os postulados do Espiritismo ou o doutrinador comenta os valores ocultos do Evangelho do Cristo. À medida que mais se vulgariza o receituário mediúnico e também se amplia o serviço caritativo dos espíritos, parece que os seus adeptos ainda mais atrofiam as suas defesas orgânicas e o discernimento próprio, pois tornam-se incapazes de suportar o mais inofensivo resfriado ou enfrentar diminuta contrariedade moral, sem recorrerem a consultar os espíritos desencarnados. 

Enquanto os médiuns abnegados obrigam-se a um trabalho heróico e exaustivo no cumprimento do receituário numeroso, os seus consultantes apenas se preocupam com a sua cura física e comodidade material. Esses adeptos só não consultam os espíritos para lhes extraírem chapas radiográficas, receitarem óculos ou arrancarem-lhes os dentes, porque isso ainda não é modalidade explorada pelo Espiritismo, pois faltam médiuns adequados ou então espíritos dispostos a atender a tais pedidos. 

Não há dúvida de que o fenômeno mediúnico ou a cura excepcional pode convencer o homem quanto à sua imortalidade, mas isso não comprova que ele se tenha convertido aos postulados superiores do Evangelho do Cristo. Quem se cura definitivamente pelos recursos mediúnicos do Espiritismo fita obrigado a respeitar e conhecer os seus princípios doutrinários, que lhe prestam benefícios maiores sem quaisquer interesses 

PERGUNTA: - Desde que o Espiritismo significa a última esperança de cura para os enfermos já desiludidos com a medicina oficial, cremos que não há motivo de censuras aos seus adeptos por buscarem os serviços dos médiuns receitistas, pois é razoável que os neófitos ainda não possam alcançar o verdadeiro objetivo da doutrina, quanto a renovar o espírito para, depois, curar as doenças do corpo. Que dizeis? 

RAMATÍS: - Considerando-se que os terrícolas ainda são criaturas viciadas no fumo, nos tóxicos alcoólicos, na glutoneria das mesas e na ingestão das vísceras dos irmãos inferiores, não há dúvida de que os médiuns receitistas e passistas, em breve, sentir-se-ão impotentes para atender à sua clientela cada vez mais numerosa e interessada em resolver todos os seus problemas da vida material. Geralmente, os consultantes espíritas, em boa maioria, tentam obter à noite, no centro espírita, a saúde física e a recuperação psíquica que eles mesmos arruínam, sem precaução, durante o dia. 

Confiantes na afabilidade e tolerância dos guias espirituais, eles os sobrecarregam de rogativas e convocam os médiuns para solverem os seus problemas mais comuns. Não desejamos censurar essa atitude infantil ou inconsciente dessas criaturas que fazem da seara espírita kardecista ou dos terreiros de Umbanda a sua "agência particular" de informações. Mas o fato é que a crença espírita não deve ser condicionada ao maior ou menor êxito dos médiuns, pois eles também são homens e, dia mais ou dia menos, terminarão decepcionando os seus clientes comodistas. Os médiuns não são oráculos modernos nem pitonisas, à semelhança do que acontecia nos tempos do paganismo. E a cura física pelo Espiritismo não é prova suficiente para o seu beneficiado julgar-se um adepto credenciado pela doutrina. 

PERGUNTA: - Realmente, alguns irmãos explicam-nos que perderam a fé no Espiritismo, porque foram vítimas de mistificações ou fracassos dos médiuns em que eles tanto confiavam e dos quais se socorriam comumente. 

RAMATÍS: - Sem dúvida, esses são "ex-espíritas" completamente desiludidos da doutrina porque, imprudentemente, haviam alicerçado sua crença sob a garantia do êxito dos fenômenos mediúnicos. É óbvio que essa fé também deveria aumentar ou diminuir de acordo com o maior ou menor sucesso dos médiuns no seu intercâmbio com o Além-túmulo. Em conseqüência quando ocorreu o fracasso ou a mistificação, eles também regressaram aos velhos caminhos da dúvida e da descrença, repudiando os postulados da doutrina e olvidando também os benefícios e o conforto espiritual que receberam dela nos seus momentos de angústia e sofrimento. 

Em verdade, tais "adeptos" não passam de simples curiosos mal-agradecidos que, tendo provado um vinho azedo, passam a negar a existência do vinho bom. O primeiro insucesso ou equívoco mediúnico serve-lhes, então, de motivo para execrarem todas as demais virtudes da doutrina espírita e o serviço amoroso dos espíritos desencarnados. Em seguida, lamentam a sua ingênua peregrinação através dos centros espíritas, quando buscavam a solução definitiva para os seus males e só recebiam contemporizações dos médiuns e espíritos. 

Infelizmente, trata-se de criaturas que ignoram o processo justo e redentor do Carma, que premia a "cada um conforme suas obras". Evidentemente, em suas existências anteriores, elas abusaram da inteligência e da astúcia na prática do mistifório e da burla, e por esse motivo se candidataram também às mesmas incertezas e decepções atuais. Malgrado não conheçam a engrenagem retificadora da Lei de Causa e Efeito, nem por isso estão isentas de sofrer o reajuste espiritual para encerramento de sua conta devedora na contabilidade divina. 

Os médiuns não são responsáveis pelas contingências imperativas da Lei Cármica, que age para o devido reajuste espiritual das mesmas. 

O Alto não toma medidas reprováveis, de teor vingativo, como veículo de resgate de dívidas cármicas dos espíritos devedores. Nenhum médium é obrigado ou induzido, pelos mentores siderais, a praticar deslizes ou criar acontecimentos punitivos a fim de que os infratores da Lei divina sejam corrigidos. 

PERGUNTA: - Poderíeis esclarecer-nos como e quando coincide o fracasso ou a mistificação ante aqueles que, devido à Lei Cármica, ainda não merecem receber provas das realidades de Além-túmulo? 

RAMATÍS: - Quantas vezes os trabalhos de fenômenos físicos, que se processam com seguro êxito ante os que têm certeza absoluta da existência e imortalidade da alma, fracassam por completo quando comparecem a esses atos o ateu, o curioso ou os zombeteiros, os quais, no entanto, talvez se convertessem diante das provas irrefutáveis? Outras vezes, os dirigentes dos trabalhos fenomênicos mediúnicos esforçam-se para oferecer a certas criaturas algumas provas da interferência dos espíritos desencarnados e, contudo, também falham os melhores prognósticos, deixando até maior dúvida nos assistentes?.. 

Malgrado se queira fazer crer que os espíritos costumam intervir promovendo deliberadamente tais fracassos, estes resultam da própria Lei Cármica de retificação espiritual, que associa as coincidências, afastando os candidatos "indesejáveis" nos dias em que os trabalhos terão sucesso positivo. No entanto, essas criaturas não estão sendo vítimas de uma punição propositada, mas o seu passado ateísta e leviano é que só lhes permitirá encontrarem as verdades que subestimaram e ridicularizaram, empenhando-se agora num esforço do seu próprio raciocínio e mediante a dor purificadora que ajusta o caráter à melhor compreensão das verdades espirituais. 

Se assim não fora, que importância teriam os postulados superiores do espírito ou a própria advertência de Jesus, quando aludiu a que a "semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória"? Ademais, seria uma concessão privilegiada e imerecida do Alto, o facultar comodamente as provas da sobrevivência àqueles que, no seu passado, combateram a esperança da imortalidade, apagando-a da mente das criaturas simples que surgiram no seu caminho. 

Embora a criatura ignore transitoriamente as causas pretéritas que a submetem a certas provas, ela não poderá livrar-se das contingências "fatais" que lhe impõem reparar "até ao último ceitil", todos os erros que haja praticado, pois a "contabilidade divina" não faz estornos. Mesmo porque se trata da própria redenção espiritual do devedor. Aqueles que, em vidas anteriores, usaram de sua inteligência, cultura e privilégios, semeando a descrença e o ateísmo nas mentes menos esclarecidas, a Lei, depois, obriga-os a provas cármicas de teor equivalente. 

É o que acontece também aos que, tendo abusado da sua arte ou do seu talento, depois, quando voltam à Terra, noutra encarnação, por mais que se esforcem e lutem para vencer, a dita Lei do Carma priva-os de obterem o êxito desejado. É o caso de inúmeros jovens que tentam estudar Medicina, Engenharia, Pintura, Música ou qualquer outra matéria, mas a Lei Cármica interfere opondo-lhes obstáculos de toda ordem e até deficiências intelectuais e físicas, que os impedem de conseguir realizar o objetivo sonhado. 

Sim: - Quantas vezes, um livro de temas ou concepções licenciosas e deprimentes é qual vírus infeccioso a intoxicar a consciência da coletividade? E outros, que, pelas idéias expostas em suas páginas, instigando movimentos de ódio e vingança de caráter niilista, são uma espécie de rastilho mental incendiário, que resulta em conflitos de sangue e morte, levando a angústia e a desgraça a muitos lares?... 

Na época que viveis, o próprio ateísmo que encontrou agasalho na mente de uma parte da vossa elite intelectual tem sua matriz nos livros de alguns pensadores ousados, cuja concepção "positiva" não aceita a existência de Deus porque, segundo alegam, ainda não conseguiram encontrar-se com Ele, face a face!... 

Em tais casos, aos espíritos autores de semelhantes livros, ao voltarem à Terra, noutra reencarnação, ser-lhes-á subtraída a capacidade mental de tornarem a ser escritores ou, se o forem, terão de escrever obras cujas idéias e teorias, em sua substância, combatam o ateísmo que propagaram antes e contribuam, de forma positiva, para edificar os postulados da fraternidade, amor e tolerância na consciência da Humanidade. 

É, enfim, a Lei Cármica compelindo o devedor a resgatar o seu débito contraído na sua existência anterior. E, ao mesmo tempo, ajustá-lo ao equilíbrio moral indispensável à sua própria evolução espiritual.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A DEDICAÇÃO DO MEDIUM

Amigos, a Umbanda tem em seu mais profundo cerne a prática da caridade pura, o amor incondicional, a paz e a humildade. Ela também se propõe a produzir, pela modificação vibracional ou fluídica (conhecida popularmente como “magia”), modificações que permitam a melhoria de vida do ser humano. 

Através da caridade e dedicação espiritual o médium Umbandista vai adquirindo elevação e consciência do valor de seu domínio mediúnico como forma de comunicação com seres superiores, de outras esferas. 

As incorporações, os passes e descarregos feitos na Umbanda formam o conjunto de afazeres espirituais do dia a dia do médium. 

Portanto, o Médium é Patrimônio Maior desta Maravilhosa 

Religião Que É a Umbanda. 

Acontece que a mediunidade é uma faculdade e como toda faculdade psíquica precisa ser aprimorada e disciplinada. 

Na Umbanda, alguns critérios devem ser sempre observados: 

Quando um médium entra em trabalho, ele estabelece uma espécie de ligação com a espiritualidade. Esta ligação gera uma constante descarga fluídica no sistema nervoso do médium. Por este motivo é importante a disciplina da mediunidade. O médium precisa aprender a fazer e desfazer esta ligação para evitar o desgaste do sistema nervoso. 

Médiuns faltosos, ausentes das sessões de desenvolvimento, doutrinas, sessões de descarrego e passes estão sujeitos a sofrer as consequencias destes transtornos fluídicos como debilidade do sistema nervoso e patologias degenerativas. 

Disciplina se torna 

palavra chave, bem como obediência e respeito 

As facilidades do estabelecimento do contato mediúnico resulta do aprendizado moral e de um conjunto de pontos que alicerçam os degraus da evolução. 

Conselhos para os Médiuns 

Conserve sua saúde psíquica, vigiando seu aspecto moral 

1- Não alimente vibrações negativas de ódio, rancor, inveja, ciúme, etc.; 

2- Não fale mal de ninguém, pois não é juiz, e via de regra, não se pode chegar às causas pelo aspecto grosseiro dos efeitos; 

3- Não julgue que o seu guia ou protetor é o mais forte, o mais sabido, mais, muito mais do que o de seu irmão, aparelho também; 

4- Não viva querendo impor seus dons mediúnicos, comentando, insistentemente, os feitos do seu guia ou protetor. Tudo isso pode ser bem problemático e não se esqueça de que você pode ser testado por outrem e toda a sua conversa vaidosa ruir fragorosamente. Dê paz ao seu protetor no astral, deixando de falar tanto no seu nome.Assim você está se fanatizando e aborrecendo a Entidade pois, fique sabendo, ele, o Protetor, se tiver mesmo “ordens e direito de trabalho” sobre você, tem ordens amplas e pode discipliná-lo, cassando-lhe as ligações mediúnicas; 

5- Quando for para a sua sessão, não vá aborrecido e quando lá chegar, não procure conversas fúteis. Recolha-se a seus pensamentos de fé, de paz e, sobretudo, de caridade pura para com o próximo, entre em sintonia com o astral firmando as ligações com as entidades da sua coroa. 

Não mantenha convivência com pessoas más, invejosas, maldizentes, etc. 

Isso é importante para o equilíbrio de sua aura e dos seus próprios pensamentos. 

1- Faça todo o bem que puder, sem visar recompensa ou agradecimentos; 

2- Tenha ânimo forte, através de qualquer prova ou sofrimento, confie e espere; 

3- Faça recolhimentos diários, a fim de meditar sobre suas ações; 

4- Não conte seus “segredos” a ninguém, pois sua consciência é o templo onde deverá levá-los à análise; 

5- Não tema a ninguém, pois o medo é uma prova de que está em débito com sua consciência; 

6- Lembre-se de que todos nós erramos, pois o erro é humano e fator ligado à dor, ao sofrimento e conseqüentemente, às lições com suas experiências. Sem dor, lições, experiência, não há carma, não há humanização nem polimento íntimo, o importante é que não erre mais, ou melhor, que não caia nos mesmos erros. Passe uma esponja no passado, erga a cabeça e procure a senda da reabilitação: para isso, “mate” a sua vaidade e não se importe, de maneira alguma, com o que os outros disserem ou pensarem a seu respeito. Faça tudo para ser tolerante, compreensivo, humilde, pois assim só poderão dizer boas coisas de você. 

Zele por sua saúde física com uma alimentação racional e equilibrada 

1- Não abuse de carnes vermelhas, fumo, álcool ou quaisquer excitantes; 

2- No dia da sessão, não coma carne, álcool ou qualquer excitante. 

3- De véspera e após a sessão, evite manter contato sexual; O ato sexual promove grande escape de energia através do chakra genésico e conseqüentemente uma grande baixa energética na aura. Vale lembrar também que a troca de fluidos corporais também traz em si uma imensa carga energética que pode não ser benéfica. 

4- Todo mês deve escolher um dia para ficar em contato com a natureza, especialmente uma mata, uma cachoeira, um jardim silencioso, etc. Ali deve ficar lendo ou meditando, pois assim ficará a sós com sua própria consciência, fazendo revisão de tudo que lhe pareça ter sido positivo ou não, em sua vida material, sentimental e espiritual. 

Nino Denani - www.artefolk.com.br 

Bibliográfia: centroafricanoreinodeoxumpandá.com.br

MEDIUNIDADE DE PSICOMETRIA - PARTE 8

ENIGMAS DA PSICOMETRIA 
ERNESTO BOZZANO 


XIV Caso - Eis aqui outro exemplo duplo da psicometria de ambiente. 

Difere do precedente pela circunstância de as percepções não advirem de um ambiente fechado, qual uma alcova, mas aberto, qual um campo, e, de resto, concernentes a acontecimentos velhos, de vinte e dois séculos. 

A narrativa é extraída de um livro de Viagens na Itália, do escritor inglês George Gissing, intitulado By the Ionian Sea (pág. 83-85). 

Quando se verificou o incidente, achava-se o autor enfermo, na cidade de Crotona, onde Pitágoras fundara a sua célebre escola. 

Possivelmente, na febre que o assaltava, estaria a causa predisponente à emersão temporária das suas faculdades supranormais. 

Eis o que diz Gissing: 

Tornei-me momentaneamente vidente e confesso: experimentei uma sensação de bem-estar real, qual antes não conhecera, de perfeita saúde. 

Achava-me perfeitamente acordado e calmo, quando tive uma série de visões maravilhosas. 

Em primeiro lugar vi um grande vaso ornamentado de esplêndidas figuras; depois, um mármore sepulcral com baixos-relevos de beleza clássica, perfeita. 

Sucederam-se, então, outras visões desdobradas e desenvolvidas em dimensão e complexidade; presenciei cenas da existência social dos antepassados, vi ruas cheias de gente, cortejos triunfais, procissões religiosas, salões festivos e campos de batalha. 

O que mais me admirava era o colorido maravilhoso dos ambientes. Impossível dar uma idéia do esplendor desbordante das cores, que tonalizavam cada cena! 

Como poderia eu descrever com exatidão os detalhes de cada imagem visualizada? 

Coisas que não podia conhecer e que a imaginação também pudera jamais criar, apresentaram com absoluta expressão de viva realidade. 

Surpreendia-me, muitas vezes, a contemplação de certos costumes pitorescos dos quais eu nada lera, motivos arquitetônicos inteiramente novos para mim, traços característicos diversos e insignificantes dessa tão remota civilização, que eu não pudera ter apreendido nos livros. 

Lembro-me de uma sucessão de rostos admiravelmente belos; lembro-me, também, do sentimento de pesar que me assaltava quando alguma daquelas personagens se esvaecia a meus olhos. 

Para dar uma idéia das representações complexas que desfilaram a meus olhos, vou descrever uma visão histórica que, mais que todas, se me gravou na mente. 

Quando Aníbal, após a segunda guerra púnica, se transportou com seu exército para o Sul da Itália, fez de Crotona seu quartel-general. 

E quando, obediente às ordens de Cartago, abandonou a Itália, foi em Crotona que embarcou o seu exército. 

Aníbal tinha consigo um contingente de mercenários italianos e, no intuito de os impedir se alistassem nas fileiras inimigas, ordenou-lhes que o acompanhassem à África. 

E como eles se recusassem a obedecer-lhe, o general cartaginês os concentrou na praia, onde foram todos massacrados. 

Ora, eu vi a costa de Crotona e o promontório com o respectivo templo, não tais como se apresentam na atualidade, mas como deveriam ser há dois mil anos. 

O drama daquela carnificina se desenrolou a meus olhos nas suas mínimas particularidades. 

E tudo aquilo resplandecia a luz de um Sol maravilhoso, sob a cúpula de um céu transparente e de tal modo fascinante, que, só de os evocar, ainda me sinto deslumbrado de tanta luz e tanta cor. 

A alegria extática de semelhantes visões valia bem os dez dias de febre que elas me custaram, e, apesar do intenso desejo de as renovar, nunca mais pude obter algo de semelhante. 

O respiradouro pelo qual elas se haviam insinuado ficara fechado para sempre. 

Mas, seja como for, eu acreditarei, eu sentirei sempre que, durante uma hora, foi-me possível contemplar aspectos da vida social de tempos remotos, tão de minha predileção. 

Se me objetam que essas visões não correspondiam a qualquer coisa de real, eu responderia pedindo me explicassem por qual milagre cheguei a reconstituir, com a mais minuciosa perfeição, um mundo que apenas conhecia pelas suas ruínas atuais. 

Como se pode deduzir do seu relato, o autor está intimamente convencido de que as maravilhas visualizadas algo continham de verídico. 

A mim me parece que se não pode deixar de dar-lhe razão, considerando o que ele assevera, em relação aos detalhes históricos e motivos arquitetônicos pela primeira vez revelados no curso das suas visões, circunstância dificilmente conciliável com a hipótese alucinatória, máxime, se aproximarmos essas visões de outras análogas, que podiam ser e foram, de fato, verificadas. 

Timbrando a hipótese alucinatória, observarei que, se antes das investigações metapsíquicas, fora lícito aplicá-la a todo e qualquer fato inconciliável com a realidade conhecida, hoje isso não se justifica, diante da classificação de tantos fantasmas telepáticos, assombradores, premonitórios, incontestavelmente verídicos, bem como de tantas visões do passado, do presente e do futuro, rigorosamente autenticadas. Assim, pois, não é razoável a recusa absoluta de experiências que, como a precedente, conquanto não possam ser verificadas, contêm elementos que não conseguimos explicar por outras hipóteses. 

Em acolhendo a opinião de Gissing admitindo que as suas visões constituem, como tudo parece indicar, uma reprodução autenticamente psicométrica dos acontecimentos a que se reportam, não restaria então, para explicar os fatos, senão recorrer a uma hipótese já precedentemente enunciada, ou seja, aquela pela qual supomos que os sistemas de vibrações correspondentes à atividade dos seres vivos e da matéria inanimada são registradas em um meio etéreo. 

No livro da Senhora Elsa Barker, intitulado Letters from a Living Dead Man, a personalidade mediúnica que se comunica assim se exprime a respeito da antiga civilização grega: 

O éter que domina esta quase ilha gloriosa tem nele gravados, em séries ininterruptas, os fastos do seu passado: audácias de pensamento e audácias de execução. E os feitos antigos são de tal arte radiantes, que fulguram através da camada de impressões que se lhes sobrepuseram. 

Esta afirmativa de origem mediúnica identifica-se com a hipótese por nós proposta, isto é, que o éter espacial é o meio receptor e conservador das vibrações correspondentes à atividade do Universo. 

Dada a existência de uma categoria de fenômenos psicométricos com percepções provindas do ambiente, é força reconhecer que nenhuma hipótese se pudera imaginar mais convinhável do que esta, para lhes explicar a origem. 



XV Caso - Relatarei agora alguns casos de psicometria premonitória assaz freqüentes nesta ordem de fenômenos, limitando-me, todavia, a citar três exemplos, que não suscitam problemas especiais do ponto de vista psicométrico, mas provocam outros, e formidáveis, no tocante à sua gênese e ao problema filosófico do livre-arbítrio. 

Respigo o primeiro exemplo do Boletim da Sociedade de Estudos Psíquicos de Nancy (novembro de 1904), que inseriu o resultado de uma série de experiências feitas com o sensitivo Phaneg, pseudônimo de um escritor francês, autor de conceituada obra sobre Psicometria e um dos principais sensitivos que o Sr. Edmond Duchatel utilizou na sua sindicância. 

A Senhora X nos conta o seguinte, de sua experiência pessoal 

Entreguei a Phaneg uma jóia que constantemente trazia comigo, de há muitos anos. 

Logo que a teve em mãos, começou ele a descrever o castelo da Duquesa de Uzès, em Dampierre. Depois, acrescentou: percebo uma senhora morena, acamada numa alcova amarela. 

A seu lado está um médico que parece inquietar-se muito com o estado da enferma... 

Esteve a senhora doente, ultimamente? 

A minha resposta negativa, Phaneg acabou por dizer: Neste caso, a enfermidade que eu vi deve ainda reaparecer. Ora, quinze dias depois, a predição se realizou! Enfermei gravemente, a ponto de inspirar sérios cuidados ao meu médico assistente. 

O redator do Boletim assim comenta o caso: 

O Senhor Phaneg viu o clichê da enfermidade sem poder assinalá-lo no passado, quanto no futuro da consciente:' 

Também poderíamos acrescentar que ele extraiu a informação no subconsciente da senhora, cujo organismo podia achar-se afetado dos sintomas precursores da moléstia que explodiria quinze dias depois. 



XVI Caso - Maior dificuldade de solução é o que nos apresenta o problema de precognição, neste caso respigado da obra do 5r, Edmond Duchatel, intitulada: - A Vida no Tempo e no Espaço (pág. 51). 

Aos 31 de julho de 1909 apresentamos à Sra. L. Faignez um objeto que pertencera a outra senhora, cuja presença sabíamos, no momento, em Londres. 

Eis um extrato dos dizeres da psicometra: 

Esta pessoa está no interior e na região das montanhas. Neste momento prepara-se para sair. Ri (superficialmente), mas no imo do coração não está satisfeita. 

Ouço uma dama que lhe quereria dizer Bichette (é assim que a chama sempre) e perguntar-lhe por que suspira de quando em quando. 

A senhora que assim fala não é muito alta, nem robusta. Francesa, de boa aparência, uns 40 anos de idade. 

Não foi sem desencanto que apontamos estes informes, inexatos no momento da experiência, ou seja, em 31 de julho. Contudo, eles se verificaram nos princípios de setembro, isto é, 35 dias depois. 

A minúcia das descrições, inclusive o apelido familiar, permitiu identificar o quadro então descrito como atual, quando concernia ao futuro. 

Neste caso, do ponto de vista psicométrico, dever-se-ia dizer que o objeto apresentado à sensitiva serviu para colocá-la em relação com a subconsciência da sua dona, e que, até aí, nada há que aberre dos processos normais da psicometria. 

Nada obstante, é dificílimo conceber que a Senhora Bichette pudesse encerrar os detalhes de um episódio insignificante, a realizar-se 35 dias mais tarde. 

Procurei responder a esse formidável problema na minha obra Os Fenômenos Premonitórios e como as dificuldades não interessam a psicometria, recomendo essa obra aos que desejam aprofundar o enigma. De preferência me deterei num outro detalhe, relativo a psicometria em suas modalidades de manifestação. 

Nos dois casos precedentes, temos podido notar que os sensitivos vêem como presentes os acontecimentos futuros. 

Por causa desta particularidade, que é quase de regra nos fenômenos de que nos ocupamos, abriram-se e continuam a sustentarem-se longas discussões filosóficas, para mostrar que esse fato constitui prova favorável do ETERNO PRESENTE. 

Ocioso não é, portanto, notar que a confusão de tempo, nos sensitivos, prende-se a uma causa menos transcendental, isto é, que nos fenômenos de clarividência, em geral, é sempre o EU integral subconsciente (ou espiritual) que percebe; e nestas condições, não podendo ele transmitir ao EU consciente (ou encarnado) as suas percepções, porque elas são de natureza espiritual, recorre à forma sensorial das imagens pictográficas, que, por sua mesma natureza, não podem sugerir aos sensitivos qualquer idéia de localização no tempo. 

O fato nada tem de comum com a inconcebível hipótese do ETERNO PRESENTE. 

Ao demais, importa considerar que às vezes o EU integral, subconsciente, consegue transmitir ao sensitivo uma vaga idéia das localizações no tempo, recorrendo ao sistema de apresentação das imagens pictográficas mais ou menos distantes da visão subjetiva do sensitivo, de modo que, quando as imagens se mostram mais ou menos distantes, significam que o fato deverá realizar-se em data mais ou menos afastada. 

Daí ressalta que o EU integral subconsciente possui a noção das localizações no tempo - o que daria um golpe sério na hipótese do PRESENTE ETERNO. 



XVII Caso - Este, condiz com um vaticínio de morte, ligado à recente guerra. 

É um episódio notável, sobretudo do ponto de vista dos complexos problemas que suscita. 

Respiguei-o de uma conferência do Senhor Duchatel, publicada nos Anais de Ciências Psíquicas (1916, pág. 17). Diz o conferencista: 

Aos 8 de agosto de 1913, mediante a simples apresentação de uma carta, que ela nem se deu ao trabalho de fitar, a Senhora Feignez, depois de me traçar exatamente à fisionomia moral e física do Sr. Raimundo Raynal, declarou que ele morreria de morte acidental, dentro de dois anos, caso viesse a deixar Paris, e ferido em pleno rosto por um pedaço de ferro, sobre ou perto de um veículo, que não era de estrada de ferro. 

Tudo isso é vago, certo, mas também não podemos exigir, da mais autentica psicometria, a precisão que, todavia, ela nos depara, máxime em se tratando dos relatos de um simples guarda-florestal. 

A 17 de novembro ela declarou, á vista de uma segunda carta, que já havia predito a morte do rapaz e que ele não escaparia desse perigo, a menos que o impedissem de sair de Paris. 

Atribuo ao sujet o aditivo de uma exortação piedosa, quais costumam fazer os psicometra para consolo dos consulentes. 

Meu Deus! - disse - ele poderá, talvez, escapar desse perigo... Depois... além do mais, eu não sou infalível. 

E ajuntou que a morte sobreviria, de qualquer modo, causada por um pedaço de ferro. 

No dia 24 de novembro o Sr. H. L., amigo do falecido, impressionado com o vaticínio, levou 8 vidente uma outra carta de Raynal. 

A sensitiva imediatamente reconheceu pelo tato a pessoa de quem se cogitava e de novo lhe esboçou o seu retrato perfeito. Malgrado as negativas tendenciosas do Sr. H. L., para induzi-la em erro, reproduziu-se à visão e a confirmação da morte dentro de um ano, e sempre do mesmo modo. 

Ao dizer-lhe o Sr. H. L. que Raynal não poderia afastar-se de Paris, ela lhe declarou que ele a isso seria constrangido por uma força maior e mais: - que a sua ausência seria de um mês, que a sua morte não seria logo conhecida, e sim dentro de um mês e meio, mais ou menos. 

Mobilizado em 4 de agosto, o Senhor Raynal foi morto em 5 de setembro. 

No dia 19 a Sra. H... levou á Senhora Feignez a última carta de Raynal, a fim de obter detalhes da sua morte e eis o que conseguiu: 

A Senhora Feignez declarou que ele não sofrera um instante, sequer, ao tombar fulminado por uma bala, na vista direita; que essa bala só a ele vitimara, não em combate, mas em comissão, quando procurava desempenhar as ordens recebidas, tendo junto de si dois ou três camaradas, apenas. 

Finalmente, que, poucos dias antes, havia recebido uma carta postal que lhe eu escrevera. 

E acrescentou mais: a senhora há de lhe encontrar o cadáver, a sepultura... Havia que procurá-la não no campo, mas à margem direita de um caminho e a distancia de alguns metros de um molho de palhas. 

Ora, o Senhor Raynal, ciclista de ligação entre o General-de-Brigada e o seu Coronel, tinha, conforme as informações posteriormente obtidas, junto de si a bicicleta (veículo que não é caminho de ferro) e assim se verifica, a despeito da nebulosidade de certas instruções, a exatidão dos fatos. 

Raynal foi ferido precisamente no momento de reunir-se ao seu Capitão, por uma bala que lhe penetrou o olho direito (eis o pedaço de ferro) e, varando-lhe o cérebro, passou de raspão pela espádua do Capitão. 

Ele não sofreu um instante sequer... Assim foi. Morte fulminante. E a Sra. H... acrescenta: tinha recebido uma carta postal entre 4 e 6 de setembro; por conseguinte, alguns dias antes, e eu encontrei o corpo em Barcy, ao norte de Meaux, aonde cheguei depois de ter atravessado água. 

O corpo estava envolvido em palha, a sepultura não apresentava qualquer indício aparente, mas, aos primeiros golpes de picareta, quase à flor do solo, surgiu a sua caderneta militar. 

Finalmente, o corpo lá estava num campo, junto de um monte de palha. 

O Senhor Duchatel nota, a propósito deste caso: 

Aí temos um ator tombado no campo da luta! 

É uma morte que honra o teatro a que ele pertencia e do qual era uma das melhores esperanças. 

Pois bem! Até parece que o seu papel fora de antemão escrito e que ele soube interpretá-lo depois de escrito. 

Notareis que, na intercorréncia desses dois anos, algo se passou de mais grave, de muito mais importante, do ponto de vista geral, do que essa morte de Raimundo Raynal... Sobreveio esse evento formidável de que ele foi uma das primeiras vitimas, sem que o respeito uma só palavra se articulasse. 

E aquele pedaço de ferro? Deus meu! Pois não é ele anunciado Como, por exemplo, se tratasse de um brinquedo de criança? 

A sensitiva diz - é um pedaço de ferro, e, no entanto, ela ignorava a guerra! 

E viu, contudo, que, dentro de dois anos, aquela criatura morreria, sem saber que tal sucederia num campo de batalha! Enfim, acabou facilitando o encontro do corpo! 

Diante disso, estaremos inibidos de perguntar - tomando por paradigma este exemplo de um ator teatral - se o nosso papel não estará ¡á escrito e para um cenário preparado por alguém que ignoramos, mas cujos vestígios se encontram em alguma parte e são eventualmente perceptíveis por sujets extraordinariamente delicados e sensíveis? 

Pergunto-vos, pura e simplesmente, se nós não seremos atores; se, quando julgamos improvisar não fazemos mais que repetir, e ocorre-me o que seria até certo ponto uma solução: isto é, que por mais reduzido que fosse o nosso livre-arbítrio, ele não deixaria de existir, tanto quanto existiu o do ator Raynal. 

Entre os atores, há os que interpretam mal o seu papel; há os que representam fielmente; há os que nele empenham todo o seu ardor, sua estrela, seu ideal, fazendo de um papel insignificante uma criação artística inimitável; e há os cabotinos que rebaixam ao nível de rasas mediocridades as obras-primas de grandes pensadores. 

A propósito da comparação esboçada por Duchatel, frisarei que ela encerra provavelmente uma grande verdade. 

Em meu livro Os Fenômenos Premonitórios, me tinha concebido no mesmo sentido à conciliação das teses filosóficas do LIVRE-ARBITRIO e da FATALIDADE, consideradas em relação com a clarividência do futuro. 

E a fórmula a que cheguei foi esta: - Nem livre-arbítrio nem determinismo absolutos durante a encarnação do Espírito, mas LIBERDADE CONDICIONADA. 

Quanto ao problema suscitado pela previsão da morte em combate, na ignorância da guerra, observarei que estas lacunas tão misteriosas constituem a regra de todas as manifestações de clarividência do futuro. 

O sensitivo prevê admiravelmente as vicissitudes que aguardam uma criatura, mas quase sempre ignora os acontecimentos de ordem geral, tais como guerras, revoluções, cataclismos. 

A explicação deve filiar-se à circunstância de, na quase totalidade dos casos, socorrerem-se os videntes do EU integral subconsciente da pessoa que os consulta, de modo a não poderem logicamente perceber, como de fato não percebem, senão os fatos intimamente ligados à existência pessoal da criatura, com exclusão dos de ordem geral, mesmo quando formem uma parte integrante do seu futuro, como elementos causais. 

Até aí o mistério se nos afigura suscetível de aclaramento. 

Entretanto, o fato mesmo de admitir que os sensitivos extraem do subconsciente do consulente as suas percepções, levam, necessariamente, a perguntar corno os dados reveladores de futuros acontecimentos podem existir na subconsciência do indivíduo. 

A essa objeção, já respondi na minha obra Os Fenômenos Premonitórios (págs. 119 e seguintes). 

Basta. relembrar aqui que a única hipótese capaz de explicar o mistério seria a da REENCARNAÇAO. 

Deveríamos dizer, então, que, se a existência terrena não representa mais que o elo de uma cadeia indefinida de vidas sucessivas e se o Espírito, no ato de reencarnar, fixa, a título de expiação, de prova e aperfeiçoamento espiritual os acontecimentos capitais da existência terrena (acontecimentos que se apagariam da memória fisiológica, ao franquear a vida, mas ficariam registrados no subconsciente para daí emergirem e se definirem graças a um processo análogo ao das sugestões pós-hipnóticas), fácil se torna compreender como pode o vidente, por vezes, descobri-los nos escaninhos da sua ou da subconsciência de outrem. 

E, do mesmo passo, acontecimentos de outro modo havidos por fruto de cega fatalidade nos apareceriam como resultantes de atos livremente desejados. 

Infelizmente, a explicação reencarnacionista não impede que o problema da fatalidade ressurja sob aspectos diferentes. 

Se o EU espiritual de Raynal tinha fixado por si mesmo a morte violenta do soldado em ação, é força concluir que a guerra mundial também estava inexoravelmente resolvida de antemão. 

E assim, eis-nos resvalando no problema formidável da existência de uma fatalidade transcendente, na orientação das coletividades. 

Neste particular, advirto que, à vista dos fenômenos incontestes de clarividência do futuro, é difícil recusar ulteriormente a existência de uma fatalidade regendo 0 Mundo, ao menos nas suas grandes linhas diretivas. 

Um tal postulado, sobre ser inevitável, apresentaria reconfortante aspecto filosófico, pois implicaria a existência de ENTIDADES ESPIRITUAIS, prepostas a governança da Humanidade, e, por conseqüência, à existência de DEUS e sobrevivência da alma: Si divinatio est, dü sunt. E esta. conclusão, ainda hoje, parece incontestável. 

Mas, ainda assim, restaria resolver um problema originado do precedente, qual o interessante à questão moral: - a existência de Entidades que permitissem ou preparassem o desencadeamento de espantosas e sangrentas hecatombes, qual a que acabamos de assistir a poucos anos. 

Esta grave proposição identifica-se com a da existência do MAL - uma tese posta de milênios por todas as filosofias, inutilmente, sem conseguirem elucidá-la. Limitar-me-ei a transcrever aqui uma frase do Doutor Geley, que diz : a existência do Mal é a medida da inferioridade dos mundos.