Não deixe que um pequeno problema se transforme em uma grande catástrofe!!!
A Religião dos Òrìsàs nos ensina a entender como devemos nos portar diante das grandes dificuldades da vida, mas ela, de forma muito sábia, nos ensina igualmente a refletir sobre os pequenos problemas que, caso não sejam resolvidos desde o início, poderão se transformar em problemas insolúveis. Essa é uma das razões para
do Terreiro de Òsùmàrè estar paulatinamente participando os diversos ensinamentos que o Candomblé nos oferece.
Hoje, vamos expor uma antiga história Nàgó, que discorre sobre como o pequeno pássaro Adagba, conseguiu vencer o grande Elefante Ajanakú.
Adagba era um pássaro que sempre desejou ser admirado e reconhecido por todos e um dia tramou uma estratégia para conseguir realizar o seu objetivo. Certa vez, quando todos os animais estavam reunidos, Adagba disse em alto e bom tom que ele, mesmo pequeno como era, conseguiria vencer o grande Ajanakú (Elefante) em uma batalha. O Elefante, por sua vez, gargalhou, pois jamais um pequeno pássaro conseguiria lhe vencer. Adagba disse que Ajanakú estava com medo e que estava fugindo da disputa. Ajanakú então disse que, já que Adagba era tão destemido ele o grande elefante iria lutar com ele. Essa história chegou ao rei, Dada Bayanni Ajakú, que disse que queria assistir essa luta, marcando a mesma para o dia seguinte.
Adagba pegou três pequenas cabaças e colocou em cada uma, um elemento. Na primeira colocou uma pasta de Osun (imitando o sangue), em outra colocou uma pasta com Efun (imitando pedaços da massa encefálica) e na última, uma pasta com Aro (preta como a gangrena). Ele pendurou cada uma das pequenas cabaças debaixo de suas asas e foi diante do palácio de Dada Bayanni. Quando lá chegou, Ajanakú já estava lhe esperando, rindo que seria muito triste ter que acabar com um pequeno pássaro. Dada Bayanni ordenou que a batalha fosse iniciada.
Adagba logo pousou sobre a cabeça do Elefante. Ajanakú tentava pegar Adagba com a sua tromba, mas ele era muito ágil e com muita destreza conseguia escapar dos golpes do grande Ajanakú.
Passado algum tempo assim, Adagba pegou a pasta de Osun e sorrateiramente derrubou na cabeça de Ajanakú. A media que o Elefante tentava golpear Adagba, ele espalhava a pasta na sua cabeça e tromba, fazendo com que todos começaram a gritar:
Ajanakú está sangrando!!!
“Ajanakú está sangrando!!!
“Ajanakú está sangrando!!!
O Elefante ficou muito irritado e começo a tentar golpear Adagba ainda mais forte, no entanto, sem sucesso, sendo que o pequeno pássaro era muito ágil. Adagba começou a gritar que já havia tirando sangue de Ajanakú e que também iria tirar restos do seu cérebro.
Feito isso, ele derramou a pasta de Efun e todos gritaram:
O cérebro de Ajanakú está saindo de sua cabeça!!!
O cérebro de Ajanakú está saindo de sua cabeça!!!
O cérebro de Ajanakú está saindo de sua cabeça!!!
Ajanakú ficou furioso dizendo que isso era impossível, pois ele não estava sentindo nada e cada vez mais irritado portava-se como um louco, tentando golpear Adagba sem sucesso. Por fim, o pequeno pássaro derramou a pasta de Aro, exclamando: “Pronto, esse Elefante está derrotado, vejam todos os fluídos saindo da cabeça do Elefante”. Com Dada Bayanni Ajakú não gostava de batalhas sangrentas, ordenou o fim da disputa, conclamando Adagba como o grande vencedor.
Furioso, Ajanakú começou a bater sua cabeça nas árvores até que não aguentasse mais e, por fim, morrendo...
Esse história Nàgó nos mostra que devemos tomar sempre muito cuidado, pois aquilo que parece um pequeno problema, pode se tornar insolúvel.
Que nosso Pai, Òsùmàrè Aràká continue olhando e abençoando todos!!!
Terreiro de Òsùmàrè.