segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

FALANDO SOBRE OS COMPLEXOS

Motumba meus queridos leitores, depois de alguns dias de meditação cheguei a conclusão de expor aqui no Blog um tema que não tem muito haver com nossa religiosidade, mais que é uma realidade dentro de cada um de nós.

Sei que nao vou colocar todos os tipos de complexos que existe, mais vou postar os primordiais.

Os Complexos

O senso comum utiliza-se bastante do termo “complexo” para se referir a complexo de inferioridade, de superioridade e outros mais que se referem de forma equivocada a este termo introduzido por Jung. Os complexos foram descobertos por ele durante seus experimentos com associações. Jung começou a perceber que algumas palavras indutoras provocavam reações perturbadoras que revelavam o contato com conteúdos emocionais ocultos e são estes conteúdos que Jung denominou “complexos”. Os complexos são agrupamentos de conteúdos psíquicos carregados de afetividade que estabelecem associações com outros elementos, formando unidades vivas que possuem existência autônoma e que atraem todos os fenômenos psíquicos que ocorram ao alcance de seu campo de ação.
 O complexo interfere na vida consciente, envolvendo-nos em situações contraditórias, provocando lapsos e gafes, perturbando a memória, arquitetando sonhos e sintomas neuróticos.

A causa mais freqüente da origem dos complexos são os conflitos, mas choques e traumas emocionais também são suficientes para sua formação. O bem-estar ou mal-estar da vida de cada pessoa depende dos complexos, que têm maior ou menor autonomia, dependendo da conexão maior ou menor com a totalidade da organização psíquica. Apesar do mal-estar que os complexos podem causar, a psicologia junguiana não os consideram como elementos patológicos, mas como sinal de conteúdos conflitivos que não foram assimilados. Os complexos podem ainda significar uma nova possibilidade de atuação, podem funcionar como um estímulo para que o indivíduo se esforce mais para sua própria realização. A patologia só aparece quando os complexos exigem uma quantidade muito grande de energia psíquica para si. Para que um complexo seja assimilado é necessário que o indivíduo compreenda os conflitos em termos intelectuais, mas que também exteriorize os afetos envolvidos, através de descargas emocionais que eram realizadas pelos antigos através de danças e cantos repetidos. Mesmo em bibliografias do próprio Jung, o conceito de complexo pode aparecer de forma diferenciada, porque, afinal, é mais uma complexidade da psique humana que está sendo estudada incessantemente.

Complexo de Édipo

Segundo Sigmund Freud, o Complexo de Édipo verifica-se quando a criança atinge o período sexual fálico na segunda infância e dá-se então conta da diferença de sexos, tendendo a fixar a sua atenção libidinosa nas pessoas do sexo oposto no ambiente familiar. É o desejo do filho pela mãe. O conceito foi descrito por Freud e recebeu a designação de complexo por Carl Jung, que desenvolveu semelhantemente o conceito de complexo de Electra.

Complexo de Electra
O complexo de Electra define-se como sendo uma atitude emocional que, segundo algumas doutrinas psicanalíticas, todas as meninas têm para com a sua mãe; trata-se de uma atitude que implica uma identificação tão completa com a mãe que a filha deseja, inconscientemente, eliminá-la e possuir o pai.
Sigmund Freud referia-se a ele como Complexo de Édipo Feminino, tendo Carl Gustav Jung dado o nome "Complexo de Electra", baseando-se no mito grego de Electra, filha de Agamemnon, a qual quis que o irmão se vingasse da morte do pai de ambos matando, por fim, sua mãe Clytemnestra. Freud rejeitava o uso de tal termo por este enfatizar a analogia da atitude entre os dois sexos.
O complexo de Electra é, muitas vezes, incluído no complexo de Édipo, já que os princípios que se aplicam a ambos são muito semelhantes.

Narcisismo

Narcisismo descreve a característica de personalidade de paixão por si mesmo.
A palavra é derivada da Mitologia Grega. Narciso era um jovem e belo rapaz que rejeitou a ninfa Eco, que desesperadamente o desejava. Como punição, foi amaldiçoado de forma a apaixonar-se incontrolavelmente por sua própria imagem refletida na água. Incapaz de levar a termos sua paixão, Narciso suicidou-se por afogamento.
Freud acreditava que algum nível de narcisismo constitui uma parte de todos desde o nascimento.
Andrew Morrison afirma que, em adultos, um nível razoável de narcisismo saudável permite que um indivíduo equilibre a percepção de suas necessidades em relação às de outrem.
Em psicologia e psiquiatria, o narcisismo muito excessivo é o que dificulta o individuo a ter uma vida satisfatória, é reconhecido como um estado patológico e recebe o nome de Transtorno de personalidade narcisista. Indivíduos com o transtorno julgam-se grandiosos e possuem necessidades de admiração e aprovação de outras pessoas em excesso.
Em psicanálise o narcisismo representa um modo particular de relação com a sexualidade, sendo um conceito crucial para a formação da teoria psicanalítica tal qual conhecemos hoje. Em 1914 Freud lançou o livro Sobre a Introdução do Conceito de Narcisismo, neste livro Freud subdivide o narcisismo em duas fases:
  • Narcisismo primário- é a fase auto-erótica, o primeiro modo de satisfação da libido, onde as pulsões buscam satisfação no próprio corpo. Nesse período ainda não existe uma unidade do ego, nem uma diferenciação real do mundo.
  • Narcisismo secundário - ocorre em dois momentos: o investimento objetal e o retorno desse investimento para o ego. Quando o bebê já consegue diferenciar seu próprio corpo do mundo externo ele identifica quais as suas necessidades e quem pode satisfazê-las, então concentra em um objeto suas pulsões parciais, geralmente na mãe.
O narcisismo não é apenas uma condição patológica, mas também um protetor do psiquísmo. Um narcisismo “que promove a constituição de uma imagem de si unificada, perfeita, cumprida e inteira”. (Houser, 2006, pág. 33). Ultrapassa o auto-erotismo para fornecer a integração de uma figura positiva e diferenciada do outro.
Exprimir uma certa forma de narcisismo não tem nada de grave num adolescente. Trata-se na maior parte das vezes de uma etapa no desenvolvimento da personalidade antes de enfrentar as responsabilidades da vida adulta. No entanto, se o comportamento narcisístico não desaparece, e pelo contrário se exaspera, é melhor recorrer a um psicólogo.
Os termos "narcisismo" e "narcisista" são freqüentemente utilizados como pejorativos, denotando vaidade ou egoísmo. Quando aplicado a um grupo social, o conceito tem relação com o conceito de elitismo.

Complexo de inferioridade

Um complexo de inferioridade, nos campos da psicologia e da psicanálise, é um sentimento de que se é inferior a outrem, de alguma forma. Tal sentimento pode emergir de uma inferioridade imaginada por parte da pessoa afligida. É freqüentemente inconsciente, e pensa-se que leva os indivíduos atingidos à supercompensação, o que resulta em realizações espetaculares, comportamento anti-social, ou ambos. Diferentemente de um sentimento normal de inferioridade, que pode atuar como um incentivo para o progresso pessoal, um complexo de inferioridade é um estágio avançado de desalento, freqüentemente resultando numa fuga das dificuldades.
Conceituação
Os trabalhos pioneiros neste campo foram realizados por Alfred Adler (1917), que usou o exemplo do complexo de Napoleão para ilustrar sua teoria. Alguns sociólogos propuseram que um complexo de inferioridade pode também existir num nível mais amplo, afetando culturas inteiras. Esta teoria controvertida, é conhecida como inferioridade cultural.
A psicologia adleriana clássica faz uma distinção entre os sentimentos de inferioridade primário e secundário. Diz-se que um sentimento de inferioridade primário está enraizado na experiência original de fraqueza, desamparo e dependência experimentadas por uma criança pequena. Ela pode ser intensificada por comparações com outros irmãos e adultos. Um sentimento de inferioridade secundário relaciona-se às experiências de um adulto em atingir um objetivo final inconsciente, fictício, de segurança e sucesso subjetivos para compensar-se por sentimentos de inferioridade. A distância percebida daquele objetivo levará a um sentimento "negativo" que pode então instigar o sentimento de inferioridade original; este composto de sentimentos de inferioridade pode ser experimentado como acabrunhante. O objetivo inventado para remediar o sentimento de inferioridade primário original, que realmente provoca o sentimento de inferioridade secundário é o "Ardil-22" deste dilema. Este círculo vicioso é comum em modos de vida neuróticos.
Causas
  1. Por nascimento – todo ser humano nasce com sentimentos de inferioridade porque quando de seu nascimento, é dependente do que para ele são super-humanos ao seu redor;
  2. Atitudes dos pais – 1-comentários negativos e avaliações de comportamento que enfatizem erros e lapsos determinam a atitudes de crianças até os seis anos de idade; 2-comparação que os pais fazem dos seus filhos com outras pessoas, geralmente, enfatizando que seus filhos são errados, enquanto que os outros são certos em determinada coisa;
  3. Defeitos físicos – tais como ser manco, características faciais desproporcionais, defeitos da fala e visão defeituosa causam reações emocionais e se conectam a experiências desagradáveis anteriores;
  4. Limitações mentais – provoca sentimentos de inferioridade quando comparações desfavoráveis são feitas com as realizações superiores de outrem, e quando performance satisfatória é esperada, mesmo quando as instruções não possam ser compreendidas;
  5. Preconceitos e desvantagens sociais – família, raça alegada, sexo, orientação sexual, status econômico e religião.
Manifestação
Este sentimento pode se manifestar das seguintes formas:
  1. Recuo – desistência de contatos sociais;
  2. Agressão – busca excessiva de atenção, crítica alheia, obediência excessivamente obsequiosa e preocupação.
Lidando com o complexo de inferioridade
Pode-se seguir a seguinte estratégia para lidar com o complexo de inferioridade:
  1. Consciência – trazer o complexo ao nível consciente;
  2.  Superar ou aceitar – superar a incapacidade ou aceitar as conseqüências.