segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

NOVIDADES NO BLOG BARA LONAN BORDADOS

Motumbá meua amigos e amigas leitores.

É com grande alegria que venho anunciar as novidades de hoje no nosso Blog:

1º NA PAGINA INICIO: HISTÓRIA E HIERARQUIA DO CANDOMBLÉ;

2º CONHECENDO UM POUCO SOBRE O ORIXÁ OXÓSSI;

3º LENDAS DE OXUM

4º CRIAÇÃO DA PAGINA ENTIDADES;

LENDAS DE OXUM

1ª LENDAS DE OXUM

Oxum, Iansã e Obá eram esposas de Xangô. Muitos dizem que Oxum enganou Obá e a induziu a cortar a orelha e colocá-la no amalá de Xangô, criando, com isso, uma grande desavença entre ambas. Mas, na verdade, Obá apenas cortou sua orelha para provar seu amor a Xangô. Muitos difundiram este mito porque Oxum é a orixá da beleza e da juventude, ao passo que Obá tem mais idade e protege as mulheres dignas, idosas e necessitadas, além de trabalhar com Nanã. Quem afirmar que há uma desavença entre Oxum e Obá e que esta é a menos amada por Xangô está totalmente enganado, porque Obá é aquela mulher que fica ao lado do marido e que mais recebe o amor dele. Quanto ao fato de algumas qualidades lutarem entre si, não é por causa da "desavença", que nem é verdadeira, e sim porque as qualidades fazem uma representação de conflitos e guerras do tempo em que tais qualidades estavam na Terra. Do mesmo jeito que, se houver uma qualidade de Iansã que, quando viveu na Terra, teve uma guerra com Ogum, quando ambos incorporarem, representarão uma luta entre si, para mostrar que possuiam certa desavença, e um pouco da história do mundo. Vale lembrar que estamos falando dos ORIXÁS Obá e Oxum, e não de suas qualidades (caminhos). Os orixás tiveram uma história aqui na Terra, e as qualidades, outra. Então, se Iansã tiver um conflito com Ogum, não podemos dizer que a Iansã (ORIXÁ) tem conflito com o Ogum (ORIXÁ), porque quem tem a desavença são suas qualidades, e não os orixás entre si.

2ª LENDA

Filha de Oxalá, Oxum sempre foi uma moça  muito curiosa, bisbilhoteira, interessada em aprender de tudo. Como sempre fora mimosa e manhosa, além de muito mimada, conseguia tudo do pai, o deus da brancura. Sempre que Oxalá queria saber de algo, consultava Ifá. O Senhor da adivinhação, para que ele visse o destino  a ser seguido. Ifá, por sua vez, sempre dizia à Oxalá:
- Pergunte a Exu, pois ele tem o poder de ver os búzios!
E este acontecimento se repetia a cada vez que Oxalá precisava saber de algo. Isto intrigou Oxum, que pediu ao pai para aprender a ver o destino. E Oxalá disse à filha:
- Oxum, tal poder pertence a Ifá, que proporcionou a Exu o conhecimento de ler e interpretar os búzios. Isto não pode lhe dar!
Curiosa Oxum procurou, então, uma saída. Sabia que o segredo dos búzios estava com Exu e procurou-o para lhe ensinasse.
- Ensina-me, Exu! Eu também quero saber como se vê o destino.
Ao que Exu respondeu:
Não, não! O segredo é meu, e me foi dado por Ifá. Isso eu não ensino!
Exu estava intransigente. Oxum sabia disso e sabia que não conseguiria não conseguiria nada com ele. Partiu, então, para a floresta, onde viviam as feiticeiras Yámi  Oxorongá. Cuidadosa, foi se aproximando pouco a pouco do âmago da floresta. Afinal, sua curiosidade e a decisão de desbancar Exu eram mais fortes que o medo que sentia.
Em dado momento deparou-se com as Yámi, empoleiradas nas árvores. Entre risos e gritos alucinantes, perguntaram À jovem Oxum:
- O que você quer aqui mocinha?
- Gostaria de aprender a magia! Disse Oxum, em tom amedrontado.
- E por que quer aprender a magia?
- Quero enganar Exu e descobrir o segredo dos búzios!
As Yámi, há muito querendo “pegar Exu pelo pé”, resolveram investir na jovem Oxum, ensinando-lhe todo o tipo de magia, mas advertiram que, sempre que Oxum usasse o feitiço, teria que fazer-lhes uma oferenda. Oxum concordou e partiu.
Em seu reino, Oxalá já se preocupava com a demora da filha que, ao chegar, foi diretamente ao encontro de Exu. Ao encontrar-se com este, Oxum insistiu:
- Ensina-me a ver os búzios, Exu?
- Não e não! Foi sua resposta.
Oxum, então, com a mão cheia de um pó brilhante, mandou que Exu olhasse e adivinhasse o que tinha escondido entre os dedos. Exu chegou perto e fixou o olhar. Oxum, num movimento rápido, abriu a mão e soprou o pó no rosto de Exu, deixando-o temporariamente cego.
- Ai! Ai! Não enxergo nada, onde estão meus búzios? Gritava Exu.
Oxum, fingindo preocupação e interesse em ajudar, perguntou a Exu:
- Eu os procuro, quantos búzios, formam o jogo?
- Ai! Ai! São 16 búzios. Procure-os para mim, procure-os!
- Tem certeza de que são 16, Exu? E por que seriam 16?
- Ora, ora, porque 16 são os Odus e cada um deles fala 16 vezes, num total de 256.
- Ah! Sei. Olha, Exu, achei um, ele é grande!
- É Okanran! Ai! Ai!  Não enxergo nada!
- Olha, achei outro, é menorzinho.
- É Eji-okô, me dê, me dê!
- Ih! Exu,. Achei um compridinho!
- E Etá-Ogundá, passa para cá....
E assim foi , até chegar ao ultimo Odu, Inteligente, oxum guardou o segredo do jogo e voltou ao seu reino. Atrás de si, deixou Exu com os olhos ardidos e desconfiados de que fora enganado.
- Hum! Acho que essa garota me passou para trás!
No reino de Oxalá, Oxum disse ao seu pai que procurara as Yámi, que com elas aprendera a arte da magia e que tomara  de Exu o segredo do Jogo de Búzios. Ifá, o Senhor da adivinhação, admirado pela coragem e inteligência de Oxum, resolveu dar-lhe, então, o poder do jogo e advertiu que ela iria regê-lo juntamente com Exu.
Oxalá quis saber ao certo o porquê de tudo aquilo e pediu explicações à filha. Meiga, Oxum respondeu ao pai:
- Fiz  tudo isso por amor ao Senhor, meu pai. Apenas por amor!
“Ora Yê Yê, amor.... Ora Yê Yê, Oxum...

CONHECENDO UM POUCO SOBRE O ORIXÁ OXÓSSI

CONHECENDO UM POUCO SOBRE O ORIXÁ OXÓSSI
Oxóssi é o Orixá da caça, do verde, das matas, é o Orixá da fartura, o grande caçador é ele quem traz para o homem as plantas curativas. De natureza telúrica vibra sobre tudo que nasce sobre a terra, exceto as plantas tóxicas e venenosas.
É um vencedor,  traz para o povo a sobrevivência, a fartura, a cura das doenças pela natureza, a saúde plena.
O povo da Bahia ligou Oxóssi a São Jorge, festejado em 23 de abril. No Rio de Janeiro, em São Paulo e no sul do País ele foi sincretizado com São Sebastião e seu dia é 20 de janeiro. Seu dia é a quinta feira, sua cor é o verde misturado ao branco. Podemos estabelecer uma associação entre Oxóssi e Mercúrio, o Deus romano do comércio, bem como seu correspondente grego Hermes. Todos eles representam mudanças, o movimento, tudo o que é novo e vibrante. Ligado as alterações mentais e físicas, Oxóssi é o constante movimento da natureza, que está sempre em evolução.
A liberdade e a independência são importantes para seus filhos que prezam muito sua autonomia e são infelizes quando tolhidos. Um aspecto negativo de sua personalidade é a sua indiscrição em relação as outros e a vida alheia.
Pela sua conotação mercuriana Oxóssi pode ser associado ao Arcano II do Tarô, os Enamorados. “A primeira relação que pode ser estabelecida refere-se a uma prova vencida, àquele que foi testado e conseguiu provar seu valor, encontrando dentro de si a força para enfrentar a dúvida: ”sou ou não capaz?”.
Inconstante muda muito de interesse e tem tendência a se deixar seduzir pela novidade. O conflito que o Arcano indica acima refere-se muito mais as decisões emocionais do que materiais. Seus filhos envolvem-se com suas emoções e transformam-se através delas. Tem o dom da comunicação, suas mudanças são discutidas, analisadas a nível consciente e realizam a cura de seu ego ambíguo. 

O Físico e o Temperamento

Seus filhos são alegres e joviais, muito falantes, nervosos e inseguros ,embora não transmitam essas emoções, pelo contrário sua companhia é agradável e estimulante. A simpatia que ele irradia faz com que sempre esteja rodeado por um grupo ativo e dinâmico. Místicos e intuitivos, são dotados de notável rapidez mental, gostam de ouvir conselhos e orientações, mas esquecem tudo na hora de agir, torna-se então precipitado e sem lógica por vezes indeciso, acompanhá-lo não é fácil.
Tem muitos amigos, mas não gosta de intimidade excessiva, é amável e acolhedor, mas reserva-se bastante. Deixa-se levar por elogios, o que lhe traz alguns dissabores, fala e escreve muito bem, exímio coordenador de atividades, distribui bem as tarefas de cada um, só que para ele nunca sobra nada para fazer embora pareça ser o mais ativo de todos. É inventivo e original em seus planos, é astuto e sagaz, mas também é impaciente com os lentos, com os calmos e reflexivos, deixando para trás aqueles que não acompanham seu ritmo ativo. Movimento e mudanças  são uma constante para ele, suas idéias mudam quando menos se espera,nada está estabelecido, tudo é passível de sofrer alterações. Aprecia discussões pelo prazer de vencer intelectualmente idéias opostas as suas, é afetuoso generoso e sensível, mas atitudes apaixonadas e ardentes não fazem parte deste arquétipo, ele se interessa mais pelos aspectos intelectuais em suas relações. A monotonia entedia o filho de Oxóssi, que precisa sempre ser estimulado, esses estímulos são trazidos pelas inovações e mudanças, assim ele consegue manter-se interessado e produzir. Como é um pensador independente tem dificuldade em aceitar opiniões diferentes das suas, trabalhar em equipe é desgastante se tiver que enfrentar conflitos constantes. 
Amor e Casamento

Muito sentimentais, os filhos de Oxóssi precisam do conforto do amor, mas quando se envolve e percebe que sua liberdade fica comprometida recua assustado, mas quando bem harmonizado intelectualmente, e sentindo-se livre mantém-se num relacionamento estável.  Provavelmente, quem inventou o casamento em casas separadas foi um filho de Oxóssi. Sua personalidade independente exige que ele tenha um canto só seu onde nada e ninguém o perturbe, ali ele se reequilibra e recupera seu delicado sistema nervoso, ele é como o mercúrio: ele desliza, é difícil mantê-lo estável, quando é comprimido foge e se divide, só pode ser controlado, nunca pressionado. É atraído pela beleza, pelo otimismo, pela inteligência e pelo bom humor. Aprecia que seu companheiro tenha interesses diversos dos seus, sente-se então enriquecido pelas experiências que lhe são relatadas, os desafios em conjunto o fascinam, já uma pessoa rígida com poucos objetivos pessoais o entedia. A vida familiar pode ser uma boa base para o filho de Oxóssi, desde que seja estimulado em suas idéias e tenha livre expressão o convívio com a família será revigorante para ele. Os assuntos secretos, o ocultismo e o esoterismo o atraem, um relacionamento cármico será possível para ele, pois está aberto a reconhecê-lo em todos os níveis, tirando dele o aprendizado necessário. A vida amorosa não tem para ele a mesma importância que para os filhos de outros Orixás. Com o tempo alguns podem até decidir se tornarem celibatários por convicção.

 Trabalho e Dinheiro

O filho de Oxóssi tem aptidões múltiplas, gosta do estímulo mental constante e procura sempre novidade no que faz, essas características norteiam sua vida profissional. Quando tem um projeto em andamento, sua atividade redobra e é capaz de gastar muita energia para desenvolvê-lo. O esgotamento que a dedicação intensa ao trabalho provoca é  capaz de afetar seu sistema nervoso sensível.
O filho deste Orixá precisa aprender que para construir uma carreira bem sucedida é preciso que ele seja prático no seu idealismo, essa realidade é, às vezes um pouco difícil de ser encarada por ele. O perfeccionismo, a minuciosidade e a imaginação que põe em seu trabalho faz com que seja o melhor em sua especialidade. Responsabilidades monótonas e burocráticas deprimem o seu espírito, ele está melhor situado em um trabalho onde puder traçar planejamentos e realizar mudanças. Toma decisões rapidamente e é bom para enfrentar crises, mas distraído com pequenos detalhes.
 Saúde

O sistema nervoso do filho de Oxóssi é muito sensível, é o primeiro a refletir o seu desequilíbrio físico. A insônia é um problema para esse filho, pois impede que repouse seu cérebro ativo como deveria, ele raramente consegue dormir o necessário.  Acidentes, ferimentos, contusões, pancadas que atingem seus ombros, braços, mãos e dedos são freqüentes, bem como danos às pernas e aos pés. Os pulmões, intestinos e o estômago são órgãos que costumam apresentar alguma fragilidade. Artrite e o reumatismo também podem afligir a saúde dos filhos de Oxóssi.

 O homem de Oxóssi

Pouco conservador possui múltiplos interesses não analisa qualquer assunto por um tempo maior, sua atuação seria, partindo do interesse que algo lhe provoca, observar, emitir um conceito próprio e ir adiante, atrás de novidade. Não consegue se deter tempo suficiente  para conhecer profundamente algum assunto,mais conhece um pouco de tudo. Gosta de companhia, faz parte do seu temperamento alegre. As crianças o adoram, dá bastante liberdade e as estimula a variar a suas atividades, embora seja falho no lado disciplinar. Não é ciumento e não quer ser alvo de ciúmes nem quer que sua liberdade seja tolhida por causa dele, alguns filhos de Oxóssi com problemas emocionais e profissionais passam por períodos de depressão, pode ser vitima de tramas traiçoeiras e pode ter atos e palavras mal interpretados.

 A mulher de Oxóssi

A filha de Oxóssi é uma intelectual, embora administre bem o seu lar passa pouco tempo dentro dele, prefere o ambiente profissional ou a vida em sociedade. O homem que se casa com essa mulher casa com muitas mulheres diferentes ao mesmo tempo, pode surpreender sempre é criativa divertida, curiosa por qualquer novidade, fiel e dedicada, variar é seu ponto forte a parte física de uma relação é a que menos interessa a mulher de Oxóssi ela se aproxima de alguém que a atraia mental e espiritualmente. Gosta de discutir é muito temperamental é petulante e fala para ferir quando está brigando. Como mãe é maravilhosa. Ensinará aos filhos a independência, será imaginativa e amorosa e organizará para eles muitas atividades estimulantes . A traição não está na natureza da filha de Oxóssi ela jámais sacrificaria lar e filhos por uma aventura.

HISTÓRIA DO CANDOMBLÉ E A SUA HIERARQUIA

História do Candomblé

O candomblé e uma religião que teve origem na cidade de Ifé, na África, e foi trazida para o Brasil pelos negros iorubas. Seus deuses são os Orixás, dos quais somente 16 são cultuados no nosso país: Essú, Ògun, Osossì, Osanyin, Obalúaye, Òsúmàré, Nàná Buruku, Sàngó, Oya, Oba, Ewa, Osun, Yemanjá, Logun Ede, Oságuian e Osàlufan.

O pai ou a mãe de santo é a autoridade máxima dentro do candomblé. Eles são escolhidos pelos próprios Orixás para que os cultuem na terra. Os orixás os induzem a isto, fazem com que as pessoas por eles escolhidas sejam naturalmente levadas à religião, até que assumam o cargo para o qual estão destinadas. Uma pessoa não pode optar se quer ou não ser um Pai ou Mãe de Santo se não acontecer durante sua vida fatos que a levem a isto. São pessoas que de alguma forma são iluminadas pelos Orixás para que cumpram seu destino.

Os Pais de Santo, normalmente, são donos de uma roça, ou seja, um lugar onde estão plantados todos os axés e no qual os Orixás são cultuados. Dentro da roça existe o barracão (assim denominado por causa dos negros que antigamente moravam em barracões), que é o lugar em que são feitos os grandes assentamentos (oferendas) para os deuses.

Hierarquicamente, existe, ainda, na roça um pai pequeno ou mãe pequena, que é o braço direito do Pai de Santo e é normalmente um filho ou filha da casa. Depois vem as Ekedes, são mulheres também escolhidas pelos Orixás para cuidar deles e ajudá-los. Embora seja considerada autoridade dentro da roça, não podem ser Yalorixás, visto que sua função já foi determinada e não há como mudar. A seguir vem os Ogans, que tocam o atabaques e ajudam o Babalorixá nos fundamentos da casa; a Ya Bace, que toma conta da cozinha, isto é, de todas as comidas dos Santos; a Ya Efun, dona do efun (pemba), e que está encarregada de pintas os Yaôs (iniciantes que estão recolhidos para fazerem o Orixá); e finalmente os filhos de Santos, que são as pessoas que “rasparam o Santo”, ou melhor, rasparam a cabeça para um Santo a pedido deste.

Às vezes o Santo, ou Orixá, incorpora em determinadas pessoas, mas não necessidade que haja esta “incorporação” para que uma pessoa raspe o Santo. Se a pessoa deve ou não raspar o Santo só pode ser sabido com certeza através do jogo de búzios do Pai ou Mãe de Santo que, diga-se de passagem, são os únicos que podem jogar búzios.

O candomblé é uma religião com uma vasta cultura e rica em preceitos. São pouquíssimas as pessoas que realmente a conhecem a fundo.È necessária muita dedicação e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo da religião. Seus preceitos são todos fundamentados e qualquer um pode se dedicar ao seu estudo e desfrutar seus benefícios. Existe muita energia positiva no candomblé, e o seu culto pode trazer muita paz e felicidade.

A antiga cidade de Ifé, ao sudoeste da atual Nigéria, deslumbrava desde o começo do século como capital religiosa e artística do território que cobria uma parte central da atual República do Daomé. É a fonte mística do poder e da legitimidade, o berço da consagração espiritual, e para onde voltaram os restos mortais e as insígnias de todos os reis iorubas.

A civilização de Ifé, ainda hoje, é pouco conhecida e apresenta uma criação artística variada do realismo, enquanto que a maioria da arte africana é abstrata. O material empregado na arte de Ifé espanta e abisma qualquer historiador, incluindo os próprios africanistas. Ao lado das esculturas em pedra e terracota(argila modelada e cozida ao fogo) tradicionais na África, estão as esculturas em bronze e artefatos em perola.

Uma das artes mais conhecidas é a de Lajuwa, que segundo o povo de Ifé permaneceu no palácio real, mostrando os vestígios em terracota, antes de ter sido redescoberta. Lajuwa foi o camareiro de Oni (soberano do reino de Ifé ou Aquele que Possui). A atribuição dessa terracota a Lajuwa não é estabelecida de maneira segura, entretanto a escultura foi preservada e conservou uma superfície lisa, ainda que o nariz tenha sido quebrado.

A maior parte das descobertas das obras foi feita nos BOSQUETES SAGRADOS: vastas extensões de terras situadas no coração da savana. Cada uma destas descobertas é consagrada a esta ou aquela divindade, entre elas: BOSQUETE SAGRADO DE OLOKUM: cobre uma superfície de 250 Há. Ao norte da saída da cidade de Ifé. É dedicado a OLOKUM, divindade do mar e da riqueza.

 BOSQUETE SAGRADO D’IWINRIN: encerra numeroso tesouro artístico, testemunhado, na maior parte, uma arte extremamente realista e refinada. Uma delas é de um personagem com 1,60 m de altura, sentado num banco redondo, esculpido em quartzo e provido com um braço curvado para dentro em forma de anel. Apóia o braço em um tamborete retângulo com quatro pés, sendo ladeado por dois outros de igual tamanho natural, um dos quais tem na mão a extremidade de uma vestimenta cortada.
Supõe-se que o artista tenha manuseado a argila crua em separação. Depois de concluído foi seca ao sol e cozida numa imensa fogueira ao ar livre, obtendo uma terracota de cor uniforme.

 BOSQUTE SAGRADO OSONGONGO: os arqueólogos descobriram uma variedade de esculturas de argila cozida e a maior parte de uma mesa micácea. Entre elas está a cabeça da própria OSONGOGON, porém menos refinada do que a de LAJUWA.
Ao lado desta escultura, há numerosas outras representando personagens com deformações físicas, uma delas com elefantíase nos testículos (doença ligada intimamente ao espírito dos negros e à impotência sexual), objeto de tratamento com rituais especiais. Nos funerais, a liturgia era feita por um sacerdote da antiga sociedade ORO, tida aos “ocidentalizados” como forma monstruosa.
O principal achado e o vaso do ritual destes funerais, decorado em relevo. Revela certos ritos e insígnias religiosas de Ifé. Vêem-se com os efeitos: Edans (bastões de bronze, utilizados pelos membros da Sociedade OGBONIS na cerimônia secreta), um bastão de ritual com uma espécie de espiral saliente em ambos os lados, um tambor, um objeto com dois crânios na base, um machado e dois personagens sem cabeças.

 BOSQUESTE SAGRADOS DE ORE: possue abundantes esculturas de homens e animais. O grupo principal é constituído de duas estátuas humanas, a maior é chamada IDENA, o porteiro.
IDENA usa um colar de perolas (contas), diferente dos demais usados em estátuas de terracota. Na cintura ostenta um laço e tem as mãos entrelaçadas. A cabeleira não é esculpida, mas representada por pregos de ferro fincados, como acontece na arte de Ifé. -BOSQUETE SAGRADO DE ORODI: encontra-se nele uma estátua de pedra com a cabeça e o corpo enfeitado com pregos, similares aos que ornam Idena. Tem na mão direita uma espada e na esquerda um abano. Está situada em Enshure, província do Ado Ekiti.

O grande Deus Olodumaré enviou Osalufã (orixá) para que criasse o mundo. A ele foi confiado um saco de areia, uma galinha com 5 dedos e um cmaleão. A areia deveria ser jogada no oceano e a galinha posta em cima para que ciscasse e fizesse aparecer a terra. Por ultimo, colocaria o camaleão para saber se estava firme.

Osalufã foi avisado para fazer uma oferenda ao Orixá Essú antes de sair para cumprir sua missão. Por ser um Orixá Funfun, Oxalufã se achava acima de todos e sendo assim, negligenciou a oferenda. Essú descontente , resolveu vingar-se de Osalufã, fazendo-o sentir muita sede. Não tendo alternativa Osalufã furou com seu Apaasoro o tronco de uma palmeira. Um líquido refrescante dela escorreu, era o vinho de palma. Ele saciou sua sede, embriagou-se e acabou dormindo.

Olodumaré, vendo que Osalufã, não cumpriu sua tarefa, enviou Odùdùwa para verificar o ocorrido. Ao retornar e avisar que Osalufã estava embriagado, Odùdùwa recebeu o direito de vir e criar o mundo. Após Odùdùwa cumprir sua tarefa, os outros deuses vêm se reunir a ele, descendo dos céus graças a uma corrente que ainda se podia ver, segundo a tradição, no BOSQUE DE OLOSE, até há alguns anos.

Apesar do erro cometido, uma nov chance foi dada a Osalufã: a honra de criar os homens. Entretanto, incorrigíveis, embriagou-se novamente e começou a fabricar anões, corcundas, albinos e toda espécie de monstros.

Odùdùwa interveio novamente, anulou os monstros gerados Osalufã e criou os homens bonitos, sãos e vigorosos, que foram insuflados com vida por Olodumaré.

Esta situação provocou uma guerra entre Odùdùwa e Osalufã. O ultimo foi derrotado e então Odùdùwa tornou-se o primeiro ONI (rei) de Ifé. Distribuiu seus filhos e os enviou para criar novos e vários reinos fora de Ifé.

Mais tarde os Orixás retornaram a Orum, deixando na terra seus conhecimentos e como deveriam ser cultuados seus toques, comidas e costumes, para que fossem cultuados pelos seus descendentes. Então o ser humano começou a fazer pedido aos Orixás e para que cada pedido fosse atendido eles ofereciam comida em troca.

Ao contrario do que se pensa, nem todos os pedidos são atendidos, embora os Orixás sempre aceitem as oferendas. Quando um orixá recebe um pedido, ele o leva a Olodumaré e este decide se o pedido vai ou não ser atendido. Este julgamento vai ser baseado no merecimento da pessoa que faz o pedido.

O povo continua fazendo oferendas aos Orixás até hoje, pois os Orixás procuram sempre fazer o melhor para as pessoas.

O círculo dos deuses é constituído segundo o número 16, número sagrado no candomblé. Ele se encontra em toda parte: no numero de búzios, no númerode chamas da lâmpada dos sacrifícios, na numeração dos membros físicos e psíquicos, quer dizer, das forças e das partes que possui o homem na organização hierárquica.

HIERARQUIA NO CANDOMBLÉ

Os Cargos dentro da casa de candomblé.
 
O candomblé é uma religião que muito teve que lutar pra chegar até os dias de hoje, um dos fatores que manteve a sua sobrevivência foi a hierarquia.

A hierarquia dentro de uma casa de candomblé sempre foi inquestionável e está .
Primeiro vamos ver os cargos que também designam uma hierarquia dentro de uma casa de Ketu:
  1. Yalorixá/Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo. É o posto mais elevado na tradição afro-brasileira.
  2. Yaegbe/baegbeé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia.
  3. Iyalaxé: Mãe do axé, a que distribui o axé.
  4. Iyakekere Babakekere: Mãe / Pai pequeno do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos iniciados.
  5. Ojubonã: É a mãe criadeira.
  6. Iyamoro: Responsável pelo Ipadê de Exú.
  7. Iyaefun / Babaefun: Responsável pela pintura branca das Iyawos.
  8. Iyadagan: Auxilia a Iyamoro.
  9. Iyabassê: Responsável no preparo dos alimentos sagrados.
  10. Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando.
  11. Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos e obrigações de "cantar folhas.
  12. Aiybá: Bate o ejé nas obrigações.
  13. Ològun: Cargo masculino. Despacha os Ebós das obrigações, preferencialmente os filhos de Ogun, depois Odé e Obaluwaiyê.
  14. Oloya: Cargo feminino. Despacha os Ebós das obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.
  15. Iyalabaké: Responsável pela alimentação do iniciado, enquanto o mesmo se encontrar recolhido.
  16. Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.
  17. Babalossayn: Responsável pela colheita das folhas. Kosí Ewé, Kosí Orixá.
  18. Pejigan: O responsável pelos axés da casa, do terreiro. Primeiro Ogan na hierarquia.
  19. Axogun: Responsável pelos sacrifícios. Trabalha em conjunto com Iyalorixá / Babalorixá, iniciados e Ogans. Não pode errar.
  20. Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados. Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axé chegar ao terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens.
  1. Iyalorixá ou Babalorixá: A palavra iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.
  2. Iyaquequerê (mulher): mãe pequena, segunda sacerdotisa.
  3. Babaquequerê (homem): pai pequeno, segundo sacerdote.
  4. Iyalaxé (mulher): cuida dos objetos ritual.
  5. Agibonã: mãe criadeira supervisiona e ajuda na iniciação
  6. Ebômi: Ou Egbomi são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).
  7. Iyabassê: (mulher): responsável pela preparação das comidas de santo
  8. Iaô: filho-de-santo (que já incorpora Orixás).
  9. Abiã ou abian: Novato. É considerada abiã toda pessoa que entra para a religião após ter passado pelo ritual de lavagem de contas e o bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do Orixá pedir a iniciação.
  10. Axogun: responsável pelo sacrifício dos animais. (não entram em transe).
  11. Alagbê: Responsável pelos atabaques e pelos toques. (não entram em transe).
  12. Ogâ ou Ogan: Tocadores de atabaques (não entram em transe).
  13. Ajoiê ou ekedi: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo", "ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil.
Lembro aqui que o primeiro povo a chegar no Brasil, foram os Banto (ou Bantu), o segundo; Os Nagô, trazendo a Nação Ketu e por último os Ewê-Fon que aqui passaram a ser denominados como Djeje, hoje uma grande Nação.
 
A hierarquia do candomblé Jeje:
  1. Doté é o pai-de-santo, cargo ilustre do filho de Sogbô
  2. Doné é a mãe-de-santo, cargo feminino na casa Jeje, similar à Yalorixá
Os vodunses da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Kaviuno, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné

No Jeje-Mina
  1. Toivoduno
  2. Noche
No Kwe Ceja Undé
  • Gaiacú, cargo exclusivamente feminino
  • Ekede
Os cargos de Ogan na nação Jeje são assim classificados: Pejigan que é o primeiro Ogan da casa Jeje. A palavra Pejigan quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = "altar sagrado" e Gan = "senhor". O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Rumpi e Lé são Jeje. No Ketu, os atabaques são chamados de Ilú. Há também outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé, etc.
A hierarquia do candomblé Bantu :
 Este povo chegou ao período colonial cuja economia era a cana de açúcar

Títulos Hierárquicos Bantu, Angola, Congo
  • Tata Nkisi - Zelador.
  • Mametu Nkisi - Zeladora.
  • Tata Ndenge - pai pequeno.
  • Mametu Ndenge - Mãe pequena (há quem chame de Kota Tororó, mas não há nenhuma comprovação em dicionário, origem desconhecida).
  • Tata Nganga Lumbido - Ogã, guardião das chaves da casa.
  • Kambondos - Ogãs.
  • Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba - Ogã responsável pelas folhas.
  • Tata Kivanda - Ogã responsável pelas matanças, pelos sacrifícios animais (mesmo que axogun).
  • Tata Muloji - Ogã preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças.
  • Tata Mavambu - Ogã ou filho de santo que cuida da casa de exu (de preferência homem, pois mulher não deve cuidar porque mulher menstrua e só deve mexer depois da menopausa, quando não menstrua mais, portanto, pelo certo as zeladoras devem ter um homem para cuidar desta parte, mas que seja pessoa de alta confiança).
  • Mametu Mukamba - Cozinheira da casa, que por sua vez, deve de preferência ser uma senhora de idade e que não menstrue mais.
  • Mametu Ndemburo - Mãe criadeira da casa (Ndemburo = runko).
  • Kota ou Maganga - Em outras nações EKEJI (todos os mais velhos que já passaram dos sete anos, mesmo sem dar obrigação, ou que estão presentes na casa, também são chamados de Kota).
  • Tata Nganga Muzambù – babalawo - pessoa preparada para jogar búzios.
  • Kutala - Herdeiro da casa.
  • Mona Nkisi - Filho de santo.
  • Mona Muhatu Wá Nkisi - Filha de santo (mulher).
  • Mona Diala Wá Nkisi - Filho de santo (homem).
  • Tata Numbi - Não rodante que trata de babá Egun (Ojé).
 
Sacerdotes na África
BANTU (ANGOLA-KONGO).
  • Kubama.................. adivinhador de 1a categoria.
  • Tabi.................... adivinhador de 2a categoria.
  • Nganga-a-ngombo......... adivinhador de 3a categoria.
  • Kimbanda................ feiticeiro ou curandeiro.
  • Nganga-a-mukixi......... sacerdote no culto de possessão (Angola).
  • Niganga-a-nikisi........ sacerdote do culto de possessão (Kongo).
  • Mukúa-umbanda........... sacerdote do culto de possessão (Angola-Kongo).
  Divisão Sacerdotais no Brasil:
(ANGOLA-KONGO)
  • Mametu ria mukixi...... sacerdotisa no Angola.
  • Tateto ria mukixi...... sacerdote no Angola.
  • Nengua-a-nkisi.......... sacerdotisa no Kongo.
  • Nganga-a-nikisi......... sacerdote no Kongo.
  • Mametu ndenge.......... mãe pequena no Angola.
  • Tateto ndenge.......... Pai pequeno no Angola.
  • Nengua ndumba........... mãe pequena no Kongo.
  • Nganga ndumba........... pai pequeno no Kongo.
  • Kambundo ou Kambondo.... todos os homens confirmados.
  • Kimbanda................ Feiticeiro, curandeiro.
  • Kisasba................. pai das sagradas folhas.
  • Tata utala.............. pai do altar.
  • Kivonda................. Sacrificador de animais (Kongo).
  • Kambondo poko........... sacrificador de animais (Angola).
  • Kuxika ia ngombe........ Tocador (congo).
  • Muxiki.................. tocador( Angola).
  • Njimbidi................ cantador.
  • Kambondo mabaia......... responsável pelo barracão.
  • Kota.................... todas as mulheres confirmadas.
  • Kota mbakisi............ responsável pelas divindades.
  • Hongolo matona.......... especialista nas pinturas corporais.
  • Kota ambelai............ toma conta e atende aos iniciados.
  • Kota kididii............ toma conta de tudo mantém a paz.
  • Kota rifula............. responsável em preparar as comidas sagradas.
  • Mosoioio................ as (os) mais antigas.
  • Kota maganza............ titulo título alcançado após a obrigação de 21 anos.
  • Maganza................. título dado aos iniciados.
  • Uandumba................ designa a pessoa durante a fase iniciatória
Ndumbe.................. designa a pessoa não iniciada