quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

NOSSOS TRABALHOS EM ARTESANATOS E PONTO CRUZ

Motumbá meus amigos e minhas amigas do blog Bara Lonan. Hoje venho novamente divulgar os nossos trabalhos de artesanatos e bordados em ponto cruz.

Espero que gostem e façam seu enxoval e suas lembrancinhas conosco.

Fernando t'Oxaguian.





O candomblé X Dias Atuais




Antes a pessoa ao se adentrar a uma casa de asé, era humilde, respeitava a hierarquia, todos os preceitos, muitos durante um certo periodo iam viver na roça de santo, ate o fim do seu preceito. 

Ao tomarem seu Adeka (Obrigação de 7 anos) nem todos recebiam o direito de abrir casa, nem tomavam posto ou cargo era uma questão de determinação e escolha do Òrisá.

Até porque para se iniciar alguém era por questão de missão (cobrança de Òrisá) ou por questão de Saúde, nunca por vaidade ou luxo.

Nos dias Atuais 

É comum ver pessoas pagando, para se iniciar já com cargo. Tomando um ano e recebendo do seu Zelador a permissão pra jogo, e ate abrir casa.

Pessoas sem sua Obrigação de 7 anos, se intitulando Babalorisá e Yalorisá. Zeladores de renome, sendo coniventes com isso, por questão de $$.

É uma coisa muito grave, algumas pessoas usando o fato da religião, não segregar intolerância ou descriminação, muitos se aproveitam para assumir sua opção sexual, se valendo de associar isso a sua espiritualidade o que é um erro.

Ao longo dos tempos a essência do verdadeiro Candomblé, vem se perdendo, sendo esquecido, e está se criando verdadeiras abominações, invenções . . .

https://www.facebook.com/emerson.silva.1004

A ORIGEM DO CANDOMBLÉ



È uma religião originária da África, trazida ao Brasil pelos negros escravizados na época da colonização brasileira. A presença das religiões africanas é uma conseqüência imprevista do tráfico, dos escravos, que determinou a afluência de cativos Gegês e Nagôs (Daomeanos e Yorubás), trazidos, da Costa dita dos Escravos e desembarcados, principalmente, na Bahia e em Pernambuco.
A extraordinária resistência oposta pelas religiões africanas às formas de alienação e de extermínio haveria de surpreender.
A religião foi tolerada porque os senhores julgavam as danças e os batuques
simples divertimentos de negros nostálgicos, úteis para que eles guardassem a lembrança de suas origens diversas e de seus sentimentos de aversão recíproca.
O Candomblé se difundiu no Brasil no século passado, com a migração de africanos como escravos para os senhores de terra. A população escrava no Brasil consistia quase totalmente de negros de Angola. No momento da chegada dos nagôs, um século e meio de escravidão havia passado, distribalizando o negro e apagando seus costumes, crenças e sua língua nacional.
Mas o elemento africano, resistiu e criou uma forma de cultuar seus deuses através do sincretismo com os santos católicos.
Mesmo levando em conta a pressão social e religiosa, era relativamente fácil para os escravos, na sonolência geral, reinstalar na Bahia as crenças e práticas religiosas que trouxera da África, pois, a igreja católica estava cansada do esforço despendido na criação de irmandades de negros como tentativa de anular toda sua cultura, mas todos os meses novas levas de escravos, adeptos ao culto
aos Orixás, desembarcavam na Bahia.
Por volta de 1830 três negras conseguiram fundar o primeiro templo de sua religião na Bahia, conhecida como Ylê Yá Nassó, casa da mãe Nassó. (Nassó seria o título de princesa de uma cidade natal da costa da África). Esta seria a primeira a resistir às opressões católicas, desta casa se originam
mais três que sobrevivem até hoje e que fazem parte do grande Candomblé da Bahia, sendo elas:
O Engenho velho ou Casa Branca, Gantóis, cuja ilustre dirigente foi mãe menininha do gantóis (falecida em 1986) e do Alaketu.
Os Candomblés se diversificaram desde 1830, a medida que a religião dos nagôs se firmava, primeiro entre os escravos e for fim, no seio do povo. Hoje há quatro tipos de Candomblé ou Candomblé de quatro nações: Kêtu (povo nagô), Jêje (povo nagô, mas obedientes a uma outra cultura), Angolacongo (povo bantu, este culto é mais abrasileirado) e de caboclo (cultuam mais os caboclos, mistura-se com a Umbanda).
O Candomblé baseia-se no culto aos Orixás, deuses oriundas das quatro forças da natureza: Terra, Fogo, Água e Ar. Os Orixás são, portanto, forças energéticas, desprovidas de um corpo material. Sua manifestação básica para os seres humanos se dá por meio da incorporação. O ser escolhido pelo orixá, um dos seus descendentes, é chamado de elegum, aquele que tem o privilégio de ser montado
por ele. Torna-se o veículo que permite ao orixá voltar à Terra para saudar e receber as provas de respeito de seus descendentes que o evocaram. Cada orixá tem as suas cores, que vibram em seu elemento visto que são energias da natureza, seus animais, suas comidas, seus toques (cânticos), suas saudações, suas insígnias, as suas preferências e suas antipatias, e aí daquele que devendo obediência
os irrita.
A síntese de todo o processo seria a busca de um equilíbrio energético entre os seres materiais habitantes da Terra e a energia dos seres que habitam o orum, o suprareal (que tanto poderia localizar-se no céu - como na tradição cristã - como no interior da Terra, ou ainda numa dimensão estranha a essas duas, de acordo com diferentes visões apresentadas por nações e tribos diferentes).
Cada ser humano teria um orixá protetor, ao entrar em contato com ele por intermédio dos rituais, estaria cumprindo uma série de obrigações. Em troca, obteria um maior poder sobre suas próprias reservas energéticas, dessa forma teria mais equilíbrio.
Cada pessoa tem dois Orixás. Um deles mantém o status de principal, é chamado de orixá de cabeça, que faz seu filho revelar suas próprias características de maneira marcada. O segundo orixá, ou ajuntó, apesar de distinção hierárquica, tem uma revelação de poder muito forte e marca seu filho, mas de maneira mais sutil. Um seria a personalidade mais visível exteriormente, assim como o corpo de cada pessoa, enquanto o outro seria a face oculta de sua personalidade, menos visível aos que conhecem a pessoa superficialmente, e às potencialidades físicas menos aparentes.
Como qualquer outra religião do mundo, o Candomblé possui cerimoniais específicos para seus adeptos porém, esses ritos mostram singularidades especialíssimas, como a leitura de búzios (um primeiro e ocular contato com os Orixás), a preparação e entrega de alimentos para cada uma das entidades ou as complexas e prolongadas iniciações dos filhos-de-santo. Através da observância desses
procedimentos é que o Candomblé religa os humanos aos seres astrais, proporcionando àqueles o equilíbrio desejado na existência.

TEXTO ESCRITO POR: https://www.facebook.com/emerson.silva.1004

QUALIDADES - AINDA UM TABU?

No Brasil, existe, sem dúvida, uma questão muito polêmica sobre as multiplicidades dos Orixás, chamada por todos de qualidade de Orixá.

Para melhor entendimento, será postado a cada dia explicações sobre o tema e também as qualidades mais conhecidas de cada Orixá, de acordo com o seu dia. 

A começar que na África não há qualidade de Orisá; ou seja, em cada região cultua-se um determinado Orisá que é considerado ancestral dessa região. É de se saber que Esu é cultuado em todo território africano, da forma que Osun da cidade de Osogbo é chamada de Osun Osogbo, da região de Iponda é a Osun Iponda, Ogun da região de Ire é Ogún Ire (Onire: chefe de Ire), do estado de Ondo é Ogún Ondo, etc.

Na época do tráfico de escravos vieram para o Brasil diversas etnias: Ijesas, Oyos, Ibos, Ketus, etc., e cada qual trouxe seus costumes juntos com seus Orisás digamos particulares, e após a mistura dessas tribos e troca de informações entre eles cada sacerdote, ou quem entendia de um determinado Orisá, ensinou e aprendeu fundamentos sobre o que não sabia e a partir daí surgem todos esses aspectos e essa quantidade de Orisá presente aqui no Brasil, sendo que o Orisá é o mesmo, porém com origens diferenciadas.

É claro que por ter origens diferenciadas seus cultos possuem particularidades religiosas e até mesmo culturais, como por exemplo Oyá Petu que tem seus fundamentos assim como Oyá Tope terá o seu. Isso nada mais é que uma passagem do mesmo Orisá por diversos lugares e cada povo passou a cultuá-lo de acordo com seus próprios costumes. Um exemplo mais nítido é que aqui fazemos muitos pratos para Osun com feijão fradinho, entretanto num determinado país não há esse feijão e portanto foi substituído por um grão semelhante e assim puderam continuar com o culto a Osun sem a preocupação de importar o feijão fradinho.

Outro exemplo é Osun Kare, sendo que "kare" é uma louvação à Osun, quando se diz: "Kare ò Osun"! A palavra "kare" também é uma espécie de bairro na África, logo Osun cultuada em kare é a Osun kare, e por aí vai surgindo desordenadamente essa quantidade de Orisá aqui no Brasil. 

Imagine um rio que atravessa todo território Nigeriano e, em suas margens, diversas etnias que, num determinado local, algumas pessoas diriam que ali é a morada de Osun Ijimu (cidade de Ijumu na região dos Ijesa), mais para frente em Iponda diria aqui é a morada de Osun Iponda, mais para frente, em Ede esse rio terá o culto de Ologun Ede, o chefe de guerra de Ede segundo sua mitologia, ou seja, serão diversos Orisás cultuados num mesmo rio por diversas etnias, porém com pequenas particularidades. 

Isso acontece com todos os Orisás e suas mitologias fazem alusão a essas passagens e constantes peregrinações de seus sacerdotes que, por viagens comercias ou por guerras intertribais, sempre espalharam seus Orisás em outras regiões. Se uma tribo fosse invadida por outra e acabasse sendo dominada, a tribo vencedora levava seus Orisás e obrigava aquela população derrotada a cultuar os "novos" Orisás.

Há portanto uma caracterização variada das principais divindades, de acordo com seus feitos ou locais de culto, ou seja, uma mesma divindade com vários sobrenomes, para que suas origens sejam identificadas e saibamos de onde é nossa ancestralidade. 

O motivo de sabermos a qualidade de nosso Orisá nada mais é para sabermos nossa ancestralidade, nossas origens, de quem descendemos e mantermos a forma como nossos antepassados cultuavam aquela determinada "qualidade" de Orisá. É isso que multiplica os Orisás aqui no Brasil.

TEXTO TIRADO DE: https://www.facebook.com/CandombleSim