terça-feira, 31 de janeiro de 2012

ORIXÁ OBÁ

OBÁ

Orixá do rio Níger, terceira mulher de Xangô. Orixá, embora feminina, temida, forte, energética, considerada mais forte que muitos Orixás masculinos. OBÁ Divindade feminina, guerreira que às vezes é também citada como caçadora. Irmã de Oyá (Iansã). Esposa de Ogum e, posteriormente, terceira e mais velha mulher de Xangô.

Bastante conhecida pelo fato de ter seguido um conselho de Oxum e decepado a própria orelha para preparar um ensopado para o marido na esperança de que isto iria fazê-lo mais apaixonado por ela. Quando manifestada, esconde o defeito com a mão. Seus símbolos são uma espada (idà) e um arco e flecha (ofá). Sua saudação é OBA XÍ ou ÖBA XIRE.

O ARQUÉTIPO DE OBÁ

As pessoas pertencentes a este Orixá são lutadoras, bravas, um tanto agressivas, o que as levam a serem pouco incompreendidas. Freqüentemente tendem a terem experiências infelizes e amargas. São ciumentas, pois são muito zelosas com tudo que lhe pertencem.

Porém, pessoas de grande valor e dedicação. Tendem a alcançar seus ideais. Dedicadas e muitas vezes ingênuas, principalmente em relação ao amor e as amizades.

OBÁ — Orixá guerreira e das águas revoltas!!!

Obá vivia em companhia de Oxum e Oyá (Iansã), no reino de Oyó, como uma das esposas de Xangô, dividindo a preferência do reverenciado Rei entre as duas Iyabas (Orixás femininos).

Obá percebia o grande apreço que Xangô tinha por Oxum, que mimosa e dengosa, atendia sempre a todas as preferências do Rei, sempre servindo e agradando aos seus pedidos. Obá resolveu então, perguntar para Oxum qual era o grande segredo que ela tinha, para que levasse a preferência do amor de Xangô, vez que Oyá, andava sempre com o Rei em batalhas e conquistas de reinados e terras, pelo seu gênio guerreiro e corajoso e Obá era sempre desprezada e deixada por último na lista das esposas de Xangô.

Oxum então, matreira e esperta, falou que seu segredo era em como preparar o amalá de Xangô principal comida do Rei, que lhe servia sempre que deseja-se bons momentos ao lado do patrono da justiça. Obá, como uma menina ingênua, escutou e registrou todos os ingredientes que Oxum falava e que eram de extrema importância para a realização de tal culinária, sendo que por fim Oxum, falou que além de tudo isso, tinha cortado e colocado uma de suas orelhas na mistura do amalá para enfeitiçar Xangô.

Obá agradeceu a sinceridade de Oxum e saiu para fazer um amalá em louvor ao Rei, enquanto Oxum, ria da ingenuidade de Obá que, sempre atenta a tudo, não percebeu que Oxum mentira, pois ela encontrava-se com suas duas orelhas, e falará isso somente para debochar de Obá. Obá em grande sinal de amor pelo seu Rei, preparou um grande amalá, e por fim cortou uma de suas orelhas colocando na mistura e oferecendo à Xangô como gesto de seu sublime amor.

Xangô ao receber a comida, percebeu a orelha de Obá na mistura, e bravejou e gritou, e expulsou Obá do reino de Oyó, sem por fim nem explicação considerar. Obá triste e desiludida, fugiu para bem longe e nunca mais voltou aos domínios de Xangô, tendo hoje em dia, como sua arqui-rival em todos os candomblés do Brasil e do mundo, e até hoje quando manifestadas em seus iaôs elas dançam simbolizando uma luta.

QUALIDADES DE YANSÃ

Qualidades do Orixá Oyá / Iansã
Um dos rituais mais belos do Candomblé é quando Oyá Kará, com seu tacho de cobre repleto de fogo, vem dançar o rítmo egó. Ritualmente akará é um pedaço de fogo que Oyá engole, mas é também o bolinho de akarajé que Oyá distribui aos seus, de cor avermelhada como brasa no ajerê depois de rodar na cabeça de Oyá por todo barracão.
Oyá também ergue a sua saia e pisa no fogo ao lado de Xangô,  Oyá também troca fogo com Ogun realizando uma das mais belas danças do candomblé. Oyá convida todos para guerrear e vão chegando Ogun, Opará, Iyágunté, Obá, Xangô e por último chega Oxaguiã, é a paz no meio da guerra, para apaziguar o coração de Oyá.
O número 9 é sagrada a Iansã, nove também são as qualidades de Iansã e 4 são as Oyás de culto Igbalé.  Senhora dos ventos, dos tufões, das nunvens de chumbo, tempestades, das águas agitadas pelo vento, águas do seu rio Níger, onde é cultuada. A morte e seus mistérios não asustam Oyá, Senhora dos Eguns, mãe dos eguns, rainha dos eguns, Oyá gueré a unló, só mesmo mãe Iansã.
Qualidades:
Oyà Petu – Ligada a Xangô e até confunde-se com ele, Oyá dos raios.Oyà Onira – Rainha da cidade de Ira, a doce guerreira ligada as águas de Oxun, Ogun,veste rosa..Oyà Bagan – Oyá com fundamento com Oxossi, Ossaiyn, guerreira dos ventos das matasOyá Senó ou Sinsirá- Oyá raríssima, ligada Yemanjá e Airá
Oyà Tope – mora no tempo ligada a Oxun e Exú (alguns axés a tem como uma Igbalé)
Oyà  Ijibé ou Ijibí- veste branco ligada a Oxalá ao vento frio
Oyà Kará- veste vermelho, ligada a Xangô, ao fogo, aquela que carrega o ajerê fervendo na cabeça.Oyà  Leié- .o vento dos pássaros, veste estampado, ligada a EwáOyà Biniká - A senhora do vento quente, ligada a Oxumare e Omolu.

Oyás de culto Igbalé:

Oyà Egunita – Igbalé, aqui vive com os mortos/eguns/veste branco e mariwo, ligada a Oxala, Nanã, e ao vento do bambuzal
Oyà Funan-Igabalé, a que encaminha os mortos/eguns/veste branco e mariwo, ligada a Oxalá, Nanã e ao centro do bambuzal
Oyà Padá Igbale, a que ilumina o caminho aos mortos/eguns/veste branco,mariwo ligada a Oxalá e Nanã, ao bambuzal
Oyá Tanan-Igbalé, a que recebe no portal os mortos/eguns/veste branco e mariwo, ligada a Oxalá e Nanã ao bambuzal
Teremos ainda vários outros nomes de Oyá que se confundem ou são os mesmos, títulos e qualidades diversas, entre elas: Oyá Olodé, Tonin’bé, Fakarebó, Adagambará,filiabá, Iyá Popo, Iyá Kodun, Abomì, etc.

QUALIDADES DE OYA

OYA é a dona dos raios, dos ventos e dos mortos, controla o YGBALÈ (casa dos mortos). Esposa de seu primo, SÀNGÓ, foi a maior guerreira que existiu na África, sua fúria era incontrolável, não temendo nem a morte. Ligada as florestas que ela domina com seu ORUKERÉ, que lhe foi presenteado por ÒSÓÒSÌ. É associada aos ancestrais masculinos que ela dirige e maneja. Esta relacionada ao vermelho e é representada pelo relâmpago.
OYA teve nove filhos, uns dizem que foi com ÒGÚN, outros que foi com SÀNGÓ , oito nasceram mudos e o último nasceu um ÉGÚN e graças aos sacrifícios recomendados por IFÀ, nasceu com o poder de falar com voz estranha e sobrenatural, chamada SEGI , que imita a voz do macaco africano chamado IJIMARÈ, macaco que é consagrado aos ÉRÉS.

1 - IMALEGÃ - Nasceu no primeiro dia do EBOYKÙ, arrancado do ventre de OYA pelas ÌYÁMI, e foi envolvido em abanos;
2 - IORUGÃ - Foi envolvido na palha seca e alimentado com talos de bananeira. Nasceu com avaidade de OYA e é o preferido;
3 - AKUGÃ - Nasceu no terceiro dia da tempestade e foi criado nas touceiras de bambu. É rebelde. Não se deve tocar o chão do bambuzal;
4 - URUGÃ - Alimenta-se das folhas da bananeira e esconde-se nas florestas. Faz buracos;
5 -OMORUGÃ - Alimenta-se do pó do bambu que está caído no chão. Vive no milharal e fica escondido nos bambuzais observando os seres humanos;
6 - DEMÓ - OYA cobriu-o de lama para saber os segredos de seus inimigos. Usa pele de búfalo para acompanhar ÒSÓÒSÌ;
7 - REIGÁ - Acompanha os mortos e ronda os cemitérios. Esconde-se nas grandes árvores dos cemitérios e ronda as sepulturas a procura de objetos perdidos ou esquecidos pelas pessoas;
8 - HEIGÁ - É violento e vive perseguindo o ORI do ser humano. Propicia desastres e desordens;
9 - EGUN EGUN - Filho de SÀNGÓ. OYA preparou-o para combater. Êle se apossa do ser humano, fazendo-o cometer desatinos.
Carrega um par de chifres que deu a seus filhos, dizendo-lhes que se precisassem dela batesse um no outro que ela viria de onde estivesse para acudi-los, também um instrumento de madeira com o rabo do búfalo que serve para afastar os ÉGÚNS , é o ORUKERÉ.
Recebeu de SÀNGÓ o título de YÀSÁN , que quer dizer , "a senhora das tardes ", pois chegava sempre as tardes , linda e esvoasante com sua roupa de fogo.
SUAS QUALIDADES
OYA YGBALÈ- É a deusa dos mortos. É ligada diretamente ao culto de ÉGÚN, por isto é a senhora dos cemitérios. Tem pleno domínio sôbre os mortos, trazendo consigo uma falange de ÉGÚNS que ela controla e administra , pois todos temem o seu terrível poder. O culto a ÉGÚN nasceu nas mãos de YBBALÈ, quando ela fora buscar uma substância que permitia a SÀNGÓ soltar fogo pelas narinas. OYA ficou sabendo que o povo TAPÀ iria invadir a cidade dos BARIBAS , então forrou na beira do rio um pedaço de PAMP vermelho, colocando em cima algumas cabaças, envocou os mortos e aquêle pano tomou vida e saiu voando na direção dos inimigos, colocando-os para correr apavorados com aquela visão grotesca e horrorosa , livrando, assim, o povo de BARIBAS e nascendo o culto de ÉGÚN. Devido a sua relação com ÉGÚN é proibido vesti-la de vermelho. Sua vestimenta é branca.
FURÉ- Usa uma foice na mão esquerda e um ARUEXYN na direita, veste branco e por cima de suas vestes a palha da costa. Dança como se estivesse carregando na cabeça uma enorme cabaça. Em suas vestes vão pequenas cabaças dependuradas, no tornozelo direito uma pulseira de aço, tem ligação direta com o culto a morte e aos ÉGÚNS, preside a vida e a morte.
ODO- Ligada as águas , apaixonada carnal e muito louca por amor.
IAMESAN- É a que foi esposa de ÒSÓÒSÌ, meio animal e meio mulher, só come caça, é a mãe dos nove filhos. Come com ÒSÓÒSÌ nas matas.
ONIRA - É uma ninfa das águas doces e seu culto aqui no Brasil é confundido com o culto de OYA, por ser uma grande guerreira, também é saudada como YNHÀSAN , pois existe uma afinidade entre as duas divindades, mas seus cultos não chegaram a fundirem-se. Seu culto na África era totalmente diferente. Tem ligação com o culto a ÉGÚN, por sua ligação e laços de amizade com OYA. Também tem laços de amizade com ÒSUN , pois foi ONIRA quem ensinou ÒSUN OPARÀ a guerrear. É uma Òrìsà muito perigosa por sua ligação e caminhos com OSOGUIÁN, ÒGÚN e OBALÚWÀIYÉ. Veste o coral e amarelo, contas iguais.
YÀTOPÈ - Tem ligação forte com SÀNGÓ. Veste o branco.
AFEFE YKU FUNAN- A senhora do fogo e dos ventos da morte. Caminha com ÒGÚN e OBALÚÀIYÉ , tem caminhos , também , com ÉGÚN e YKU (morte) . Veste o branco e pode-se por um azul claro.
AFAKAREBÒ - Não é feita em seus eleitos , é a verdadeira dona do EBÓ, é a ela que se entrega todos os EBÓS. Seus caminhos levam diretamente a ÈSÙ e ÉGÚN. Seus rituais são todos feitos no murim , cabaças e porrões.
AFEFE -É ela quem comanda os ventos. Tem caminhos com OBALÚWÀIYÉ e ÉGÚN. Veste vermelho e branco, também usa o coral, o chorão de seu ADÉ é alaranjado.
BAGAN- Não tem cabeça. Come com ÈSÙ , ÒGÚN e ÒSÓÒSÌ. Tem caminhos com ÉGÚN.
PETU - Ligada aos ventos e as árvores. Esposa de SÀNGÓ, que vai sempre na frente anunciando sua chegada.
OGUNNITA - Ligada ao culto de ÉGÚN , seu fundamento mais forte. É a senhora que caminha com os mortos .