sábado, 5 de janeiro de 2013

O ser Humano X O Sagrado


TEXTO ESCRITO POR BABALORIXÁ EMERSON DE OXAGUIAN

Em tempos remotos uma pessoas para ser aceita no Culto de matriz Africana ( Candomblé ), era necessário no minimo que o mesmo ficasse durante 1 ano assistindo e se adaptando com os costumes e hierarquia da Casa.do
Ao se iniciar tem todo um rituo de preparação, tem preceitos e uma longa caminhada.
Tem sua obrigação de 1 ano, depois a de 3 anos, 5 anos ate chegar a sua maioridade que e sua obrigação de 7 anos, na qual ele pode se tornar um egbomy apenas ou um babalorisá ou Yálorisá isso se o mesmo tiver missão a cumprir junto ao Sagrado.
E ainda há casas que guardam a tradição e tem as obrigações de 14 e 21 anos.

Agora nos dias de Hoje . . .

Se inicia o yawo em 7 dias .
O mesmo sem cumprir os 3 meses de preceito, ja estão dando Catiços.
Compram cargos no asé.
Muitos antes mesmo do seus direitos tomados, já jogam buzios e iniciam outras pessoas e ate abrem casa.
Fazem do culto um verdadeiro carnaval, onde o comercio e a vaidade se sobre poe a tudo que se aprende de fato, e se cria situações que da margem as criticas que o culto recebe nos dias de hoje.

Penso que para poder gritar e brigar pelo fim do preconceito e da Intolerancia sobre a nossa religião !!!
Devemos nos policiar, não deixar os falsos e os que sujam nossa religião continuarem a fazer o erro por e expor nosso culto a ser marginalizado, sendo um culto maravilhos qdo feito com amor e humildade ao Sagrado.

PARÁBOLA DO OBÍ



Contam os nagôs ìgbómìna em solo brasileiro, que, após o cataclismo que separou a Terra (Àiyé) do Infinito (Sànmá), os habitantes do planeta Terra (ará-àiyé) não mediram esforços para aplacar a ira do Criador. Inúmeros preceitos e várias oferendas foram realizados em prol da obtenção do perdão do Senhor do Universo.

A remissão da pena era de suma importância, pois todo o contato com o Cosmo havia se perdido. Tantas foram as oferendas e súplicas que Olódùmarè apiedou-se e concedeu aos habitantes da terra um indulto pela falta cometida, permitindo o nascimento de um profeta. O mesmo ao nascer deveria chamar-se ‘Obí’.

Este ser predestinado não poderia discriminar as pessoas, tampouco recusar o atendimento às mesmas, sob pena de perder seus poderes. A palavra de Olódùmarè se cumpriu. Nove meses depois, nasceu o menino que recebeu o nome de ‘Obí’.

Os anos se passaram. Com o decorrer dos mesmos, ‘Obí’ tornou-se um homem famoso nos lugares mais longínquos do mundo. Infelizmente, não levou muito tempo para que a fama subisse à cabeça do jovem. Quando o mesmo se encontrou no auge da notoriedade, passou a ser indiferente e a menosprezar as pessoas mais carentes, chegando ao ponto de negar-lhes atendimento nos momentos mais difíceis de suas vidas.

Estes fatos não passaram por despercebidos ante os olhos de Èsù Alábojotu (Supervisor dos atos dos seres humanos), que tratou imediatamente de relatar ao Criador Excelso o procedimento do jovem ‘Obí’. Indignado com os fatos, Olódùmarè materializou-se e foi ter com ‘Obí’ por três vezes consecutivas. A primeira disfarçado de rico, a segunda passando-se por uma pessoa desprovida de recursos financeiros no momento do seu desespero e, por último, vestindo-se de mendigo.

Contudo, para seu infortúnio, as informações de Èsù Alábojotu eram verdadeiras. Não querendo crer no que seus olhos haviam presenciado Olódùmarè, fingindo-se de mendigo, retorna à porta do vidente ‘Obí’, suplicando atendimento. Mais uma vez, sem nada desconfiar, o profeta recusa o atendimento e expulsa o mendigo da sua casa, batendo com a porta na face do indigente.

Neste exato momento, o jovem ‘Obí’ ouve alguém chamá-lo à porta. Reconhecendo a voz de Olódùmarè – O Criador do Universo, corre rapidamente para abri-la. Quando a abre, depara com o mendigo que há poucos minutos havia negado o atendimento e expulsado da sua casa.
‘Obí’, ao perceber que o mendigo era seu Criador disfarçado, prostra-se aos pés do mesmo suplicando perdão. Irredutível, Olódùmarè se pronuncia: ‘Obí, tua missão na Terra como profeta está encerrada. Voltarás ao pó de onde vieste. No lugar em que fores enterrado, nascerá uma árvore que terá o teu nome, darás flores e frutos. “Eternamente tuas sementes cairão do alto dos teus galhos sobre o chão e, rolando pela terra, servirão de interpretação entre o profano e o sagrado’”