quarta-feira, 5 de setembro de 2012

MENSAGEM DO DIA

Motumbá meus irmão e minhas irmãs!!!

Hoje venho postar a vocês uma mensagem especial que recebi no meu facebook do meu amigo Jose de Bara, me parabenizando pelo meu aniversário.



Yèyé apara
Mãezinha do movimento da água.

Õbi ìrin bí okun rín ni Ọşun
Mãe da vida, do nascimento, Ọşun é a força do sorriso de alguém

A ji sẹ rí bí e ga
Presenteia com gotas de leite materno, nunca houve tão excelente presente

Yèyé olo omi tútù
Bela mãe dona da água mansa

Apara õjọ bìrí ka le e
Movimento da água efêmera súbitas circulam poderosa

Àgbá õbi ìrin tí gbogbo áyeni pe
Arama, dá o nascimento é a qual todos chamam para obter vida

Sin ọ bá Şọpọnná jẹ
Adoramos ela, absoluta que vence a morte

Pete kì o bà aqlágbara ràn yan nga
Ela tenciona carregar a germinação, pessoa forte altiva alastre seus brilhos em mim

Dídè Ọşun Iyọpọndá 
Suave Ọşun dá muita importância a criação do fluxo da maré

Ẹlẹri pa kọ kọ èní pọn
Testemunha sofrimentos e ensina construir o hoje muito importante

Orí rì oníse Ọba àyíká a şe
Soberana em qualquer tempo cabeça mensageira do ciclo faz

Oje dandan Ọlọrọ o fi àjã
Seiva certa para enriquecer os homens

Wá Ọşun ọmọ-ọba ẹwà
Olhem Ọşun ! Princesa da beleza

Inú ẹkẹ wọ ọmọ olú
Segredos do útero, mestra dos cuidados com criança

Ọşun ìjìyà olú olo odò ìdè
Ọşun mestra da paixão, rio senhora da amarração

Ọyà e ọnà ọna
Pagamento da destreza e da arte

Ọşun ìyá ọmọbíbi
Ọşun mãe do nascimento das crianças

Fé e Respeito




Fé e Respeito:

No último sábado, nós realizamos a enquete: “Quais dos atributos são mais relevantes para os nossos Òrìsàs”? A maioria votou em “Fé e Respeito”. Assim sendo, vamos falar um pouco sobre esses dois importantes atributos, fundamentais e essências nos Terreiros de Candomblé, que se relacionam, mas que infelizmente, nos parece estar ficando para trás. 

A Fé é basilar para um adepto em 
qualquer religião. Mas será que todos estão no Candomblé pela Fé ao Òrìsà? Em verdade, é impossível qualificar ou quantificar a fé de uma pessoa, no entanto, é possível observar algumas ações que demonstram ou não a fé dessa mesma pessoa.

Nos dias atuais, os Sacerdotes, sobretudo os mais tradicionais, sentem-se encurralados diante da desmedida desconfiança de alguns fiéis em relação aos seus ensinamentos e orientações. E isso por um único motivo: A Falta de Fé e de Respeito.

Se hoje, o Sacerdote, por exemplo, não ensinar um ebó que tenha no mínimo 77 ingredientes, sendo que a metade tenha que vir da África, aquilo não lhe servirá, a pessoa julgará falta de conhecimento do Sacerdote. Mas fica a questão, será que a receita com os 77 ingredientes irá ter alguma eficácia diante da pouca fé de quem a realiza?

Aqui em Salvador, escutamos centenas de histórias do povo antigo do Candomblé, as chamadas “mocotonas”, dizendo que em momentos de grandes dificuldades, recorreram às suas Ìyálòrìsàs e elas, após consultar o jogo, lhes disseram: “Minha filha, para esse problema que você está passando, você deve pegar um Acaçá e uma moeda e fazer tal coisa... acredite e tenha fé que tudo vai dar certo”. Essas antigas senhoras, narram essas histórias emocionadamente, com lágrimas nos olhos, falando que respeitaram as orientações e tudo correu bem.

A aclamada Mãe Menininha do Gantois, em correspondência à nossa querida Mãe Simplícia de Ògún a orientou acerca da doença de Mãe Francelina da seguinte forma: “Boa filha de Ogun... quanto a Tia Francelina é um caso quase sem jeito, a doença já tomou conta do corpo dela... ela pode ficar boa, mas será um grande milagre... você passa 1 ekuru grande nela...”.

Um Sacerdote orientar hoje, uma pessoa que passa por grandes dificuldades com um ente querido com um ebó assim, é capaz de ouvir: “O senhor não está dando atenção, meu parente quase morrendo e o senhor me ensina a passar um ekuru? Nesses casos, não há ebó que resolva, pois além dos elementos litúrgicos há um ingrediente transformador de Asè, que se chama Fé. Sem ela nada acontece. Sem falar na falta de respeita para com o Sacerdote. Que penas que pessoas que pensam assim, jamais saberão o poder de um ekuru.

A falta de respeito é evidenciada, por exemplo, quando o Sacerdote joga o Obì em alguma obrigação. Há pessoas que se amontoam por cima de outras só para ver se o Obì “alafiou”. No entanto, essas mesmas pessoas não sabem que existem outras caídas que também mostram o contentamento do Òrìsà e/ou Ancestral. Mas alguns desrespeitosamente ficam à espreita para poder falar: “Viu só, não deu Aláfia”. Se o ouvinte é alguém que conhece e indaga: mais caiu o que? A pessoa logo diz: “Não sei, mas não foi Alafia”... Isso é uma grande falta de respeito e de fé.

Há ainda pessoas que crêem no poder de um acaçá, no poder de um ekuru, no poder de um ovo, mas infelizmente a grande maioria, diante de uma orientação como as relatadas acima, desconfia do Sacerdote, preferindo recorrer às receitas que lhes encante as vistas, mas com pouco ou sem nenhum significado litúrgico.

A pessoa que tem Fé, a fé verdadeira e inabalável, acredita na palavra do Òrìsà. Acredita no poder de um abraço do Òrìsà, acredita que a pipoca de Obaluwaiye cura os males, acredita que o egbo de Òsàlá nos traz a paz, acredita que o Omi Ero de fato apazigua. Acredita no poder de um Ekuru. Mas se a pessoa não tem fé nem respeito, de nada adianta recorrer aos búzios e nem mesmo as receitas mirabolantes.

Nos dias de hoje, é fundamental que as pessoas busquem pela Fé, que as pessoas voltem a se emocionar, que as pessoas voltem a chorar de emoção com a presença de Òrìsà. É essencial que as pessoas voltem a acreditar no Òrìsà e no seu poder. É necessário que as pessoas voltem a respeitar a hierarquia, os mais velhos, os sacerdotes...

Há pessoas que colocam quilos de feijão fradinho nos pés do Òrìsà e nada resolve, mas há pessoas que colocam um punhado de feijão fradinho e tudo da certo... O que difere uma obrigação da outra? A FÉ!

Tenhamos fé e respeito, pois só com esses atributos podemos resgatar a herança dos nossos ancestrais.

Que Òsùmàrè Arákà esteja sempre olhando e abençoando todos!!!
Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó