segunda-feira, 3 de setembro de 2012

culto a Egúngún




Para cultuarmos nossos Òrìsàs, devemos antes de tudo, saudarmos nossos ancestrais. Existem casas específicas para o culto à Egúngún, grande parte delas estão na Ilha de Itaparica, aqui na Bahia e no Rio de Janeiro. O Culto à Egúngún é liderado por homens. Nessas casas existe uma hierarquia composta de diversos oyes (cargos) que compõem o egbé (comunidade). Os sacerdotes do culto aos ancestrais tem
o poder de invocar os Egúngún trazendo-os de volta ao aye através de vestimentas especiais. 

Um Itan de Ifá nos ensina como nasceu o culto a Egúngún. 

Na cidade de Oyo (África), existia um fazendeiro chamado Alapini. Esse fazendeiro tinha três filhos, quais sejam, Ojewuni, Ojesami e Ojerinlo. Certo dia, o fazendeiro Alapini fez uma viagem e recomendou aos filhos que não comessem um tipo especial de inhame, haja vista ele deixar as pessoas com uma sede desmedida. Muito embora tivessem recebido as recomendações de seu pai, os filhos ignoraram a advertência e comeram em excesso o aludido inhame. Como já anunciado pelo Alapini, eles tiverem uma sede imensurável e beberam água até a morte. 

Quando do seu retorno, o Alapini deparou-se com seus filhos mortos e resolveu procurar um Babalawo. Através do jogo de Ifá, o Babalawo disse que no décimo sétimo dia da morte de seus filhos, o Alapini deveria ir até um bosque que havia perto do rio e pegasse uma galho de Àtòrì (Glyphaea Brevis). Nesse bosque ele deveria bater no chão três vezes o Isan (o bastão feito da árvore Àtòrì) e pronunciar certas palavras mágicas e chamar pelo nomes dos filhos "wa de" (venha), na terceira vez os filhos retornariam à terra. 

Conforme orientação do Babalawo, o Alapini fez o ritual e para sua surpresa, seus filhos retornaram à terra. Mas ele ficou assustado com as formas que eles tinham e então preparou roupas de modo que seus corpos ficassem cobertos.

Que Òsùmàrè Arákà esteja sempre olhando e abençoando todos!!!
Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó