terça-feira, 3 de julho de 2012

DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO - PARTE 3

Aprendemos que todos são de certa forma médiuns, mas também que nem todos sentem ou demonstram sua mediunidade; e há outros até que a encaram como caso de doenças psicóticas. 

Então, você se acha um maluco por sentir, ou ver ou até mesmo conversar com pessoas ou outras entidades que só você percebe? Seriam essas pessoas que não têm essa percepção, mais “normais” que você? 

Digamos então que você chegasse em uma cidade que só existam pessoas totalmente cegas e que nunca tivessem tido contato com o restante do mundo. Chegando lá, percebendo isso, você resolve falar a algum deles sobre a maravilha que são as cores das flores, das árvores e do céu. O que deveria pensar esse ser que nunca as viu ou verá? Que você é maluco, certo? 

Deu pra entender agora? Será que por não se ver, pode-se afirmar que algo não acontece, que o mesmo não exista? E as ondas AM ou as ondas FM provenientes de estações de rádio? E as de VHF e UHF que nos trazem até as imagens da televisão? Ah, mas aí a gente vê o efeito delas quando ligamos certos aparelhos, aqui no caso o rádio e televisão. Então, mesmo não as vendo fica provado que elas existam, certo? 

Imagina coce, que até bem pouco tempo atrás, quem dissesse que seria possível a transmissão e recepção a longas distâncias de ondas sonoras era considerado maluco. E quando o rádio apareceu os “malucos” deixaram de sê-lo, se “curaram” e foram chamados Cientistas. 

A mediunidade, que cada ser humano traz consigo, faz na realidade com que ele seja um transmissor e receptor de outros tipos de ondas energéticas que não só as sonoras ou as elétricas e, dessa forma, cada ser humano com maior ou menor capacidade de receber ou enviar essas ondas, pode perceber mais ou menos do que acontece em Planos Vibratórios menos densos que o nosso. 

Aliás, os rádios e televisões também sofrem essa restrição. Veja por exemplo que nem todos estão preparados para receberem ondas curtas, no caso do rádio ou UHF no caso das televisões, necessitando de aparelhagem ou circuitos adicionais para que o consigam. 

Vamos esquecer nosso corpo físico por uns instantes, e encará-lo como um receptor e transmissor de certos tipos de ondas que os aparelhos já fabricados, a não ser a fotografia Kirlian1, ainda não conseguiram captar, o que talvez as faça daqui a algum tempo mais, quem sabe? 

Se você conseguir ver ou imaginar que, além ser um ser pensante, que seu corpo é um aparelho que sofre as influências das mais diversas formas de ondas energéticas como a luz, calor, ondas magnéticas, de televisão, de rádio e muitas outras, inclusive estas que os aparelhos comuns não conseguem perceber, então estará começando a entender. Se entender também que esse corpo físico que está usando agora, nessa encarnação, é como uma “vestimenta” para seu verdadeiro EU espiritual, então estará entendendo ainda mais o que vamos tentar explicar. 

Agora veja bem, sabemos que em nosso corpo existem vários Chakras2 e que na cabeça fica o Chakra Coronário que funciona como se fosse uma ANTENA, certo? Só que essa antena, a despeito do que possam afirmar, serve tanto para recepção como para transmissão de ondas em uma faixa de freqüência não percebida ainda pelos aparelhos eletrônicos. 

Então comecemos por aí a análise do seu corpo ou APARELHO MEDIÚNICO, como algumas entidades o chamam. Olhe para seu corpo, de frente, e imagine, se não puder ver, uma coroa de energia que se expande do centro da cabeça para cima e para os lados, para frente e para trás. Essa energia que se irradia tem como base uma faixa vibratória, digamos que vibre bem entre 1.000 e 1.500 ciclos por segundo, ou 1000hz a 1500hz, ou 1khz a 1,5kHz – não esqueça que é uma situação hipotética pois não existem aparelhos para medir a vibração padrão de um Chakra – nesse caso, entidades e/ou energias que vibrem ou atuem dentro desse padrão estarão afinadas com esse Chakra e, num caso de incorporação, por exemplo, quase não afetarão o seu sistema nervoso. 

Se no entanto, se aproximarem de você, entidades que vibrem a menos de 1000 ciclos, faixa vibratória mais baixa que a sua, ou a mais que 1500 ciclos, padrão vibratório mais alto que o seu, tentarem entrar em contato mental com você, ou terão que elevar seu padrão vibratório, no primeiro caso, ou diminuí-lo, no segundo caso, para que possam atuar dentro de sua faixa vibratória. 

Sabemos que no Astral há espíritos mais evoluídos que você e menos também, e que em decorrência disto, estaremos sempre recebendo influências energéticas maiores e menores, como esse Chakra de nossa hipótese, que só consegue variar seu padrão entre 1000 e 1500 Hertz, ou ciclos por segundo. Em estado normal ele não perceberá nem entidades que atuem a menos nem a mais, para isso terá que passar por treinamentos a fim de poder expandir sua FAIXA VIBRATÓRIA, freqüências entre a menor e a maior com as quais poderá interagir, e com isso passar a alcançar, de acordo com os objetivos propostos, maiores e menores freqüências. 

E qual seria o objetivo dessa expansão da Faixa Vibratória? 

A expansão para baixo não é comum. Só serviria para que o médium começasse a receber bem, as influências dos mais baixos astrais, mas a expansão para cima serviria para que alcançasse a freqüência de energias e de entidades menos densas e mais evoluídas, por conseguinte, que, como se sabe, são do mais alto Padrão Vibratório. 

Essas diferenças entre as freqüências em que vibram as entidades espirituais e a do encarnado em questão se explicam também, de certo modo, aos desconfortos que se sentem às vezes quando há uma aproximação de certas entidades, mesmo não havendo incorporação. A simples presença de certas entidades de padrão vibratório muito diferente do dele, causa como que um “choque vibratório”, fazendo com que seu sistema nervoso sofra de alguma forma e produza sensações bastante desagradáveis. 

Mas não é só a aproximação de entidades de baixo padrão vibratório, consideradas inferiores, que pode causar esses danos não. Também a presença de “medalhões espirituais” o faz, porque não se trata de influência de baixa ou alta freqüência ou de entidades mais ou menos evoluídas, mas do fato do encarnado em questão não estar preparado para ampliar ou baixar seu próprio padrão e com isso evitar o CHOQUE DE VIBRAÇÃO, este sim o causador de todo mal estar. 

O que estamos afirmando aqui é que, embora as entidades espirituais sejam seres que conosco se comunicam, elas o fazem sempre através da sintonia das freqüências com que o médium está acostumado, ou seja, para que haja uma boa comunicação, uma boa vidência ou uma boa clariaudiência por exemplo, será preciso que o médium saiba ou possa ter sintonizadas as suas antenas, seus Chakras, para as freqüências em que vivem ou vibrem essas entidades, caso contrário, você vai ficar dizendo que elas não existem, entendeu? 

É tão grande o universo de energias que não podemos ver, ouvir e mesmo sentir; esse número é tão maior que ficaria pasmo em saber o quanto somos restritos em relação às diversidades de energias que nos circundam, isso em nosso estado normal, hoje em dia uma grande parte delas já são relativamente conhecidas pela Física. 

A sensibilidade que promove o contato com energias e seres que vibram em freqüências baixas e mais altas é o que chamamos de percepção extra-sensorial (PES), esta a qual todos aqueles que tiveram sua mediunidade aflorada, seja por que meios tenham sido, são portadores. 

Assim como temos percepções em vários níveis, podemos dizer que temos mediunidade em vários níveis também. E mais ainda, que essa percepção desde que tenha aflorado, pode ser trabalhada para que se sintonize com Planos Vibracionais cada vez mais elevados, de onde se podem tirar realmente ensinamentos mais e mais profundos em relação à nossa situação neste planeta e os meios de alcançarmos melhores os objetivos em nosso rumo à EVOLUÇÃO. 

Quando você age como um médium passivo, apenas deixando que as entidades o dominem e façam seus trabalhos através de seu corpo físico e de sua mente, estará funcionando apenas como “cavalo de guia”, não que isso seja um demérito para você ou para qualquer um mas, agindo sempre assim, estará se acostumando a “funcionar” apenas dentro de uma faixa vibratória específica às entidades que com você trabalham ou que usam seu corpo para tal. A menos que você tenha entre essas entidades, uma mais evoluída, que trabalhe o seu “aparelho mediúnico” (Chakras) visando melhorar mais e mais sua percepção e sensibilidade para outros Planos, você nunca vai perceber esses outros planos e as entidades que existem nele, que não são percebidos nem pelas entidades de menor vibração. 

Mas agora vamos dizer que você, entre as entidades que trabalham naturalmente, tenha esse desenvolvedor e que ele pertença mesmo a planos mais evoluídos de existência e que trabalhe, ainda sem que você perceba, nessa sua mediunidade a fim de poder colocá-lo futuramente, em contato com VERDADEIROS GUIAS e MENTORES espirituais, parabéns você é um médium de sorte. Mas, mesmo assim, o que custa você lhe dar uma “mãozinha” e se esforçar um pouco por você mesmo? Se você percebeu o que mostramos até aqui e quer melhorar mesmo seus dons mediúnicos, então comece pelo que faz ainda dentro do Terreiro. 

Primeiro ponto a ser observado: Ao chegar no Terreiro para um dia de trabalho, isso depois da preparação que deve ter sido feita antes, com banhos e etc., evite aquelas conversas sobre assuntos do dia a dia, seus problemas, suas amarguras, ou mesmo as amarguras dos outros. Busque desde a sua chegada entrar em contato com as energias que ali existem e que foram criadas por todos que ali freqüentam. Para tal, prefira o silêncio aos papos desnecessários, a introspecção, observação de seus próprios processos mentais, ao invés de ficar observando o comportamento alheio, mesmo que de irmãos de corrente seus. Cabe ao Dirigente verificar se estão ou não em acordo com o que pretende o Terreiro e seus Mentores Espirituais. Nesse estado de introspecção, de preferência de olhos fechados, o que ajuda bastante, tente ir sentindo, não o que ocorre a seu lado fisicamente, mas “no ar”; a seu lado; espiritualmente.

MEDIUNIDADE DE CURA POR RAMATIS - PARTE 2

Algumas observações sobre os médiuns 1 


1 - Nota do Médium: Em face da enorme quantidade de cartas a nós dirigidas, cujos missivistas solicitam que a nossa mediunidade também seja explicada no campo do receituário mediúnico, sentimo-nos no dever de solicitar a Ramatís suas considerações sobre o assunto que se enfeixa no presente capítulo. Alguma cousa ele já disse em obras anteriores; mas agora aborda outros aspectos. Aliás, recomendamos ao leitor o exame do capítulo 11 da obra Mediunismo, onde Ramatís aborda o tipo de nossa mediunidade de modo a auxiliar os médiuns intuitivos e inspirativos, para lograrem mais êxito e segurança no desempenho do seu serviço mediúnico. 



PERGUNTA: - Considerando a vivacidade, a presteza e a segurança do vosso médium atual, que também atende nas mesmas condições ao receituário mediúnico; e já havendo conseguido curar enfermidades gravíssimas nessa tarefa terapêutica, indagamos: - a sua mediunidade é apenas intuitiva? 

RAMATÍS: - Conforme já explicamos em obra anterior, o nosso sensitivo tem plena consciência das idéias que lhe transmitimos; e em virtude e uma perfeita e recíproca sintonia ou afinidade entre nós, ele redige as nossas mensagens e o receituário mediúnico com presteza e fidelidade, podendo mesmo interromper a comunicação durante alguns momentos e atender a outros serviços ou obrigações profanas; e depois retornar a psicografar, sem que isso afete os resultados da sua tarefa mediúnica. Porém, o que ele prescreve é quase sempre medicação homeopática de seu conhecimento, pois sendo médium intuitivo, mas consciente, ele não pode indicar remédios que desconheça. E os terapeutas desencarnados cingem-se, naturalmente, aos remédios cujos nomes estão decorados ou averbados em sua mente. 2 



2 - Nota do Médium: Realmente, durante o receituário mediúnico, aflora-me de modo indiscutível o nome da medicação escolhida pelos médicos homeopatas desencarnados, que operam comigo; porém, trata-se de medicação escolhida pelos médicos homeopatas desencarnados, que operam comigo; porém trata-se de medicação que eu conheço. À medida que amplio o meu arsenal de medicamentos homeopáticos, verifico que também cresce o êxito do meu receituário mediúnico. 

Através do contado perispiritual, às vezes superamos a sua receptividade mental, fazendo que ele funcione como um receptor e nos como o transmissor telepático. Embora o fenômeno ocorra entre um espírito desencarnado e outro encarnado, a sua eficiência é igual à obtida entre vós, por dois exímios telepatas. No entanto, a mediunidade de maior amplitude no sensitivo é a da "transmentação", denominação feliz de conhecido escritor espírita ainda encarnado. 3 

3 - Nota do Médium: Edgard Armond, Capítulo "Transmentação", página 58, da obra Mediunidade, 9ª edição, da LAKE, cujas características transcrevemos abaixo: 

1°) não há transmissão telepática, como ocorre nas formas conscientes e semiconscientes já estudadas; 

2°) não há incorporação física, como exteriorização do Espírito do médium, como ocorre na forma inconsciente; 

3°) não é indispensável a presença do Espírito comunicante que, às vezes, atua a distância; 

4°) o médium não perde sua capacidade ambulatória nem há inibição de qualquer natureza para o lado do seu corpo físico; 

5°) o médium não é submetido a sono sonambúlico e nenhuma interferência anímica se pode dar; 

6°) opera-se uma substituição, ou melhor, uma sobreposição da mente individual do médium pela do Espírito comunicante, que fica, assim, com inteiro domínio físico do médium, pelo comando dos centros cerebrais e anímicos. 

Torna-se, portanto, evidente que, para esta forma de mediunidade, exigem-se médiuns dotados de sensibilidade apurada e de perfeito equilíbrio psíquico. E: uma mediunidade de exceção ou mais comum entre artistas, pintores, músicos, poetas e outros cuja função é produzirem obras destacadas, de caráter universalista. 

No caso em apreço, nós não falamos propriamente ao ouvido físico do nosso médium, mas, sim, por conjunção mental, exceto em algumas ocasiões muito raras, em que atuamos de modo semiconsciente: Quando se trata de receituário mediúnico, o espírito receitista. escolhe no arquivo mental do médium a medicação que julga mais apropriada para o consulente. Então, atendendo a essa intuição mais forte sobre determinado remédio, o sensitivo escreve na receita justamente o nome do mesmo. 

É um ti o de mediunidade cujo maior êxito e amplitude depende essencialmente de estudo incessante, libertação das algemas da ortodoxia religiosa; ausência de idéias preconcebidas ou e prevenção contra esta ou aquela doutrina espiritualista. 

O médium "transmentativo", estudioso e avesso ao sectarismo, é de espírito idêntico ao dos artistas, músicos ou pintores, cuja mente se entreabre para todas as expressões da vida; e, por isso, pode dispensar os recursos das concentrações especiais ou "correntes psíquicas", como garantia de sucesso em seu intercâmbio conosco. Nos momentos de psicografar, o nosso médium procura sintonizar-se o melhor possível à nossa faixa vibratória. Então, ele obtém de nós as melhores elucidações possíveis às perguntas que redige; permitindo-nos também associar novas indagações, às quais nós mesmos respondemos, a fim de que a questão em foco seja esclarecida sem dar lugar a quaisquer dúvidas. 

PERGUNTA: - Qual o motivo mais importante, da parte do vosso médium, nesse gênero de mediunidade "transmentativa", que lhe tem permitido receber um conjunto de comunicações valiosas, abordando problemas invulgares, cujo racionalismo, no entanto, pela sua lógica convincente, está despertando interesse em diversos países? 

RAMATÍS: - O nosso sensitivo, após constantes meditações, durante alguns anos, subordinou a sua faculdade mediúnica de psicógrafo a um caráter panorâmico, impessoal e didático, desinteressando-se de enveredar pelos meandros de feição individual ou pela curiosidade tão ao gosto dos terrícolas. O seu trabalho tem, pois, a finalidade essencial de captar mensagens espirituais de interesse para a Humanidade, ou seja, ampliar o campo ideológico de todos os homens, no sentido de interessá-los nos problemas da vida do espírito imortal. 

O nosso médium é um sensitivo de intuição consciente; portanto não pode exprimir-se ou escrever na mesma grafia que os "mortos" adotavam quando viviam na matéria. No entanto, a sua mediunidade, repetimos, permite-lhe captar toda a substância das idéias que projetamos na tela da sua mente. Porém, como a singularidade das nossas revelações ou problemas contradizem certas premissas da vossa ciência e contrariam dogmas seculares do sectarismo religioso, é muito sensata a sua atitude de submeter nossos comunicados a uma revisão de coordenação lógica e máxima clareza expositiva feita por outrem que também disponha de certa receptividade às nossas induções e, além disso, expresse o nosso intuito fraterno de fazer que o leitor, ao considerar as facetas dos nossos estudos, não se limite à "vantagem" de haver tomado conhecimento de novas revelações, mas apreenda e sinta que o objetivo essencial "das mesmas é despertar-lhe a consciência de modo que, ante a luz de novos horizontes, o seu espírito se apure em sentimentos e virtudes que o integrem, cada vez mais, no roteiro do Evangelho de Jesus! 

Aliás, todo médium deve auscultar e submeter a certo controle os "produtos" da sua mediunidade. Mesmo porque nenhum sensitivo mediúnico está absolutamente imune de ser mistificado, pois do "lado de cá" também existem consumados "prestidigitadores" de fenômenos psíquicos e hábeis sofistas da palavra falada e escrita, capazes de iludirem o médium de boa-fé e conduzi-lo a certos equívocos. 

Não contestamos que o nosso médium também incorra em deficiências. Às vezes também se julga autor das idéias e dos pensamentos que registra no papel, descrendo, assim, de terem sido inspirados por nós. Noutros casos, ele se crê um plagiário por associar assuntos de obras alheias que já leu; e quando tal acontece, ao recordar-se onde "ouviu ou leu" aquilo que lhe ditamos, ele sente-se amargurado. Ignora, no entanto, que nós mesmos, os desencarnados nada criamos de novo no Cosmo. Nós apenas damos curso às concepções e conhecimentos dos nossos antepassados, vestindo suas idéias com a roupagem da época atual. Somos, por vezes, uma espécie de lente ampliadora das idéias daqueles que nos procederam, tal qual eles, por sua vez, já o foram de seus antecessores. 

Porém o nosso médium, ao examinar, posteriormente, o que escreve sob nossa intuição, verifica haver tratado de assuntos que lhe são desconhecidos e ter aduzido conclusões até opostas à sua opinião. 

À semelhança da bolota, que se desenvolve no solo sujeita a crescer naturalmente por efeito da sua dinâmica genética, ele sabe que se cultivar cuidadosamente a sua faculdade mediúnica, então também conseguirá tornar-se uma espécie de carvalho generoso, cuja sombra amiga beneficiará muitos viandantes necessitados de repouso. 

Assim como o modesto veio d'água, nascido e vertido da encosta do Peru, depois de sulcar prodigamente o extenso solo ressequido por onde passa e contornar obstáculos imensos, transforma-se no caudaloso Amazonas, o médium também precisa transpor e vencer as pedras que surgem no caminho do seu aprendizado e aperfeiçoamento mediúnico. No entanto, se quiser vencer mais facilmente as decepções, os desânimos na sua caminhada evolutiva sobre a face do planeta, o talismã milagroso para conseguir esse objetivo é integrar-se de alma e coração, no roteiro luminoso o Evangelho de Jesus! 

Constitui um caso muito raro o do médium que pode exercer diversas faculdades ao mesmo tempo, 4 pois a sua maioria compõe-se de intuitivos. Assim, no caso do receituário, o nosso sensitivo também só atende nos limites que não ultrapassem a sua capacidade mediúnica consciente, conjugado à bagagem terapêutica que é de seu conhecimento, pois não sendo médium mecânico, sonambúlico ou de incorporação não pode receitar medicações que lhe sejam desconhecidas nem fazer diagnósticos de profundidade. 

4 - Nota do Médium: Cremos que Chico Xavier, na atualidade, é o médium que melhor se ajusta a essa enunciação de Ramatís. 

No caso do médium mecânico, os espíritos terapeutas acionam o braço do médium à altura do seu plexo braquial e trabalham movendo-o como se e fosse uma espécie de caneta "viva", podendo, então, receitar sem utilizar como veículo o cérebro humano. Quanto ao nosso sensitivo, seus sucessos terapêuticos são devidos mais propriamente ao treino e à confiança que já adquiriu no intercâmbio conosco. No entanto, ele seria improdutivo e claudicante na sua função mediúnica, caso pretendesse solucionar problemas e assuntos particulares dos seus comunicantes ou dos consulentes terrícolas. 

PERGUNTA: - Desde que o vosso médium é apenas intuitivo consciente, então qual é o segredo do sucesso de vossas mensagens, que retratam um estilo, conhecimentos e concepções muito além da sua capacidade e cultura? Conhecemo-lo em suas deficiências humanas e sabemos da sua incapacidade para discernir e redigir dissertações a respeito de certos problemas bastante complexos, que constam das diversas obras já editadas sob vosso nome. 

RAMATÍS: - Tal resultado é fruto de disciplina, estudo, devotamento e trabalho incessantes. Durante o contacto perispiritual a sua receptividade mental, sintonizando-se à nossa freqüência vibratória, faz que o seu trabalho psicográfico deslize com firmeza. É, enfim, um veículo que não nos opõe qualquer resistência. E sua confiança absoluta nas respostas que lhe transmitimos também contribui para a perfeição da sua tarefa e da nossa. Ele escreve de acordo com a sua grafia comum e veste nossos pensamentos com o vocabulário de seu conhecimento e sem trair a nossa idéia. 

O médium intuitivo é algo semelhante a um vidro colorido, pois dá a sua cor própria à luz que transmite. Tal qual o pintor experiente e devotado, o nosso médium usa das "tintas" do mundo material para reproduzir os quadros que projetamos em sua mente perispiritual. Aliás, muitos médiuns de bom quilate espiritual estiolam suas faculdades pelo temor de serem mistificados ou recuam diante do serviço muito antes de alcançarem o domínio completo da sua capacidade mediúnica. Entretanto, o caminho seguro para o médium intuitivo desenvolver essa faculdade é a perseverança, o estudo e o anseio de querer ser útil na evangelização da Humanidade. Aguardar o "milagre" da perfeição mediúnica , obtendo-a de um jato, isto não é possível, pois a subida dos degraus da evolução exige esforços próprios.

MEDIUNIDADE DE PSICOMETRIA - PARTE 3

ENIGMAS DA PSICOMETRIA 

ERNESTO BOZZANO 


HISTERIA DA AMOSTRA N° 5 

Colocando a mão sobre a amostra embrulhada em papel grosso e constituída de uma substancia dura e resistente, percebo imediatamente dois ou trás homens a examinarem uma parede negra. 

Um desses homens tem à mão uma lanterna; outra pesquisa, insistente, aqui e ali, mostrando-se muito prudente antes de dar a sua opinião. 

(Eis uma descrição fiel dos inspetores de minas, que descem pela manhã aos poços, munidos da lâmpada de segurança, a fim de verificarem se tudo está em ordem, antes da chegada dos trabalhadores. - S. Jones.) 

Pressinto que neste embrulho está um pedaço de carvão, nada xistoso. É uma bela qualidade de hulha. (Perfeitamente: hulha Heathen. - S. Jones.) 

Foi arrancado de grande profundidade. 

(Efetivamente: da camada mais profunda da mina. - S. Jones.) 

Os homens que trabalharam nessa espécie de túnel estão muito abaixo de um ponto de onde me chegam ruídos de rodas e vagões em movimento. 

(A superfície do solo, uma via férrea de bitola estreita passa muito perto do local em que foi extraída essa pedra. O túnel escuro é um dos ramais da mina. - S. Jones) 

Vejo grupos de homens em atividade para abrir passagem através de um negro paredão. Uns de pé, outros agachados; todos, porém, em posições forçadas e contrafeitas. 

(Os mineiros trabalham realmente em grupos isolados. Quanto ao mais, é observação exata do penoso trabalho de mineração.) 

Agora, meu olhar se fixa num homem que trabalha sozinho, em uma galeria tão baixa e tão estreita que a força a deitar-se. Ao contemplá-lo, assalta-me um como sentimento de tristeza e ansiedade; sou levada a orar e a desejar que se não verifique um desmoronamento capaz de o esmagar... 

(Não. Há muito tempo que nesse ponto não ocorrem desastres. - S. Jones) 

Coisa singular! Os pensamentos desse homem não se prendem à sua tarefa. Ele está pensando na esposa e no filho de tenra idade. Percebo, agora, um cemitério de aldeia, no qual repousam criaturas de condição humilde, em grande escala, e leio as inscrições ingênuas apostas em suas respectivas campas. 

(Não há cemitério nem igreja nos arredores. O cemitério mais próximo está a distancia de uma milha. - S. Jones.) 

Tenho diante de mim uma parede negra, impenetrável e inexplorada; percebo água a pequena distancia... Experimento vibrações tão fortes, tão vivas, que sou forçada a passar adiante. Agora, é como se o caminho se abrisse à minha frente, a levar-me para a direita. Estou perturbada: é preciso vedar ou desviar esta fonte, sob pena de ver os operários afogados quais ratos em suas luras. 

(Exatíssimo! Pura verdade! Há grande quantidade de água nas minas, precisamente na direção apontada. Essa água é tanta que, numa galeria perfurada, à direita, houve de abandonar-se o trabalho antes de atingir o filão carbonífero, porque a pressão da água impossibilitava os trabalhos de aproximação. Presentemente o perigo está quase conjurado e os operários presumem que a fonte estaria seca, se não houvesse sempre água no subsolo. - S. Jones) 

Impossível se me torna, agora, traduzir nitidamente as impressões que experimento, triste e contraditório! Sinto-me ansiosa e preocupada com uma região inexplorada destes antros escuros e cavernosos. Estou como que empolgada pela idéia de um perigo iminente e indefinível, dói-me a cabeça, sufoco, tenho sensações vertiginosas. É como se houvesse um perigo a temer nos veios dágua. A dispnéia aumenta, os pulmões como que se colam às costas; nariz, olhos, ouvidos, boca, saturam-se de uma espécie de gás pesado e impuro. Estala-me o crânio... 

(Excelente descrição dos efeitos da saturação úmida, de começo muito acentuada nesta mina. - S. Jones) 

Oh! que visão horrível! Vejo o homem, há pouco descrito, estertorante no chão, lívido, a sangrar pela boca, pelo nariz, pelos ouvidos! 

(Eureca! Estupenda revelação! Agora me lembro de que há vinte anos um operário ficou mortalmente ferido nessa galeria, quando tentava atingir o filão carbonífero, e isso justamente por efeito de uma inesperada inundação. Esse homem faleceu quatro semanas após o acidente e sua mulher deu-lhe um filho horas antes de ele morrer. Ora, essa criança, hoje rapaz de vinte anos, é o próprio que nos entregou a amostra psicometrada. Será daí que lhe tenha provindo essa impressão de tristeza? - S. Jones.) 

Neste momento desço abaixo desta camada de hulha. Meu pensamento se prende a centenas de séculos anteriores ao Cristo! Estou a ver uma floresta cujas árvores têm uma folhagem tão espessa que me impedem de ver o céu. Diviso urso de um pardo-escuro, quase negros, procurando as suas cavernas. Um animal monstro, de pé, sobre uma rocha da qual jorra uma coluna dágua, semelhando um lençol. De modo vago, ligo esta fonte à que existe atualmente na mina e de que me proveio tão grande angústia. 

(Veríssimo! Informaram-me que a água que inundava a nossa mina jorrava de baixo para cima! Que belas observações verídicas neste vosso ensaio psicométrico! - S. Jones.) 

O Sr. Jones acrescenta a seguinte nota relativa ao fragmento de carvão psicometrado: 

(Trata-se de hulha tecnicamente denominada Heathen devido à camada especial de carvão, de que foi extraída. Há na mina diversas camadas ou filões dessa natureza, separados por sedimentos de outra espécie. O carvão dito Heathen é o proveniente da camada mais profunda. Essa amostra foi-me trazida por um mineiro que a teria conduzido na mão ou no bolso, o que aliás não posso afirmar, porque já me não recordo. - S. Jones) 

Neste primeiro caso os enigmas a resolver se enredam de modo inextricável. Preferível, pois, prosseguir na exposição dos fatos mais simples, a fim de deslindar a meada. 

E até que o possamos fazer, notemos este fato : de todas as hipóteses que nos ocupam, nenhuma se nos afigura menos indicada para explicar os fatos, do que essa mediante a qual um objeto viesse revelar a sua própria história. 

Teoricamente, não se pode admitir que um pedaço dz carvão mergulhado nas profundezas da mina, a centenas de metros do local em que se ferira um operário vinte anos antes, tenha podido receber as vibrações mentais desse operário, de modo a revelar o seu drama à clarividente. A vista de tal incidente, a solução mais verossímil seria supor que a amostra recolhida, e conduzida pelo filho da vítima, se impregnasse da influência vital do rapaz. 

Então, a sensitiva, ao desvendar a relação existente entre a amostra e seu portador, teria haurido na subconsciência deste o conhecimento do acidente. 

Reconheço, todavia, que esta última suposição é uma tanto audaciosa, e como o filho se intromete, indubitavelmente, de qualquer modo, na revelação psicométrica, fácil se tornaria eliminá-la, supondo que por intermédio dele uma relação telepática se estabelecesse entre a sensitiva e o pai falecido. 

E uma hipótese esta que articulo, porque, no relatório, se verifica um incidente impossível de figurar na subconsciência do rapaz, a saber: - a declaração da sensitiva, de que os pensamentos daquele homem não se prendiam à sua tarefa, mas dirigiam-se à mulher e ao filhinho -, observação esta que poderia muito irem se referir a qualquer traço característico do morto e constituir uma de suas reminiscências, mas que o filho não estava, então, em condições de conhecer. 

Pode acrescentar-se que a sensitiva denunciou uma fonte de água ameaçadora, que demandava imediata oclusão ou desvio, operação esta que já se executara, porém, posteriormente ao tempo em que o morto aí trabalhava. 

Aliás, daquela mesma circunstância foi que derivou o acidente de que foi ele a vítima, fato este cujo advento leva, por isso mesmo, a crer que se trata de uma reminiscência póstuma, telepaticamente transmitida à sensitiva. 

Pelo que diz respeito à exata descrição da mina, a hipótese menos ampla constituiria no supor que uma relação telepática se estabeleceu entre a sensitiva e a subconsciência do remetente Sr. Jones, funcionário da dita mina. 

Ficaria para resolver o problema que se apresentou à sensitiva, da visão pré-histórica de uma floresta paleológica, povoada de ursos e ligada ao passado da mina. 

Para este caso especial, ainda se poderia supor que a sensitiva haurisse uma imagem pictográfica nas reminiscências subconscientes de leituras feitas pelo Sr. Jones. 

Hipótese ousada, também, mas que acolhemos no momento e na expectativa de considerar episódios outros do mesmo gênero, teoricamente mais nítidos e de molde a excluir a hipótese arbitrária de uma subconsciência de latitudes infinitas, que é também o ultimo refúgio do misoneísmo científico. 



II Caso - Encontra-se também em Light (1903, pág. 273 ) , uma série de experiência feitas com amostras enviadas pelo Sr. Samuel Jones a Srta. Edith Hawthorne. 

Aqui, a exposição é precedida da seguinte advertência 

Diversos pesquisadores manifestaram desejo de conhecer a distAncia que separa a destinatária do remetente, o que me leva a declarar que o Sr. Jones reside em Dudley, Worcestershire; 6, Askew Bridge, Gornal Wood e a Srta. Edith em Londres, 3, Upperstreet Islington. Aqui, como no primeiro relato, as anotações do Sr. Jones vão entre parênteses. 



AMOSTRA N° 11 



Coisa singular! Com este espécime, sinto-me invadida por uma forte impressão de remota antiguidade! Não obstante, percebo tratar-se de terra apanhada à superfície do solo, muito perto de um grande muro de pedra. 

(Exatíssimo! Terra colhida na base de um grande muro divisório de antiqüíssimo pátio.) 

Subo penosamente uma colina escarpada, dirijo-me às ruínas de velho castelo. Do alto de uma torre, ou dentada muralha, contemplo a cidade. Entre os escombros do castelo avisto arqueólogos, que palpam sisudamente as paredes decrépitas. Ouço-lhes palavras e risadas, e também o casquinar de petizes que jogam o críquete. Agora, os soldados de Cromwell, que se atropelam e precipitam para galgar as alturas... E, agora, o nome deste lugar: - Castelo de Dudley. 

(Exato. Cromwell com os seus soldados tomou parte na destruição deste Castelo, cujas ruínas se ostentam no topo de uma colina. Esse local é muito visitado por excursionistas e, graças a uma especial concessão do conde Dudley, todos os anos se faz, em dia determinado, uma festa recreativa, dedicada às crianças dos arredores. - S. Jones) 

Neste instante deixo as cercanias do Castelo e atravesso uma cidadezinha. Observo as lojas, sinto um cheiro agradável de pão fresco, ainda quente, que me abre o apetite; contemplo bolos e tortas na montra de uma confeitaria. 

(A pessoa que me trouxe esta amostra, passou junto de uma carrocinha carregada de pão fresco, ainda quente, precisamente defronte de uma confeitaria. - S. Jones.) 

(O portador em questão também passou por uma agencia postal. Esta amostra foi apanhada com uma colher e diretamente colocada na caixa. Não sofreu, portanto, qualquer outro contacto. Assim, não posso compreender como pode ser influenciada por. observações do seu portador. - S. Jones) 

Tem razão o Sr. Jones para se admirar deste último detalhe, tão curioso quão misterioso, ainda que a explicação que lhe atribui não seja a mais convinhável. 

De fato, é muito possível que o objeto não tenha sido influenciado pela visualidade do seu portador e sim saturado do seu fluido vital, condição que permitiu à sensitiva entrar em relação telepática com a subconsciência do portador e conhecer das suas sensações, à vista do pão fresco e do seu cheiro aperitivo. 

Por outro lado, as diferentes visões que se apresentam à sensitiva, em meio às ruínas do Castelo de Dudley, não são, provavelmente, outra coisa que uma sucessão de imagens pictográficas, hauridas telepaticamente na subconsciência do Senhor Jones. 

Na análise da amostra n° 10, a que deixo de me reportar para não alongar muito esta exposição, trata-sé de um punhado de terra do jardim do Senhor Jones. 

A sensitiva observa imediatamente que se trata de terra colhida à superfície do solo, revela a existência, no subsolo, de uma mina de hulha e acrescenta: 

A distancia de duzentos ou trezentos metros do local em que foi recolhida esta terra, há casas ameaçadas de desmoronamento, devido aos trabalhos subterrâneos de mineração. 

Esse desmoronamento verificou-se alguns dias depois claro que a sensitiva não podia extrair esta informação da amostra de terra que ela apertava nas mãos, ao passo que podia extraí-la, de qualquer modo, da subconsciência do Sr, Jones, que não ignorava a situação periclitante daquele grupo de casas.