domingo, 30 de dezembro de 2012

MENSAGEM DE FIM DE ANO



Motumbá meus amados leitores(as) sei que ando meio ausente do blog, mais é correria com meus animais de estimação, correia para o ILE ASÉ, mais hoje venho deixar aqui uma mensagem para o fim de ano.

MENSAGEM PSICOGRAFADA DE ANDRÉ LUIZ

Para ser feliz, próspero, vencedor, receber amores e dádivas, bênçãos e distinções, podes formular votos, tecer esperanças, alinhavar projetos, enumerar decisões, vestir cores certas, brindar à sorte. 

Porém, se no coração, o homem velho prossegue, se o ontem ainda te governa, se melhoras apenas te farão, mais forte no que te é dispensável,
então prosseguirás, ano após ano, imerso no mesmo tempo, estacionário,
por livre e espontânea vontade, de um eterno ano velho, passado.


Ter asas é Dançar na chuva... É plantar uma arvore... Ver a inocência nos olhos de uma criança... É ficar bem quietinho ao lado da pessoa amada... É subir uma montanha... É encontrar os amigos e não falar nada importante, Mas falar, falar muito... É cantarolar uma música antiga ... É arrumar as gavetas, e dar um monte de roupa para quem precisa... É andar sem rumo, só por andar... É falar sozinho... É sorrir para aquele velhinho lá da praça... É ficar sentado na cozinha, assistindo a mãe fazer bolo... 

Ah ! Ter asas é raspar a panela de brigadeiro com os dedo... É brincar 
É rir de si mesmo... É ter um lugar secreto bem lindo e fugir para lá de vez em quando... E ficar de bobeira... É tomar um banho de cachoeira, nadar em um rio... Ir para a praia, se cobrir de areia e pegar jacaré... Ter asas é viver intensamente as coisas simples e belas... Do dia a dia 

Ter asas é ficar em silêncio e ouvir dentro da gente, o deus emanuel 
É isso que desejo para o Ano Novo que está chegando... 

Que você tenha asas como das águias!!!! 

Que a lua e as estrelas emprestem um pouco do seu brilho, para iluminar o novo ano, e que deus nos dê "asas de águia" para voarmos bem alto na construção de um mundo melhor.

Esses são os sinceros votos da equipe BARA LONAN LEMBRANCINHAS.

FELIZ ANO NOVO

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Òsóòsì, Aplacou a Grande Mãe Ancestral



Aqui nesse espaço, já tivemos a oportunidade de discorrer diversas histórias relacionadas aos nossos Deuses, os Òrìsàs. 

Hoje vamos escrever uma das histórias daquele que é considerado o grande Patrono da Nação de Kétu, o grande caçador Òsóòsì.

Uma antiga história yorùbá, conta que Oduduwa, o grande rei da dinastia Nàgó, celebrava anualmente a "Festa do Inhame Novo", agradecendo a fartura das colheitas realizadas a cada ciclo. 

Nessa época, somente após a realização dessa grandiosa festa, é que era permitido o consumo daquilo que a terra oferecia ao povo. Fazendo um paralelo, essa festa é como o Pilão de Òsógiyán, que anualmente realizamos no Terreiro de Òsùmàrè.

Em uma dessas festas, o grande Rei Oduduwa, estava feliz e cercado por suas esposas. Todos os reis das cidades próximas a Ifé, chegavam e saudavam Oduduwa. 

No entanto, Ìyàmì, a grande mãe ancestral, descontente com aquele festejo, encaminhou à Ifé, um pássaro gigantesco, para amedrontar todos que se reuniam para comemorar a colheita dos inhames novos.

Quando aquele pássaro assustador começou a voar sobre Ifé, as pessoas entraram em pânico e começaram a correr amedrontadas. Oduduwa, por sua vez, mandou que trouxessem os melhores e maiores caçadores, para abater aquele pássaro que estava acabando com a sua festa.

Desse modo, da cidade de Ido, chegou Osotogun, o caçador de 80 flechas. Mesmo com todas as suas flechas ele não conseguiu atingir o pássaro encaminhado por Ìyàmì, acabando por falecer diante de todos. 

O mesmo aconteceu com o caçador de 40 flechas (Osotogi), que veio da cidade de More e com Osotadota, o caçador de 50 flechas, oriundo da cidade de Ilare. A medida que os caçadores morriam, a população ficava cada vez mais apavorada.

Por fim, Oduduwa mandou que chamasse de Irema, Osotokansoso, o caçador de uma única flecha. Ao saber que Osotokansoso estava à caminho de Ifé para caçar o pássaro que já havia matado três importantes caçadores, Ìyá Wunbanbá foi rapidamente consultar Ifá, para saber como seu filho poderia ter sucesso nessa empreitada.

Por meio do oráculo sagrado, Ifá disse que Osotokansoso estava caminhando para a morte, mas que, se a oferenda correta fosse realizada imediatamente, ele teria sucesso e seria reconhecido pelo povo pelo seu feito. 

Assim sendo, Ìyá Wunbanbá realizou a oferenda de uma Adiye, abrindo-lhe o peito e evocando as seguintes palavras: "Que o Peito dessa Adiye recebe essa oferenda". 

Nesse exato momento, Osotokansoso estava mirando sua flecha em direção ao poderoso pássaro. Contudo, Ìyàmì que comandava as forças do pássaro se distraiu para receber a oferenda feita por Ìyá Wunbanbá e, o caçador de uma única flecha, conseguiu aplacar aquele pássaro que aterrorizava Ifé, sendo aclamado por todos e por Oduduwa. Aquele que até então era desconhecido pela grande maioria, passou a ser popular, sendo chamado de Osowusi.

Esperamos, uma vez mais, ter contribuído para o esclarecimento e disseminação da Cultura dos Òrìsàs.

Que Òsùmàrè Araka, continue sempre olhando e abençoando todos.
Terreiro de Òsùmàrè

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

MENSAGEM DO DIA - FELIZ NATAL


Bom dia minha Gente! meu povo de fé e amados!!

Mais um Natal chegou , um dia que envolve o amor de nosso Senhor Jesus cristo!! que mais esse NATAL não seja em vão, que seja de nascimento de muitas coisas Boas em nosso ser, pois Natal representa nascimento, então que nasçamos para uma vida mais amorosa, mais tranquila, com mais solidariedade, mais amizade. 

Que os muros se quebrem e que se construam pontes, para acessibilidade de todos, que nossas mentes e corações sejam invadidos por esse amor infinito e único, chamado Jesus, esse que é razão dessas comemorações, esse que é razão de nossa existência, razão de tudo...

O meu desejo é que tudo o que este dia representa, tome conta de nós todos os dias de nossas vidas. Que uma onda de amor, respeito, tolerância, sensibilidade e fé, se propague e atinja em cheio os corações. 

Que haja reflexão, arrependimento. Que haja paciência, resistência, continuidade. Que a maldade alheia não nos confunda, não nos derrube. Que a fé seja diária. 

Que pensemos em Deus e na sua infinita sabedoria todos os dias, em todos os momentos. Que vivamos em paz com o mundo e com nós mesmos, porque dentro de nós existe um mundo e esse mundo necessita de paz para que possamos viver em paz.

FELIZ NATAL MINHA GENTE AMADA!!

2013 ESTAREMOS AQUI, JUNTOS E ESPERO QUE DIFERENTES , MELHORES COMO PESSOAS... 

MUITOS AQUI AINDA NÃO CONHEÇO PESSOALMENTE,APENAS UM CONTATO VIRTUAL,MAIS O AMOR, CARINHO E RESPEITO PODE TER ABSOLUTA CERTEZA QUE É REAL, QUE MAMÃE OXUM ESTEJA SEMPRE NOS ENVOLVENDO COM AMOR E DOÇURA QUE PROVÉM DELA!!

sábado, 15 de dezembro de 2012

UMA AMOSTRA DE AMOR AOS ORIXÁS

Motumbá meus irmãos e minhas irmas!

Hoje quero postar uma poesia simples mais de coração espero que gostem....



Quando os diferentes caminhos...
Se cruzam em um só no caminho de BARA...
Seja pelas forças dos ventos...
Ou pelas mansas águas doces...
Que caminham pelos rios...
Que descansam pelos lagos  de OBÁ...
Ou que despencam pelas cachoeiras de...
Águas que se encontram...
Num imenso e caloroso abraço...
Águas doces que se tornam salgadas...
Ao se tornarem uma só...
Na imensidão do azul do mar...
Águas que nos levam...
Em mares mais profundos...
Em horizontes nunca alcançados...
A desbravar um novo mundo...
Onde os ares da imensidão...
Nos fazem repousar...
Em lindos sonhos de paz...
Sonhos de criança...
Sonhos de menino-homem...
Sonhos de menina-mulher...
Sonhos que as aguas de OXUM...
Desaguam no mar de YEMANJÁ...
Sob o doce olhar de OXALÁ...
Salve! Oxala velho, OXALUFAN...
Salve! Oxalá novo, OXAGUIAN
Que passeiam pelo ar...
Sob os ventos de YANSÃ...
Eparrêi Senhora dos ventos...
Eparrêi Senhora das tempestades...
Que vossos fortes ventos...
Afastem de nós a maldade...
INTOLERÂNCIA E A DESIGUALDADE...
Assim como o fogo...
Que queima como justiça...
E os trovões gritam...
Num eterno brado de louvor...
Kawô Kabiecile...
O grande nome de XANGÔ...
Fogo que queima e funde...
Desde a mais simples madeira...
Ao mais fortes dos metais...
Onde as simples vigas...
São transformadas em armas forjadas...
Que incandescentes...
E manuseadas...
Se tornam fortes e imbatíveis...
Pelas mãos astutas de OGUM
Armas que se tornam flechas...
Lançadas por perfeitos arcos...
Que mesmo miradas...
Com uma única flecha...
Se alcança a vitória da caça...
Que nos sustenta em nossa fome...
Pelas forças de OXÓSSI que nos socorre...
Salve! a força das matas...
Salve! o segredo das folhas...
Salve! Euê-ô! Euê-ô! Euê-ô! OSSAIM...
Salve! A terra sagrada...
Que com sua força e vitalidade...
Nos livra das enfermidades...
Que como cobertos Mariwô...
Cobrindo nosso corpo da marca da dor...
Da marca da doença...
Salve! Pai OMOLU...
Salve! o grande Atoto!
Nosso grande interventor...
Como no céu aparece o Arco-Íris...
Representando a aliança das cores...
Saudando assim o grande OXUMARÊ Arroboboi...
Saudando também a grande EWÁ Hirró...
Com a alegria de IBEJI...
Que nos torna como crianças...
Ficando desta forma tão bela...
Como o príncipe LOGUN-EDÉ...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

13 DE DEZEMBRO DIA DOS MARINHEIROS



SALVE O POVO DA ÁGUA!!!

Eles chegam do mar e desembarcam em terra, sua alegria é contagiante, abraçam a todos, brincando sempre, com aquele jeito meio “maroto”, embriagado. São os Marinheiros, grupo de Espíritos que trabalham na Umbanda em prol da caridade.

Eles conheceram muito bem o mar e a navegação, pois participaram da descoberta de novos mundos através das viagens que empreenderam que duraram anos e anos.

As Entidade de Marinheiro trabalham na Linha de Iemanjá e também de Oxum, que compõem o chamado “Povo da Água”. Seus conselhos e mensagens são sempre cheios de esperança e de fé. Costumam trabalhar em grupos. São fortes, pois enfrentarem guerras e mares agitados, mas também conheceram a calmaria e a bonança.

Dão consultas, passes e também fazem trabalhos fortes de descarrego que envolvam grandes demandas. Em algumas casas, também costumam trabalhar nas giras de desenvolvimento de Médiuns.

Quando dão consultas, essa Falange costuma ir direto ao ponto, sem rodeios, mas também sabem como falar aos consulentes sem criar um clima desagradável ou de medo. Assim, conseguem atingir fundo as almas dos aflitos que costumam procura-los em busca de auxilio e de esperança.

Carregam consigo um sentimento profundo de amizade. Seus conselhos são sempre fiéis e certeiros, têm uma grande responsabilidade e assumem o compromisso de um trabalho bem-feito.

VAMOS REFLETIR?!!!!



Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa:

- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis com o ambiente.

A senhora pediu desculpas e disse: - Não havia essa onda verde no meu tempo.

O empregado respondeu: - Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso ambiente.

- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se preocupou adequadamente com o ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.

Realmente não nos preocupamos com o ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.

Nós não nos preocupávamos com o ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

Mas é verdade: não havia preocupação com o ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.

Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.

Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos.

Canetas: recarregávamos com tinta tantas vezes ao invés de comprar outra. Amolávamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.

Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.

Então, não é risível que a atual geração fale tanto em "meio ambiente", mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?

Agora que você já leu o desabafo, envie para os seus amigos que têm mais de 50 anos de idade , e para os merdas que tem tudo nas mãos e só sabem criticar os mais velhos.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Osanyin (Medicina) ou Orunmilá (Sacrifício)



Osanyin e Orunmilá eram inimigos e ambos divinizavam para o Rei. Mas tanto Osanyin como Orunmilá, queria provar quem era o mais poderoso dentre todos os Divinadores. 

Osanyin disse que ele era a própria Medicina e que ninguém era mais poderoso que a medicina e assim Osanyin desafiou Orunmilá (Sacrifício), dizendo que ele o Dono das Folhas, era o mais poderoso. 

Osanyin disse: “Se você Orunmilá é tão poderoso, não há porque recusar o meu desafio, vamos nos enterrar no chão e depois de 320 dias, as pessoas podem nos retirar”. Orunmilá aceitou o desafio, sendo acordada uma data para que os dois fossem enterrados, diante de todos da cidade.

Orunmilá ficou preocupado e buscou os Divinadores. Os Divinadores lhe disseram: “A pele que cobre o estômago, não deixa-nos ver os intestinos”. Você deverá realizar um sacrifício, com dois pedações de pano branco, com um rato gigante, com um grande caranguejo, com Ewure, Com Adiye e Eyele, você deverá ofertar 28.000 búzios do lado esquerdo, 28.000 búzios do lado direito e 28.000 búzios no centro. 

Os Divinadores informaram o que deveria ser ofertado e o que Orunmilá deveria levar consigo para ser enterrado. Orunmilá seguiu as orientações e realizou o sacrifício. Eles disseram que Orunmilá deveria preparar uma medicina (Oogun), que essa medicina ele deveria colocar debaixo de sua roupa, antes de ser enterrado. Ele deveria pegar os dois pedaços de pano branco e enrolá-los e também colocar debaixo da sua roupa, assim Orunmilá fez. 

No dia marcado, Orunmilá apareceu vestindo uma roupa bonita que lhe permitia esconder tudo o que os Divinadores mandaram ele levar. Orunmilá então foi enterrado. Tão logo ele foi enterrado, ele soltou o rato gigante que, começou a cavar até que formou uma pequena entrada de ar, fazendo com que Orunmilá não morresse sufocado.

Orunmilá fez o mesmo com o carangueijo, que começou a cavar em busca de água, quando achou, a água começou a gotejar no buraco, permitindo que Orunmilá a bebesse, não morrendo de cede. Isso aconteceu por longos 320 dias. 

Osanyin não sacrificou nada, ele também foi enterrado por longos 320 dias. Depois de 320 dias os moradores da cidade foram no local onde eles estavam enterrados, eles começaram a tirar a terra do buraco de Osanyin. Eles encontraras pedaços de louças, pedaços de ferro e trapos de pano, Osanyin havia morrido, seus filhos choraram a sua perda, falando: “Medicina Morreu, Medicina Morreu”.

Eles começaram a tirar a terra do buraco de Orunmilá. Quando Ornumilá ouviu o barulho, ele pegou os dois pedaços de pano branco que os Divinadores haviam mandado ele levar, ele desenrolou esses panos e se vestiu com eles. 

Quando acabaram de tirar toda a terra, Orunmilá surgiu com suas vestes brancas, as pessoas louvaram Orunmilá, Orunmilá era o mais poderoso. Seus filhos exclamavam: “Sacrifício Está Vivo, Sacrifício é mais poderoso que mediciona”!!!

Orunmilá imediatamente ordenou que lhe trouxessem um chocalho de Osanyin, um Pakun, um pássaro Kowe e um pássaro Awoko. Orunmilá preparou tudo, fez um poderoso encantamento e disse: “Utilizem esse chocalho, Osanyin irá responder”. Eles fizeram e Osanyin respondeu. 

Eles falavam e dançavam: Sacrifício é mais poderoso que Medicina!

Após esse dia, nunca mais ousou desafiar Orunmilá, o Grande Deus da Divinação.

Que Òsùmàrè Aràká continue olhando e abençoando todos!
Terreiro de Òsùmàrè

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Como Orunmilá, o Deus da Divinação, se Casou com a Filha da Deusa do Mar



Orunmilá queria se casar com a filha da Deusa do Mar. No entanto, ele sabia que outras 400 Divindades já havia tentado sem sucesso algum. Desse modo, ele consultou o oráculo a fim de saber como proceder. 

Na consulta, ele descobriu que deveria realizar uma oferenda para Èsù, sendo dois galos e 1 galinha (todos vivos), um rato, um peixe e duas bolsas grandes de esteira e búzios.


Orunmilá fez a oferenda e foi à casa da Deusa do Mar, levando consigo as duas bolsas de esteira. Quando ele chegou, Èsù piscou fazendo com que todos que olhassem Orunmilá o achassem um homem muito bonito.

Quando a filha da Deusa do Mar viu Orunmilá, se apaixonou por sua beleza, dizendo à sua mãe que, era com ele que ela queria se casar. A Deusa do Mar disse que 400 Divindades já haviam pedido para casar com sua filha, mas que ela recusou todos. 

Assim sendo, a Deusa do Mar queria saber como ele Orunmilá iria fazer para escapar da cólera das outras 400 Divindades. Orunmilá disse que a levaria embora e que ele resolveria como escapar das demais Divindades.

Conforme a Deusa do Mar havia anunciado, quando as 400 Divindades ficaram sabendo que Orunmilá iria se casa com a sua filha, elas ficaram inconformadas. 

Irritadas, elas cavaram um buraco esquerdo à casa da Deusa do Mar, cavaram outro ao lado direito e um à frente. Dessa forma, por onde eles saíssem eles ficariam presos.

Quando Èsù viu isso, ele pegou as oferendas que Orunmilá havia feito. Ele pegou os dois galos e jogou no buraco do lado esquerdo e outro no lado direito, fechando-os. No buraco feito à frente da casa da Deusa do Mar, Èsù jogou a galinha, fechando-o também. Assim Orunmilá e a Deusa do Mar, conseguiriam fugir.

Mas, precavidas, as 400 Divindades falaram ao barqueiro da cidade que, caso um Divinador tentasse atravessar o rio acompanhado de uma mulher, ele deveria chama-las imediatamente. 

Èsù avisou Orunmilá que por sua vez, pegou as duas bolsas feitas de esteira, colocando a sua futura esposa entre elas, formando um pacote único.

Ao chegar no barco, o capitão não chamou as 400 Divindades, pois ele só via Orunmilá e as sua grande mala. O capitão olhou para Orunmilá e perguntou a sua profissão. 

Ele disse que fazia bolsas de esteiras. Dessa forma, o capitão deixou ele entrar ao barco, levando-o para o outro lado da margem.

Ao chegar lá, Orunmilá desuniu as duas bolsas, fazendo surgir a filha da Deusa do Mar. Eles finalmente se casaram. Orunmilá cantava e dançava, dizendo que, não havia abismos ou dificuldades que o fizesse desistir do seu Destino.

Que Òsùmàrè Aràká continue olhando e abençoando todos.
Terreiro de Òsùmàrè

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O Respeito ao Òrìsà




Na postagem anterior, discorremos sobre a importância em se cuidar bem dos objetos, templos, comidas dos Deuses, etc. Em continuidade, vamos hoje abordar, algo ainda mais importante, que é cuidar e zelar pelo próprio Òrìsà quando manifestado em algum Omo Òrìsà.

Antes de tudo, devemos todos os dias agradecer por sermos abençoados por uma Religião, que permite presenciar fisicamente os Deuses nos quais acreditamos, os Deuses que tanto amamos. Apesar dessa "proximidade", não podemos jamais nos esquecer de que eles, os Òrìsàs, eles são Deuses.

A presença física do Òrìsà, por meio da incorporação, é algo muito importante e sagrado. É fundamental que não nos esqueçamos de que, aquela Divindade que está presente em um Terreiro, dançando e abraçando as pessoas, é a mesma Divindade para a qual realizamos sacrifícios, oferendas e, que muitas vezes, pedimos ajuda para que tenhamos sucesso, paz, harmonia e tranquilidade. É a mesma Divindade para a qual fomos iniciados, a mesma Divindade que nos encantamos ao conhecermos suas histórias e características.

Assim sendo, é fundamental tratarmos esses Òrìsàs como Deuses que são. Gestos simples, como prosternar-se ou abaixar-se diante do Òrìsà que irá lhe abraçar, não demonstra educação de Asè, demonstra sim, respeito por aqueles que verdadeiramente movem a nossa religião.

As Ekeji possuem um papel de fundamental importância quando o Òrìsà está presente fisicamente. As Ekeji cuidam e zelam pelos Deuses, enxugam, arrumam os adereços de suas vestes, etc. Mas esse carinho e atenção, todos devem ter. Pois os Òrìsàs são os grandes chefes do Candomblé. 

Mas o respeito é algo que deve existir mesmo quando não demonstrado. Algumas pessoas, desprovidas de fé, possuem o costume de dizer (ou imaginar) que uma determinada pessoa está de “Eke”, ou seja, fingindo a possessão. Isso é algo lamentável e deve ser reprimido. Devemos respeitar todas as Divindades que estão presentes e, jamais, desconfiar. Há também, pessoas que só acreditam nos Òrìsàs de “pé lavados”, ou seja, aqueles que dançam de forma mais harmoniosa. Sobre esses aspecto, todos nós devemos sempre nos lembrar que são Deuses e, Deuses não são julgados, mas sim julgam.

Quando for a um Terreiro de Candomblé, lembre-se: "Os Òrìsàs são os Deuses da nossa Religião", por isso, louve-os, aplauda-os, abrace-os, mas, sobretudo, RESPEITE-OS.

Que Òsùmàrè Aràká continue olhando e abençoando todos sempre
Terreiro de Òsùmàrè

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

CUIDE DE SEU ORIXÁ



Na Religião dos Òrìsàs, há um enorme conjunto de objetos, assentamentos e templos que devem ser cuidados, de modo que contribuam para o processo de revitalização da força, o chamado Asè. 

Fato é que o trato e cuidado, por exemplo, com as roupas que serão utilizadas pelas pessoas nos rituais festivos, são de grande importância, no entanto, perdem toda a valia, a partir do momento que o conjunto não recebe a mesma atenção dispensada que, por exemplo, as roupas.

Nós do Candomblé, ao pensarmos nos Òrìsàs, suas roupas, objetos, comidas e templos, devemos pensar que eles são Deuses e devem ser tratados como tal. 

Não é raro depararmo-nos com casas, nas quais as pessoas estão ricamente vestidas, mas que há tempos não entram no quarto do Òrìsà para trocar a água da quartinha ou trocar o Ojá que cobre a Divindade. Nesse sentido, não podemos em hipótese alguma, esquecermos que o Candomblé é uma religião com o poder da invocação e da sacralização. 

Dessa forma, é necessário que os Deuses sejam evocados e sacralizados e, reforçando, tratados como Deuses.

O trato com os assentamentos, como por exemplo, a reposição da água das quartinhas é algo muito importante. A água é um dos principais elementos que existe, muito provavelmente o principal. A água fertiliza, a água revitaliza, a água refresca e purifica. 

Mas quando um Omo Òrìsà vai ao quarto da Divindade para a reposição da água, além de cumprir esse importante ritual, ele em verdade, muito mais que ofertando, está recebendo. Nesse momento, no qual ele emprega um pouco do seu tempo para a troca de água das quartinhas, ele estará mais próximo do sacro, recebendo energias que são fundamentais para o processo de energização, não somente dele, mas de toda a comunidade. 

Mas, o simples ato de trocar a águas das quartinhas, permite algo mais. Nesse simples gesto, ele poderá perceber que um Ojá necessita ser trocado, ou ainda, que uma telha está desencaixada em razão da ação de algum galho de árvore, ou por conta da chuva. Isso fará com que outros membros da comunidade se mobilizem e, sejam igualmente energizados pelas forças das Divindades que os abençoaram, movimentando assim o Asè, imprescindível para nós. 

O mesmo cuidado deve existir com os Ojubó externos, que invariavelmente, sofrem com a ação do tempo, como a chuva e o vento. Obviamente que essas manifestações da natureza, são manifestações dos próprios Òrìsàs, apesar disso, o cuidado para que quartinhas estejam sempre bem cuidadas, mesmo quando expostas ao tempo, bem como, os Ojás que circundam as árvores é de responsabilidade de todos os membros do Egbe. Novamente, reforçamos que são objetos sagrados, de Deuses, que devem ser tratados de forma sagrada.

O Terreiro de Candomblé é um espaço sagrado e tudo que nele está, deve ser tido também dessa forma, assim sendo, todos devem estar atentos para que os espaços, objetos, assentos, estejam íntegros, pois isso interfere na harmonia da comunidade.

Imagine se você chega em casa e descobre que aquela caneca que você cuida há mais de 20 anos, que seu filho lhe presenteou, quebrou por descuido. Isso lhe causaria um sentimento de perda sentimental, correto. O mesmo ocorre com os objetos dos Deuses, muitas vezes, são objetos que existem a décadas, séculos, que devem ser tratados com amor e carinho, para não causar essa perda aos Deuses e para a comunidade.

Esse carinho que deve ser dispensado com os objetos e templos dos Òrìsàs, deve existir igualmente com a preparação das comidas dos Òrìsàs. Muitas pessoas afirmam que as comidas dos Òrìsàs devem ser preparadas da mesma forma como preparamos a comida para o nosso próprio consumo. Em verdade, o cuidado deve ser ainda maior, pois nós somos humanos e os Òrìsàs são Deuses. Por isso, além do corpo e coração purificados, quando da preparação das comidas, é essencial que exista o carinho, o asseio e a escolha dos ingredientes salubres.

Tudo isso contribui para a fortificação e revitalização do Asè da pessoa e da comunidade. É muito bonito nos depararmos com pessoas bem arrumadas (em conformidade a tradição), com boa educação, mas, sobretudo, é importante e empolgante observamos que as pessoas tratam os Òrìsàs como Deuses que são. Cuide de seu Òrìsà, pois você estará cuidando de si próprio.

Que Òsùmàrè Aràká continue sempre olhando e abençoando todos.
Terreiro de Òsùmàrè

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Aroni, A Divindade que Mora no Âmago da Floresta



Na magnífica Religião dos Òrìsàs, acreditamos que existe um conjunto de espíritos que moram no âmago da floresta. Esse conjunto de espíritos é chamado de Ajáà. Um desses espíritos e, talvez, um dos mais temidos é Aroni, que mora na parte mais escura da floresta, onde mesmo a luz do sol não consegue penetrar.

Acreditamos que ele guarda seus poderes em um pedaço de carvão vegetal, o qual ele usa para potencializar as propriedades mágicas das ervas. O conhecimento de Aroni acerca das propriedades mágicas e medicinais das folhas é gigantesco, prova disso, é que Aroni foi um dos mestres da botânica de Osanyin.

Aroni é temido até mesmo pelos Òrìsàs, primeiro pelo seu elevado conhecimento sobre a magia das folhas e, segundo, pelo seu aspecto inumano. Acreditamos que Aroni seja um espírito com cabeça e cauda de cachorro. Cremos, ainda que, em razão de Aroni sempre estar agachado à busca das ervas mais preciosas ele acabou ficando corcunda.

Existem histórias Nàgó que discorrem que quando alguém se atreve a entrar no âmago da floresta, sem oferecer as oferendas corretas e pronunciar os Ofós (palavras mágicas) corretamente, Aroni as toma para si. Nesse âmbito, Aroni pega essa pessoa que passa a morar com ele na parte mais escura da floresta e, com ele, aprende os segredos mais poderosos das folhas, sendo novamente devolvido para o convívio com a humanidade, somente após ter aprendido o uso e magias de todas as ervas.

Aroni fuma constantemente um cachimbo feito com a casca do Igbin, o qual ele também usa para potencializar as propriedades das folhas e encantar as pessoas que se deparam com ele.

Em verdade, a floresta é um lugar sagrado, mas muito perigoso e todo cuidado deve ser tomado ao adentrá-la, por isso, inúmeros preceitos são realizados para pode entrar na morada dessas Divindades. 

Esperamos uma vez mais, ter contribuído para o esclarecimento e disseminação da nossa rica e importante cultura.

Que Òsùmàrè continue olhando e abençoando todos.
Terreiro de Òsùmàrè