terça-feira, 28 de agosto de 2012

Afùwàpé, aquele que soube escolher o melhor Orí



Afùwàpé, aquele que soube escolher o melhor Orí

Recentemente, publicamos uma postagem, discorrendo sobre a importância singular de Orí em nossas vidas, mencionamos que ele é o primeiro a ser louvado. Hoje, vamos aprofundar um pouco mais sobre essa importante Divindade, pois acreditamos que esse tipo de conhecimento é fundamental para toda a população do Candomblé.

Orí é a cabeça que norteia todo
s os seres-humanos e "Apéré" é seu suporte, por essa razão, sempre que louvamos Orí, evocamos também o seu suporte "Orí Apéré-oooooo!", bem como o Orí Inú (encéfalo) "Orí Inú-oooo!" .

Acreditamos que "Àjàlá Mopin" é a Divindade à qual Olodúnmarè atribuiu a responsabilidade de "modelar" o Orí das pessoas. Muito embora Àjàlá seja habilidoso na "arte de moldar cabeças", por vezes ele comete erros e então surgem os "Orí Buruku", que são as "cabeças defeituosas". Cremos que mesmo antes do nascimento, escolhemos nosso Orí, pedindo-lhe junto à Àjàlá Mopin. Essa "solicitação" é denominada "Àkúnlèyàn", nesse momento o indivíduo "acorda" a sua permanência no Àyé, dentre outros aspectos de sua vontade. Isto posto, Àjàlá Mopin dá a pessoa aquilo que os yorùbás chamam de "Akúnlègbà", que é na verdade uma espécie de "mola propulsora" para que os "desejos acordados" sejam realizados. Por fim, Àjàlá Mopin, concede "Àyànmò" que é a parte do destino que mesmo através da mediação dos Òrìsàs não será jamais alterada. Ou seja, "Àkúnlèyàn" e "Akúnlègbà" podem sofrer alterações ao longo da vida. Essas alterações são possibilitadas por meios de oferendas, as quais são vislumbradas através do oráculo ou pela "fala" dos Òrìsàs, entretanto, aquilo que fora determinado em "Àyànmò" jamais sofrerá mudanças. 

A afirmação de que nós mesmos escolhemos nosso Orí é fundamentada através de um Itán, publicado por Abimbola, o qual diz que Ifá foi consultado para "Orísèékú", "Orílèémèrè" e "Afùwàpé". Quando eles foram escolher seus respectivos Orí junto à Àjàlá Mopin, o grande moldador de cabeças, Ifá determinou que eles fizessem sacrifícios de modo que escolhessem um bom Orí para o seus destinos. Orísèékú e Orílèémèrè ignoraram a recomendação de Ifá e, somente Afùwàpé fez o que lhe fora designado. Como consequência, Afùwàpé teve muita sorte e prosperidade em sua vida, haja vista que, graças aos sacrifícios realizados, ele escolheu o "Orí certo" (Orí Réré). No entanto, Orísèékú e Orílèémèrè, que não seguiram a determinação de Ifá não tiveram a mesma sorte. 

Abaixo, transcrevemos uma variante do Itán de Ifá, respeitante a saga de Orísèékú, Orílèémèrè e Afùwàpé rumo à Terra. 

"Ifá foi consultado para Orísèékú, o filho de Ògún, para Orílèémèrè, o filho de Ìjá e para Afùwàpé, o filho de Òrúnmìlà, no dia que eles iam para a casa de Olódúnmarè escolher suas cabeças. Orísèékú, Orílèémèrè e Afùwàpé eram amigos, um dia eles se reuniram e decidiram que iriam para a Terra e lá, eles se estabeleceriam e seriam prósperos, sendo que, para eles, a Terra seria um lugar melhor do que o céu. 

Eles pediram conselho aos Àgbàlágbà (anciões), que disseram que antes deles viajar, eles deveriam ir até Àjàlá escolher suas cabeças. Eles foram advertidos assim: "quando vocês forem, vocês não devem virar à direita, e nem ir diretamente para a casa de Àjàlá, até mesmo se um de vocês ouvir a voz do pai, vocês não devem ir diretamente para a casa de Àjàlá". Orísèékú, Orílèémèrè e Afùwàpé, prometeram aos Àgbàlágbà que atenderiam as advertências. Depois de caminhar por muito tempo, eles encontraram Afabéré-Gúnyán ("aquele que bate inhames com uma agulha pequena"). Eles disseram: "Pai, nós o saudamos"! O pai respondeu: "obrigado"! Orísèékú, Orílèémèrè e Afùwàpé questionaram como chegar até a casa de Àjàlá. Afabéré-Gúnyán disse que eles tinham que terminar de bater o inhame dele primeiro, depois ele mostraria como chegar até lá. Afùwàpé levou a agulha dele e começou a bater os inhames com isto, durante três dias. Quando ele terminou de bater, Afabéré-Gúnyán disse que eles podiam ir, que depois de caminhar mais um pouco, eles deveriam virar à direita, onde encontrariam o Oníbodè (guardião). Eles deveriam perguntar ao Oníbodè como chegar até a casa de Àjàlá. 

Depois de caminharem por algum tempo, eles chegaram, Orísèékú, o filho de Ògún, ficou imóvel, ele ouviu a voz do pai dele, solicitando-o para guerra. Então, Orísèékú pegou suas armas para ajudar seu pai. Orílèémèrè e Afùwàpé o advertiram, dizendo que eles não deveriam ouvir nem mesmo aos seus pais, conforme orientação dos Àgbàlágbà. Eles então, continuaram sua viajem até a casa de Àjàlá. Após terem caminhado por um longo período, eles ouviram Òrúnmìlà, que golpeava o Opon Ifá com seu Iroke, fazendo um grande barulho. Afùwàpé, seu filho, ficou imóvel. Então, os outros dois companheiros exigiram que ele não parasse. Afùwàpé disse que ele não iria até ver o pai dele. Eles o fizeram lembrar da advertência, mas Afùwàpé, recusou abruptamente, insistindo que ele tinha que ver seu pai. Afùwàpé foi até Òrúnmìlà, enquanto Orísèékú e Orílèémèrè prosseguiram a viajem. Quando Òrúnmìlà viu Afùwàpé, ele lhe perguntou aonde ia. Afùwàpé disse que ele ia para a Terra. Òrúnmìlà, então, foi consultar o oráculo para o filho. O destino que se apresentou foi Ogbèyónú. O Oráculo disse: "Òrúnmìlà, seu filho vai fazer uma viagem para a Terra, para ele escolher uma cabeça boa, ele deverá fazer sacrifícios". O que ele deve sacrificar, questionou Òrúnmìlà. "Ele deve oferecer duas bolsas de sal e doze mil búzios". Òrúnmìlà ofereceu todos os materiais e o sacrifício foi realizado. As duas bolsas de sal e os doze mil búzios foram dados a Afùwàpé. Eles falaram que Afùwàpé procedesse na viagem. Quando Afùwàpé saiu da casa de Òrúnmìlà, ele nem não viu Orísèékú nem Orílèémèrè, eles já tinham ido embora. 

Quando Orísèékú e Orílèémèrè alcançaram o Oníbodè, perguntaram-lhe como chegar à casa de Àjàlá. O Oníbodè disse que a casa de Àjàlá era muito longe, senão fosse por isso, ele os levaria até lá. Eles ficaram com muita raiva e perguntaram para outras pessoas, até conseguirem chegar à casa de Àjàlá. Quando lá chegaram, eles não o encontraram e esperaram por dois dias, como Àjàlá não retornou, eles resolveram falar com as pessoas que moravam lá. Disseram que eles haviam vindo escolher suas cabeças, sendo que estavam indo para a Terra. As pessoas da casa mostram-lhes muitas cabeças disponíveis na "loja de Àjàlá". Quando Orísèékú entrou, ele escolheu uma cabeça feita recentemente que ainda não havia sido "levada ao forno". Quando Orílèémèrè entrou, ele escolheu, sem perceber, uma cabeça defeituosa. Orísèékú e Orílèémèrè vestiram suas cabeças de barro e foram rumo à Terra. Restando poucos dias para chegarem, uma forte chuva caiu sobre Orísèékú e Orílèémèrè, essa chuva perdurou por muito tempo e as cabeças deles, começaram a se desfazer, ficando apenas um pequeno plano e assim eles chegaram. Na Terra, eles trabalharam muito, no entanto, eles perdiam tudo o que ganhavam e esse cenário se manteve por uns dez anos, sem qualquer sinal de melhora. Eles resolveram, então, consultar Ifá que através do oráculo disse que tudo que estava acontecendo, era em função das cabeças ruins que eles haviam escolhido e perguntou: "Quando vocês estavam vindo para Terra, vocês foram atingidos pela chuva?" Eles responderam: Sim, nós fomos! Ifá disse: "Quando vocês estavam vindo para Terra, vocês escolheram cabeças ruins! Vocês escolheram cabeças que ainda não haviam sido levadas ao forno. Vocês foram atingidos pela chuva e as cabeças ruins que vocês escolheram, ficaram danificadas, em pedaços, por isso, tudo o que vocês ganham, vocês perdem, sendo que tudo o que vocês conseguirem, será para restabelecer a forma de suas cabeças"... 

Afùwàpé também continuou sua viagem à Terra, depois de ter caminhado por algum tempo, ele chegou até o Oníbodè e lhe perguntou como fazer para chegar à casa de Àjàlá. O Oníbodè disse que lhe mostraria depois, primeiro, ele iria preparar sua comida. Assim, Afùwàpé se sentou e pacientemente ajudou o Oníbodè. Quando Afùwàpé estava ajudando acender o fogo, ele notou que o Oníbodè estava colocando cinzas na sopa. Ele disse: "você está colocando cinzas na sopa". O Oníbodè disse que isso era o que ele sempre comeu. Afùwàpé colocou na sopa, um pouco do sal, que havia trazido consigo e pediu que o Oníbodè provasse aquilo. O Oníbodè ficou impressionado com o gosto e, implorou mais daquela iguaria à Afùwàpé, que concordou, dando-lhe as duas bolsas de sal. Quando eles terminaram de preparar a sopa, Oníbodè se levantou, conduzindo Afùwàpé até a casa de Àjàlá. Quando estavam chegando, eles ouviram alguém gritar. Oníbodè disse que aquele barulho vinha da casa de Àjàlá e que ele não estava em casa, sendo que aquele barulho era provocado por um credor à sua procura e, sempre que o credor aparecia, Àjàlá se escondia. 

O Oníbodè disse à Afùwàpé que se ele tivesse dinheiro, ele deveria ajudar Àjàlá a pagar suas dívidas. Quando Afùwàpé chegou à casa de Àjàlá, ele achou o credor gritando, relinchando como um cavalo. Afùwàpé indagou quanto Àjàlá lhe devia. O credor disse que eram doze mil búzios (nesse aspecto, cabe lembrar que àquela época, os búzios eram moedas correntes). Afùwàpé pegou os doze mil búzios, que havia trazido consigo, e pagou o credor de Àjàlá, quitando toda a sua dívida. Quando o credor foi embora, Àjàlá saltou do teto, onde havia se escondido e, cumprimentou Afùwàpé. Ele perguntou se Afùwàpé achou alguém na casa. Afùwàpé disse: "Sim, achei! Essa pessoa disse que você lhe devia doze mil búzios, então, eu paguei toda a sua dívida". Àjàlá, muito contente, agradeceu Afùwàpé e lhe perguntou o que ele vinha fazer em sua casa. Afùwàpé disse que ele tinha vindo escolher uma cabeça, pois estava à caminho da Terra. Àjàlá pediu-lhe que viesse depois de certo tempo. Passado o tempo pedido por Àjàlá, Afùwàpé retornou e foi escolher sua cabeça. Àjàlá lançou uma vara férrea em muitas cabeças e todas ficavam em pedaços. "Está vendo Afùwàpé, essas cabeças não são boas"! Após muitas cabeças em pedaços, Afùwàpé escolheu uma. Quando Àjàlá lançou a vara de ferro, a cabeça deu um salto, caiu no chão e ficou rodando sem se desfazer. Àjàlá disse que aquela sim era uma boa cabeça e deu à Afùwàpé, que a fixou, dirigindo-se rumo à Terra. 

Quando Afùwàpé estava chegando na Terra, uma forte chuva caiu sobre sua cabeça, a chuva era tão forte e intensa que Afùwàpé quase ficou surto, no entanto, sua cabeça permanecia firme, igual quando havia sido retirada da casa de Àjàlá. Ao chegar na Terra, Afùwàpé começou a comerciar, ele fez bastante lucro, ele construiu uma casa e enfeitou sua porta. Ele teve muitas esposas, ele teve muitos filhos. Depois de algum tempo, ele recebeu o honroso título de Orísanmí. Orísèékú, o filho de Ògún e Orílèémèrè, o filho de Ìjá, lamentaram-se à Afùwàpé. "Onde você escolheu sua cabeça? Porque não nos falou onde escolheria sua cabeça?". Afùwàpé, por sua vez, disse que eles haviam escolhido suas cabeças, todos em um mesmo lugar, o que os diferenciavam era, o destino".

Que Òsùmàrè Arákà esteja sempre olhando e abençoando todos!!!
Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó

DESOBSESSÃO


Desobsessão
Grupo Espírita Dr. Bezerra de Menezes de Guarulhos
Departamento de Orientação Doutrinária




1 - Obsessão:

"É o domínio que alguns espíritos logram adquirir sobre certos pessoas. Nunca é praticado senão por espíritos inferiores que procuram dominar" (Livro dos Médiuns, Cap. 23 item 237)

"É a ação persistente que um espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais." ( O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. 25, item 81)

A obsessão é e sempre foi um dos maiores problemas da humanidade. Difícil de ser tratada por esbarrar na dureza do coração humano. Tratada pela medicina como problema puramente físico, ainda não tem encontrado através dela, um meio de alívio para milhares de seres que sofrem sua ação. É para a ciência, em muitos casos, problema insolúvel, catalogado como resultado da hereditariedade, apesar de a maioria dos casos contestar esta afirmação.

A par com a medicina, a religião oficial vem dando a sua contribuição no âmbito do terror quando diz, que quem sofre um mal deste tipo está endemoniado, tendo que ser exorcizado, o que leva a maioria das pessoas a se afastarem delas por medo de ridículo ou incompreensão, preferindo apesar dos pesares continuar sua peregrinação através dos consultórios.

A Doutrina Espírita, única a dar uma explicação racional sobre o problema, tem se desdobrado através de trabalhadores incansáveis, no sentido de aliviar aqueles que sofrem desse mau, de maneira tranqüila e os trazendo de volta a uma vida saudável.

A obsessão só pode ser racionalmente explicada sob o prisma da doutrina espírita. É uma faceta do relacionamento humano, que continua a se fazer sentir entre os seres, embora já tenham desencarnado alguns e outros continuarem encarnados.

Este relacionamento se mantém devido as ligações boas ou más existentes entre as partes envolvidas que prendem uns aos outros, até que a justiça e o aprendizado inerente a este acontecimento esteja assimilado.

Jesus, como profundo conhecedor da psiquê humana e seus defeitos, deixou escrito o ensinamento que se obedecido livraria o homem desse mau.

"Perdoa, o teu inimigo enquanto estais em caminho com ele, para que ele não te leve a juiz e não te condene, pois se isso vir a acontecer, ficará preso até que pagues o último cetil." (O Evangelho Segundo o Espiritismo).

Nesta parábola ele nos dá o antídoto. O Amor é o caminho. O perdão, a paciência, tolerância, tudo o que leva as pessoas a um bom relacionamento. Não criando por isso motivos de represálias de ninguém.

Quando criarmos barreiras em nós mesmos, tirando do nosso coração o orgulho, a vaidade, o egoísmo, e vivenciarmos bem com todos em acordo com o evangelho, não existirão mais esses relacionamentos negativos e sim somente os positivos, onde todos serão amigos e ajudarão uns aos outros no caminho evolutivo.

2 - Classificação da Obsessão

Allan Kardec, através dos seus estudos classificou a obsessão por seus estágios, sendo que por isso mesmo, não tem um caráter definitivo, servindo apenas como parâmetro para estudo, uma vez que a obsessão é muito variada em seus aspectos, sendo difícil estabelecer onde uma fase começa e termina a outra.
SIMPLES - É a influência sutil na atitude do espírito, encarnado ou desencarnado.
FASCINAÇÃO - É a ação direta de um espírito sobre o pensamento de outro.
SUBJUGAÇÃO - É a paralisação através da ação mental, que um espírito determina sobre a vontade de outro.
Participantes:
Encarnado para encarnado
Desencarnado para desencarnado
Encarnado para desencarnado
Desencarnado para encarnado
Auto - Obsessão

3 - Fatores que levam à Obsessão:

O que predispõe um espírito (encarnado ou desencarnado) à Obsessão, são as imperfeições morais. Na medida que o espírito se aperfeiçoa moralmente, ele não se predispõe à obsessão.

4 - Quando podemos reconhecer a Obsessão:

Quando sentimos idéias torturantes a se fixar.
Quando sentimos forças interferindo no processo mental.
Quando se verifica a vontade sendo dominada.
Quando se experimenta inquietação constante.
Quando se sinta desequilíbrio espiritual.

5 - Acessos à Obsessão:

Idéias profundamente negativas
Depressão / Desânimo
Revolta
Medo
Irritação / Cólera
Vícios / fumo / tóxicos / álcool
Desregramento sexual
Maledicência
Ciúme
Avareza/Egoísmo
Ociosidade
Remorso

6 - Processo Obsessivo:

O que rege o processo obsessivo é o atendimento à "lei de sintonia", que é a predisposição de atração recíproca, através da emissão e recepção de ondas mentais. A obsessão prolongada pode causar:
Desordens patológicas (doenças)
Loucura
Morte Física

7 - Obsessor e Obsediado:

O estudo da obsessão tem levado à compreensão de que as criaturas encontram-se na grande maioria envolvidas por conflitos do passado.

São enfermos que reclamam tratamento à luz do esclarecimento, pois somente através do perdão das partes envolvidas, poderá desmanchar os liames doentios que os prendem. É preciso notar que os laços são modificados, nunca rompidos. Onde há ódio, passará a haver compreensão, entendimento, paciência. Em benefício desse objetivo deixarão pelo menos, de prejudicarem um ao outro, ganhando com isso, equilíbrio, que os conduzirão ao respeito e futuramente ao perdão total dos compromissos. Fazendo-os continuarem ligados, mas agora unidos pelos ideais de ajuda e quites com a justiça divina.

O Obsessor que guarda hoje sentimento de revolta e vingança, é alguém carente de amor e compreensão.

8 - Desobsessão:

No sentido amplo da palavra significa o ato de curar alguém da obsessão.

A cura espírita da obsessão baseia-se na conscientização do enfermo e do espírito agressor, posto que o paciente, é o agente da própria cura.

Para isso a Doutrina propõe:
O esclarecimento através do estudo
Renovação interior por intermédio da ação do pensamento e da vontade.

9 - Como evitá-la:

( Conheça a ti mesmo)

Através do exercício constante da análise de si mesmo, o ser humano passa a se conhecer, colocando parâmetros entre o que pode e o que não pode realizar. Com isso passa a perceber as induções mentais que não se coadunam com seu modo natural de ser. Quando se conhece, se vigia, não aceitando idéias diferentes das suas. Vivendo de acordo com o preceito de Jesus; "Orai e vigiai, para não cairdes em tentação"

Paulo de Tarso diz: "Tudo me é possível, mas nem tudo me é permitido". Nos alerta através dessas palavras que tudo podemos fazer com o nosso livre arbítrio, mas nem tudo que fazemos se reverterá em nosso proveito espiritual. A sabedoria do espírito é saber discernir entre o que traz felicidade momentânea ou a felicidade eterna. A opção da escolha é sua, não podendo a ninguém imputar culpa posterior.

10 - A família perante o enfermo:

Há que se destacar que no processo desobsessivo, a família assume papel preponderante, podendo colaborar sobremaneira para que o tratamento da equipe de desobssessão surta o efeito esperado.

Ela, na maioria das vezes é a mais afetada pelo problema, não sabendo como proceder com o enfermo.

Por esse motivo são feitas as seguintes recomendações à família:
Paciência com o enfermo;
Ausência de curiosidade sobre o obsessor;
Não atribuir-lhe (ao obsessor) os acontecimentos desastrosos que os visitem;
Não ter repulsa aos perseguidores;
Não desejar que eles (os perseguidores) sofram o reverso da medalha;
Esperar, sem pressa;
Confiar no tratamento dos bons espíritos;
Não buscar meios violentos ou aparentemente rápidos para desalojar o obsessor;
Orar sinceramente em favor do perseguidor.

11 - A desobsessão no centro espírita:

O Centro Espírita é a peça fundamental para o tratamento da obsessão. Para isso deve dispor de equipe experiente para proceder a recepção e o diálogo com os obsessores.

O seu ambiente é impregnado de fluidos salutares que influi positivamente na reforma moral tanto do desencarnado como do encarnado.

Mantendo reuniões evangélicas ou cursos doutrinários para onde devem ser encaminhados os necessitados encarnados. Também trazidos pelo plano espiritual que assiste a casa, os desencarnados envolvidos no processo receberão esclarecimentos. Assim ambos terão bases sólidas para mudarem hábitos e atitudes, condicionando-se a atitudes mentais mais saudáveis.

12 - A equipe

Deverá ser constituída de pessoas totalmente empenhadas no trabalho, para isso superando todos os obstáculos. Com bases doutrinárias sólidas, não se deixaram abater por impedimentos nem da vida social, nem também ligado a querelas do personalismo, nem tampouco os causados por influências espirituais no decorrer do trabalho.

O ideal é que a equipe seja pequena, porque isso favorece a harmonia entre os seus integrantes, mas esse fato não impede uma equipe grande, desde que se tenha um clima de respeito e fraterno entre todos.

A equipe deverá ser constituída por:
Dirigente
Médiuns de Incorporação
Doutrinadores
Médiuns de Sustentação

Todo o êxito da reunião dependerá da equipe, que se não encarar com seriedade o trabalho, poderá sim atrair muitos problemas para si. Com claros prejuízos a todos.

Por isso enumeramos alguns requisitos básicos para se fazer parte de uma dessas equipes:
Interesse pelo estudo
Disciplina
Pontualidade
Assiduidade
Vivência com os postulados Cristãos
Fraternidade
Amor pelo semelhante, etc.

13 - Escala Espírita:

A classificação dos espíritos funda-se no seu grau de desenvolvimento, nas qualidades por eles adquiridas e nas imperfeições das quais ainda não se livraram. Esta classificação nada tem de absoluta. Neste parâmetro Kardec classificou os espíritos em 3 (três) ordens.
a) PRIMEIRA ORDEM - ESPÍRITOS PUROS

Caracteres Gerais - Predominância do espírito sobre a matéria; superioridade intelectual e moral absoluta.


Classe Única - Espíritos que percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria.
b) SEGUNDA ORDEM / ESPÍRITOS BONS

Caracteres Gerais - Predominância do espírito sobre a matéria, desejo do bem.

Quatro Classes:
Espíritos Benévolos;
Espíritos Sábios;
Espíritos Prudentes;
Espíritos Superiores
c) TERCEIRA ORDEM / ESPÍRITOS IMPERFEITOS

Caracteres Gerais - Predominância da matéria sobre o espírito, propensão ao mal.

Cinco Classes:
Espíritos Impuros;
Espíritos Levianos;
Espíritos pseudo-sábios;
Espíritos Neutros;
Espíritos Batedores e Perturbadores.

NOTA: Enquanto o homem não incorporar em seu comportamento e hábitos as lições de Jesus, a obsessão continuará a existir no meio humano. Com ela, resgatamos os erros do passado, e aprendemos a modificar o nosso relacionamento humano para melhor. Quando superarmos a maldade em nossos corações, saberemos respeitar os direitos do próximo, e a nossa querida terra não mais será habitat de espíritos vingativos e dominadores, que serão banidos por falta de sintonia, da psicosfera. Teremos nos libertado do mal, caminhando rápido para a era do espírito.

Por isso, a vivência das palavras do Cristo, assume caráter imediato e imperativo, para felicidade nossa e do nosso mundo.

Bibliografia:

Apostila de "Obsessão e Desobssessão"- Milton Felipelli e Rubens P. Meira.
Nos Bastidores da Obssessão - Hermínio C. Miranda
Diálogo com as Sombras - Hermínio C. Miranda
Ação e Reação - André Luiz
Missionários da luz - André Luiz
Vampirismo - Herculano Pires
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec

SITE DE PESQUISA: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/obsessao/desobsessao.html