domingo, 24 de junho de 2012

VIDEOS SOBRE MEDIUNIDADE

A CIENCIA COMPROVA A MEDIUNIDADE


MEDIUNIDADE DE PSICOMETRIA

Martins Peralva 

Segundo a definição do Assistente Àulus, a palavra «psicometria» designa a faculdade que têm algumas pessoas de lerem «impressões e recordações ao contato de objetos comuns. 

Psicometria é, também, faculdade mediúnica. Faculdade pela qual o sensitivo, tocando em determinados objetos, entra em relação com pessoas e fatos aos mesmos ligados. 

Essa percepção se verifica em vista de tais objetos se acharem impregnados da influência pessoal do seu possuidor. 

Toda pessoa, ao penetrar num recinto, deixa aí um pouco de si mesma, da sua personalidade, dos seus sentimentos, das suas virtudes, dos seus defeitos. 

A psicometria não é, entretanto, faculdade comum em nossos círculos de atividade, uma vez que só a possuem pessoas dotadas de «aguçada sensibilidade psíquica». E a nossa atual condição espiritual, ainda deficitária, não permite esses admiráveis recursos perceptivos. 

Quando tocamos num objeto, imantamo-lo com o fluido que nos é peculiar. E se, além do simples toque ou uso, convertermos inadvertidamente esse objeto, seja um livro, uma caneta, uma jóia ou, em ponto maior, uma casa ou um automóvel em motivo de obsessiva adoração, ampliando, excessivamente, as noções de posse ou propriedade, o volume de energias fluídicas que sobre o mesmo projetamos é de tal maneira acentuado que a nossa própria mente ali ficará impressa. 

Em qualquer tempo e lugar, a nossa vida, com méritos e deméritos, desfilará em todas as suas minúcias ante o «radar» do psicômetra. 

Há um belo estudo de Ernesto Bozzano intitulado «Enigmas da Psicometria», através de cuja leitura nos defrontamos com impressionantes narrativas, algumas delas abrangendo fases remotas da organização planetária terrestre. 

O processo pelo qual é possível, ao psicômetra, entrar em relação com os fatos remotos ou próximos, pode ser explicado de duas maneiras principais, a saber: 

a. Uma parte dos fatos e impressões é retirada da própria aura do objeto; 

b. Outra parte é recolhida da subconsciência do seu possuidor mediante relação telepática que o objeto psicometrado estabelece com o médium. 

Não tem importância que o possuidor esteja encarnado ou desencarnado. 

O psicômetra recolherá do seu subconsciente, esteja ele onde estiver, as impressões e sentimentos com que gravou, no objeto, a própria vida. . 

Bozzano demonstra que não são, apenas, as pessoas os únicos seres psicometráveis. 

Além do elemento humano, temos: 

a. Os animais, 

b. Os vegetais, 

c. Objetos inanimados, metais, etc., etc. 

O filósofo italiano menciona, na obra citada, extraordinários fenômenos de psicometria por meio do contato com a pena de um pombo, o galho de uma árvore, um pedaço de carvão ou de barro. 

Poder-se-á indagar: E se o objeto psicometrado teve, no curso dos anos, diversos possuidores? Com a vida de qual deles o médium entrará em relação ? 

Explica Bozzano, com irresistível lógica, que o médiun1 entrará em relação com os fatos ligados àquele (possuidor) cujo fluido se evidenciar mais ativo em relação com o sensitivo. 

A esse aspecto do fenômeno psicométrico, Bozzano denominou de «afinidade eletiva».Pela psicometria o médium revela o passado, conhece o presente, desvenda o futuro. 

No tocante à relação com o passado e o presente, qualquer explicação é desnecessária, uma vez que a alínea «a» nos dá satisfatória resposta : o objeto, móvel ou imóvel, impregnado da influência pessoal do seu dono, conserva-a durante longo tempo e possibilita o recolhimento das impressões.E quanto ao futuro? 

Devemos esperar essa pergunta. Aos que a formularem, recomendamos a leitura da alínea «b». Outra parte é recolhida da subconsciência do seu possuidor, mediante a relação telepática que o objeto psicometrado estabelece com o médium. 

Essa resposta pede, todavia, um complemento explicativo. Ei-lo: 

Toda criatura humana tem o seu Carma, palavra com que designamos a lei de Causa e Efeito, em face do qual, ao reingressarmos «nas correntes da vida física», para novas experiências, trazemos impresso no perispírito - molde do corpo somático - um quadro de inelutáveis provações. 

A nossa mente espiritual conhece tais provações e permite que o psicômetra estabeleça relação com essas vicissitudes, prevê-las, anunciá-las e, inclusive, fixar a época em que se verificarão. Como vemos, não há nisso nenhum mistério. E' como se o sensitivo lesse, na mente do possuidor do objeto, o que lá já está escrito com vistas ao futuro. Tudo muito simples, claro e lógico. Nenhum atentado ao bom-senso. 

Apesar de os diversos temas mediúnicos nos terem levado, algumas vezes, a certas explicações de natureza por assim dizer «técnica», elucidativas do mecanismo dos 

fenômenos, não é este, todavia, o objeto fundamental do livro que procuramos escrever, mais com o coração do que com o cérebro. 

Desejamos dar aos assuntos mediúnicos feição e finalidade evangélicas. A nossa intenção é de que este trabalho chegue aos núcleos assistenciais do Espiritismo Cristão por mensagem de cooperação fraterna, de bom ânimo para os desiludidos, de esperança para os que sofrem, de reabilitação para os que rangem os dentes «nas trevas exteriores»...Assim sendo, compete-nos extrair, das considerações expedidas em torno de tão belo quão admirável tema - Psicometria -, conclusões de ordem moral que fortaleçam o nosso coração para as decisivas e sublimes realizações na direção do Mais Alto. 

O conhecimento da psicometria faz-nos pensar, consequentemente, nos seguintes imperativos : 

a. Não nos apegarmos, em demasia, aos bens materiais; 

b. Combatermos o egoísmo que assinala a nossa vida, com a conseqüente diminuição das exigências impostas a familiares, amigos e conhecidos. 

Em capítulo precedente tivemos ensejo de relacionar o fato daquela senhora que, desencarnada havia muito, «não tinha força» para afastar-se do próprio domicílio, ao qual se sentia presa pelas recordações dos familiares e dos objetos caseiros. Em «Nos Domínios da Mediunidade», no estudo da psicometria, temos o episódio de uma jovem que, há cerca de 300 anos, acompanha um espelho a ela ofertado por um rapaz em 1700. Vamos trazer para as nossas páginas parte do relato de André Luiz, a fim de colocarmos o leitor em relação com a ocorrência. A narrativa é de André Luiz, quando em visita a um museu: 

«Avançamos mais além. Ao lado de extensa galeria, dois cavalheiros e três damas admiravam singular espelho, junto do qual se mantinha uma jovem desencarnada com expressão de grande tristeza. 

Uma das senhoras teve palavras elogiosas para a beleza da moldura, e a moça, na feição de sentinela irritada, aproximou-se tateando-lhe os ombros.» Acrescenta André Luiz que, à medida que os visitantes encarnados se retiravam para outra dependência do museu, a moça, que não percebia a presença dos três desencarnados, mostrou-se «contente com a solidão e passou a contemplar o espelho, sob estranha fascinação». 

Com a mente cristalizada naquele objeto, nele polarizou todos os seus sonhos de moça, esperando, tristemente, que da França regressasse o jovem que se foi... Gravou no espelho a própria vida... 

E enquanto pensar no espelho, como síntese de suas esperanças, junto a ele permanecerá. Exemplo típico de fixação mental. Relativamente a pessoas, o fenômeno é o mesmo. Apegando-nos, egoística e desvairadamente, aos que nos são caros ao coração, comemos o risco de a eles nos imantarmos e sobre eles exercermos cruel escravização, consoante vimos no capitulo «Estranha obsessão». 

Enquanto os nossos sentimentos afetivos não assinalarem o altruísmo, a elevação, a pureza e o espírito de renúncia peculiares ao discípulo sincero do Evangelho, o nosso caminho será pontilhado das mais desagradáveis surpresas, estejamos na libré da carne ou no Mundo dos Espíritos. Amar sem idéia de recompensa ; ajudar sem esperar retribuição; pensar nos próprios deveres com esquecimento de pretensos direitos; servir e passar - EIS O ELEVADO PROGRAMA que, realizado na medida das possibilidades de cada um, constituirá penhor de alegria e paz, felicidade e progresso, neste e no plano espiritual. Reconhecendo, com toda a sinceridade, a nossa incapacidade de, por agora, executar tal programa, forte demais para a nossa fraqueza, podemos, contudo, esforçar-nos no sentido do gradativo afeiçoamento a ele, considerando a oportuna advertência de Emmanuel: 

«Se o clarim cristão já te alcançou os ouvidos, aceita-lhe as claridades sem vacilar.» Ainda Emmanuel recorda que «as afeições familiares, os laços consangüíneos e as simpatias naturais podem ser manifestações muito santas da alma, quando a criatura se eleva no altar do sentimento superior ; contudo, é razoável que o Espírito não venha a cair sob o peso das inclinações próprias». «O equilíbrio é a posição ideal.» 

«A fraternidade pura é o mais sublime dos sistemas de relações entre as almas.» Colocando Jesus Cristo no vértice das nossas aspirações, aprenderemos, com o Bem-aventurado Aflito da Crucificação, a amar sem exigências, a servir com alegria, a conservar a liberdade da nossa mente e a paz do nosso coração. Aceitando-o, efetivamente, como Sol Espiritual que aquece, com o seu Amor, desde o Princípio, a Terra inteira, a ninguém escravizaremos. E a única escravização a que nos submeteremos será à do dever bem cumprido... Retirado de Estudando a Mediunidade - FEB

MEDIUNIDADE DE PSICOGRAFIA

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 

Psicografia (do grego, escrita da mente ou da alma), segundo o vocabulário espírita, é a capacidade atribuída a certos médiuns de escrever mensagens ditadas por Espíritos. 

Conceito 

Segundo a doutrina espírita, a psicografia seria uma das múltiplas possibilidades de expressão mediúnica existentes. Allan Kardec classificou-a como um tipo de manifestação inteligente, por consistir na comunicação discursiva escrita de uma suposta entidade sobrenatural ou espírito, por intermédio de um homem. 

O mecanismo de funcionamento da psicografia, ainda segundo Kardec, pode ser consciente,semi-mecânico ou mecânico, a depender do grau de consciência do médium durante o processo de escrita. 

No primeiro caso, o menos passível de validação experimental, o médium tem plena consciência daquilo que escreve, apesar de não reconhecer em si a autoria das ideias contidas no texto. Tem a capacidade de influir nos escritos, evitando informações que lhe pareçam inconvenientes ou formas de se expressar inadequadas. 

No segundo, o médium poderia até estar consciente da ocorrência do fenômeno, perceber o influxo de ideias, mas seria incapaz de influenciar o texto, que basicamente lhe escorreria das mãos. O impulso de escrita é mais forte do que sua vontade de parar ou conduzir voluntariamente o processo. 

No terceiro caso, o mais adequado para uma averiguação experimental controlada, o médium poderia escrever sem sequer se dar conta do que está fazendo, incluindo-se aí a possibilidade de conversar com interlocutores sobre determinado tema enquanto psicografa um texto completamente alheio ao assunto em pauta . Isso porque, segundo Kardec, esses médiuns permitiriam ao espírito agir diretamente sobre sua mão ou seu braço, sem recorrer à mente. 

Além da doutrina espírita, há várias correntes místicas e religiosas que admitem a possibilidade da ocorrência desse fenómeno, como a Umbanda e a Teosofia. 

Entre os textos ditos psicografados encontram-se obras atribuídas a autores conhecidos — uns adeptos, em vida, de doutrinas compatíveis com esta prática, como Allan Kardec ou Arthur Conan Doyle, outros nem tanto, como Camilo Castelo Branco ou Albert Einstein. 


Citação de bibliografia psicografada 

A Classificação das obras psicografadas, segundo o CIP-Brasil (do Sindicato Nacional dos Editores de Livros) é feita no tema Espiritismo, devendo ser citado como autor aquele que assina a obra, seguida da indicação de que foi um ser espiritual. Por exemplo: Ângelis, Joanna de (Espírito). 

Já para citações, segue-se o modelo: título, autor espiritual, médium, local, editora, ano e edição (da segunda em diante), como se vê no modelo: 

Plenitude/ Joanna de Ângelis; psicografado por Divaldo Pereira Franco - Niterói, Arte & Cultura, 1991. 

Em bibliotecas de instituições espíritas a autoria de obras psicografadas é atribuída ao espírito que as teria ditado; em bibliotecas normais a autoria é atribuída ao médium, com a referência à alegada autoria do espírito sendo indicada sob "Observações". 

Aceitação da autoria 

Existem pesquisadores e estudiosos que afirmam ser a psicografia um caso de ilusão ou fraude, visto que ninguém até o momento conseguiu comprovar que as obras psicografadas por médiuns não sejam fraudes. 

O pesquisador da Universidade Estadual de Londrina Carlos Augusto Perandréa estudou as assinaturas dos textos psicografados porChico Xavier utilizando as mesmas técnicas com que avalia assinatura para bancos, polícias e o Poder Judiciário, a grafoscopia. O resultado do seu estudo indicou que as assinaturas nos textos psicografados eram semelhantes às assinaturas destes quando vivos. 

Houve casos em que médiuns foram levados a psicografar o relato de uma pessoa que estaria morta quando essa na verdade não estava . No entanto, seguindo a Doutrina Espírita, é possível explicar de maneira racional a razão pela qual um médium supostamente poderia psicografar mensagens de pessoas vivas. 

Partindo do ensinamento coletivo dos espíritos que cada um tem ao seu lado um espírito designado por Deus para nos auxiliar na experiência corpórea, então chamado guia espiritual, é possível que o espírito-guia do encarnado tenha dirigido a psicografia, ou até mesmo comunicado de maneira espiritual, os pensamentos da mulher. 

Além disso, é possível que um espírito qualquer entre em contato com o médium, realizando a psicografia de seus pensamentos, fazendo-se passar por outro. Uma coisa é certa, o médium é apenas um ferramenta da psicografia, aos espíritos é que cabe a tarefa de transmitir suas mensagens.

É famoso o caso em que o Sr. João Ghignone, então presidente da Federação Espírita do Paraná, visitando o médium Chico Xavier, teria recebido deste a mensagem de que o espírito de sua mãe estava presente e desejava abraçá-lo. 

Ghignone, sabendo que sua mãe estava viva e morando ainda no Paraná, estranhou a frase de Chico. Entretanto, segundo relata o próprio João Ghignone, ao voltar ao hotel teria recebido a mensagem de que sua mãe falecera inesperadamente. 

A psicografia nos tribunais 

No Brasil, em alguns casos, a psicografia foi utilizada como prova em tribunal. Em pelo menos quatro casos envolvendo homicídio: 

num homicídio em Goiás, cometido a 10 de fevereiro de 1976, cuja vítima foi Henrique Emmanuel Gregoris; 

 em outro, também em Goiás, a 8 de maio de 1976; 

em um ocorrido no Mato Grosso do Sul, a 1 de março de 1980; e 

em um no Paraná, cometido a 21 de outubro de 1982. 

Um dos casos mais recentes registrou-se em maio de 2006, em Porto Alegre (RS), tendo a ré, Iara Marques Barcelos sido inocentada do assassinato do ex-amante, Ercy da Silva Cardoso, graças a uma carta que teria sido ditada pelo falecido. 

Mais recentemente, em 17 de maio de 2007, o julgamento do réu, Milton dos Santos, pelo assassinato de Paulo Roberto Pires (o "Paulinho do Estacionamento") em abril de 1997, foi suspenso devido a uma carta recebida pelo médium Rogério Leite em uma sessão espírita realizada em 2004, na qual Paulinho inocenta o acusado. Fotografias da sessão espírita foram anexadas aos autos do processo. 

No entanto, o advogado Roberto Selva da Silva Maia indicou em um artigo que os documentos psicografados podem ser aceitos no tribunal como documento particular, mas não como prova judicial. 

Isso se dá porque a lei estabelece que a morte extingue a personalidade humana, logo um morto não poderia gerar documento legal. Segundo, a psicografia depende da aceitação de premissas religiosas, e o judiciário não é religioso visto que nosso estado é laico e, por fim, não haveria forma de se usufruir do princípio do contraditório e da ampla defesa . 

Psicografia e Psicopictografia 

A Psicopictografia consistiria na manifestação mediúnica em que, em lugar da escrita, haveria a produção de imagens, desenhos ou pinturas de quadros.

MEDIUNIDADE PSICOFONICA

Psicofonia 
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 

Psicofonia (do grego psyké, alma e phoné, som, voz), de acordo com a Doutrina Espírita, é o fenômeno mediúnico no qual um espírito se comunica através da voz de um médium. 

A Doutrina Espírita identifica duas classe principais de psicofonia: 

a consciente - quando o médium afirma ter percebido mentalmente ou escutado uma fala proveniente de um espírito que desejava se comunicar, tendo-a reproduzido com o seu aparelho fonador;

a inconsciente ou sonambúlica - quando o médium afirma não saber o que disse, fazendo entender, neste caso, que o espírito comunicante ter-se-ia utilizado diretamente de seu aparelho fonador, por estar ele, médium, inconsciente. 

Como se verifica em toda classificação espírita, esta deve ser entendida como didática, sabendo-se haver uma diversidade de nuances entre uma e outra classe. 

Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns chama os médiuns psicofônicos inconscientes de médiuns falantes. 

Psicofonia televisionada no Brasil 

No dia 28 de outubro de 2004, quinta-feira, durante uma sessão comemorativa pelos 200 anos de nascimento de Allan Kardec, o deputado federal Luiz Carlos Bassuma (PV-BA), experimentou um aparente fenômeno de psicofonia, acessível no portal da Câmara de Deputados e no Youtube - ainda que visto por alguns com um certo ceticismo. 

Em um dado momento da sessão, quando estaria iniciando a prece, abaixou a cabeça, alterou seu tom de voz, com sua mão direita aparentemente trêmula durante mais de 3 minutos. 

Há várias menções a este caso quanto positivas - alegando veracidade na comunicação dos espíritos, quanto negativas - alegando que não houve critério na comunicação mediúnica. Bassuma afirmou ser espírita há 20 anos, na época do ocorrido e diz que quando ora,"sinto[sente] o envolvimento, deixo fluir, não faço nenhum tipo de bloqueio." O acontecimento foi amplamente noticiado nos vários telejornais brasileiros.

Mediunidade de Desdobramento Espiritual na Umbanda

Muito se fala em sonhos mas, estudando mais a fundo e, em conjunto aos ensinamentos do astral, chego à conclusão que os sonhos são apenas pequenos resíduos de um desdobramento inconsciente e involuntário. 

Deixe-me explicar melhor isso. Como é essa uma mediunidade pouco abordada, principalmente na Umbanda, onde os estudos e desenvolvimentos normalmente são feitos no âmbito particular, ou seja, o médium se interessa e "corre atrás" chegando a algum desenvolvimento sozinho, a maioria das pessoas não tem nem sequer consciência desse tipo de mediunidade. 

Como toda mediunidade exige, e essa não poderia ser diferente, é necessário compromisso, disciplina e prática. Pois é, mas não é isso que normalmente acontece e, naturalmente, vemos diversos médiuns desdobrando em espírito, principalmente durante o sono, sem consciência e sem controle. 

O que acontece então é que seu mental não registra o desdobramento ou registra pequenos momentos. Dai então temos aqueles papos de que "sonhei umas coisas sem pé nem cabeça" e não sei o que na verdade, como o médium registrou apenas pequenos momentos de seu desdobramento, sua mente entende como imagens soltas e sem sentido, quando na verdade, se esse médium estivesse preparado para tal mediunidade, teria registrado todo um ensinamento ou trabalho realizado no astral. 

Entendo que, a mediunidade de desdobramento (ou projeção) espiritual, pode ser desenvolvida e controlada e que, através dessa mediunidade podemos realizar diversos trabalhos espirituais excelentes. 

Sua aplicabilidade é fantástica, pois podemos desde receber mensagens e ensinamentos do astral, como também colocarmo-nos a disposição do astral para trabalhos mais específicos no âmbito espiritual. Acredito que é um tipo de mediunidade que podemos incentivar na Umbanda, pois aparentemente é acessível a todos e, quem sabe, poderemos plantar boas sementes e realizar bons serviços aos nossos semelhantes, sustentados pelo astral. Bem, acho que para um primeiro texto é o que consigo escrever agora. Espero ter plantado uma pequena semente de interesse pelo assunto, que a meu ver é muito interessante. 

Que Oxalá nos abençoe e ampare sempre.

MEDIUNIDADE DE VIDENCIA

Carlos Bernardo Oliveira 
Allan Kardec recomenda provas positivas aos médiuns videntes. 

Segundo Allan Kardec, os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Há os que gozam dessa faculdade em estado normal, perfeitamente acordados, guardando lembrança precisa do que viram. 

Outros só a possuem em estado sonambúlico ou aproximado ao sonambulismo. Incluem-se na categoria de médiuns videntes todas as pessoas dotadas de dupla vista. A possibilidade de ver os Espíritos em sonho é também uma espécie de mediunidade, mas não constitui propriamente a mediunidade de vidência. 

O médium vidente acredita ver pelos olhos, como os que têm dupla vista, mas na realidade é a alma que vê, e por essa razão eles tanto vêem com os olhos abertos ou fechados. 

Devemos distinguir as aparições acidentais e espontâneas da faculdade propriamente dita de ver Espíritos. As primeiras ocorrem com mais freqüência no momento da morte de pessoas amadas ou conhecidas que vêm advertir-nos de sua passagem para o outro mundo. 

Há numerosos exemplos de casos dessa espécie, sem falar das ocorrências de visões durante o sono. De outras vezes são parentes ou amigos que, embora mortos há muito tempo, aparecem para nos avisar de um perigo, dar um conselho ou pedir ajuda - é sempre a execução de um serviço que ele não pôde fazer em vida ou o socorro das preces. 

Essas aparições constituem fatos isolados, tendo um caráter individual e pessoal. Não constituem, pois, uma faculdade propriamente dita. A faculdade consiste na possibilidade, senão permanente, pelo menos freqüente, de ver os Espíritos que se aproximam, mesmo que estranhos. É esta faculdade que define o médium vidente. 

Entre os médiuns videntes há os que vêem somente os Espíritos evocados, podendo descrevê-los com minuciosa exatidão. Conseguem descrevê-los nos menores detalhes dos seus gestos, da expressão fisionômica, os traços característicos do rosto, as roupas e até mesmo os sentimentos que revelam. 

Há outros que possuem a faculdade em sentido mais geral, vendo toda a população espírita do ambiente ir e, poder-se-ia dizer, entregue a seus afazeres. 

Kardec, ainda em "O LIVRO DOS MÉDIUNS", relata o seguinte e singular episódio: 

Assistimos, certa noite, à representação da ópera Óberon ao lado de um excelente médium vidente. Havia no salão grande número de lugares vazios, mas muitos estavam ocupados por Espíritos que pareciam escutar as suas conversas. 

No palco se passava outra cena; por trás dos atores muitos Espíritos joviais se divertiam em contracená-los, imitando-lhes os gestos de maneira grotesca. Outros, mais sérios, pareciam inspirar os cantores, esforçando-se por lhes dar mais energia. Um desses mantinha-se junto a uma das principais cantoras. 

Julgamos as suas intenções um tanto levianas e o evocamos após o baixar das cortinas. Atendeu-nos e reprovou o nosso julgamento temerário. - Não sou o que pensas - disse -sou o seu guia protetor; cabe-me dirigi-la. Após alguns minutos de conversação bastante séria, deixou-nos dizendo: -Adeus. Ela está no seu camarim e preciso velar por ela; 

Evocamos depois o Espírito de Weber, autor da peça, e lhe perguntamos o que achava da representação. - Não foi muito má - respondeu -, mas fraca. Os atores cantam, eis tudo. 

Faltou inspiração. Espera - acrescentou - vou tentar insuflar-lhes um pouco do fogo sagrado! Vimo-lo, então, sobre o palco, palrando acima dos atores. Um eflúvio parecia se derramar dele para os intérpretes, espalhando-se sobre eles. Nesse momento verificou-se entre eles uma visível recrudescência da energia. 

Kardec conta, em seguida, outro caso: 

Assistíamos a uma representação teatral com outro médium vidente. Conversando com um Espírito espectador, disse-nos ele: - Estás vendo aquelas duas senhoras sozinhas num camarote de primeira? Pois bem, vou me esforçar para tirá-las do salão. 

Dito isso, dirigiu-se ao camarote das senhoras e começou a falar-lhes. Súbito as duas, que estavam muito atentas ao espetáculo, se entreolharam, parecendo consultar-se, e a seguir se foram, não voltando mais. O Espírito nos fez, então, um gesto gaiato, significando que cumprira a palavra. Mas não o pudemos rever para pedir-lhe maiores explicações. 

Muitas vezes somos assim testemunhas (visuais) do papel que os Espíritos exercem entre os vivos. Observamo-los em diversos lugares de reunião: em bailes, concertos, sermões, funerais, núpcias etc., e em toda parte os encontramos atiçando as más paixões, insuflando a discórdia, excitando as rixas, motivando os apetites sexuais e rejubilando-se com suas proezas. 

Outros, pelo contrário, combatem essa influência perniciosa, mas só raramente são ouvidos... A faculdade de ver os Espíritos é uma dessas faculdades cujo desenvolvimento deve processar-se naturalmente, sem que se provoque. 

Os médiuns videntes, finaliza Kardec, são raros e deve-se ter muitas razões para submetê-los ao crivo da observação. E prudente não lhes dar fé senão mediante provas positivas. Não nos referimos - sentencia Kardec - aos que alimentam a ridícula ilusão dos Espíritos-glóbulos. 

1. A vidência propriamente dita independe dos olhos material, porque é uma visão anímica, a alma vê fora do corpo. É o que a Parapsicologia chama de percepção extrasensorial'. A dupla vista se manifesta sempre como um desdobramento da visão norma. 

2. O exame de alguns efeitos óticos deram origem ao estranho sistema dos Espíritos-glóbulos. Esses efeitos óticos são considerados, por algumas pessoas, Espíritos. Afirmam que eles as acompanham: vão para a direita e para a esquerda, para cima e para baixo, conforme elas movem a cabeça. 

Salvador, BA - Publicado na Revista Internacional de Espiritismo - O Clarim - Junho 1998