sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Candomblé e os Tipos Psicológicos VI



NANà

NANÃ, divindade dos primórdios da criação, à associado a lama, água e à morte: recebe no seu seio os mortos, tornando possível o renascimento. 0 fato dela ser um continente, associado com processo e interioridade, conecta com o preto, que se expressa no azul-escuro. 

Por ser força genitora, pertence ao branco. Suas cores são, portanto, a azul e a branca. Seu animal é a rã e o seu dia à a terça-feira. 

ORIXÁ da Justiça, NANÃ não tolera traíção, indiscrição, nem roubo. Por ser ORIXÁ muito discreto e gostar de se esconder, suas filhas podem ter um caráter completamente diferente do dela. 

Por exemplo, ninguém desconfiará que uma dengosa e vaidosa aparente filha de OXUM seria uma filha de NANÃ "escondida". 0 tipo psicológico dos filhos de NANÃ à introvertido e calmo. 

Seu temperamento é severo e austero. Rabugento, é mais temido do que amado. Pouco feminina, não tem maiores atrativos e à muito afastada da sexualidade. Por medo de amar e de ser abandonada e sofrer, ela dedica sua vida ao trabalho, à vocação, à ambição social.


OBA 

OBA é ORIXÁ ligado a água, guerreira e pouco feminina. Suas roupas são vermelhas e brancas, leva um escudo, uma espada, uma coroa de cobre. Usa um pano na cabeça para esconder a orelha cortada. 


Conta e lenda que OBA, repudiada por XANGÔ. vivia sempre rondando o palácio para voltar. OXUM, com suas artimanhas, diz a OBA que XANGÔ adora orelha e que ela faça uma sopa com sua orelha, o que será um remédio infalível para conquista-lo. 

Assim OBA fez e quando' XANGÔ- tomou a sopa e sentiu-a esquisita, quiz saber quem a fez e OBA apresenta-se feliz, pensando que havia re - conquistado-o. 

XANGÔ fica horrorizado com a mutilação e expulsa-a para sempre. 0 tipo psicológico dos filhos de OBA, constitui o estereotipo da mulher de forte temperamento, terrivelmente possessiva e carente. 

Ao contrário de IANSÃ, é mulher de um homem só, fiel e sofrida. São combativas, impetuosas e vingativas. OBA e um ORIXÁ que raramente se manifesta e há pouco estudo sobre ela. 

Talvez porque nos dias de hoje, mesmo na África ou Brasil, não há espaço para essas características do feminino, que cada vez mais recupera seu poder de IANSÃ.