sexta-feira, 18 de maio de 2012

ALGUNS VIDEOS DE LOGUN EDÉ



ALGUMAS LENDAS DE LOGUM EDÉ

Logunede ganha domínio dado por Olorun

No início dos tempos, cada orixá dominava um elemento da natureza, não 

permitindo que nada, nem ninguém, o invadisse. Guardavam sua sabedoria 

como a um tesouro. 

É nesse contexto que vivia a mãe das água doces, Osun, e o grande caçador 

Odè. Esses dois orixás constantemente discutiam sobre os limites de seus 

respectivos reinados, que eram muito próximos. 

Odè ficava extremamente irritado quando o volume das águas aumentavam e 

transbordavam de seus recipientes naturais, fazendo alagar toda a floresta. 

Osun argumentava, junto a ele, que sua água era necessária à irrigação e 

fertilização da terra, missão que recebera de Olorun. Odè não lhe dava 

ouvidos, dizendo que sua caça iria desaparecer com a inundação. 

Olorun resolveu intervir nessa guerra, separando bruscamente esses 

reinados, para tentar apaziguá-los. 

A floresta de Odè logo começou a sentir os efeitos da ausência das águas. A 

vegetação, que era exuberante, começou a secar, pois a terra não era mais 

fértil. Os animais não conseguiam encontrar comida e faltava água para 

beber. A mata estava morrendo e as caças tornavam-se cada vez mais raras. 

Odè não se desesperou, achando que poderia encontrar alimento em outro 

lugar. 

Osun, por sua vez, sentia-se muito só, sem a companhia das plantas e dos 

animais da floresta, mas também não se abalava, pois ainda podia contar com 

a companhia de seus filhos peixes para confortá-la. 

Odè andou pelas matas e florestas da Terra, mas não conseguia encontrar 

caça em lugar algum. Em todos os lugares encontrava o mesmo cenário 

desolador. A floresta estava morrendo e ele não podia fazer nada. 

Desesperado, foi até Olorun pedir ajuda para salvar seu reinado, que estava 

definhando. O maior sábio de todos explicou-lhe que a falta d’água estava 

matando a floresta, mas não poderia ajudá-lo, pois o que fez foi necessário 

para acabar com a guerra. A única salvação era a reconciliação. 

Odè, então, colocou seu orgulho de lado e foi procurar Osun, propondo a ela 

uma trégua. Como era de costume, ela não aceitou a proposta na primeira 

tentativa. Osun queria que Odé se desculpasse, reconhecendo suas 

qualidades. Ele, então, compreendeu que seus reinos não poderiam 

sobreviver separados, unindo-se novamente, com a benção de Olorun. 

Dessa união nasceu um novo orixá, um orixá príncipe, Logunede, que iria 

consolidar esse "casamento", bem como abrandar os ímpetos de seus pais. 

Logunede sempre ficou entre os dois, fixando-se nas margens das águas, onde 

havia uma vegetação abundante. Sua intervenção era importante para evitar 

as cheias, bem como a estiagem prolongada. Ele procurava manter o 

equilíbrio da natureza, agindo sempre da melhor maneira para estabelecer a paz e a fertilidade. 

Conta uma outra lenda que as terras e as águas estavam no mesmo nível, não havendo limites definidos. 

Logunede, que transitava livremente por esses dois domínios, sempre tropeçava quando passava de um reinado para o outro. Esses acidentes deixavam Logunede muito irritado. 

Um dia, após ter ficado seis meses vivendo na água, tentou fazer a transição 

para o reinado de seu pai, mas não conseguiu, pois a terra estava muito 

escorregadia. Voltou, então, para o fundo do rio, onde começou a cavar 

freneticamente, com a intenção de suavizar a passagem da água para a 

terra. Com essa escavação, machucou suas mãos, pés e cabeça, mas conseguiu fazer 

uma passagem, que tornou mais fácil sua transição. Logunede criou, assim, as margens dos rios e córregos, onde passou a dominar. Por esse motivo, suas oferendas são bem aceitas nesse local. 



Logun Edè é salvo das águas 

Logun Edè era filho de Oxóssi com Oxun. 

Era príncipe do encanto e da magia. 

Oxóssi e Oxum eram dois Orixás muito vaidosos. 

Orgulhosos, eles viviam às turras. 

A vida do casal estava insuportável 

e resolveram quue era melhor separar. 

O filho ficaria metade do ano nas matas com Oxóssi 

e a outra metade com Oxun no rio. 

Com isso, Logun se tornou uma criança de personalidade dupla: 

cresceu metade homem, metade mulher. 

Oxun proibiu Logun Edè de brincar nas águas fundas, 

pois os rios eram traiçoeiros para uma criança de sua idade. 

Mas Logun era curioso e vaidoso como os pais. 

Logun nào obedecia à mãe. 

Um dia Logun nadou rio adentro, para bem longe da margem. 

Obá, dona do rio,para vingar-se de Oxum, 

com quem mantinha antigas querelas, 

começou a afogar Logun. 

Oxum ficou desesperada 

e pediu a Orunmilá que lhe salvasse o filho, 

que a amparasse nos eu desespero de mãe. 

Orunmilá que sempre atendia à filha de Oxalá, 

retirou o príncipe das águas traiçoeiras e o trouxe de volta à terra. 

Então deu-lhe a missão de proteger os pescadores 

e a todos que vivessem das águas doces. 

Dizem que Oiá quem retirou Logun Edè da água 

e terminou de criá-lo juntamente com Ogun. 

[ Lenda 66 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]



Logun Edè rouba segredos de Osalà 

Logunede era um caçador solitário e infeliz, mas orgulhoso. 

Era um caçador pretensioso e ganancioso, 

e muitos os bajulavam pela sua formosura. 

Um dia Oxalá conheceu Logun Edè 

e o levou para viver em sua casa sob sua proteção. 

Deu a ele companhia, sabedoria e compreensão. 

Mas Logun Edè queria muito mais, queria mais. 

E roubou alguns segredos de Oxalá. 

Segredos que Oxalá deixara à mostra, 

confiando na honestidade de Logun. 

O caçador guardou seu furto num embornal a tiracolo, seu adô. 

Deu as costas a Oxalá e fugiu. 

Não tardou para Oxalá dar-se conta da traição 

do caçador que levara seus segredos. 

Oxalá fez todos os sacrifícios que cabia oferecer 

e muito calmamente sentenciou 

que toda a vez que Logun Edè usasse um dos seus segredos 

todos haveriam de dizer sobre o prodígio: 

"Que maravilha o milagre de Oxalá!". 

Toda a vez que usasse seus segredos 

alguma arte não roubada ia faltar. 

Oxalá imaginou o caçador sendo castigado 

e compreendeu que era pequena a pena imposta. 

O caçador era presumido e ganancioso, 

acostumado a angariar bajulação. 

Oxalá determinou que Logun Edè fosse homem 

num período e no outro depois fosse mulher. 

Nunca haveria assim de ser completo. 

Parte do tempo habitaria a floresta vivendo de caça, 

e noutro tempo, no rio, comendo peixe. 

Nunca haveria de ser completo. 

Começar sempre de novo era sua sina. 

Mas a sentença era ainda nada 

para o tamanho do orgulho do Odè. 

Para que o castigo durasse a eternidade, 

Oxalá fez de Logun Edè um orixá. 



LOGUM EDÉ — O Orixá da Mágia e da Boa Sorte 

Estava Oxósse o rei da caça a caminhar por um lindo bosque em companhia de sua amada esposa Oxum, dona da beleza da riqueza e portadora dos segredos da maternidade.

Quando de seu passeio, foi avistado por Oxum um lindo menino que estava a beira do caminho a chorar, encontrando-se perdido. Oxum de pronto agrado, acolheu e amparou o garoto, onde surgiu nesse exato momento uma grande identificação, entre ele, Oxum e Oxósse. 

Durante muitos anos Oxum e Oxósse, cuidaram e protegeram-lhe, sendo que, Oxum procurou durante todo esse tempo a mãe do menino, porém sem sucesso, resolveu tê-lo como próprio filho. O tempo foi passando e Oxósse, vestiu o menino com roupas de caça e ornamentou-o com pele de animais, proveniente de suas caçadas. 

Ensinou a arte da caça, de como manejar e empunhar o arco e a flecha, ensinou os princípios da confraternidade para com as pessoas e o dom do plantio e da colheita, ensinou a ser audaz e a ter paciência, a arte e a leveza, a astúcia e a destreza, provenientes de um verdadeiro caçador.

Oxum por sua fez, ensinou ao garoto o dom da beleza, o dom da elegância e da vaidade, ensinou a arte da feitiçaria, o poder da sedução, a viver e sobreviver sobre o mundo das águas doces, ensinou seus segredos e mistérios. Foi batizado por sua mãe e por seu pai de Lógún Edé, o princípe das matas e o caçador sobre as águas.

Viveu durante anos sobre a proteção de pai e mãe, tornando-se um só, aprendendo a ser homem, justo e bondoso, herdando a riqueza de Oxum e a fartura de Oxósse, adquirindo princípios de um e de outro, tornando-se herdeiro até nos dias de hoje de tudo que seu pai Oxósse carrega e sua mãe Oxum leva. Esse é Lógún Edé.

CONHECENDO O ORIXÁ LOGUN EDÉ - PARTE 2



Logun Edé (lógunèdè) é o orixá da riqueza e da fartura, filho de Oxum e Oxóssi, deus da guerra e da água. É, sem dúvida, um dos mais bonitos orixás do Candomblé, já que a beleza é uma das principais características dos seus pais. 

Rei de Ilexá,caçador habilidoso e príncipe soberbo, Logun Edé reúne os domínios de Oxóssi e Oxum e quase tudo que se sabe a seu respeito gira em torno de sua paternidade. 

Apesar de sua história, é preciso esclarecer que Logun Edé não muda de sexo a cada seis meses, ele é um orixá do sexo masculino. Sua dualidade se dá em nível comportamental, já que em determinadas ocasiões pode ser doce e benevolente como Oxum e em outras, sério e solitário como Oxóssi. Logun Edé é um orixá de contradições; nele os opostos se alternam, é o deus da surpresa e do inesperado. 

Na Nigéria, a cidade de Logun Edé chama-se Ilexa e é uma das mais ricas e prósperas da África, anualmente fazem encontros com vários festivais vindo pessoas de toda as partes da África. 

Na África negra, dizem que Logun Edé seria na verdade Ólògún Ode – o guerreiro caçador – o maior entre todos os caçadores, pai de todos eles, inclusive de Oxóssi. E se observarmos a cantiga de Oxóssi, veremos que expressão Omo ode, ou seja, filho do caçador, é constante, podendo inferir certa lógica nas histórias contadas pelos africanos, como também sua ligação com Ogun. 

Oxum Yéyé Ipondá e Odé Erinlé Ibò, respectivamente, as qualidades de Oxum e Oxóssi que se consideram os pais de Logun Edé. 

A história revela que Oxóssi, feliz pelo filho vindouro, declarou a Oxum o seu amor e pediu a ela posse do menino: 

- Oxum, por amor a você, quero que Logun Edé fique comigo, vou ensiná-lo a caçar. Comigo ele aprenderá os segredos da floresta. 

Mas Oxum também amava Logun Edé e por maior que fosse seu amor por Oxóssi ela não poderia separar-se de seu filho então declarou: 

- Logun Edé viverá seis meses com sua mãe e seis meses com o seu pai, comerá do peixe e da caça. Ele será Oxóssi e será Oxum, mas sem deixar de ser ele mesmo, Logun Edé: um príncipe na floresta e um grande caçador! 

Características dos filhos de Logun Edé 

Os filhos de Logun Edé possuem as características de Oxum, ou seja, narcisismo, vaidade, gosto pelo luxo, sensualidade, beleza, charme, elegância. Tem também características em comum com Oxóssi, ou seja, beleza, vaidade, cautela, objectividade e segurança. 

No entanto, há características de Logun Edé que não pertencem nem a Oxum nem a Oxóssi. Na verdade, ele reúne o arquétipo de ambos, mas de forma superficial. A superficialidade é a marca dos filhos de Logun Edé, porque eles, ao contrário dos filhos de Oxóssi e de Oxum não têm certeza do que são nem do que querem. As qualidades de Oxum e de Oxóssi amenizam-se em Logun Edé, mas, em compensação, os defeitos são exacerbados. Dessa forma, os filhos de Logun Edé são extremamente soberbos arrogantes e prepotentes. 

Mas algo não se pode negar: os filhos de Logun Edé são bonitos e possuem olho-de-gato, algo que atrai e repele ao mesmo tempo. São mandões, os donos da verdade, os mais belos, cujo ego não cabe em si. Melhor não lhes fazer elogios em sua presença, a não ser que queira ver sua imensa cauda de pavão abrindo-se em leque. Quando têm consciência de que conseguem controlar os seus defeitos, os filhos de Logun Edé tornam-se pessoas muito agradáveis. 

Os filhos de Logun Odé não andam! Pairam sobre o ar! Logun Edé pertence ao panteão dos caçadores, é único, não tem qualidade, por isso só pode existir um iniciado numa casa de candomblé.


Dia da semana: Quinta-feira

Cores: Azul Turquesa e Amarelo Ouro

Saudação: Logun ô Akofá!

Elementos: Água (de Rios e Cachoeiras) e Terra (Floresta)

Domínios: Riqueza, Fartura e Beleza

Instrumentos: Balança, Ofá (arco), Abebè (espelho) e Cavalo-Marinho

Logun Edé é o Orixá da riqueza e da fartura, filho de Oxum e de Oxóssi, deus da guerra e da água. É, sem dúvida, um dos mais bonitos orixás do Candomblé, já que a beleza é uma das principais características dos seus pais.Caçador habilidoso e príncipe soberbo, Logun Edé reúne os domínios de Oxóssi e de Oxum, e quase tudo que se sabe a seu respeito gira em torno de sua paternidade.
Apesar da sua história, é preciso esclarecer que Logun Edé não muda de sexo a cada seis meses, ele é um Orixá do sexo masculino. A sua dualidade dá-se a nível comportamental, já que em determinadas ocasiões pode ser doce e benevolente como Oxum, e em outras, sério e solitário como Oxóssi. Logun Edé é um Orixá de contradições; nele os opostos alternam, é o deus da surpresa e do inesperado. Na Nigéria, a cidade de Logun Edé chama-se Ilesa e é uma das mais ricas e prósperas de África, mas o seu culto na região está em via de extinção.
Na África negra, dizem que Logun Edé seria na verdade Ólòlún Ode – o guerreiro caçador - o maior entre todos os caçadores, pai de todos eles, inclusive de Oxóssi. Todavia, não podemos desconsiderar o processo cultural que deu origem ao Candomblé e as diferenças fundamentais que existem entre os cultos aos orixás no Brasil e em África. O Candomblé é um ‘resumo de toda a África mística. Muitos deuses que em África mantinham a sua autonomia, no Brasil foram reunidos num único Orixá e divididos em diversas qualidades.Oxum Yéyé Ipondá e Odé Erinlé são, respectivamente, as qualidades de Oxum e Oxóssi que se consideram os pais de Logun Edé. No Candomblé, Oxóssi e Oxum são os pais de Logun Edé, um deus único que encontra na sua paternidade uma forma de existir e residir, pois o seu culto mantém-se até hoje e é cada vez mais crescente fora de África. Há também quem diga em África que Logun Edé é, na verdade, uma altiva versão masculina da própria Oxum.
A história revela que Oxóssi, feliz pelo filho vindouro, declarou a Oxum o seu amor e lhe pediu a posse do menino:-Oxum, por amor a você, quero que Logun Edé fique comigo, vou ensiná-lo a caçar. Comigo ele aprenderá os segredos da floresta.Mas, Oxum também amava Logun Edé e por maior que fosse seu amor por Oxóssi ela não poderia separar-se de seu filho então declarou:-Logun Edé viverá seis meses com a sua mãe e seis meses com o seu pai, comerá do peixe e da caça. Ele será Oxóssi e será Oxum, mas sem deixar de ser ele mesmo, Logun Edé: uma princesa na floresta e um caçador sobre as ondas!
Características dos filhos de Logun Edé
Os filhos de Logun Edé possuem as características de Oxum, ou seja, narcisismo, vaidade, gosto pelo luxo, sensualidade, beleza, charme e elegância. Tem também características em comum com Oxóssi, ou seja, beleza, vaidade, cautela, objectividade e segurança. No entanto, há características de Logun Edé que não pertencem nem a Oxum nem a Oxóssi. Na verdade, ele reúne o arquétipo de ambos, mas de forma superficial.
A superficialidade é a marca dos filhos de Logun Edé, porque eles, ao contrário dos filhos de Oxóssi e de Oxum não têm certeza do que são nem do que querem. As qualidades de Oxum e de Oxóssi amenizam-se em Logun Edé, mas, em compensação, os defeitos exacerbam-se. Dessa forma, os filhos de Logun Edé são extremamente soberbos arrogantes e prepotentes.
Mas algo não se lhes pode negar: os filhos de Logun Edé são bonitos e possuem um olhar especial, algo que atrai e repele ao mesmo tempo. São do tipo ‘bonitinho mas ordinário’. São mandões, os donos da verdade, os mais belos, cujo ego não cabe em si. O melhor não lhes fazer elogios na sua presença, a não ser que queira ver a sua imensa cauda de pavão abrir em leque. Quando têm consciência de que conseguem controlar os seus defeitos, os filhos de Logun Edé tornam-se pessoas muito agradáveis. Os filhos de Logun Edé não andam! Pairam no ar!

CONHECENDO O ORIXÁ LOGUN EDÉ




Logunedé

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 

Logunedé ou Logun Ede, do iorubá Lógunède, é um orixá africano que na maioria dos mitos costuma ser apresentado como filho de Oxum Ipondá e Oxóssi Inlè ou Érinle. Segundo as lendas, vive seis meses nas matas caçando com Oxóssi e seis meses nos rios pescando com Oxum. É cultuado na nação Ijexá como sua mãe, mas também nas nações Ketu e Efan, sendo o seu culto muito difundido no Rio de Janeiro.

No entanto, existem outras versões acerca de sua filiação. Se na maioria dos mitos, Logunedé surge como filho de Oxum e Oxóssi, em outros, um pouco mais raros, aparece como filho de Ogun e Iansã. Há, ainda, histórias que contam a lenda de Logunedé como filho desses quatro Orixás, apresentando-o como nada mais, nada menos que uma representação dos Orixás Gêmeos, Ibeji

Simultaneamente caçador e pescador, Logunedé é o herdeiro dos axés de Oxum e Oxóssi que se fundem e se mesclam como mistério da criação, trata-se de um orixá que tem a graça, a meiguice e a faceirice de Oxum à alegria, à expansão de Oxóssi. Se Oxum confere a Logunedé axés sobre a sexualidade, a maternidade, a pesca e a prosperidade, Oxóssi lhe passa os axés da fartura, da caça, da habilidade, do conhecimento.

Essa característica de unir o feminino de Oxum ao masculino de Oxóssi, muitas vezes o leva a ser representado como uma criança, um menino pequeno ou adolescente, formando mais uma tríade sagrada na História das religiões. Com Logunedé, completa-se o triângulo iorubá pai, mãe e filho que também se repete nas trilogias católica (Pai, Mãe e Espírito Santo), egípcia (Ísis, Osíris e Hórus), hindu e tantas outras. 

Como símbolo da pureza, muitas vezes Logunedé também é visto como um ser andrógino. Ao contrário do que muitos pensam, Logun Ede não é de características masculina e feminina, não é bissexual. Na verdade possui uma grande relação com Òsun, sua mãe e com Erinlé, seu pai, trazendo consigo a personalidade desses dois Òrìsà e algumas características marcantes, mas nada que o transforme em um hermafrodita que durante seis meses é Oboró e seis meses Ìyábá como algumas pessoas assim o dizem e usam deste artifício para denotações homossexuais. 

Existem templos para Logun Ede em Ilesa, seu lugar de origem, onde em alguns itans é citado como um corajoso e poderoso caçador, que tamanha coragem é relacionada a de um leopardo. Casado com três esposas. De culto diferenciado e totalmente ligado ao culto a Òsun, é um Orisa de extremo bom gosto. Seus objetos devem permanecem junto aos assentos de Osun e sempre quando agradado devemos agradar sua mãe. Tem predileção ao dourado, é um Orisa muito vaidoso, é considerado o mais elegante de todos os Orisas. 

De Òsun, sua mãe, Logun Ede herdou o lado belo e vaidoso. Pois Òsun lança mão de seu dom sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada. Deusa da fertilidade, na Nigéria é dela o rio que leva o seu nome e no Brasil dela são as águas doces dos lagos, fontes e rios. Água que mata a sede dos humanos e da terra, que assim se torna fecunda e fornece os alimentos essenciais à vida. Òsun menina dengosa, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Òsun é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita ser relegada a segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da vida. Com seus atributos, ela dribla os obstáculos para satisfazer seus desejos. 

De Erinlé, seu pai, Herdou o dom da caça pois Erinlé é da família dos Ode e seu símbolo é o ofá, a lança de caça e o ogue. Erinlé é a representação do desenvolvimento do homem, conhece os segredos da caça, também símbolo de prosperidade e formação de comunidades. Ele busca o alimento com coragem e é considerado o guerreiro das matas, é corajoso, viril e Logun-odé tem estas características, é um Òrìsà guerreiro. Mas se, em várias tradições, ele é considerado um orixá masculino, em algumas é confundido com a homossexualidade ou a bissexualidade, o que ocorre quando se interpreta ao pé da letra o mito que afirma viver Logunedé seis meses como homem e seis meses como mulher. Na verdade, a interpretação mais aceita seria que essa se trata de uma metáfora para falar dos axés herdados por ele de seus pais, Oxum e Oxóssi. 

Após ser abandonado e viver com Ogum, aprende com ele as artes da guerra e da metalurgia. É coroado por Iansã como o príncipe dos Orixás. É amigo íntimo de Yewá, seriam eles os Orixás que se complementam, considerados o par perfeito. 

Num mito raro, Logunedé se perde no caminho entre as casas de Oxum e Oxóssi, é encontrado pelo velho Omolu que o ampara e protege. Com Omolu, Logunedé aprende a arte da cura e a feitiçaria. O seu primeiro nome, Logun, no Brasil se mesclou ao segundo, Edé, nome da cidade iorubá na qual o seu culto se fortaleceu, formando Logunedé. Logun pode ser uma abreviatura de Ologun que, em iorubá, quer dizer feiticeiro.

Então, feiticeiro, caçador, pescador, príncipe guerreiro, esses são alguns títulos, alguns epítetos dados à Logunedé. Para Mãe Menininha do Gantois, "Logun é santo menino que velho respeita". 

Costuma ser cultuado no candomblé, mas não na umbanda.

Características

Logun-Edé é o Orixá originado do encanto, ou encantamento de Osossi e Osun. Divindade dos rios, senhor da pesca. Logun-Edé vive seis meses com o pai, Osossi, na caça e seis meses com a mãe, Osun, na água doce. Ambos ensinariam a Logun-Edé a natureza dos seus domínios. 

Logun-Edé não é um Orixá “metá-metá”, ou seja, um Orixá de dois sexos, embora divida o tempo com os pais, Logun-Edé é um Orixá masculino. Ele é a beleza em pessoa, o encanto dos jovens, o namoro, o flerte. Rege a ingenuidade do jovem, a adolescência, a beleza adolescente. O seu encanto está no primeiro beijo, no primeiro abraço, no primeiro carinho. Está presente no brilho do olhar, no perfume das flores e numa paisagem singela. É também o deus da arte, o príncipe do que é belo, das águas doces, da caça, da alegria. 

Logun-Edé está encantado nos pequenos animais, como o coelho, o porquinho-da-índia e os pequenos pássaros, no mato baixo, nas matas pouco densas e principalmente nos rios, sua morada predileta. Está ligado às artes de pintar, esculpir, escrever, dançar, cantar; como o seu pai Osossi e ligado ao banho, pois também é filho de Osun, deusas das águas doces.