quarta-feira, 4 de julho de 2012

DESENVOLVIMENTO MEDIUNICO - RISCOS E ABUSOS

A significação do termo é: burla, logro, engano; pressupõe uma atitude pensada previamente com a finalidade de fazer parecer verdadeira uma coisa que é falsa.

Os que não admitem os fenômenos espíritas tendo como causa uma inteligência invisível, ou melhor, um espírito desencarnado, atribuem-lhe como causa a fraude. 

Mas, há que se considerar, que ninguém iria falsificar uma coisa que não existisse realmente. E ninguém frauda sem uma intenção de ganho, seja monetário, seja pessoal, etc.

As fraudes podem ser classificadas em dois grandes grupos:

1) Fraudes conscientes ou volitivas: aquelas que são de responsabilidade e conhecimento do médium, o qual simula um fenômeno com fins escusos.

2) Fraudes inconscientes: são simulações provocadas e dirigidas pela ação das mentes de espíritos desencarnados (obsessores) ou de encarnados (assistentes, experimentadores e médiuns). De qualquer forma, porém, o médium tem parte da responsabilidade porque se deixa trair por influências negativas.

Podemos considerar que as Fraudes conscientes podem ser produzidas por:

a) Falsos médiuns: os que visam lucros financeiros; tais como: prestidigitadores e espertalhões que exploram a ignorância daqueles que os procuram.

b) Verdadeiros médiuns: os que possuem a faculdade mediúnica, desconhecem a nobreza do mandato que lhe foi outorgado e não trepidam em "ajudar" a realização dos fenômenos, quando os Espíritos não comparecem ou estão demorando a agir.

As fraudes dizem respeito mais aos fenômenos físicos como materialização, transporte, etc. Porém o conhecimento do Espiritismo que explica com detalhes a mecânica dos fenômenos mediúnicos é a melhor defesa contra a fraude.

Em resumo, a melhor garantia contra a fraude está na moralidade dos médiuns e na ausência de todas as causas de interesse material ou de amor-próprio. 

AS Mistificações – Conceito e Classificação

Mistificar significa enganar; é o ato de embair, burlar da credulidade de alguém; ludibriar.

Podemos enquadrar as mistificações dentro de dois grupos:

1) Mistificações conscientes: aquelas em que o médium é responsável pelo fenômeno; a comunicação é de sua própria criação, podendo haver é claro, associação com espíritos gozadores que o inspirarão para que desempenhe melhor ainda o papel de "bufão" (sm. V. Bufo1: sm. 1. Ação de bufar. 2. Som que se produz bufando. Bufo2: Ator encarregado de fazer rir o público com mímicas, esgares, etc; bufão, truão).

2) Mistificações inconscientes – aquelas em que o médium é dirigido pelo próprio inconsciente ou por entidades malévolas que o colocam em situação até ridícula. São mensagens absurdas, mentirosas, vazias de conteúdo e de ensino moral; trazem a assinatura de nomes famosos ou de espíritos elevados, como André Luiz, Emmanuel, Bezerra de Menezes, Joanna de Angelis, etc.

As mistificações geralmente ocorrem nos fenômenos de natureza inteligente (psicofonia e psicografia).

Obs: As fraudes dizem respeito mais aos fenômenos físicos, e as mistificações mais aos fenômenos inteligentes.

O papel dos Espíritos não consiste em nos informar sobre as coisas deste mundo, mas nos guiar com segurança no que possa ser útil para o outro mundo.

A astúcia dos Espíritos mistificadores ultrapassa às vezes tudo o que se possa imaginar. Os meios que eles utilizam com mais freqüência são os que têm por fim a cobiça, como a revelação de tesouros ocultos e o anúncio de heranças. Devemos ainda tomar cuidado com as predições com épocas determinadas e nunca se deixar deslumbrar pelos nomes de pessoas famosas e de Espíritos elevados, desconfiando ainda das teorias e sistemas científicos ousados, etc.

AS Contradições – Conceito e Tipos

É o fato de o ensino dos Espíritos em algumas partes não ser unitário e apresentar pontos de atritos, ou seja, divergências.

As contradições devem ser encaradas por dois ângulos:

1) Contradições devidas aos homens: Estas se devem ao fato dos homens terem eleito uma série de pontos de vista, de formas de entendimento que os caracterizam, por viverem em sociedade. Os espíritos como são atraídos por afinidades, ligam-se a agrupamentos que partilham das mesmas idéias. Em outros meios essas idéias poderão ser passíveis de críticas e ataques. Os Espíritos responsáveis pelo esclarecimento dos que ainda se acham em erro, somente aos poucos é que vão orientando-os, para não chocá-los.

2) Contradições devidas aos Espíritos: Estas se devem ao fato dos Espíritos estarem colocados no mundo espiritual em posições variáveis de entendimento, trazendo nas comunicações o cunho de sua ignorância ou do seu saber, da sua inferioridade ou da sua superioridade moral.

Cumpre não esquecermos que entre os Espíritos, há, como entre os homens, falsos sábios, orgulhosos, presunçosos e sistemáticos. Assim, as contradições de origem Espírita não derivam de outra causa, senão da diversidade, quanto à inteligência, aos conhecimentos, ao juízo e à moralidade, de alguns Espíritos que ainda não estão aptos a tudo conhecerem e a tudo compreenderem.

OS Abusos no Exercício da Mediunidade

As características dos que abusam do exercício mediúnico são:

Acreditar-se privilegiado por possuir a faculdade. 
Não atender às solicitações de estudo da Doutrina Espírita, achando-se que o guia espiritual ensina tudo. 
Não ter horário para trabalhar mediunicamente, entregando-se à prática a qualquer hora, ocasião e local. 
Fazer trabalhos mediúnicos habitualmente em casa domiciliar. 
Cobrar monetária ou moralmente pelos bens que eventualmente possa obter pela faculdade mediúnica. 
Assim, quem age dessa forma, mais cedo ou mais tarde, ver-se-á em situação lamentável.

OS Perigos e Inconvenientes da Mediunidade

Não se pode negar que o Espiritismo, na sua parte prática, realmente oferece perigo aos imprudentes que, sem estudo e sem preparo, sem método adequado e sem proteção eficaz, se lançam a aventuras experimentais por passatempo ou frívola diversão, atraindo para si elementos inferiores do mundo invisível cuja influência maléfica fatalmente sofrerão.

No entanto, estes perigos, são por demais exagerados pelos detratores (v.t. Bras. V. detrair. – Detrair v.t. Dizer mal de; difamar, detratar (bras) da Doutrina Espírita, a fim de desestimular a aproximação do homem da fonte capaz de matar-lhe a sede de conhecimento acerca de seu destino futuro, terreno este que foi monopolizado pelas religiões tradicionalistas, as quais não suportam o mais leve exame da lógica e da razão.

Nenhum progresso, nenhum avanço, nenhuma descoberta se alcança sem esforço, sem sacrifícios e sem riscos. É injusto, porém, ressaltar os perigos da mediunidade sem assinalar os extraordinários benefícios que propicia, entre os quais a comprovação da imortalidade da alma.

Os riscos se empregam nas seguintes condições:

Para os que se lançam à experimentação por espírito de curiosidade e de frívola diversão. 
Aos que fazem mal uso da mediunidade que pode trazer conseqüências desagradáveis, inclusive o perigo da obsessão. 
Aos que desconhecem as leis psíquicas que regem os fenômenos mediúnicos expondo-se mais aos perigos. 
Àqueles que atraem Espíritos inferiores com seu "hálito mental", pois este é resultante dos nossos sentimentos, pensamentos e ações, e através dele atraímos Espíritos de natureza mais ou menos elevada. 
Deve-se ressaltar ainda que:

A faculdade mediúnica não causa a loucura. Mentes com predisposição, que fatalmente se desequilibrariam por qualquer motivo, devem evitar a prática mediúnica. 
Nas crianças a mediunidade pode ser espontânea ou natural, mas mesmo nesse caso, deve-se evitar qualquer estimulação, devido aos prejuízos que poderá trazer à frágil mente infantil. 
O médium é um ser nervoso, sensível, impressionável; tem de sentir-se envolto numa atmosfera de calma, de paz e benevolência, que só a presença dos Espíritos adiantados pode criar. 
Serão benéficos, todo conhecimento adquirido pelo estudo e todo esforço realizado pelo aperfeiçoamento moral, sendo isso, o cumprimento dos nossos deveres perante a mediunidade. 
A precaução que se deve tomar é a de viver de acordo com os ensinos morais do Evangelho de Jesus.

DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO - PARTE 4

Relaxe o mais que puder e tente com isso, abrir ou expandir sua Aura em volta de todo o seu corpo, para que a sensibilidade para outros planos seja facilitada. Você pode, durante esse processo, já ir tentando contato com suas entidades protetoras e guias, ainda que sem incorporações, através de orações por exemplo, apenas para que elas se acheguem a você e estejam tão próximas quanto possível durante todo o tempo de Gira. 

Faça isso e, talvez não consiga na primeira ou segunda vez, mas chegará a um ponto em que sentirá a presença deles quase que fisicamente, se bem que alguns prefiram se fazer notar transmitindo-lhe mentalmente, ou seu Ponto Cantado ou alguma coisa mais que os identifiquem. Só você é quem vai, na medida em que isso for sendo “treinado”, sentindo mais e mais. E veja bem: isso deve ser praticado antes mesmo de se iniciar a gira. 

Saber usar a agrégora, energia padrão do Terreiro, com a finalidade de melhorar seus dons é coisa que poucos fazem, acontece que essa agrégora, sendo forte, facilita esse intercâmbio entre você e o Mundo Astral que circunda seu Terreiro através dos vínculos que essa agrégora tem com todas as entidades que ali trabalham. 

Não podemos aqui expressar em quanto tempo cada um vai sentir e/ou ver melhor o que ocorre “do outro lado” ou mesmo “dar melhores incorporações” porque isso vai depender de cada um e de seu próprio esforço nesse sentido, mas que essa simples mudança de comportamento antes das seções pode melhorar acentuadamente todos os seus processos mediúnicos, disso você pode ter certeza! 

Começando a Seção, mantenha-se o mais possível, em estado de relaxamento mental, tentando mentalizar o que cada Ponto Cantado diz. Os Pontos Cantados têm, como objetivo primeiro o de desviar a atenção dos médiuns dos problemas que o envolvem no dia a dia e concentrar suas mentes nos rituais que vão se proceder. As letras dos Pontos Cantados, de uma forma geral, nos induzem a imagens de seres,situações e locais que fortalecem nossas crenças e nos dão a certeza de estarmos bem assistidos por nossos amigos e mensageiros, mas isso em se tratando de Pontos Cantados mesmo, com fundamentos. 

Agora vamos expor as vantagens desse trabalho mental voltando sempre sua mente para o que está ou deveria estar acontecendo no Astral, dentro do Terreiro: 



1º- Sua mente estará sempre ocupada com pensamentos e mentalizações positivas, evitando se deixar levar pelo cotidiano ou mesmo por pensamentos e fixações negativas; 

2º- Sua mente estará criando condições que propiciem a criação de energias de teor positivo que fatalmente agirão sobre ela, seu corpo físico e seu estado psíquico; 

3º- Pelo efeito das duas vantagens anteriores, sua Aura estará sendo relaxada, mais expandida, o que o fará mais propenso, pela sensibilidade nesse caso, tanto a incorporações menos traumáticas, menos “sacolejadas”, como mais seguras, ocorrendo o mesmo no caso de vidência e clariaudiência; 

4º- Como sua mente vai estar voltada para criações de imagens de teor positivo, mesmo com o relaxamento de sua Aura as entidades de menor evolução terão dificuldade ou mesmo ficarão impossibilitadas de nela penetrarem, o que por si só, já será um filtro contra o Baixo Astral; 

5º- Sua mente estará sendo trabalhada em cada sessão, por você mesmo, ainda que não perceba de imediato, para focalizar planos e energias de cada vez mais alto teor vibratório, o que equivale a dizer que estará ampliando seu Padrão Vibratório e, nesse caso, sintonizando-o pouco a pouco com Energias e Entidades pertencentes a níveis superiores de Evolução. 

É claro que essa sintonia com os níveis superiores não se dará “da noite para o dia” , como se costuma dizer, levará mais tempo ou menos tempo, de acordo com seu próprio esforço. Mas nunca é tarde para se começar até porque, às vezes, mesmo sem o sabermos, já estamos na metade do caminho, ou mais. 

A mediunidade de incorporação, talvez seja a forma mais passiva de contato com entidades e energias do Plano Astral porque, nessa técnica, para que a incorporação seja a melhor possível, o médium deve basicamente focalizar sua mente na falange ou entidade que pretende que incorpore e relaxe o máximo possível. Todo o restante é feito pela entidade que chega e vai tomando os pontos a serem comandados: respiração, pernas, braços, mente, voz e outros. Por ser uma forma de contato passiva, o médium tem que confiar em si mesmo e na entidade que se aproxima lhe entregando de corpo e mente. 

Com o passar do tempo e o melhoramento da sensibilidade mediúnica, não só o desenvolvedor mas todas as entidades que com você vierem a trabalhar, ao se achegarem emitirão sinais particulares para que você os possa identificar. Por exemplo: algumas entidades chegam cantando seus Pontos ao seu ouvido. Já outras além do Ponto Cantado ou mesmo sem ele, se utilizam de sensações específicas no corpo material do médium e, dessa forma, alguns lhes assobiam no ouvido ou nos ouvidos, outros lhes dobram um certo dedo da mão, outros lhe dão uma pontada em uma outra região do corpo, enfim, se utilizam de sinais que para eles e o médium se tornam característicos de suas presenças. O médium reconhecendo esses sinais característicos, e neles confiando, passa a criar em si condições que propiciem à entidade uma boa incorporação, relaxando e voltando sua atenção totalmente para aquela que se achega. 

Você deve saber que médiuns, principalmente os de mediunidade kármica, costumam ter à sua volta um grupamento de espíritos e/ou elementais com os quais já se comprometeu a trabalhar, antes mesmo do reencarne. Acontece que nesses casos, quando o médium, ou está atrasado no cumprimento de seu Karma ou mesmo por ansiedade dessas próprias entidades, ao chegar no Terreiro, é quase que “invadido” por uma ou mais de uma entidade que “quer logo garantir seu lugar”. 

Pode parecer brincadeira mas não é! Pode acontecer uma situação dessas, e há vezes em que mais de uma entidade tenta “entrar” na faixa vibratória disponível desse médium ao mesmo tempo. Como nem ele nem essas entidades têm ainda treinamento para fazê-lo, acabam por provocarem esse choque de vibrações com violentos choques na matéria, sacolejos e mesmo os tombos que acontecem, mesmo que você não acredite, de ambos os lados (médium e entidades). 

Nesse caso, as entidades praticamente se “trombam” na ânsia de assumirem um lugar ou se definirem como presentes. Pela inexperiência dessas entidades em flexibilizarem seus padrões vibratórios ou a densidade de seus Corpos Astrais, acabam as duas, criando o choque de Auras que além de afetar o médium acaba por afetá-las da mesma forma. 

Em casos como esse, cabe ao Dirigente do Terreiro ou ao Chefe Espiritual, a doutrinação dessas entidades no intuito de ensiná-las que não pode ser dessa forma. Claro que médiuns que sofrem esse problema têm que ser melhor assistidos pelo seu Dirigente até que a “demanda” do outro lado se resolva e todos possam chegar em paz. 

O problema maior, na maioria dos terreiros, às vezes, está na forma do desenvolvimento das faculdades mediúnicas, pois constantemente vemos vários dirigentes de terreiros induzirem pessoas portadoras de determinados desequilíbrios a desenvolverem sua mediunidade. Esse conselho é muito utilizado por aqueles que não têm um conhecimento estruturado sobre o assunto. 

Nesses casos, a prudência aconselha que se faça um tratamento espiritual, com afirmação em valores morais sólidos, afim de o companheiro em questão, possa se fortalecer espiritualmente, pois sua mediunidade guarda a característica de ser atormentada, se encontrando muitas das vezes, obsedado por espíritos que, em alguns casos, querem se vingar de um passado onde tiveram experiências em comum. Sendo assim, não se deve desenvolver algo que esteja enfermo, é preciso reequilibrar suas energias, para depois assumir o compromisso na área mediúnica, se é que este realmente exista. 

Outro problema é o costume de alguns dirigentes de terreiro, fazerem uma espécie de preparação com seus “filhos”, raspando-lhes a cabeça ou firmando seu Santo ou seu Orixá regente. Esse costume se reporta mais aos cultos africanos e não propriamente dito a Umbanda. Mas mesmo sabendo disso alguns companheiros, que guardam em seus trabalhos raízes nesses cultos, continuam, algumas vezes, com alguns costumes. 

Nós umbandistas devemos reconhecer que a verdadeira preparação para um bom desenvolvimento mediúnico, é a elevação da nossa vida moral, esse sim é um dos valores indispensáveis em qualquer caminho que um filho de Deus se encontre, e que sempre baseados nas Leis da Caridade e do Amor, possamos seguir firmes nos objetivos elevados propostos pelos mentores espirituais da Umbanda. 

A Umbanda crê que o médium tem o compromisso de servir como um instrumento de guias ou entidades espirituais superiores. Para tanto, deve se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade, sempre prezando a elevação moral e espiritual, da aprendizagem conceitual e prática da Umbanda, sempre respeitando os guias e Orixás; ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito, e saber que a Umbanda é uma prática que deve ser vivenciada no dia-a-dia, e não apenas no terreiro. 

Uma das regras básicas da umbanda é que a mediunidade não deve ser vista ou vivenciada vaidosamente como um dom ou poder maior concedido ao médium, mas sim como um compromisso e uma oportunidade que lhe foi dada para resgate kármico e expiação de faltas pregressas antes mesmo da pessoa reencarnar. Por isso não deve ser encarada como um fardo ou como uma forma de ganhar dinheiro, mas como uma oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade. 

Existe médiuns que acabam distorcendo o verdadeiro papel que lhes foi dado e se envaidecem, agindo de forma leviana em suas vidas. O médium deve tangir sua vida como sendo um mensageiro de Deus, dos Orixás e Guias. Ter um comportamento moral e profissional dígnos, ser honesto e íntegro em suas atitudes, pois do contrário acabará atraindo forças negativas, obsessores ou espíritos revoltados que vagam pelo mundo espiritual atrás de encarnados desequilibrados e que estejam na mesma faixa vibracional que eles. 

Por isso, desenvolver a mediunidade é um processo que deve ser encarado de forma séria e regido através de um profundo estudo da religião seguido por conceitos morais e éticos. Ser orientado e iniciado por uma casa que pratica o bem é essencial. As pessoas que são médiuns e tem o trabalho mediúnico como missão, devem levar sempre isso muito a sério, ter muito amor e dar valor ao que fazem, tendo sempre boa vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida diária. 

Mediunidade é coisa séria e participar de uma corrente mediúnica, mais ainda, é preciso que entendam seus deveres e obrigações e faça cada um a sua parte, e que sejamos consientes de que nem todos somos médiuns de incorporação, e não é porque não estamos trabalhando incorporados que não devemos ser atentos aos deveres que nos competem. 

O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus Orixás e Guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material. Bem, acreditamos que você agora já tenha uma idéia mais clara do que é e como funciona a mediunidade, e passa também ver como é importante que você faça a sua parte, buscando a cada dia, a cada seção, a cada aprendizado melhorar sua ligação vibracional com o mundo astral.

MEDIUNIDADE DE CURA POR RAMATIS - PARTE 3

Novos aspectos da saúde 
e das enfermidades 1 


1 - Nota de Ramatís: Perdoe-me o leitor mais esta digressão sobre a saúde e a enfermidade, assunto já abordado em nossas obras anteriores, mas o Alto recomenda que devemos insistir em indicar aos terrícolas quais são as causas mórbidas ocultas e responsáveis pela sua própria desventura no mundo físico. Já é tempo de o homem certificar-se e convencer-se de que a saúde do seu espírito imortal é que regula e mantém o equilíbrio da saúde do corpo físico transitório. Aliás, na velha Grécia, de Sócrates, Apolônio de Tyana, Platão, Pitágoras e outros renomados pensadores helênicos, já se encarava seriamente o conceito de “alma sã em corpo são”, como uma advertência da influência benfeitora ou maléfica, que a mente exerce sobre o organismo carnal. 

PERGUNTA: - Que dizeis sobre a saúde física e a saúde espiritual, quanto à sua estreita relação ou dependência recíproca durante a vida do espírito encarnado? 

RAMATÍS: - A Administração Sideral classifica como virtudes todos os pensamentos e atos dignos e nobres que o homem pratique; e como pecados, todos os seus pensamentos e atitudes opostas ou contrárias ao bem. 

Considerando, então, que, todos os atos têm como causa ou matriz, o pensamento (do espírito), torna-se evidente que os pecadores são enfermos da alma. 2 E, ao contrário do que estabelece a ética da maioria das religiões, as suas transgressões não ofendem a Deus; mas a eles próprios exclusivamente. Sob tal contingência, o organismo carnal que a generosidade do Pai faculta ao espírito para redimir-se, sofre o impacto compulsório de enfermidades cruciantes, pois o corpo humano até mesmo depois de "cadaverizado" é uma espécie de "fio-terra" a descarregar na intimidade da terra a "ganga" de fluidos tóxicos que estava aderi da à contextura delicadíssima do perispírito. 

2 - Nota do Médium: Vide capítulos "A Saúde e a Enfermidade" e a "Influência do Psiquismo nas Moléstias Digestivas", da obra Fisiologia da Alma, de Ramatís. 

Durante os momentos pecaminosos, o homem mobiliza e atrai, do mundo oculto, os fluidos do instinto animal, os quais, na sua "explosão emocional", convertem-se num resíduo denso e tóxico, que adere ao corpo astral ou perispírito, dificultando então ao homem estabelecer ligação com os espíritos do plano superior, devido ao abaixamento da sua vibração mental. E se ele não reage, termina por embrutecer-se. Porém, mais cedo ou mais tarde, a consciência do pecador dá rebate; e então, o espírito decide recuperar-se e alijar a "carga tóxica" que o atormenta. Mas, nesta emergência, embora o pecador, já arrependido, esteja disposto a uma reação construtiva no sentido de purificar-se, ele não pode subtrair-se aos imperativos da lei cármica (causa e efeito) do Universo Moral, ou seja: - a recuperação da saúde moral do seu espírito enfermo só poderá ser conseguida mediante aquele esmeril que se chama Dor e o lapidário que se chama Tempo. E, assim, como decorrência de tal determinismo, o corpo físico que ele veste agora, ou outro, em reencarnação futura, terá de ser, justamente, o dreno ou válvula e escape para expurgar os fluidos deletérios que o intoxicam e o impedem de firmar a sua marcha na estrada da evolução. 

As toxinas psíquicas, durante a purificação perispiritual, convergem para os tecidos, órgãos ou regiões do corpo; mas insistimos em explicar que esse expurgo deletério, processado do penspírito para a carne, produz as manifestações enfermiças de acordo com a maior ou menor resistência biológica do enfermo. Entretanto, os técnicos do Espaço podem acelerar ou reduzir o descenso dos fluidos mórbidos, podendo também transferi-los para serem expurgados na existência seguinte ou então serem absorvidos nos "charcos" do Além, se assim for de conveniência educativa para o espírito em prova. De qualquer modo, a provação será condicionada ao velho provérbio de que "Deus não dá um fardo ou uma cruz superior às forças de quem tem de carregá-la". 3 

3 - Nota do Médium: A respeito desse provérbio popular, os espíritos relatam a história de certa mulher que, depois de admitida à presença do Anjo do Destino, queixou-se amargamente da injustiça de Deus, por fazê-la carregar, na Terra, uma cruz de peso superior às suas forças. Atenciosamente, o Anjo mandou-a entrar no recinto onde se guardavam os modelos de todas as cruzes destinadas aos encarnados e autorizou que ela escolhesse a cruz que mais lhe conviesse. Depois de experimentar diversas cruzes nos seus ombros frágeis, a mulher, satisfeita, escolheu a que ela julgou melhor e mais adequada para carregar dali por diante. Diz a história que o Anjo, em seguida, mandou-a ler o nome da pessoa que deveria carregá-la; e, então, com grande espanto, a mulher identificou nela o seu próprio nome. 

PERGUNTA: - Poderíeis explicar-nos mais algumas fases desse expurgo de fluidos psíquicos, que aderem ao perispírito depois dos descontroles do espírito? 

RAMATÍS: - Embora a tradição católica tenha criado a idéia de um inferno incompatível com a bondade de Deus, mais tarde os próprios autores dessa lenda religiosa amenizaram a punição infernal, criando um purgatório, ou seja, uma estação de fogo expiatório, entre o céu e o inferno. Conforme explicam os dogmas católicos, os pecadores lançados no inferno jamais se livrarão do fogo eterno, enquanto os condenados às chamas do purgatório são mais felizes, pois gozam de "sursis" concedido por Jesus, depois dos insistentes pedidos e apelos de Nossa Senhora, ou então, se libertam mediante o número de missas rezadas na Terra pelos sacerdotes católicos. Enquanto não há nenhuma possibilidade de fuga ou de perdão para o pecador condenado ao fogaréu infernal, as almas do purgatório terminam alcançando o céu assim que cumprirem as penalidades de suas sentenças ou se beneficiarem pela recomendação oficial do Clero do mundo terreno. 

Embora a mente fantasiosa dos sacerdotes ou líderes católicos considere o inferno e o purgatório locais adrede preparados para as almas dos homens expiarem os seus pecados do mundo, ambos os casos simbolizam as situações e os efeitos que o homem vive em si mesmo depois de pecar, ante a necessidade de expelir para a carne os resíduos psíquicos venenosos, que acumulou no seu perispírito. 

Nessa vertência cruciante de venenos para a matéria, que os hindus chamam a "queima do carma", a dor atroz escalda a carne e a febre ardente incendeia o sangue, criando na mente humana a idéia do purgatório ou do inferno, cujo fogo corresponde ao estado de comburência psíquica durante a purificação perispiritual. Em conseqüência, o espírito já vive na Terra o seu purgatório, cujo fogo pungente queima-lhe a carne no alastramento da doença, seja o câncer, a morféia, a tuberculose ou o "pênfigo selvagem" provenientes da drenação incessante dos tóxicos nocivos à estrutura da sua personalidade espiritual. 

No entanto, há certa equivalência na concepção do purgatório católico, pois, na realidade, o homem que não consegue eliminar toda a carga fluídica deletéria do seu perispírito através do corpo físico, as vezes precisa aceitar o recurso extremo de purgar o saldo pernicioso nos charcos ou pântanos saneadores. de absorvência drástica, que existem no Além-túmulo. 

PERGUNTA: - Poderíeis explicar-nos alguns pormenores dessa purgação perispiritual nos pântanos ou charcos absorventes do Além-túmulo? 

RAMATÍS: - Quando o espírito não consegue expurgar todo o conteúdo venenoso do seu perispírito numa só existência física, ele desperta no Além sobrecarregado de magnetismo primário, denso e hostil._Em tal caso, devido à própria "lei dos pesos específicos", ele cai nas zonas astralinas pantanosas, ou seja, no reservatório oculto das forças instintivas responsáveis pela vida animal. 

Depois de atraído para esses pântanos do astral inferior, onde predominam em continua ebulição as energias primárias criadoras do corpo animal, ele é submetido à terapêutica obrigatória de purgação no lodo absorvente, embora tal processo lhes seja incômodo, doloroso e repugnante. Sob esse tratamento cáustico da lama astralina absorvente, eles se libertam, pouco a pouco, das excrescências, nódoas, venenos e das "crostas fluídicas" que nasceram no seu tecido perispiritual por efeito dos seus atos pecaminosos vividos na matéria. Embora sofram muitíssimo nos charcos astralinos, isso os alivia da carga mefítica acumulada na Terra, assim como o seu psiquismo enfermo, depois de chicoteado pela dor cruciante, desperta e corrige-se para viver existências futuras mais educativas ou menos animalizadas. 

Tanto a Terra quanto o mundo astral que a rodeia e a interpenetra por todos os poros, são palcos de redenção espiritual para os espíritos enfermos livrarem-se dos detritos mórbidos produzidos pelas suas imprudências pecaminosas. Os charcos do astral inferior lembram os recursos de que se servem alguns institutos de beleza, na Terra, quando também usam a lama terapêutica para limpar a pele das mulheres e remover-lhes certas nódoas ou manchas antiestéticas. Há, também, certa analogia desses pântanos astralinos com a natureza absorvente de um tipo de barro e de areia terrena, que habitualmente são usados no processo de imersão dos enfermos para o tratamento do reumatismo. 4 

4 - Nota do Revisor: Ramatís provavelmente refere-se às "areias monazíticas" que se acumulam prodigamente nas orlas marítimas do Espírito Santo e realmente têm curado inúmeras enfermidades de natureza reumática. 



A verdade é que o homem é o autor exclusivo de sua glória ou desdita. O céu e o inferno não passam de suas criações íntimas e de acordo com o seu próprio comportamento espiritual. Mas o pecador pode ressarcir-se rapidamente dos pecados de sua vida atual ou pregressa, desde que se devote, em definitivo, à prática das virtudes recomendadas por Jesus, as quais dispensam o uso das energias animais adversas e livram o espírito das purgações dolorosas que se fazem através do corpo de carne ou nos charcos corretivos do Além-túmulo. 

Dai o motivo por que o Evangelho ainda é o compêndio de terapêutica mais certa para o espírito encarnado recuperar a saúde espiritual, uma vez que Jesus, o seu autor, além do mais sábio dos homens e o mais digno instrutor moral da humanidade terrena, foi, também, o Médico inconfundível das enfermidades do espírito. 

PERGUNTA: - Conforme temos lido em certas obras mediúnicas, os bons espíritos sempre procuram livrar dos charcos os pecadores que ali sofrem. Porventura isso não elimina a tese de que os pecadores, com saldo de fluidos tóxicos provindos da Terra, precisam submeter-se ao processo do lodo terapêutico absorvente, para sua purificação? Quer-nos parecer que a sua libertação prematura, dos charcos, dispensa-os de tal necessidade levada ao extremo. Não é assim? 

RAMATÍS: - Os espíritos socorristas só retiram dos charcos purgatoriais os pecadores que já estão condições de uma permanência suportável nos postos e colônias de recuperação perispiritual adjacentes a crosta terráquea. Assim como o homem sujo e encharcado de lama não gozará de conforto entre os lençóis alvos de um leito principesco, os espíritos saturados de venenos perispirituais também não serão venturosos pela sua transferência prematura dos pântanos repugnantes para as regiões paradisíacas! 

PERGUNTA: - Poderíeis mencionar quais os estados pecaminosos mais responsáveis pela convocação de energias primárias e daninhas, que depois enfermam o homem pelas reações do seu perispírito contra a carne? 

RAMATÍS: - São as atitudes e estados mentais "antievangélicos" denominados "pecados", conforme é da tradição católica ou protestante. Citaremos como principais, o orgulho, avareza, ciúme, vaidade, inveja, calúnia, ódio, vingança, luxúria, cólera, maledicência, intolerância e hipocrisia; ou então de amargura, tristeza, amor-próprio ofendido, fanatismo religioso, ociosidade, prepotência, egoísmo, astúcia, descrença espiritual; ou, ainda, as conseqüências nefastas das paixões ilícitas ou dos vícios perniciosos. 5 

5 - Nota do Médium: Observe-se que Ramatís fez questão de mencionar todos os pecados mais graves à nossa integridade espiritual, enquanto, nas entrelinhas e para bom entendedor, ele adverte a cada leitor do seu provável pecado ou defeito, que pode lhe amargurar a existência pela mobilização de fluidos perniciosos e enfermiços. No entanto, em oposição a essa "tabela de pecados", Ramatís tem-nos elucidado quanto às virtudes que devem ser cultivadas para a nossa melhor graduação espiritual. 

Conforme a natureza mais ou menos grave desses pecados, o homem também usa maior ou menor cota de energias provindas das regiões ocultas da vida animal; disso resultam-lhe, também, alterações correspondentes na sua saúde corporal, produzindo-se os surtos enfermiços, agudos ou crônicos. Aquele que ofende a sua própria integridade espiritual, também deve suportar os efeitos indesejáveis do expurgo dos resíduos deletérios provindos de sua infração pecaminosa, assim como o embriagado há de sofrer os efeitos molestos dos venenos alcoólicos que ingere durante a sua imprudência. Em suma: quando o homem peca, ele aciona pensamentos ou emoções de baixa freqüência vibratória e impregnados do magnetismo denso e agressivo das subcamadas do mundo oculto. Depois que tal energia inferior filtra-se pela mente alterada ou flui pelo corpo astral perturbado, ela assume um aspecto mórbido ou constitui-se numa combinação "quimiofluídica" tóxica e ofensiva ao perispírito do homem. 

PERGUNTA: - Poderíeis dar-nos um exemplo comparativo extraído da própria vida material, para elucidar melhor esse assunto? 

RAMATÍS: - Em rude analogia, diríamos que os pecados exigem combustível pesado, de odor desagradável e resíduo denso, algo semelhante ao óleo cru usado nos motores de explosão, enquanto as virtudes requerem apenas energia sublimada, de fácil volatilização, tal qual o motorzinho elétrico, que se move com a carga de 110 volts sem deixar vestígios residuais. 

Isso também sucede de modo algo parecido com o residual fluídico inferior, que resulta dos pecados do homem, quando, depois de imantar-se à tessitura apurada do perispírito, precisa ser expurgado para a carne. No entanto, a energia dos fluidos ou vibrações emitidas pelas virtudes como o amor, a ternura, a alegria, a mansuetude, a humildade, o perdão, o altruísmo, a benevolência, a filantropia, a castidade e outras, não deixam no perispírito quaisquer resíduos que precisem ser drenados para o corpo, sob o processo doloroso das enfermidades. Já o fluido grosseiro e hostil, procedente dos instintos da vida animal, torna-se virulento; e depois, quando baixa para a carne, aloja-se na pele causando chagas, afecções cutâneas ou eczemas; e se, no seu curso mórbido, depara com órgãos ou região orgânica mais debilitada, então se condensa e se aloja, seja no pulmão, no intestino, no pâncreas, no fígado, rins, estômago, no baço, nos ossos, ou mesmo no sistema linfático, endocrínico ou sanguíneo. 

Há criaturas que são vítimas de graves urticárias ou de manifestações eczemáticas após violenta discussão; noutras, a pele se pontilha de manchas escuras ou pretas, a que o povo atribui os efeitos das "doenças do coração". Em algumas, a pele muda de cor, torna-se úmida, excessivamente seca ou esfarela-se; às vezes, é demasiadamente sensível sob o mais leve toque; doutra feita, a epiderme mostra-se apática a qualquer contacto exterior. Tais sintomas cutâneos também podem depender da diversidade dos estados psíquicos do homem atrabiliário, perverso, ciumento ou colérico. A pele humana é como a tela viva a refletir para o exterior do mundo físico as condições íntimas, do próprio ser. Aliás, os modernos dermatologistas hindus, familiarizados com os ensinamentos ocultos, já conseguem identificar as causas boas ou más, responsáveis pelas afecções cutâneas dos seus pacientes, motivo por e eles também os doutrinam em espírito, mostrando-lhes a necessidade de harmonia psíquica para lograrem a cura mais breve. 

Em verdade, as energias primárias ou instintivas do mundo animal encontram-se adormecidas na intimidade da própria alma porque se trata do residual de forças que já lhe serviram quando da estruturação do corpo físico. 

Os "pecados", ou seja, as atitudes os pensamentos ou as emoções de ordem animal despertam essas forças e as excitam, fazendo-as aflorar à superfície do perispírito. Embora o termo não se ajuste perfeitamente à nossa idéia, diríamos que esses fluidos vigorosos e elementais terminam por "coagular" na intimidade do perispírito quando inflamados pelos impactos de emoções deprimentes e violentas. 

PERGUNTA: - Esse residual psíquico e tóxico do homem e que, depois, adere ao perispírito, é carga proveniente dos seus pecados cometidos na existência atual ou também é herança mórbida de suas vidas pretéritas? 

RAMATÍS: - A carga fluídica nociva aderida ao perispírito, tanto é decorrente da existência atual como também resulta de herança deletéria que o espírito não pôde expurgar completamente pelos corpos de suas vidas anteriores, nem expelir, de todo, nos charcos absorventes do Além-túmulo. Se os vossos médicos fossem clarividentes, conseguiriam penetrar na intimidade psíquica do homem e certificar-se da presença desses fluidos primários, os quais, excitados por emoções agudas ou desatinadas, podem resultar em conseqüências fatais. 6 

6 - Nota do Médium: Em Curitiba, na Travessa Oliveira Belo, tivemos a triste surpresa de ver um nosso amigo cair ao solo, morto por uma síncope devido a uma acalorada discussão com um seu adversário político. Outro caso foi o da Sra. H. S. M., residente em nosso bairro, a qual, após violenta discussão com a sogra, a quem ela odiava, tombou, fulminada por um colapso cardíaco. 

Há também o caso dos torcedores fanáticos pelo futebol, fulminados, às vezes, nas próprias arquibancadas dos estádios, conforme sucedeu em 1954 quando o Brasil perdeu o campeonato mundial. Ocorrem-nos ainda diversos casos idênticos quando, há muitos anos, se realizou em New York a luta de boxe entre Joe Louis (a Pantera Negra) e o lutador alemão Schmeling. Entre os espectadores que acompanharam, pela televisão e pelo rádio, esse combate, ocorreram nada menos de 35 mortes por efeito de ataques cardíacos. 

O que deixamos referido demonstra que todo o impacto emocional descontrolado e supercarregado de magnetismo efervescente constitui um perigo para a integridade física do homem. 

PERGUNTA: - Considerando o que já tendes explicado, deduzimos que existem vírus eletivos para cada espécie de fluido psíquico nocivo; e, por sua vez, cada "tipo" de pecado também produz um fluido mórbido especifico. Não é assim? 

RAMATÍS: - Realmente, cada pecado produz um fluido mórbido específico e também existem vírus eletivos aos mesmos. Por exemplo: - Os fluidos pecaminosos que a alma já traz aderidos ao seu perispírito desde suas existências pregressas, e que são resultantes dos pecados da calúnia, da vingança, do ódio, da crueldade e de atitudes demoníacas, que resultam em desgraças para o próximo, ao serem expurgados para o corpo carnal, são focos deletérios que nutrem o ultravírus causador do câncer, ainda não identificado pela vossa Medicina. Trata-se de um residual fluídico tóxico e avassalante, cuja ação é lenta mas implacável, pois às vezes fica incubado no perispírito durante séculos até ser expurgado definitivamente através da carne. 

É uma "carga" funesta que faz o espírito sofrer atrozmente no Além-túmulo, requerendo, quase sempre, a intervenção dos psicólogos siderais, no sentido de ser provocado um "despejo" mais intenso, que consiga aliviar o perispírito. Então, quando se processa essa descarga para o corpo físico, o seu impacto ataca o núcleo das células tenras, em crescimento, deformando-lhes a estrutura vital e fisiológica e predispondo-as a deformações horríveis e bastante dolorosas, embora sem denunciar focos parasitários. 

Durante o alastramento indiscriminado desse residual , mórbido, que alimenta o ultravírus cancerígeno, surgem ou formam-se tumores malignos, conhecidos da Medicina por sarcomas, epiteliomas ou neoplasmas, porque destroçam o epitelial ou conjuntivo. E se ataca a medula óssea pelo fenômeno da hiperplasia, então, resulta o aumento dos glóbulos brancos no sangue, dando causa a temida leucemia, ainda incurável. No entanto, apesar da diversidade de tais manifestações, é sempre a mesma energia tóxica do vírus cancerígeno, também ainda inacessível às pesquisas e identificação dos vossos laboratórios. 

De forma idêntica, o homem que, em existências passadas, mobilizou os fluidos do egoísmo, da cobiça ou da apatia espiritual, alimenta os bacilos de Koch e adquire a moléstia contagiosa da tuberculose, que o obriga a afastar-se da família e a ficar isolado do convívio humano, a fim de sofrer na atual existência, justamente, os efeitos indesejáveis do abandono e do desprezo que também votou ao próximo. A lei é implacável, mas é justa, pois "a cada homem será dado conforme as suas abras", ou a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória! 

PERGUNTA: - Mas é fácil comprovar que a Medicina já liquidou ou venceu diversas enfermidades que eram tidas como incuráveis, não? 

RAMATÍS: - Reconhecemos que, através do extermínio dos vírus identificados pelos vossos laboratórios, a vossa medicina já conseguiu eliminar diversas doenças seculares, e também imunizar o homem contra contágios e recidivas de moléstias perigosas, graças à terapia benfeitora das vacinas. Porém, a cicatrização do terreno mórbido em que o vírus habitualmente se instala e prolifera, isto, só por si, não significa a cura definitiva, caso o enfermo ainda continue a "cultivar" em sua intimidade psíquica os fluidos tóxicos que dão origem à doença. Neste caso, se o enfermo se curar de uma determinada moléstia, os microrganismos patogênicos, enquanto não forem expurgados radicalmente, surgirão de novo, manifestados noutra enfermidade. 

Apesar do esforço heróico da vossa Ciência Médica, no sentido de reduzir as doenças que atacam a Humanidade, as suas tabelas patológicas anotam o aparecimento de novas moléstias. A "velha doença" já vencida, tempo depois logra a sua "desforra" e surge sob aspectos novos, às vezes, de maior virulência e de curso etiológico diferente devido a minar outros órgãos do corpo, obrigando então o médico a empreender esforços heróicos e pesquisas exaustivas em busca de identificar a nova causa mórbida. Aliás, de acordo com o conceito da terapêutica moderna, de que "o vírus só se estabelece onde encontra "terreno enfermiço", 7 fica provado que o micróbio é um agente conseqüente, pois a sua proliferação só ocorre depois de aparecer a doença". 

7 - Nota do Revisor: Comunicação apresentada pelo Dr. W P. Mowry à Reunião Centenária do "Instituto Americano de Homeopatia", realizada em junho de 1944, na qual ele se referia a pesquisas efetuadas pelos"Institutos de Medicina Experimental" da Rússia, financiadas pelo Governo Soviético, com a conclusão incomum de que "os micróbios acompanham, mas não causam a moléstia". Sobre o assunto, vide o Jornal do Instituto Americano de Homeopatia, de 15 de abril de 1945, e, também, sobre idêntico caso, o British Medical Journal, de 23 de junho de 1945. 

Os vírus identificados nos laboratórios e responsabilizados por esta ou aquela enfermidade são microrganismos que também "lutam" pelo seu direito à vida e de procriarem no "seu mundo", cumprindo, aliás, as próprias leis do Criador. 8 Por conseguinte, a doença, em geral, é apenas uma condição adequada, que possibilita a tais germens proliferarem além de suas "cotas mínimas", pois eles existem no corpo humano em quantidade inofensiva. 

8 - Nota do Médium: Da obra Instruções Psicofônicas, ditada a Chico Xavier pelo espírito de Lourenço Prado, escritor espiritualista e autor de vários livros publicados pelo "Círculo Esotérico do Pensamento", extraímos do capítulo 38, páginas 158 e 160, os seguintes trechos: "Saúde é o pensamento em harmonia com a lei de Deus. Doença é processo de retificá-lo, corrigindo erros e abusos perpetrados por nós mesmos, ontem ou hoje". 

Assim como há criaturas que vivem melhor no litoral, outras em zonas montanhosas ou nas matas, os micróbios também buscam estabelecer-se nas zonas ou setores cujo "terreno e clima" atendam plenamente às exigências nutritivas da sua espécie e de sua proliferação. As enfermidades iniciam, pois, o seu curso mórbido na mente, por emoções violentas subvertidas, salvo quando são oriundas de acidentes ou de deficiências fisiológicas ou anatômicas congênitas. 

PERGUNTA: - Que nos dizeis quanto aos recém-nascidos que já vêm à luz do mundo estigmatizados por enfermidades ou deformações físicas, sem, no entanto, haverem pecado? 

RAMATÍS: - Já explicamos que certos espíritos, ao encarnarem-se, já são portadores de "carga fluídica" deletéria acumulada em suas existências pretéritas. Então, ele nasce com o corpo lesado por aleijões ou doenças congênitas, iniciando o seu expurgo saneador desde o berço. Mesmo durante o período uterino e à medida que as energias ocultas se condensam, para materializar o feto na figura humana, pode iniciar-se a "descarga mórbida" do perispírito para o corpo físico ainda tenro, o qual se transforma numa espécie de "mata-borrão" vivo e absorvente das manchas e nódoas existentes no espírito. Inúmeras doenças constitucionais do homem são válvulas de "despejo" ou purgação violenta de fluidos deletérios, que se processa com o objetivo de possibilitar ao espírito, ao baixar à Terra, livrar-se, quanto antes, das toxinas perispirituais que o tornam enfermo. 

PERGUNTA: - E que dizeis das criaturas abnegadas e virtuosas, que desencarnam torturadas por moléstias atrozes, tendo, no entanto, vivido uma existência digna, sem os pecados que dão origem aos fluidos tóxicos das doenças que as vitimaram? 

RAMATÍS: - Efetivamente, falecem na Terra muitas criaturas boníssimas, serviçais e abnegadas até ao sacrifício e que, no entanto, são vítimas do câncer, morféia, tuberculose e outras moléstias cruciantes. Contudo, embora tais casos pareçam desmentir a tese das toxinas psíquicas baixadas do perispírito para a carne, tais exceções têm uma justificação. Trata-se de espíritos bastante endividados com a Lei Cármica. E então, atendendo aos conselhos dos seus guias, no sentido de submeterem-se ao sacrifício de uma limpeza drástica dos venenos que lhes intoxicam o penspírito, eles decidem-se a reencarnar, empenhados numa luta de expiação dolorosa na vida carnal, a fim de resgatarem mais depressa as suas dívidas contraídas em existências pretéritas. 

Tais criaturas desligam-se dos bens do mundo, geram numerosa prole e, às vezes, até criam filhos alheios, órfãos. Devotam-se febrilmente a tarefas sacrificiais, imolando-se ao holocausto voluntário de servir e amar o próximo sem condições ou interesses secundários. E algumas, mesmo doentes, ainda buscam trabalho ou missões árduas, que causam espanto a quem as observa. Vítimas do câncer ou de quaisquer outras enfermidades cruciantes, tão resignadas e pacientes elas se mostram, que até parecem rejubilar-se ante a sua pesada "via-crucís". 9 

9 - Nota do Médium: Semelhante fato aconteceu com nossa sogra, criatura boníssima, serviçal e devotada ao próximo, mãe de 17 filhos e benfeitora de seus parentes. Vítima de um câncer atroz na bexiga, ela atingiu a sua desencarnação sem pronunciar uma só palavra de rebeldia contra Deus ou a própria vida. À noite, ela sufocava os gemidos para não acordar os familiares que lhe velavam o sofrimento; na hora derradeira de sua desencarnação e depois de tantas dores e padecimentos, só lhe ouvimos, em sinal de queixa contra o seu destino pungente, o seguinte: "Ai, meu Deus! já não suporto mais!" Um mês depois de desencarnada, graças à nossa vidência, pudemos vê-la feliz e radiosa, recortada por extensa aura de um azul-claro translúcido e celestial, cujas fímbrias emitiam reflexos prateados. Sua fisionomia rejuvenescera e o seu físico (obeso) ficara elegante e gracioso. No entanto, mais tarde soubemos que o seu espírito vinha-se preparando para essa prova severa do expurgo do fluido cancerígeno, que ela também mobilizara, no passado, pelo manuseio das forças negativas da magia, em prejuízo do próximo. No entanto, a sua redenção fora tão excepcional, que, sob a influência do seu espírito, hoje, sentimos renovar a nossa capacidade de estoicismo para enfrentar as dores do mundo e as vicissitudes morais sem as queixas ou mágoas comuns. 

PERGUNTA: - Mas o heroísmo e o sacrifício incondicionais na existência humana, em favor alheio, não beneficia o espírito atenuando-lhe as provas atrozes? 

RAMATÍS: - Efetivamente, se a criatura, além de enfrentar a sua prova, ainda vive existência digna e laboriosa, dando tudo de si, em sacrifício incondicional a favor do próximo, ela fará jus ao auxílio dos espíritos assistentes aos que sofrem, os quais lhe amenizarão o sofrimento pela terapêutica magnética, sem, no entanto, anularem a prova a que ela está sujeita, pois trata-se de um resgate cármico. Suavizarão a dor, porém, sem destruir ou impedir o expurgo dos fluidos tóxicos do mal, pois este só pode ser extinto mediante a "limpeza" profilática que o destrua "pela raiz". 

Os fluidos de natureza inferior, densos nocivos, aderidos ao perispírito, são um fardo ou "carga" molesta e perturbadora do metabolismo perispiritual, e têm de ser expurgados através do corpo carnal, que funciona como uma espécie de "mata-borrão" vivo, a absorver esses fluidos venenosos, os quais, dessa forma são despejados depois, no seio da terra, pela decomposição do cadáver. Mas o homem não deve queixar-se de tais provas dolorosas, pois ele próprio é quem lhes dá motivo. Protestando contra as mesmas, assemelha-se à criança, que, depois de haver atirado brasas incandescentes nos seus companheiros, grita e revolta-se contra o fato de as suas mãos terem ficado queimadas! 

A dor e o sofrimento que atormentam o homem durante o período dessa limpeza psíquica não são um castigo determinado por Deus, mas apenas fruto ou efeito da reação natural e própria do tecido carnal afetado pela ação corrosiva de elementos nocivos. No entanto, o objetivo é purificar a alma. 

Se o cascalho, a semente de trigo ou os bagos de uva tivessem a faculdade de sentir, decerto também se queixariam ao serem submetidos ao processo de alcançarem melhor pureza ou qualidade, transformando-se, respectivamente, mediante "provas" dolorosas, no cobiçado brilhante, na generosa farinha nutritiva e no vinho delicioso! 

A carga fluídica deletéria acumulada no perispírito não se vaporiza mediante um "passe de mágica". É um expurgo saneador útil ao espírito enfermo, e do qual não escapam a criança, o velho, o sacerdote, o bandido, a santa, a prostituta, o herói ou o sábio, porquanto, se na sua ficha cármica estiver averbado o débito de tal provação, a solução radical para eliminar a doença e obter saúde é sanear a alma, livrando-a dos venenos psíquicos. 

O homem que, num momento de insânia, atira-se ao charco repugnante de um pântano, mesmo que, depois, se arrependa do seu gesto imprudente e se entregue à oração e modifique seu temperamento impulsivo, nem por isso se livra do mau odor do seu corpo enlameado. E o recurso eficaz para ficar limpo é providenciar um banho salutar! Ora, o lodo fluídico do perispírito lava-se no "tanque de lágrimas" do próprio mundo onde foi produzido. 

PERGUNTA: - Por que as mesmas energias provindas do instinto inferior; que causam prejuízos ao espírito do homem pecador, não afetam os animais? 

RAMATÍS: - Já esclarecemos que esses fluidos primários convocados pelo espírito do homem nos seus momentos pecaminosos são todavia, energias vitais próprias da vida instintiva ou animal. Elas são condenáveis e nocivas ao homem porque, sendo ele espírito dotado de razão, que já lhe permite distinguir o bem e o mal, o certo e o errado, deve evitar incorrer em deficiências ou atos paralelos a condição animal. O "pecado", nesse caso, é conseqüência de o homem ainda mobilizar, num estado de vida superior, as mesmas forças que, nos animais, são um estado natural do seu estado evolutivo ainda elementar. Ao selvagem não é pecado ser antropófago, pois ele ainda não possui o discernimento capaz de compreender a ignomínia da ação que realiza sem requintes de maldade; mas o homem civilizado que praticar a antropofagia, será um "pecador" porque esse ato é impróprio e ofensivo ao seu grau espiritual muito mais evoluído, ou seja: - o grau de responsabilidade do indivíduo está na razão direta do seu discernimento intelectual e moral. Sob o mesmo princípio, atualmente, não é pecado os "civilizados" comerem carne, pois o seu instinto biológico, condicionado há milênios, ainda pede essa espécie de alimentação para atender ao seu sustento nutritivo. Entretanto, no futuro, quando o homem tiver adquirido mais alta capacidade moral e espiritual, ele compreenderá que é grave delito devorar a carne de seu irmão inferior. 

Eis por que as mesmas forcas genéticas que serviram para modelar o corpo de carne do homem das cavernas, como veículo indispensável ao desenvolvimento da sua consciência espiritual, podem causar-lhe distúrbios e doenças, se ele as utilizar agora, em atitudes contrárias à ética de um ser superior. Assim, é natural o animal encolerizar-se, ser cruel, astucioso ou ferozmente egoísta para manter a sua sobrevivência física, porquanto essa sua tara é instintiva, visto ele não ser ainda dotado de raciocínio. Porém, o homem, já consciente de si mesmo na Vida Cósmica, deve repudiar esses impulsos primários do seu ego, que lhe serviram há milênios para a confecção do seu veículo carnal quando ele ainda era um ser ligado ao "espírito-grupo" coordenador da sua espécie. 10 

10 - Nota do Revisor: Sobre esse assunto algo complexo para os iniciantes do espiritualismo reencarnacionista, vide o seguinte: capítulo 3, "Ciências Especializadas", pergunta 79, "Como interpretar nosso parentesco com os animais", da obra o Consolador, de Emmanuel à Chico Xavier, edição da Livraria da Federação Espírita Brasileira; capítulo XI, "Dos Três Reinos", pergunta 592, "Os Animais e o Homem", do Livro dos Espíritos de Allan Kardec; capítulo 17, "Sobre os Animais", da obra Emmanuel, páginas 87 a 92; Sección VIII, pergunta 163 a 170 de Preguntas Concernientes a los animales, principalmente a pergunta: "Que és un Espíritu-grupo, donde está y a que se parece?", da obra Filosofia Rosacruz en Preguntas y Respuestas, edição da Editorial "Cultura", Huerfanos 1165, Santiago de Chile. 

O homem pecador jamais pode protestar contra o seu sofrimento redentor, pois desde a sua infância sabe que as virtudes pertencem ao mundo angélico e os pecados são próprios do reino instintivo ou animal. Além disso, em todas as épocas, o Alto tem enviado à Terra diversos líderes da espiritualidade superior a fim de ensinarem ao homem e aos povos os caminhos da paz e da fraternidade, Buda, Confúcio, Lao-Tsé, Hermes, Krishna, Zoroastro, Maomé, João Huss, Gandhi, Ramakrishna, Francisco de Assis, Kardec e acima de todos, o sublime Jesus, há milênios vêm preparando o homem terreno, no sentido de orientá-lo para a sua mais breve libertação da vida animal. 

PERGUNTA: - Mas os animais também enfermam de moléstias como a tuberculose; o câncer e afecções eczemáticas, sem que, no entanto, se trate de expurgação de toxinas psíquicas sobre o seu corpo físico. Que dizeis? 

RAMATÍS: - Não há dúvida de que os animais, embora não produzam toxinas psíquicas próprias do raciocínio ou do sentimento humano perturbado, também podem adoecer de câncer, tuberculose ou afecções graves da pele. Porém, isto só acontece aos que são caçados nas matas e domesticados. Porque a alimentação que depois lhes é ministrada é imprópria ao seu tipo biológico milenário; e então, produz-lhes graves carências vitamínicas. Além disso, os maus-tratos e as exigências de comportamento que o homem lhes impõe perturbam-lhes os impulsos naturais do seu instinto. O animal segregado do seu "habitat" selvático é compelido a reações irascíveis de ciúme, inveja e agressividade represada. Os diversos estados contraditórios a que ele fica obrigado, sob o comando do homem, atacam o seu "psiquismo elementar" da consciência em formação. 

Olhai o cão surrado, de olhar febril, temeroso e farejando as latas de lixo e recuando, em fuga, diante do primeiro homem que lhe surge à frente, pronto a escorraçá-lo a pontapés! Observai os animais de "corte": - o carneiro derrama lágrimas sob o cutelo do magarefe; a vaca-mãe chora e lambe o solo, lastimosamente, onde ainda palpita o sangue do vitelo sacrificado; os bois e os porcos gemem, inquietos, nos currais e nos chiqueiros, às vésperas da matança encomendada para empanturrar o ventre insaciável do homem! Os cavalos e os burros servem o ser humano transportando cargas acima de suas forças e vencendo a empreitada compelidos pelo chicote; nas jaulas fétidas dos circos e dos jardins zoológicos, o leão, o tigre, a onça, o urso e o lobo, de olhos torvos, pêlo enfermiço e porte desconexo, giram em círculos, imbecilizados, pisando os alimentos deteriorados e farejando as grades que os separam da desejada liberdade. 

Suas energias ocultas e dispostas pela Natureza para uma vida sadia na floresta, perturbam-se sob os impactos antagônicos das adaptações compulsórias, pois o animal domesticado às pressas, sem as graduações coerentes com o seu instinto selvagem, torna-se um desajustado no meio civilizado. Embora concordemos com a necessidade de se domesticarem as feras, beneficiando-as no apressamento evolutivo para condições mais perfeitas, o homem deve desenvolver-lhes essa transformação sem violentar todo o condicionamento biológico do animal. Qualquer mudança "ex-abrupto", ferindo-lhe o instinto e a própria emotividade em formação, mina-lhe o sustentáculo eletrônico das células e o predispõe ao contágio e à invasão dos miasmas enfermiços, que não existem no ambiente das selvas. 

Deste modo, enquanto o homem produz um residual tóxico pela sua imprudência espiritual, o animal, confuso pelo comando atrabiliário do civilizado também agrega fluidos perturbadores à sua estrutura "fisiomagnética", tornando-se vulnerável às investidas de quaisquer vírus eletivos ao terreno mórbido que surgir na sua carne. 

Mas o homem paga bem caro a sua negligência espiritual em subestimar o animal - seu irmão inferior - pois ao devorar-lhe as carnes nas mesas festivas ou nos churrascos epicurísticos, herda ou absorve os miasmas do animal abatido, gerados pelos fluidos selváticos no momento da sua agonia e morte sangrenta! 

PERGUNTA: - Qual é a diferença entre a alma ou consciência instintiva do animal, e a consciência espiritual ou psíquica do homem? 

RAMATÍS: - Nenhum ser vivo, na Terra, é "massa" inconsciente absoluta ou pasta nuclear impermeável aos fluidos e às energias do mundo oculto; a sua representação material é apenas uma fugaz aparência da realidade preexistente e modelada no invisível.,Embora as aves, os animais ou os insetos não possuam consciência individual já definida, eles estão subordinados ao comando de uma consciência psíquica coletiva, ou grupal, muito conhecida dos teosofitas, rosa-cruzes, ocultistas e iogues, como o "espírito-grupo" diretor e coordenador de cada espécie inferior em evolução. 

A consciência instintiva aprimora-se pouco a pouco pela seleção e graduação do próprio animal na sua escala ascendente, até merecer o equipo cerebral que lhe favoreça atingir o porte humano. Depois de modelar o duplo etérico situado entre si e o corpo de carne, ela afina-se e apura-se, elaborando o veículo astral, 11 que, depois serve-lhe para manifestar a sua própria emotividade. 

11 - Nota do Revisor: O corpo vital ou "duplo etérico", situado entre o psiquismo e a carne do homem ou do animal, e que depois da morte de ambos dissolve-se no meio etereofísico, encontra-se ligado à altura do baço, através do "chakra esplênico", o principal centro de forças etéricas responsável pela purificação sanguínea e absorção das energias do ambiente "fisiomagnético"! O corpo astral ou veículo da emoção, fixa-se no fígado do homem; e, juntamente com o corpo mental, forma o conhecido perispírito da terminologia espírita. Daí, pois, o fato de que as angústias, preocupações, aflições, frustrações, a cólera, o ciúme, a inveja, inclusive os descontroles nervosos, afetam a região hepática à altura do plexo solar ou abdominal. Em face dos desatinos habituais da humanidade terrena, a maioria dos homens sofre do fígado e a sua vesícula é preguiçosa, sendo bastante comum o tradicional tipo hipocondríaco, que vive sob tensão emocional ou abatimento moral, escravo do metabolismo hepático. É por isso que os chineses, na antigüidade, antes dos negócios, quanto às preocupações alheias, num gesto de cortesia, indagavam primeiramente, se o competidor encontrava-se bom da "barriga", ou do fígado! 

Transferindo-se da espécie animal mais primitiva para a imediata mais evoluída, o psiquismo do animal sensibiliza-se na sua contínua ascese e progressão para alcançar o cérebro do selvagem, do hotentote ou do homem da caverna. Atuando através de um sistema anatomofisiológico mais evolvido, é possível à alma instintiva centralizar e memorizar as suas ações e reações durante o intercâmbio com os fenômenos da matéria, aprendendo a mobilizar a substância mental e despertando um entendimento ainda infantil, mas já de ordem racional e progressiva. E, à medida que desenvolve a sua consciência individual, desprende-se gradualmente do comando instintivo do "espírito-grupo" que comanda a sua espécie e que é a fonte primária de sua formação psíquica. 

Nesse trabalho árduo, lento e milenário, a consciência instintiva, pouco a pouco, aprende a usar o órgão mental de transição, que no futuro, lhe dará ensejo para treinar a razão incipiente e assim receber certos delineamentos com circunvoluções fisiológicas condicionadas à estrutura ou constituição do futuro cérebro humano. 

PERGUNTA: - Há pouco dissestes que desde o nascimento do homem já existem no seu corpo os micróbios de todas as espécies de doenças, porém, em "cotas-mínimas", ou seja, em quantidade tão reduzida que os torna inofensivos. Poderíeis aclarar-nos melhor o assunto? 

RAMATÍS: - A Medicina explica em seus tratados didáticos que no organismo do homem já existem, desde o seu nascimento físico, os micróbios, vírus ou ultravírus, de produzir todas as espécies de doenças humanas. Porém, graças a essa quantidade ínfima de cada tipo de vírus existente eles não causam incômodo, doenças ou afecções mórbidas pois ficam impedidos de uma proliferação além da "cota-mínima" que o corpo humano pode suportar sem adoecer. No entanto, quando esses germens ultrapassam o limite de segurança biológica fixado pela sabedoria da Natureza, quer motivado pelo enfraquecimento orgânico, pelas perturbações psíquicas deprimentes, ou pelo contágio mórbido provindo do exterior, eles proliferam e destroem os tecidos do seu próprio "hospedeiro", resultando então as doenças. 

PERGUNTA: - Podeis dar-nos algum exemplo mais específico da ação desses micróbios? 

RAMATÍS: - Por exemplo: quando se reproduzem em demasia os bacilos de Koch, além da "quantidade-teto" normalmente suportável pelo corpo humano, a Medicina então identifica um processo mórbido anormal, destrutivo e incontrolável, conhecido por tuberculose. Mas a verdade é que os bacilos de Koch, nesse caso, só ultrapassam a sua "cota-mínima" de vida permitida no organismo humano, desde que "algo" oculto, sorrateiro e ignorado a tempo, consiga abastecê-los ou apropriar o terreno para eles violarem a "fronteira" de segurança orgânica fixada prudentemente pelo instinto biológico do seu hospedeiro. Embora o médico, depois, faça a diagnose correta de uma doença chamada tuberculose, resultante especificamente da multiplicação patogênica já conhecida dos bacilos de Koch, o certo é que essa identificação clássica da Medicina não basta para eliminar-lhes o alimento oculto, ou seja, o elemento básico responsável pela causa mórbida. 

A prova mais evidente de que se trata de uma energia ou fluido mórbido só eletivo ou preferido pelos bacilos de Koch causadores da tuberculose, é que as demais coletividades rnicrobianas continuam a viver no corpo humano em suas "cotas-mínimas" inofensivas, até que também lhes surja o ambiente adequado para proliferarem, dando ensejo a novos quadros enfermiços. Em suma: - o morbo fluídico oculto, que serve para nutrir os bacilos de Koch, é prontamente rejeitado pelos bacilos de Hansen ou pelos espiroquetas de Shaudin; e, por sua vez, o alimento que serve de repasto aos últimos torna-se inócuo ou repudiado pelos primeiros. Embora a doença tuberculose corresponda rigorosamente às minúcias e às pesquisas etiológicas da Ciência Médica terrena, ela varia em sua virulência e destruição peculiar, de doente para doente; e essa diferença depende muitíssimo do temperamento e das reações emotivas ou do comportamento espiritual do mesmo, inclusive quanto ao seu maior ou menor apego à vida instintiva da matéria. Há "doentes" e não "doenças", conforme é o conceito esposado pela própria Medicina, pois enquanto alguns tuberculosos logram sua cura e a rápida calcificação pulmonar, outros menos afetados sucumbem prematuramente, vitimados pelo seu temperamento pessimista e hipocondríaco, que neutraliza ou anula os efeitos benéficos de toda e qualquer medicação curativa. 12

12 - Nota do Médium: Referendando os dizeres de Ramatís, conhecemos dois casos de tuberculose no círculo de nossa amizade, em que tentamos coadjuvar no tratamento médico à base de estreptomicina, hidrazida e outras medicações apropriadas. O confrade SF, espírita inveterado e otimista, aceitava prontamente os nossos passes, e, por vezes, até relaxava o tratamento médico, merecendo as nossas censuras; ele brincava com sua doença e a encarava de modo inofensivo, convicto dos resultados benfeitores para o seu espírito pecador. Fazia "blague", apresentando-se como "SF, tuberculoso", à guisa de cartão de visita. Finalmente, aquilo que nos parecia excessivamente mórbido e digno de um estudo freudiano, conduziu-o a cura tão rápida, que surpreendeu os próprios médicos. Um outro enfermo, Sr. MBR, vítima de tuberculose menos grave, após o diagnóstico médico emagreceu rapidamente 11 quilos, fugiu da circulação, enterrou-se num quarto e, descrente do nosso conforto espiritual, embora abastecido de medicação maciça da Medicina, faleceu 13 meses depois, num estado de abatimento desesperador e sem lograr a mínima calcificação pulmonar!

PERGUNTA: - Em face da complexidade desse assunto, ser-vos-ia possível tecer mais algumas considerações a respeito das causas ocultas, que alimentam especificamente as diversas espécies de micróbios já existentes no corpo humano? 

RAMATÍS: - O homem, nos seus momentos de subversão espiritual e conforme o pecado que o domina, também passa a alimentar um tipo específico de vírus, gerando determinada doença que a Medicina depois classifica em sua tabela patológica conforme as características etiológicas e a presença virulenta identificada. Enquanto a cólera. a irascibilidade, a violência mental ou emotiva, produzem o campo fluídico mórbido para nutrir e alastrar as afecções cutâneas ou eczemáticas, a maledicência, a calúnia ou a magia mental, verbal ou física, geram tóxicos responsáveis pela vida do ultravírus que produz a moléstia cármica do "prejuízo ao próximo", conhecida como o câncer. Do mesmo modo, a indiferença, a egolatria ou o egoísmo, põem em movimento fluidos perniciosos, que depois adubam o terreno orgânico do homem e o predispõe para as enfermidades contagiosas, tal como a tuberculose. 

É óbvio que o doente contagioso é obrigado a isolar-se da própria família e das relações comuns com o público, devendo submeter-se a tratamentos especiais em instituições apropriadas e que o segregam do convívio perigoso para com o próximo. Mas, em verdade, ele apenas colhe os efeitos gerados pelo seu egoísmo e egolatria nas vidas passadas, quando, apesar de boa saúde e posse de suas faculdades normais, preferiu devotar-se com excessivo amor ao seu próprio bem, pouco lhe importando os problemas aflitivos do próximo..De acordo com a lei cármica, de que o "homem colhe conforme a sua semeadura", o doente contagioso, isolado de suas relações com o resto do mundo, é o mesmo espírito egocêntrico e frio que, no passado, viveu exclusivamente em favor dele próprio. Considerando-se que o efeito enfermiço de hoje é o resultado exato de igual causa censurável no passado, o doente contagioso de hoje é aquele que vive obrigatoriamente a mesma condição gerada outrora por sua livre vontade e em desobediência à Lei do Amor e da Fraternidade. 

No entanto, a mesma enfermidade corretiva ou redentora pode apresentar-se sob diversos aspectos e sem qualquer modificação no seu foco mórbido, porque isso depende muitíssimo do tipo orgânico ou natureza hereditária ou dos ascendentes biológicos, que o espírito incorpora na sua encarnação purificadora. Assim, o homem que, por efeito de sua herança biológica, nasce com os pulmões enfraquecidos, ou seja, com órgãos físicos mais deficientes, se ele alimentar reca1ques de egoísmo, egolatria ou fria indiferença para com a dor alheia, também, por equivalência, mobiliza fluidos que se acumulam depois nos pulmões, propiciando o terreno enfermiço para a multiplicação dos bacilos de Koch, além de sua "cota-mínima" inofensiva. 

Cada tipo de coletividade microbiana limitada em sua "cota mínima" no corpo humano só prolifera perigosamente depois que recebe o seu alimento oculto predileto e mórbido, baixado do perispírito devido às mazelas psíquicas da alma. 

Tradicionalmente e por um imperativo cármico, o fluido do egoísmo e da egolatria, isto é, o que serve de repasto nutritivo para os bacilos de Koch, quando se expurga do perispírito para a carne "deveria" represar-se exclusivamente nos pulmões, dando curso à conhecida tuberculose pulmonar. No entanto, caso a vítima dessa incursão mórbida fluídica possua os pulmões perfeitos e resistentes a qualquer expurgo deletério do perispírito, a carga nociva então se desvia da área pulmonar e aloja-se no primeiro órgão, tecido carnal ou ósseo, que se apresente mais enfraquecido no corpo físico. Tem, pois, real fundamento o atual conceito médico de que "os micróbios acompanham, mas não causam a doença". 

PERGUNTA: - Que nos dizeis dessas criaturas sumamente sensíveis e admiráveis artistas, que também são vítimas de tuberculose, como no caso de Chopin? Porventura elas sofrem o expurgo de "fluidos egotistas" baixados do perispírito para a carne, quando nos parecem tão altruístas e desprendidas do mundo material? 

RAMATÍS: - Aliás, o tuberculoso típico de outrora consistia numa criatura pálida, febril, que tossia incessantemente; era o doente clássico dos pulmões! Uma espécie de "escolhido" ou predestinado da literatura romântica nos temas prediletos de teatro ou libretos de óperas, como "La Traviata", e "La Bohème", cujas heroínas, Violeta e Mimmi, expiram entre cânticos melodramáticos e tosses convulsas. 

Chopin, alma hipersensível e de excessiva agudeza espiritual, foi um dos protótipos de tísicos românticos de outrora, cuja música melancólica e estranha, revela a saudade do espírito exilado ou então o mistério atraente do céu. A sua melodia era como a chama transparente estremecendo sob a brisa triste de um destino amargurado! No entanto, embora Chopin fosse um gênio materializando em sons a linguagem do Éden e a poesia do Além, ele também colhia na tuberculose os efeitos daninhos da excessiva egolatria de suas vidas pregressas, quando, vaidoso do seu talento excepcional, preferiu a "torre e marfim" do egoísmo e repudiou o contacto desagradável com o sofrimento humano! Se ele fosse vítima desse doloroso destino apenas por acidente ou imerecidamente, então Deus seria tão precário na sua justiça quanto a dos imperfeitos códigos humanos. 

No entanto, as coletividades microbianas constituem um sustentáculo no seu mundo infinitesimal, para a estruturação da carne, e são também responsáveis pelo próprio vitalismo energético do todo orgânico. Elas encorpam-se, diminuem ou excitam-se, crescem ou adormecem, conforme também varia a conduta psíquica do ser humano, seja ele um Nero ou Chopin, Da Vinci ou Rasputin, Balzac ou Herodes! Cada pecado, já o dissemos, produz ou mobiliza um tipo de fluido mórbido específico, em conformidade com as emoções subvertidas da consciência. 

Cada homem possui uma virtude dominante sobre as demais virtudes menores, assim como também é vítima de um pecado mais grave que prevalece sobre os demais pecadilhos inofensivos. Deste modo, o espírito do homem, em sua romagem terrena, pensa, emociona-se e age oscilando entre os extremos da faixa vibratória do "maior pecado" e da "maior virtude"! Sofre, goza, erra, aprende ou corrige-se, conforme o domínio do mais forte pecado que o algema ao "inferno" da consciência torturada, ou o eleva ao "céu" das virtudes angélicas. 

PERGUNTA: - No encerramento deste capítulo, gostaríamos que nos explicásseis por que variam as doenças entre os membros da mesma família, quando todos podem ser vítimas de igual deficiência orgânica biológica ou vulnerabilidade congênita? 

RAMATÍS: - Isso é a prova evidente de que a família humana não é apenas um conjunto de organismos instintivos manifestando as mesmas tendências e ancestrais biológicos, mas, sim, uma reunião de espíritos encarnados no mesmo grupo consanguíneo, diversificando-se pelas virtudes ou pecados, talento ou embrutecimento intelectual, condizentes com os seus graus espirituais. 

A configuração carnal da parentela humana é a frágil cobertura das "consciências espirituais" tão diferentes entre si, que até as doenças variam conforme os pecados e as virtudes de cada um. Dar-vos-emos um exemplo rudimentar, porém elucidativo, para melhor raciocinardes sobre os nossos dizeres. Suponde três gêmeos nascidos igualmente com a mesma lesão nos rins, isto é, eles são congenitamente portadores de rins deficientes, e tais órgãos são os mais vulneráveis do seu organismo. Os três gêmeos findam sua existência terrena vitimados pela mesma destruição dos rins, porém, inexplicavelmente, um desencarna de tuberculose renal, o outro de câncer renal e o último de "nefropiose" ou "nefrelcose", isto é, supuração ou ulceração desses órgãos excretores do corpo. 

Se os médicos fossem clarividentes e pudessem examinar a estrutura espiritual desses trigêmeos à hora do seu desencarne, eles verificariam, surpresos, que o primeiro falecera de tuberculose renal, porque acumulara nos rins os fluidos do egoísmo e da egolatria expurgados do perispírito e nutritivos dos bacilos de Koch; ao segundo, no entanto, acontecera o mesmo com os fluidos daninhos do pecado da maledicência, calúnia ou de prejuízo ao próximo, que alimentam o ultravírus cancerígeno; o terceiro, enfim, freqüentemente dominado por acessos de ira, cólera ou violência mental, descarregou sua carga mórbida e fluídica nos rins, causando ulceração ou supuração, que iriam culminar em eczemas, chagas, erupções e ulcerações na pele, caso o morbo fluídico atingisse a superfície corporal. 

Usando ainda da terminologia médica do mundo e para maior elucidação do nosso exemplo, diríamos que os trigêmeos também poderiam falecer de "nefrorragia" sob os impactos dos fluidos do ódio; de "nefrocistose" sob o pecado do sarcasmo ou do deboche, que alimenta os cistos amebianos; de "nefromalacia", vitimados pelos fluidos da inveja, ou ainda de "nefroplegia", pelos fluidos da luxúria e de "nefroesclerose" do morbo psíquico do ciúme. 13 

13 - Nota do Revisor: Nefrorragia, hemorragia renal; nefrocistose, amebiana renal; nefromalacia, amolecimento dos rins; nefroplegia, paralisia dos rins; nefroesclerose, endurecimento dos rins.

MEDIUNIDADE DE PSICOMETRIA - PARTE 4

ENIGMAS DA PSICOMETRIA 

ERNESTO BOZZANO 



III Caso - Extraído de Light (1903, pág. 365), em seguimento das experiências da Srta. Hawthorne, eis o que ela mesma escreve ao diretor dessa revista: 

Remeto-lhe a narrativa das impressões derivadas de um objeto ao acaso tomado entre vários outros enviados pelo Sr. Jones, e, tal como fiz com as narrativas precedentes, coloco entre parênteses os comentários do mesmo senhor. 

Este pequeno objeto, cuja natureza não posso conhecer, visto achar-se envolto em algodão, comporta pensamentos de luto e de morte, orientando-me para uma senhora angustiada ante a perda de alguém que lhe fora profundamente ligada e que, após dolorosa agonia, entrou serenamente no repouso eterno, antes por si ardentemente desejado. 

(Trata-se do anel que uma senhora paralítica usara por espaço de mais de vinte e cinco anos e a quem, um ano antes, falecera a mãe idolatrada. Esta, antes de expirar, ficara longo tempo deitada junto da filha. - S. Jones) 

Agora, vem-me à idéia de mão muito amada, que procuro aquecer carinhosamente entre as minhas. 

(É justamente o que costumava fazer a moça inválida, retendo, entre as suas, a mão álgida da genitora moribunda. - S. Jones) 

Enquanto assim procedo, tenho a impressão de que a mão afagada perdeu, de longa data, a sua frescura juvenil. Mão de mulher bastante idosa... 

(Tal e qual! Essa senhora faleceu em idade muito avançada. - S. Jones) 

Olhos rasos de lágrimas, retiro um anel, ou anéis, dessa mão inerte e fria... 

(Refere-se à mão da mãe, falecida ao lado da filha paralítica. Esta, efetivamente, foi quem retirou e transferiu aos próprios dedos os anéis que estavam nos da falecida. O anel que lhe enviei pertence á filha, mas esteve longo tempo em contacto com a mãe. - S. Jones) 

Chorando, dirijo um derradeiro olhar a um corpo idolatrado e estendido num caixão. 

(A filha paralítica fez questão de ver o corpo materno no ataúde. - S. Jones.) 

As influências afetivas e o sentimento doloroso que saturam este objeto fazem pensar que se trata da mãe e da filha. Tenho impressão que a sobrevivente deplora esse evento. 

(Perfeitamente: a sobrevivente ainda não pode resignar-se com a perda. - S. Jones) 

De fato, ouço uma voz que parece dizer: por que assim te lastimas, minha filha? Não estou tão longe de ti quanto imaginas: a barreira que nos separa não é tão grande nem tão intransponível quanto supões. Quererias tu que eu retornasse a Terra para aí reencetar os longos anos de amargura que aí passei e acabando por esgotar-te em novas vigílias e cuidados? 

(Esta mensagem do Além - assim a considero -, expressiva, de tão afetuoso interesse por aquela que lhe sobreviveu, há de balsamizar a chaga da saúde que a atormenta. - S. Jones.) 

Agora, percebo descarnada mão a folhear um velho exemplar da Bíblia... O ambiente da alcova dá-me a impressão de doloroso sofrimento. 

(Esta passagem refere-se à paralítica, que utiliza uma Bíblia muito usada, pertencente á falecida. - S. Jones) 

À medida que essa mão vai virando as páginas, percebo um sinal bordado e destinado a marcá-las. E um sinal desconhecido e gasto. 

(Este marcador ainda se encontra no volume em questão. Quando escrevi á senhora paralítica neste sentido, ela cortou dele um pedaço e mo remeteu, como prova convincente, e eu lho envio por minha vez. - S. Jones) 

Esta Bíblia é utilizada constantemente. (Sim, sempre. - S. Jones) 

Digo-o, porque diviso um semblante triste, de mulher que está lendo, enquanto a forma etérea de sua mãe permanece ao lado. 

(Esta particularidade encheu de júbilo o coração da filha, que me escreveu dizendo que doravante e mais que nunca, manuseará a sua Bíblia. - S. Jones) 

Haverá gerânios florentes no quarto? É que experimento uma emanação, assaz forte, desse perfume... 

(De fato, há no quarto da paralítica um pé de gerânio depositado sobre a mesma cadeira outrora utilizada pela falecida. - S. Jones) 

Transcrevo as percepções recolhidas sem a preocupação de as interpretar, e a impressão a seguir me ocorre fraca, mas persistente. Não sei se ela terá ligação com os fatos precedentes. Encontro-me perto de uma igreja, lobrigo um semblante lacrimoso de mulher, a inclinar-se sobre uma campa florida. 

Estas impressões se ligam, indubitavelmente, às precedentes e refere-se a uma outra filha da morta. Esta foi, efetivamente, sepultada perto de uma igreja e a irmã da paralítica freqüenta amiúde a campa, para lhe cuidar das flores. - S. Jones.) 

Ao lado da pessoa que se inclina para a sepultura, distingo duas formas etéreas: uma, sei, é de sua mãe; quanto à outra não consigo distingui-la nitidamente. Tenho como um pressentimento de estar à falecida preocupada com esta filha que lhe chora sobre a sepultura, assim como a desejar, ansiosa, qualquer transformação na sua vida, que assaz a desgosta. 

(Certo. Essa segunda filha tem urgente necessidade de distrair-se. - S. Jones.) 

A influencia deste objeto é puramente feminina. 

(Também isto é muito verdadeiro, as suas associações são puramente femininas. - S. Jones.) 

O Sr. Jones enviou-me a cópia de uma carta que lhe escrevera a paralítica, na qual lhe diz: 

Falemos agora da experiência psicométrica. Não sei como lhe traduzir a minha emoção ao ler as revelações, todas escrupulosamente verídicas. Elas trouxeram-me uma espécie de alegria nova e inesperada, que me conforta mais que os sermões de todo o ano. Se a minha adorada mãe estivesse entre os vivos, as suas palavras de consolo não seriam outras que as advindas por intermédio da sua amiga. De fato, são as expressões exatas da sua linguagem, dos seus sentimentos. Fala da sua felicidade, diz que não deseja volver a Terra: pois também eu não desejaria que tal sucedesse. Quanto ao episódio, tão espontâneo quanto expressivo, da Bíblia, cheguei a estremecer de júbilo quando o li. A sua amiga também há de sentir-se feliz ao ter conhecimento dos benefícios que me proporcionou com essas revelações, sobretudo quando receber o pedaço de fita do marcador de páginas. Por que recusar a possibilidade de termos junto a nós os que se foram? Por mim, devo-lhe enorme gratidão, por haver remetido o anel à sua amiga; e agora lhe peço transmita-lhe os meus mais vivos agradecimentos, visto que, graças ao seu trabalho, me encontro hoje perfeitamente conformada com a vontade de Deus. 

Este caso é realmente admirável, dado a veracidade irrepreensível de todas as impressões da sensitiva. Por pouco que meditemos, que prodígio? E esse prodígio subsiste integral, mesmo diante da hipótese de os sensitivos nada apreenderem fora da influência pessoal, indispensável ao estabelecimento da relação telepática com o vivente ou com o defunto, possuidor do objeto psicometrado; ou ainda para estabelecer a relação telestésica com o meio ambiente de que provém esse objeto; ou para estabelecê-la por meio outro, misterioso, correspondente aos clichês astrais dos ocultistas, ou às impressões do atrasa dos teósofos. 

Estes últimos meios não passam de hipóteses puramente metafísicas, impossíveis de se eliminarem, em virtude de alguns episódios obscuros, de que trataremos mais adiante. 

Neste caso que acabamos de expor, a presunção favorável a uma relação telepática entre a sensitiva, a velha desencarnada e a filha paralítica, se não pode figurar como definitiva, pode, contudo, considerar-se como fundamentada. 

Contrariamente, neste mesmo exemplo, a presunção favorável à hipótese da sensitiva haurir diretamente dos objetos as impressões reveladas, não resiste à análise dos fatos. 

Assim, por exemplo, quando ela, a sensitiva, percebe a irmã da paralítica acurvada e lacrimosa sobre a sepultura, por lhe cuidar das flores, concebe-se facilmente que a visão dessa ocorrência não podia estar registrada no anel da irmã, que o trazia. permanentemente consigo; ao passo que poderia ser tomada na memória subconsciente dessa senhora, tanto quanto poderia ter sido transmitida telepaticamente pelo Espírito da morta, cuja, intervenção na experiência se pode admitir, autorizada por alguns de seus detalhes. 

IV Caso - Com este caso que figura no relatório da Srta. Edith Hawthorne (Light, 1904, pág. 197), abordamos uma nova categoria de experiências, ainda mais misteriosas, de vez que o objeto psicometrado coloca a sensitiva em relação com a mentalidade animal. 

Entre os espécimes remetidos pelo Sr. Jones à dita senhorita, achava-se uma pena arrancada à asa de um pombo-correio, no momento justo do seu retorno ao pombal, depois de haver feito um longo vôo. 

A sensitiva apreende logo: 

Esta pena esteve encerrada num ambiente muito apertado - um cesto! O pequeno corpo de seu dono é qual feixe de nervos, cujas vibrações o fazem parecer tremulo; mas, a verdade é que ele não treme de medo. E se bem que esteja encerrado no cesto, parece ter a compreensão de que será sem demora libertado. Viaja por caminho de ferro, pois estou sentindo as trepidações do comboio. 

(O Sr. Jones anota: Trata-se da pena de um pombo que, para servir a estas experiências, foi metido num cesto e despachado para Fernhill Heath, Worcester. Para regressar a Gornal Wood, devia ele percorrer vinte milhas em linha reta, o que fez no tempo previsto. A pena foi-lhe arrancada logo após a volta.) 

Livre do cárcere, ei-lo que voa agora, alto, descrevendo inúmeros círculos. Toda à vontade como que se lhe concentram nas asas, acionadas por grandes nervos propulsores e todos -eles dirigidos por seu pequenino cérebro. E sobe, e sobe... tanto, que parece encaminhar-se para o Sol. 

(É um traço bem característico deste pombo, que de outros se distingue pela altura do vôo. - S. Jones) 

A voar sempre mais alto, não sabe ainda onde paira, e tudo que o rodeia parece-lhe novidade. 

(De fato, trata-se de localidade absolutamente desconhecida desse pombo, jamais lançado para aquelas bandas. - S. Jones.) 

Nessa trepidação nervosa, vai ele subindo sempre, até entrar de repente em contacto com uma força sutil, ou corrente magnética, que o põe em correspondência com o seu pombal. 

E nesse instante a sensitiva percebe, com a mentalidade do animal, um meio dos mais minúsculos: - o interior do pombal, onde se encontram um punhado de ervilhas e uma tigela com água. Ela, sente que essa imagem pictográfica, da casinhola., distante, se integrou no pombo naquele momento. 

Ele percebe a corrente magnética, mas, enquanto não se julga seguro do contacto dessas vibrações sutis, parece experimentar como que uma ansiedade nervosa. Desde, porém, que o contacto se estabeleceu, vai aquela ansiedade, readquire confiança, executa algumas evoluções e voa em flecha na direção do pombal. Parece que se despreocupa de fixar os pontos de referencia na paisagem que lhe fica por baixo, e concentra-se todo no propósito de guardara zona sulcada pela corrente magnética. Todavia, ao pairar sobre uma cidade, as diretivas no percurso se lhe tornam mais dificultosas, porque ai as vibrações magnéticas se confundem com as vibrações sônicas, que se elevam da cidade. 

Daí resulta que, não podendo fiar-se inteiramente no magnetismo terrestre, ele procura pontos de referencia, tais como as setas das torres, os cata-ventos, as chaminés das fábricas, de que possui visão assaz nítida (como o mais belo dos negativos fotográficos) - o que demonstra a esplendida objetiva natural, constituída pelos olhos das aves. Agora o pombo atravessa nuvem espessa, não de fumaça, e instintivamente acelera o vôo, porque a friagem do ar rarefeito lhe torna mais difícil à respiração. 

(E exato: nessa manhã o tempo não era bom, o céu se coalhava intermitentemente de grossas nuvens, que corriam em sentido contrário ao vôo. - S. Jones.) 

Ao aproximar-se do pouso, o pombo torna-se como indeciso, porque ouvem apitos agudos de ledos os lados e não consegue distinguir o do seu pombeiro. Por outro lado, é como se estivesse agora atemorizado e cauteloso, devido a alguns meninos que o espreitam com intuito de o capturarem. Não há dúvida de que isso já lhe tenha acontecido, pois de outra forma não se explicaria esse temor de ser enclausurado noutra casinha que não a sua. 

(Está certo: esse pombo foi uma vez capturado por um criador, que o manteve prisioneiro algumas semanas. Aqui, os criadores são legião e todos mais ou menos se empenham em capturar os pombos dos colegas. - S. Jones.) 

Haverá, nas proximidades do pombal, dois gatos, um de pelo rajado e outro de focinho preto com malhas brancas? É que ambos infundem grande ansiedade ao pobre pombo. 

(Pormenor autentico: existem aqui um gato rajado, cinzento, e outro preto e branco, ambos vivendo da pilhagem em torno dos pombais. Estes felinos não preocupam só os pombos, mas também os donos destes. - S, Jones.) 

No caso aqui exposto, notamos em primeiro lugar a revelação assaz interessante de uma zona sulcada por uma corrente magnética terrena, com a qual entrariam em contacto os pombos-correios, a fim de se orientarem e regularem o regresso; contacto que, tão logo estabelecido, faria surgir-lhes à visão subjetiva imagens representativas e pictográficas da moradia distante, indicativas da direção própria para atingi-la. 

Fenômeno idêntico se verifica com os sensitivos psicometras que tateando qualquer objeto saturado do fluido pessoal de alguma ausente entram em relação com este alguém e vêem formar a sua visão subjetiva toda uma serie de imagens pictóricas mediante as quais se orientam em busca dessa pessoa ou esclarecem a seu respeito 

A observação inerente à corrente de magnetismo terrestre, que se perturbava ao atravessar uma cidade e constrangia o pombo a se orientar por sinais de referência, corrobora as suas próprias afirmativas, da existência dessa corrente magnética. 

Efetivamente, é o que deve suceder, sempre que uma corrente dessa natureza atravesse uma, zona de vibrações heterogêneas, perturbadoras, tais as que deve desprender-se de uma cidade industrial. 

Notarei, também, que, na iminência de um temporal, análoga perturbação deve produzir-se na corrente magnética, por força da saturação elétrica da atmosfera. 

Ora, como temos observado que grande número de pombos-correios se transviam nessas circunstâncias, todos estes dados mais não fazem que robustecer a afirmação da sensitiva, segundo a qual os pombos se orientam à custa de uma corrente magnética. 

Pudesse este fato ser cientificamente comprovado e teríamos, pela mesma lei, explicada a migração das aves, o maravilhoso instinto do ganso selvagem que, sem medir distâncias, larga-se em vôo reto das regiões africanas para as estepes siberianas, a fim de aí trançar o ninho. 

Dir-se-ia que, tal como faz o pombo-correio, esse ganso entra em contacto com uma corrente do magnetismo terrestre e veria, desse modo, surgir-lhe, à visão subjetiva, a imagem pictográfica da região que o espera e cuja imagem serviria para orientá-lo na direção conveniente. 

Maravilhosa solução de um dos principais mistérios do instinto animal, e ao mesmo tempo solução relativamente concebível, sobretudo aceitável, por causa da analogia que apresenta com o fenômeno incontestavelmente autêntico, do registro psicométrico, à distância, que suscita, também ele, visões pictográficas, a informarem o sensitivo do ambiente e das pessoas ausentes e distantes. 

Daí resultaria que o instinto migratório das aves poderia ser provocado por uma corrente nervosa e peculiar às mesmas, e que, em determinadas estações, despertasse para vibrar em consonância com as correntes magnéticas da Terra, tal como se dá com o instinto psicômetra, suscitado por uma corrente nervosa especial, que desperta em dadas circunstâncias, para vibrar em consonância com os fluidos vitais de outros indivíduos, vivos ou mortos ; ou ainda, talvez, com os traços dos acontecimentos a gravados num ambiente transcendental, que denominaremos com Myera - ambiente metaetérico. 

Encarando agora, sob outro aspecto, o fato aqui relatado, importa notar que na supradita análise psicométrica tudo quanto por sua natureza pôde ser controlado confirmativamente aos dizeres da sensitiva - a viagem do pombo por caminho de ferro, dentro de um cesto; seu traço característico de voar alto; o desvio conseqüente à circunstância de região a ele estranha; o fato de já ter sido capturado; o estado nebuloso do céu e até a existência dos dois gatos rondastes do pombal -; tudo se verificou com a mais perfeita exatidão. 

Somos, pois, levados a deduzir logicamente que as outras impressões psicométricas insuscetíveis de controle sejam igualmente verdadeiras. E ficamos confundidos ante o caso misterioso dessa sensitiva que se identifica com a débil mentalidade de um pombo, a ponto de viver da sua vida e experimentar as sensações, percepções e sentimentos emocionais ou afetivos, que angustiavam aquela minúscula personalidade na trajetória do seu retorno ao pombal. 

Mas este fenômeno da identificação completa dos psicômetras, com tudo aquilo que constitui para eles um objeto de relação, não se limita apenas aos seres vivos eu mortos, porque se estende às plantas e até a própria matéria inanimada. 

E ai que o mistério ai que torna mais desconcertante. Teremos ocasião de voltar ao assunto quando houvermos de comentar a experiência n° 8.