sábado, 26 de janeiro de 2013

Onilé



É uma divindade feminina relacionada aos aspectos essenciais da natureza, e originalmente exercia seu patronato sobre tudo o que se relaciona à apropriação da natureza pelo homem, o que inclui a agricultura, a caça, a pesca e a própria fertilidade. 

Com as transformações da sociedade Yorubá numa sociedade patriarcal ou patrilinear, que implicou a constituição de linhagens e clãs familiares fundados e chefiados por antepassados masculinos, as mulheres perderam o antigo poder que tiveram numa primeira etapa (um mito relata que, numa disputa entre Oyá e Ogum, os homens teriam arrebatado o poder que era antes de domínio das mulheres). 

Os antepassados divinizados tomaram o lugar das divindades primordiais e houve uma nova divisão de trabalho entre os Orixás. As divindades femininas antigas tiveram então seu culto reorganizado em torno de entidades femininas genéricas, as Iyami Oxorongás, consideradas bruxas maléficas pelo fato de representarem sempre um perigo para o poder masculino. 

Vários Orixás tiveram divididas entre si as atribuições de zelar pela Terra: o subsolo ficou para Olwuaye e para Ogum, o solo para Orixá Oko e Ogum, a vegetação e a caça para os Odés e Ossanha e assim por diante. A fertilidade das mulheres foi o atributo que restou às divindades femininas, já que é a mulher quem dá a luz, que reproduz e dá continuidade à vida. 

Constituiriam-se elas então em Orixás dos rios, representando a própria água, que fertiliza a terra e permite a vida: são as Yabás Oxum, Yemanjá, Obá, Oyá, Ewá e também Nanã, que como antiga divindade da terra, representa a lama do fundo do rio, simbolizando a fertilização da terra pela água.

Onilé teve seu culto preservado na África, mas perdendo muitas das antigas atribuições. Hoje ela representa nossa ligação elemental com o planeta em que vivemos, nossa origem primitiva. 

É a base de sustenção da vida, é o nosso mundo material. Embora sua importância seja crucial do ponto de vista da concepção religiosa de universo, os devotos a ela pouco recorrem, pois seu culto não trata de aspectos particulares do mundo e da vida cotidiana, preferindo cada um dirigir-se aos Orixás que cuidam desses aspectos específicos. 

Na Nigéria mantém-se viva a ideia de que Onilé é a base de toda a vida, tanto que, quando se faz um juramento, jura-se por Onilé. Nessas ocasiões, é ainda costume pôr na boca alguns grãos de terra, às vezes dissolvida na água que se bebe para selar o juramento, para lembrar que tudo começa com Onilé, a Terra Mãe, tanto na vida como na morte.

Um mito ensina qual é a atribuição principal de Onilé, como ela está associada ao chão que pisamos e sobre o qual vivemos, nosso mundo material. Assim conta o mito:

Onilé era a filha mais recatada e discreta de Olodumaré. Vivia trancada na casa do pai e quase ninguém a via. Quase nem se sabia de sua existência. 

Quando os Orixás, seus irmãos se reuniam no palácio do grande Pai para as grandes audiências, em que Olodumaré comunicava suas decisões, Onilé fazia um buraco no chão e se escondia, pois sabia que as reuniões sempre terminavam em festa, com muita música e dança ao ritmo dos atabaques. Onilé não se sentia bem no meio dos outros. 

Um dia o grande deus mandou os seus arautos avisarem: haveria uma grande reunião no palácio e os Orixás deviam comparecer ricamente vestidos, pois ele iria distribuir entre os filhos as riquezas do mundo e depois haveria muita comida, música e dança. 

Por todos os lugares os mensageiros gritaram esta ordem e todos se prepararam com esmero para o grande acontecimento. Quando chegou por fim o grande dia, cada Orixá dirigiu-se ao palácio na maior ostentação, cada um mais belamente vestido do que o outro, pois este era o desejo de Olodumaré. Yemanjá chegou vestida com a espuma do mar, os braços ornados de pulseiras de algas marinhas, a cabeça cingida por um diadema de corais e pérolas e o pescoço emoldurado por uma cascata de madrepérolas. 

Oxóssi escolheu uma túnica de ramos macios, enfeitada de peles e plumas dos mais exóticos animais. Ossanha vestiu-se com um manto de folhas perfumadas. Ogum preferiu uma couraça de aço brilhante, enfeitada com tenras folhas de palmeira. 

Oxum escolheu cobrir-se de ouro, trazendo nos cabelos as águas verdes dos rios. As roupas de Oxumaré mostravam todas as cores, trazendo nas mãos os pingos frescos da chuva. Iansã escolheu para vestir-se um sibilante vento e adornou os cabelos com raios que colheu da tempestade. 

Xangô não deixou por menos e cobriu-se com o trovão. Oxalá trazia o corpo envolto em fibras alvíssimas de algodão e a testa ostentando uma nobre pena vermelha de papagaio. E assim por diante.

Não houve quem não usasse toda a criatividade para apresentar-se ao grande pai com a roupa mais bonita. Nunca se vira antes tanta ostentação, tanta beleza, tanto luxo. 

Cada Orixá que chegava ao palácio de Olodumaré provocava um clamor de admiração, que se ouvia por todas as terras existentes. Os Orixás encantaram o mundo com suas vestes. Menos Onilé.

Onilé não se preocupou em vestir-se bem, não se interessou por nada, não se mostrou para ninguém e recolheu-se a uma funda cova que cavou no chão. 

Quando todos os Orixás haviam chegado, Olodumaré mandou que fossem acomodados confortavelmente, sentados em esteiras dispostas ao redor do trono. Ele disse então à assembléia que todos eram bem vindos. Que todos os filhos haviam cumprido seu desejo e que estavam tão bonitos que ele não saberia escolher entre eles qual seria o mais vistoso e belo. Tinha todas as riquezas do mundo para dar a eles, mas nem sabia como começar a distribuição. 

Então Olodumaré disse que os próprios filhos, ao escolherem o que achavam o melhor da natureza, para com aquela riqueza se apresentar perante o pai, eles mesmos já tinham feito a divisão do mundo. Então Yemanjá ficava com o mar, Oxum com o ouro e os rios. A Oxóssi deu as matas e todos os seus bichos, reservando as folhas para Ossanha. Deu à Iansã os raios e a Xangô o trovão. 

Fez Oxalá dono de tudo que é branco e puro, de tudo que é o princípio, deu-lhe a criação. Destinou a Oxumaré o arco íris e a chuva. A Ogum deu o ferro e tudo o que se faz com ele, inclusive a guerra. E assim por diante. Deu a cada Orixá um pedaço do mundo, uma parte da natureza, um governo particular. 

Dividiu de acordo com o gosto de cada um. E disse que a partir de então, cada um seria o dono e governador daquela parte da natureza. Assim, sempre que um humano tivesse alguma necessidade relacionada com uma daquelas partes da natureza, deveria dar uma oferenda ao Orixá que a possuísse.

Pagaria em oferendas de comida, bebida ou outra coisa que fosse da predileção do Orixá. Os Orixás, que tudo ouviram em silêncio, começaram a gritar e a dançar de alegria, fazendo um grande alarido na corte. Olodumaré pediu silêncio, ainda não havia terminado. 

Disse que faltava ainda a mais importante das atribuições. Que era preciso dar a um dos filhos o governo da Terra, o mundo no qual os humanos viviam e onde produziam as comidas, bebidas e tudo o mais que deveriam ofertar aos Orixás. 

Disse que dava a Terra a quem se vestia da própria Terra. Quem seria? perguntavam-se todos? "Onilé", respondeu Olodumaré. "Onilé?", todos se espantaram. Como, se ela nem sequer viera à grande reunião? Nenhum dos presentes a vira até então. Nenhum sequer notara sua ausência. 

"Pois Onilé está entre nós", disse Olodumaré e mandou que todos olhassem no fundo da cova, onde se abrigava, vestida de terra, a discreta e recatada filha. Ali estava Onilé, em sua roupa de terra. Onilé, a que também foi chamada de Ilê, a casa, o planeta. 

Olodumaré disse que cada um que habitava a Terra pagasse tributo a Onilé, pois ela era a Mãe de todos, o abrigo, a casa. A humanidade não sobreviveria sem Onilé. Afinal, onde ficava cada uma das riquezas que Olodumaré partilhara entre seus filhos Orixás? "Tudo está na Terra", disse Olodumaré. 

"O mar e os rios, o ferro e o ouro, os animais e as plantas, tudo", continuou. "Até mesmo o ar e o vento, a chuva e o arco íris, tudo existe porque a Terra existe, assim como as coisas criadas para controlar os homens e os outros seres vivos que habitam o planeta, como a vida, a saúde, a doença e mesmo a morte".Pois então, que cada um pagasse tributo a Onilé, foi a sentença final de Olodumaré. 

Onilé, Orixá da Terra, receberia mais presentes que os outros, pois deveria ter oferendas dos vivos e dos mortos, pois na Terra também repousam os corpos dos que já não vivem. Onilé, também chamada Aiê, a Terra, deveria ser propiciada sempre, para que o mundo dos humanos nunca fosse destruído. Todos os presentes aplaudiram as palavras de Olodumaré. 

Todos os Orixás aclamaram Onilé. Todos os humanos propiciaram a mãe Terra. E então Olodumaré retirou-se do mundo para sempre e deixou o governo de tudo por conta de seus filhos. Assim, este mito de modo didático e com muita beleza, situa o papel de Onilé no panteão dos deuses Yorubás. 

Como é estrutural nos mitos, o tempo da narrativa não é histórico, dando a impressão de que os cultos dos diferentes Orixás foram instituídos a um só tempo, num só ato do supremo Deus. A narrativa enfatiza, contudo, a concepção básica da religião dos Orixás, isto é, que cada Orixá é um aspecto da natureza, uma dimensão particular do mundo em que vivemos. 

Eles são o próprio mundo, com suas forças, elementos, energias e propriedades. Mundo este que tem por base Onilé, a Terra, o planeta que habitamos, o nosso lar no universo. Na África Yorubá, Onilé ocupa lugar central no culto da sociedade masculina secreta Ogboni. Louvar Onilé é celebrar as origens. 

Por isso, quando aparecem junto aos humanos, os antepassados egunguns saúdam Onilé, lembrando-nos que ela é anterior a tudo, mesmo às linhagens mais antigas da humanidade. 

Onilé é assentada num montículo de terra vermelha, que representa o coração da Terra, que é trazida de dentro do solo pelas formigas. Há uma quartinha com água, pois não há vida na Terra desprovida de água. A quartinha dentro da terra simboliza que a água vem de dentro da Terra e que é assim a primeira dádiva de Onilé.


A água que jorra do solo, forma os regatos, rios, lagos e o próprio mar, de onde sobe para as nuvens e se precipita em chuva, voltando ao solo e subsolo, num ciclo permanente de propiciação da vida. 

O assentamento é coberto com moedas e búzios, que entre os antigos iorubanos era dinheiro, representando toda a riqueza e prosperidade que está na Terra, que dela extraímos e na qual vivemos. Vermelho e marrom, cores da terra, são as contas apropriadas para colares que homenageiam Onilé. Na África, os sacrifícios feitos a Onilé incluem caracóis, aves fêmeas e tartarugas (Abimbola, 1977: 111). 

No Brasil, a legislação pune como crime inafiançável o sacrifício de animais ameaçados de extinção e, por isso, a tartaruga é substituída pela cabra. Aliás, matar um animal em extinção seria uma ofensa imperdoável à Onilé, que é a própria natureza, a grande Mãe da ecologia. 

Além desses animais, dá-se para Onilé tudo o que a terra produz e que o homem transforma: obis, orobôs e todas as demais frutas, inhame e outros tubérculos, feijões, milho, favas, mel, dendê, sal, vinho e tudo mais que vem da terra pela mão do homem. Onilé, isto é, a Terra. Tem muitos inimigos que a exploram e podem destruí-la. 

Para muitos seguidores da religião dos Orixás, interessados em recuperar a relação Orixá-natureza, o culto de Onilé representaria a preocupação com a preservação da própria humanidade e de tudo que há em seu mundo. Pois é Onilé quem guarda o planeta e tudo que há sobre ele, protegendo o mundo em que vivemos e possibilitando a própria vida de tudo o que vive: as plantas, os bichos e a humanidade.

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O CULTO DOS EGUNGUS




O CULTO DOS EGUNGUS

Através do culto aos ancestrais, os Egun ou Egungum é possível reconstruir origens, etnias, memória. Essa memória, enraizada na multiplicidade da herança negro-africana, expande com força total, um ethos que passando a diversidade de suas expressões manifestas - Nagô, Jeje, Angola, Cango, etc. - permite revelar estruturas, valores, normas, denominadores comuns onde a questão da ancestralidade mítica e histórica, marca a existência de uma forte comunalidade. É na memória e no culto aos antepassados que essa comunalidade se afirma (MESTRE DIDI)

Egungun ou Egun, espírito ancestral de pessoa importante, homenageado no Culto aos Egungun, esse culto é feito em casas separadas das casas de Orixá. No Brasil o culto principal à Egungun é praticado na Ilha de Itaparíca no Estado da Bahia mas existem casas em outros Estados.

Os yorubás, então, cultuam os espíritos dos "mais velhos" de diversas formas, de acordo com a hierarquia que tiveram dentro da comunidade e com a sua atuação em prol da preservação e da transmissão dos valores culturais. E só os espíritos especialmente preparados para serem invocados e materializados é que recebem o nome Egun, Egungun, Babá Egun ou simplesmente Babá (pai), sendo objeto desse culto todo especial.

Porque o objetivo principal do cultos dos Egun é tornar visível os espíritos dos ancestrais, agindo como uma ponte, um veículo, um elo entre os vivos e seus antepassados. E ao mesmo tempo que mantém a continuidade entre a vida e a morte, o culto mantém estrito controle das relações entre os vivos e mortos, estabelecendo uma distinção bem clara entre os dois mundos: o dos vivos e o dos mortos (os dois níveis da existência)

Os Egungun se materializam, aparecendo para os descendentes e fiéis de uma forma espetacular, em meio a grandes cerimônias e festas, com vestes muito ricas e coloridas, com símbolos característicos que permitem estabelecer sua hierarquia.

Os Babá-Egun ou Egun-Agbá (os ancestrais mais antigos) se destacam por estar cobertos de búzios, espelhos e contas e por um conjunto de tiras de pano bordadas e enfeitadas que é chamado Abalá, além de uma espécie de avental chamado Bantê, e por emitirem uma voz característica, gutural ou muito fina. Os Aparaká são Egun mais jovens: não têm Abalá nem Bantê e nem uma forma definida; e são ainda mudos e sem identidade revelada, pois ainda não se sabe quem foram em vida.

Acredita-se, então, que sob as tiras de pano encontra-se um ancestral conhecido ou, se ele não é reconhecível, qualquer coisa associada à morte. Neste último caso, o Egungun representa ancestrais coletivos que simbolizam conceitos morais e são os mais respeitados e temidos entre todos os Egungun, guardiães que são da ética e da disciplina moral do grupo.

No símbolo "Egungun" está expresso todo o mistério da transformação de um ser deste-mundo num ser-do-além, de sua convocação e de sua presença no Aiyê (o mundo dos vivos). Esse mistério (Awo) constitui o aspecto mais importante do culto.(Fonte-Wikipédia)

O Egun é a morte que volta à terra em forma espiritual e visível aos olhos dos vivos. Ele "nasce" através de ritos que sua comunidade elabora e pelas mãos dos ojé (sacerdotes) munidos de um instrumento invocatório, um bastão chamado ixan, que, quando tocado na terra por três vezes e acompanhado de palavras e gestos rituais, faz com que a "morte se torne vida", e o Egungun ancestral individualizado está de novo "vivo".

A aparição dos Eguns é cercada de total mistério, diferente do culto de Orisa, em que o transe acontece durante as cerimônias públicas, perante olhares profanos, fiéis e iniciados. O Egungun simplesmente surge no salão, causando impacto visual e usando a surpresa como rito. Apresenta-se com uma forma corporal humana totalmente recoberta por uma roupa de tiras multicoloridas, que caem da parte superior da cabeça formando uma grande massa de panos, da qual não se vê nenhum vestígio do que é ou de quem está sob a roupa. Fala com uma voz gutural inumana, rouca, ou às vezes aguda, metálica e estridente — característica de Egun, chamada de séégí ou sé, e que está relacionada com a voz do macaco marrom, chamado ijimerê na Nigéria.

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UMA LENDA DE NANÃ



Lenda de Nanã!

Dizem que quando Olorum encarregou Osalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o Òrìsà tentou vários caminhos. 

Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra, mas ainda a tentativa foi pior. 

Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada. Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a Osalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as águas, que é Nanã. 

Osalá criou o homem, o modelou no barro. Com o sopro de Olorum ele caminhou. Com a ajuda dos òrìsà povoou a Terra. Mas tem um dia que o homem tem que morrer. 

O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de Nanã. Nanã deu a matéria no começo mas quer de volta no final tudo o que é.

Sálubà!

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

MENSAGEM DO DIA





HOJE É DIA DE OXALÁ


OXALÁ é o detentor do poder procriador masculino. Todas as suas representações incluem o branco. É um elemento fundamental dos primórdios, massa de ar e massa de água, a protoforma e a formação de todo o tipo de criaturas no AIYE e no ORUN. 

Ao incorporar-se, assume duas formas: OXAGUIÃ jovem guerreiro, e OXALUFÃ, velho apoiado num bastão de prata (APAXORÓ). OXALÁ é alheio a toda a violência, disputas, brigas, gosta de ordem, da limpeza, da pureza. A sua cor é o branco e o seu dia é a sexta-feira. Os seus filhos devem vestir branco neste dia. Pertencem a OXALÁ os metais e outras substâncias brancas.

Em África, todos os Orixás relacionados com a criação são designados pelo nome genérico de Orixá Fun Fun. O mais importante entre todos eles chama-se Orixalá (Òrìsanlà), ou seja, o grande Orixá, que nas terras de Igbó e Ifé é cultuado como Obatalá, rei do pano branco. 

Eram cerca de 154 Orixás Fun Fun, mas no Brasil e na Europa a quantidade reduz-se significativamente, sendo que dois, Orixá Olùfón, rei de Ifón (Oxalufã) e Orixá Ógìyán, o comedor de inhame e rei de Egigbó (Oxaguiã), se tornaram as suas expressões mais conhecidas.

A designação de Orixá Fun Fun deve-se ao facto de a cor branca se configurar como a cor da criação, guardando a essência de todas as demais. O branco representa todas as possibilidades, a base de qualquer criação. 

O nome Orisanlá foi contraído e deu origem à palavra Oxalá, e com esse nome o grande Deus-pai passou a ser conhecido no Brasil e na Europa. Todos os Orixás Fun Fun foram reunidos em Oxalá e divididos em várias qualidades das suas duas configurações principais: Òsálufón, Osagiyan, sendo este último, jovem e guerreiro, filho do primeiro mais velho e paciente.

Todas as histórias que relatam a criação do mundo passam necessariamente por Oxalá, que foi o primeiro Orixá concebido por Olodumaré e encarregado de criar não só o universo, como todos os seres, todas as coisas que existiriam no mundo.



A maior interdição de Oxalá é de facto o azeite-de-dendê, que jamais deve macular as suas roupas, os seus objectos sagrados e muito menos o seu Alá. A única coisa vermelha que Oxalá permite, é a pena de Ikodidè, prova de sua submissão ao poder genitor feminino.

O Alá representa a própria criação, está intimamente relacionado com a concepção de cada ser; é a síntese do poder criador masculino. A sua função primeira já remete ao seu significado profundo. A acção de cobrir não evoca somente protecção, zelo, denota a actividade masculina no acto sexual.

No Xirê, Oxalá é homenageado por último porque é o grande símbolo da síntese de todas as origens. Ele representa a totalidade, o único Orixá que, como Exú, reside em todos os seres humanos. Todos são seus filhos, todos são irmãos, já que a humanidade vive sob o mesmo teto, o grande Alá que nos cobre e protege, o céu.

FONTE DE PESQUIZA: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=435423679833054&set=pb.434447636597325.-2207520000.1359117497&type=3&theater

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Preconceito Ainda Existe?


O Preconceito Ainda Existe, Não Podemos Fechar os Olhos.

No Capítulo de hoje da novela Lado a Lado da Rede Globo, a personagem Jurema, interpretada pela atriz Zezeh Barbosa, foi presa por praticar a sua fé, o Candomblé. 

As palavras do delegado Praxedes, personagem vivido por Guilherme Pive, transparecem de forma clara o preconceito existente à época: “Praticar jogos de adivinhação e magia é contra a lei. E não adianta pedir clemência, a denúncia veio de um padre muito respeitado!”.

Com efeito, cremos que a novela trabalhará a questão do preconceito religioso de forma coerente, séria e verdadeira, entretanto, ainda é incipiente julgarmos uma opinião formada concernente ao modo como o mesmo será abordado na trama.

Em resposta, a personagem indignada, profere com sabedoria: “Eu não preciso da clemência de ninguém, não fiz nada de errado! O meu único sentimento agora é de tristeza, de ver tanta intolerância!”.

Fato é que, mesmo passados tantos anos do tempo que ocorre a trama, a questão não poderia ser mais atual. A cada dia, nós Candomblecistas, somos cerceados no que tange a nossa liberdade de culto, infelizmente a intolerância religiosa ainda impera na sociedade. 

Sobre isso, é importante refletirmos, à exemplo do ora dito pela personagem, Nós Não Estamos Fazendo Nada de Errado!

Nós devemos ser respeitados pelo povo, pelos demais credos e, sobretudo, pela sociedade. Esperamos ver na novela, um desfecho diferente daqueles que ocorreram com tantos dos nossos antepassados, ou seja, um desfecho com Justiça!

Terreiro de Òsùmàrè

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

NOSSOS TRABALHOS EM ARTESANATOS E PONTO CRUZ

Motumbá meus amigos e minhas amigas do blog Bara Lonan. Hoje venho novamente divulgar os nossos trabalhos de artesanatos e bordados em ponto cruz.

Espero que gostem e façam seu enxoval e suas lembrancinhas conosco.

Fernando t'Oxaguian.





O candomblé X Dias Atuais




Antes a pessoa ao se adentrar a uma casa de asé, era humilde, respeitava a hierarquia, todos os preceitos, muitos durante um certo periodo iam viver na roça de santo, ate o fim do seu preceito. 

Ao tomarem seu Adeka (Obrigação de 7 anos) nem todos recebiam o direito de abrir casa, nem tomavam posto ou cargo era uma questão de determinação e escolha do Òrisá.

Até porque para se iniciar alguém era por questão de missão (cobrança de Òrisá) ou por questão de Saúde, nunca por vaidade ou luxo.

Nos dias Atuais 

É comum ver pessoas pagando, para se iniciar já com cargo. Tomando um ano e recebendo do seu Zelador a permissão pra jogo, e ate abrir casa.

Pessoas sem sua Obrigação de 7 anos, se intitulando Babalorisá e Yalorisá. Zeladores de renome, sendo coniventes com isso, por questão de $$.

É uma coisa muito grave, algumas pessoas usando o fato da religião, não segregar intolerância ou descriminação, muitos se aproveitam para assumir sua opção sexual, se valendo de associar isso a sua espiritualidade o que é um erro.

Ao longo dos tempos a essência do verdadeiro Candomblé, vem se perdendo, sendo esquecido, e está se criando verdadeiras abominações, invenções . . .

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A ORIGEM DO CANDOMBLÉ



È uma religião originária da África, trazida ao Brasil pelos negros escravizados na época da colonização brasileira. A presença das religiões africanas é uma conseqüência imprevista do tráfico, dos escravos, que determinou a afluência de cativos Gegês e Nagôs (Daomeanos e Yorubás), trazidos, da Costa dita dos Escravos e desembarcados, principalmente, na Bahia e em Pernambuco.
A extraordinária resistência oposta pelas religiões africanas às formas de alienação e de extermínio haveria de surpreender.
A religião foi tolerada porque os senhores julgavam as danças e os batuques
simples divertimentos de negros nostálgicos, úteis para que eles guardassem a lembrança de suas origens diversas e de seus sentimentos de aversão recíproca.
O Candomblé se difundiu no Brasil no século passado, com a migração de africanos como escravos para os senhores de terra. A população escrava no Brasil consistia quase totalmente de negros de Angola. No momento da chegada dos nagôs, um século e meio de escravidão havia passado, distribalizando o negro e apagando seus costumes, crenças e sua língua nacional.
Mas o elemento africano, resistiu e criou uma forma de cultuar seus deuses através do sincretismo com os santos católicos.
Mesmo levando em conta a pressão social e religiosa, era relativamente fácil para os escravos, na sonolência geral, reinstalar na Bahia as crenças e práticas religiosas que trouxera da África, pois, a igreja católica estava cansada do esforço despendido na criação de irmandades de negros como tentativa de anular toda sua cultura, mas todos os meses novas levas de escravos, adeptos ao culto
aos Orixás, desembarcavam na Bahia.
Por volta de 1830 três negras conseguiram fundar o primeiro templo de sua religião na Bahia, conhecida como Ylê Yá Nassó, casa da mãe Nassó. (Nassó seria o título de princesa de uma cidade natal da costa da África). Esta seria a primeira a resistir às opressões católicas, desta casa se originam
mais três que sobrevivem até hoje e que fazem parte do grande Candomblé da Bahia, sendo elas:
O Engenho velho ou Casa Branca, Gantóis, cuja ilustre dirigente foi mãe menininha do gantóis (falecida em 1986) e do Alaketu.
Os Candomblés se diversificaram desde 1830, a medida que a religião dos nagôs se firmava, primeiro entre os escravos e for fim, no seio do povo. Hoje há quatro tipos de Candomblé ou Candomblé de quatro nações: Kêtu (povo nagô), Jêje (povo nagô, mas obedientes a uma outra cultura), Angolacongo (povo bantu, este culto é mais abrasileirado) e de caboclo (cultuam mais os caboclos, mistura-se com a Umbanda).
O Candomblé baseia-se no culto aos Orixás, deuses oriundas das quatro forças da natureza: Terra, Fogo, Água e Ar. Os Orixás são, portanto, forças energéticas, desprovidas de um corpo material. Sua manifestação básica para os seres humanos se dá por meio da incorporação. O ser escolhido pelo orixá, um dos seus descendentes, é chamado de elegum, aquele que tem o privilégio de ser montado
por ele. Torna-se o veículo que permite ao orixá voltar à Terra para saudar e receber as provas de respeito de seus descendentes que o evocaram. Cada orixá tem as suas cores, que vibram em seu elemento visto que são energias da natureza, seus animais, suas comidas, seus toques (cânticos), suas saudações, suas insígnias, as suas preferências e suas antipatias, e aí daquele que devendo obediência
os irrita.
A síntese de todo o processo seria a busca de um equilíbrio energético entre os seres materiais habitantes da Terra e a energia dos seres que habitam o orum, o suprareal (que tanto poderia localizar-se no céu - como na tradição cristã - como no interior da Terra, ou ainda numa dimensão estranha a essas duas, de acordo com diferentes visões apresentadas por nações e tribos diferentes).
Cada ser humano teria um orixá protetor, ao entrar em contato com ele por intermédio dos rituais, estaria cumprindo uma série de obrigações. Em troca, obteria um maior poder sobre suas próprias reservas energéticas, dessa forma teria mais equilíbrio.
Cada pessoa tem dois Orixás. Um deles mantém o status de principal, é chamado de orixá de cabeça, que faz seu filho revelar suas próprias características de maneira marcada. O segundo orixá, ou ajuntó, apesar de distinção hierárquica, tem uma revelação de poder muito forte e marca seu filho, mas de maneira mais sutil. Um seria a personalidade mais visível exteriormente, assim como o corpo de cada pessoa, enquanto o outro seria a face oculta de sua personalidade, menos visível aos que conhecem a pessoa superficialmente, e às potencialidades físicas menos aparentes.
Como qualquer outra religião do mundo, o Candomblé possui cerimoniais específicos para seus adeptos porém, esses ritos mostram singularidades especialíssimas, como a leitura de búzios (um primeiro e ocular contato com os Orixás), a preparação e entrega de alimentos para cada uma das entidades ou as complexas e prolongadas iniciações dos filhos-de-santo. Através da observância desses
procedimentos é que o Candomblé religa os humanos aos seres astrais, proporcionando àqueles o equilíbrio desejado na existência.

TEXTO ESCRITO POR: https://www.facebook.com/emerson.silva.1004

QUALIDADES - AINDA UM TABU?

No Brasil, existe, sem dúvida, uma questão muito polêmica sobre as multiplicidades dos Orixás, chamada por todos de qualidade de Orixá.

Para melhor entendimento, será postado a cada dia explicações sobre o tema e também as qualidades mais conhecidas de cada Orixá, de acordo com o seu dia. 

A começar que na África não há qualidade de Orisá; ou seja, em cada região cultua-se um determinado Orisá que é considerado ancestral dessa região. É de se saber que Esu é cultuado em todo território africano, da forma que Osun da cidade de Osogbo é chamada de Osun Osogbo, da região de Iponda é a Osun Iponda, Ogun da região de Ire é Ogún Ire (Onire: chefe de Ire), do estado de Ondo é Ogún Ondo, etc.

Na época do tráfico de escravos vieram para o Brasil diversas etnias: Ijesas, Oyos, Ibos, Ketus, etc., e cada qual trouxe seus costumes juntos com seus Orisás digamos particulares, e após a mistura dessas tribos e troca de informações entre eles cada sacerdote, ou quem entendia de um determinado Orisá, ensinou e aprendeu fundamentos sobre o que não sabia e a partir daí surgem todos esses aspectos e essa quantidade de Orisá presente aqui no Brasil, sendo que o Orisá é o mesmo, porém com origens diferenciadas.

É claro que por ter origens diferenciadas seus cultos possuem particularidades religiosas e até mesmo culturais, como por exemplo Oyá Petu que tem seus fundamentos assim como Oyá Tope terá o seu. Isso nada mais é que uma passagem do mesmo Orisá por diversos lugares e cada povo passou a cultuá-lo de acordo com seus próprios costumes. Um exemplo mais nítido é que aqui fazemos muitos pratos para Osun com feijão fradinho, entretanto num determinado país não há esse feijão e portanto foi substituído por um grão semelhante e assim puderam continuar com o culto a Osun sem a preocupação de importar o feijão fradinho.

Outro exemplo é Osun Kare, sendo que "kare" é uma louvação à Osun, quando se diz: "Kare ò Osun"! A palavra "kare" também é uma espécie de bairro na África, logo Osun cultuada em kare é a Osun kare, e por aí vai surgindo desordenadamente essa quantidade de Orisá aqui no Brasil. 

Imagine um rio que atravessa todo território Nigeriano e, em suas margens, diversas etnias que, num determinado local, algumas pessoas diriam que ali é a morada de Osun Ijimu (cidade de Ijumu na região dos Ijesa), mais para frente em Iponda diria aqui é a morada de Osun Iponda, mais para frente, em Ede esse rio terá o culto de Ologun Ede, o chefe de guerra de Ede segundo sua mitologia, ou seja, serão diversos Orisás cultuados num mesmo rio por diversas etnias, porém com pequenas particularidades. 

Isso acontece com todos os Orisás e suas mitologias fazem alusão a essas passagens e constantes peregrinações de seus sacerdotes que, por viagens comercias ou por guerras intertribais, sempre espalharam seus Orisás em outras regiões. Se uma tribo fosse invadida por outra e acabasse sendo dominada, a tribo vencedora levava seus Orisás e obrigava aquela população derrotada a cultuar os "novos" Orisás.

Há portanto uma caracterização variada das principais divindades, de acordo com seus feitos ou locais de culto, ou seja, uma mesma divindade com vários sobrenomes, para que suas origens sejam identificadas e saibamos de onde é nossa ancestralidade. 

O motivo de sabermos a qualidade de nosso Orisá nada mais é para sabermos nossa ancestralidade, nossas origens, de quem descendemos e mantermos a forma como nossos antepassados cultuavam aquela determinada "qualidade" de Orisá. É isso que multiplica os Orisás aqui no Brasil.

TEXTO TIRADO DE: https://www.facebook.com/CandombleSim

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Etù a galinha D'Angola


A Galinha de Angola era uma ave muito feia e por isso, afastava as pessoas de perto de si, mesmo sendo muito rica. Ela vivia abandonada em uma grande floresta em meio a sua riqueza.

Cansada de ser desprezada, resolveu consultar o oráculo sagrado no Palácio de Obatalá. Quando lá chegou, o Sacerdote a colocou para fora, dizendo que ela deveria estar usando um Alá branco para entrar na casa do Grande Deus Funfun. Ainda mais triste, a Galinha de Angola resolveu ir para outra floresta e de uma vez por todas, deixar de conviver perto de
tudo e todos.

Após 21 dias caminhando, a Galinha de Angola parou em uma floresta, sem saber que era sagrada (Igbodu). Lá, ela encontrou um velho maltrapilho gemendo de dores. Esse velho disse:

“Pare! estou muito doente e não tenho dinheiro para me alimentar, me dê o que comer e beber, por favor,”!

A Galinha de Angola pegou tudo o que tinha e deu ao velho homem que, após saciar a sua fome e sede, caiu dormindo em sono profundo. A Galinha de Angola continuou preocupada com o velho e ficou ao seu lado enquanto ele dormia. Ao acordar, o velho perguntou-lhe, porque ainda estava lá, fazendo companhia para aquele velho maltrapilho.

A Galinha começou a dizer que não poderia abandoná-lo, pois ele estava precisando dela, dize sua história ao velho, falando que todos lhe achavam feia, com um aspecto repugnante e que não mais queria viver.

O Velho respondeu que o seu exterior não importava em nada, pois por dentro, ele era um dos seres mais belos que existia. Disse que aquela era uma floresta sagrada e que na verdade, ele era Obatalá. A Galinha de Angola ficou surpresa com a revelação, pedindo-lhe desculpas por entrar na floresta sagrada.

Obatalá pegou Efun e começou a pintar a Galinha de Angola, que ficou muito bonita. Além disso, Obatalá disse que, o maior símbolo para os iniciados era o Osù e modelou um na superfície da cabeça da Galinha de Angola, dizendo que, a partir daquele momento, ela seria o Animal mais Sagrado do Culto aos Òrìsàs, pois somente ela, traz o Grande Osù em sua cabeça.

Essa história é um grande ensinamento, pois mostra que não podemos julgar ninguém por sua aparência, mostra que não devemos jamais negar comida e bebida. Nossa religião oferta, ajuda e acolhe, essa é mensagem que devemos guardar.

Que nosso Pai Òsùmàrè Aràká continue olhando e abençoando todos.
Terreiro de Òsùmàrè

O USO DO EKODIDÉ

Ekodidé 

Ekodidé, akodide ou okodide como é chamado pelo povo do santo é uma pena vermelha, extraida da cauda de um tipo de papagaio africano, chamado no Brasil de (papagaio do Gabão) ou papagaio-cinzento.

Pertence à espécie psittacus erithacus, denominado pelo povo Yorùbá como Odíde. Esta pena é utilizada nos ritos de passagem, na feitura de santo e por todos eleguns, que carregam em sua testa ou no centro da cabeça, simbolizando a realeza, honra, status adquirido pelo fato dele ter se iniciado para ser um novo sacerdote dedicado ao culto daquele Orixá, possibilitando a este individuo o dom da palavra e sabedoria no novo aprendizado desta cultura chamada de candomblé. 

Lenda do uso do Ekodidé 

“Uma sacerdotisa cujo nome era Omo Òsum (filha ou descendente de Oxum) servia a Òxàlá e estava encarregada de zelar por seus paramentos e particularmente por sua coroa. 

Alguns dias antes do festival anual, umas seguidoras de Òxàlá , invejosas da posição de Omo Òsum, decidiram roubar a coroa e joga-la nas águas. Quando Omo Òsum descobriu o furto, seu desespero foi profundo. 

Uma menina que ela criava aconselhou-a a comprar, no dia seguinte de manhã, o primeiro peixe que encontrasse no mercado. No dia seguinte, Omo Òsum não conseguiu encontrar nenhum peixe e foi somente na sua volta que encontrou um rapaz que trazia um grande peixe à cabeça. 

Chegando à sua casa, Omo Òsum não conseguia abrir o peixe. A garota apanhou um pedaço de faca muito usado – cacumbu – e facilmente conseguiu fender a barriga do peixe no interior da qual luzia a coroa. 

Chegando o dia da grande cerimônia, as invejosas sabendo que Omo Òsum havia miraculosamente encontrado a coroa, decidiram recorrer a trabalho mágico para desprestigiar Omo Òsum em frente a Òxàlá. 

Elas colocaram um preparado na cadeira de Omo Òsum , situada ao lado do trono de Òxàlá.



Todo mundo estava reunido e esperava em pé a chegada do grande Oba. Quando chegou, sentou-se e fez sentar-se todos os presentes. Em seguida pediu a Omo Òsum que lhe desse os paramentos. 

Quando ela quis levantar, foi incapaz de fazê-lo. Tentou veementemente várias vezes a conseguir, enfim, mas o preço do grande esforço foi desgarrar as partes baixas de seu corpo que começaram a sangrar copiosamente, manchando tudo de vermelho. 

Òxàlá, cujo tabu é o vermelho, levantou-se inquieto, e Omo Òsum, aturdida e envergonhada, fugiu. Segue-se uma longa odisséia durante a qual Omo Òsum foi bater à porta de todos os Orixás e nenhum deles quis recebê-la. 

Enfim, ela foi implorar ajuda de Oxum, que a recebeu afetuosamente e transformou o corrimento sangüíneo em penas vermelhas do pássaro odide, chamadas ekódidé ou ikóóde, que iam caindo dentro de uma cabaça, colocada para recebê-las. 

Diante desse mistério – awo – a transformação do corrimento de sangue em ekódidé, todos regozijaram-se, começando os tambores a rufar e a correrem de todas as partes para assistir ao acontecimento: Yèyè sawo: Mãe fez mistério (Mãe conhece segredo, é mistério). 

A festa se organizou e todas as noites Oxum abria as portas para receber os visitantes que, entrando, apanhavam um ekódidé e colocavam cauris (dinheiro) na cuia colocada ao lado. Todos os Orixás vieram tomar parte no acontecimento. 

Finalmente, o próprio Òsàlá foi atraído pelas festividades. Apresentou-se em casa de Oxum e, como os outros, saudou-a fazendo o dòdòbálè, apanhou um ekódidé e o prendeu em seus cabelos. 

Um cântico relembra para sempre essa circunstância: Òdòfin dòdòbálè k’obinrin – Òdòfin (Òrinsàlà) saúda prostrando-se frente à mulher. Mesmo o grande Orixá Funfun faz o dòdòbálè – alongando-se no solo, tocando-o com o peito em sinal de respeito e de submissão – diante do poder de gestação”.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

OLOKUN



Olokun

Entre os Lukumi, Olokún é o Orixá dos oceanos, donde toda vida se originou, e o zelador das suas riquezas e mistérios. Como o oceano, que oculta incontáveis mistérios, esta divindade é considerada um dos mais desconcertantes Orixás do panteão Lukumi. 

Uma lenda do odu Irossun - o principal odu do dilogun em que Olokún se manifesta – enuncia que “ninguém sabe o que descansa no fundo do mar”. Por extensão, nenhum ser humano poderá alguma vez compreender verdadeiramente a magnitude e a força vigorosa desta misteriosa divindade.

Não há consenso quanto ao sexo de Olokún. Em algumas áreas da África Ocidental, Olokún é considerado masculino, ao passo que em outras é feminino. Para muitos, Olokún é descrito como um rei num palácio subaquático e com muitas esposas. Várias qualidades de Iemanjá e de Oxum são consideradas mulheres de Olokún.

Hoje em dia, tanto os Babalawós, quanto os Babalorixás e Yalorixás letrados, expostos à recente e massiva disponibilidade de literatura de antropólogos e outros estudiosos da cultura Ioruba, insistem em que Olokún é masculino. 

Alguns Babalorixás e Yalorixás insistem em que Olokún é assexuado, hermafrodita ou andrógino. Não obstante, as linhagens cubanas onde as principais tradições a respeito de Olokún se originaram, sustentam obstinadamente que este Orixá é feminino. Esta controvérsia também se reflecte nos cantos para Olokún e nos rituais associados com sua consagração.

A despeito da caridade geral e da boa natureza de Olokún, este Orixá é uma força a ser temida quando contrariada. Um grande número de lendas refere a ira de Olokún.

Num destes mitos, narrado no odu Ejiogbé Odi, descreve-se a insatisfação deste Orixá com a maneira em que Olorum distribuiu os domínios entre os Orixás. 

O argumento era que, desde que foi consignado a Olokún governar sobre os oceanos, e estes formam a maior parte do planeta, Olokún era mais poderoso que Olorum e assim era o Ser Supremo. Para demonstrá-lo, os oceanos começaram a criar ondas irrefreáveis e gigantescas que tratavam de afogar a Terra e seus habitantes.

A LENDA DO OBI



Lenda de Obi


Olodunmare chama os homens para retornarem ao seu lar, porém nem mesmo a morte é capaz de apagar as lembranças os feitos de grandes homens.

Obi é um elemento muito importante no culto de Vodun, Orisa e Nkise. A noz de cola, Obi, é o símbolo da oração no céu.

É um alimento básico, e toda vez que é oferecido, o seu consumo é sempre precedido por preces.

Foi Orunmila quem revelou como a noz de cola foi criada.

Quando Olodunmare descobriu que as divindades estavam lutando umas contra as outras, antes de ficar claro que Esu era o responsável por isso, Ele decidiu convidar as quatro mais moderadas divindades (Paz, a Prosperidade, a Concórdia e Aiye, a única divindade feminina presente), para entrarem em acordo sobre a situação.

Eles deliberaram longamente sobre o motivo de os mais jovens não mais respeitarem os mais velhos, como ordenado pelo Deus Supremo.

Todos começaram então a rezar pelo retorno da unanimidade e equilíbrio. Enquanto estavam rezando pela restauração da harmonia, Olodunmare abriu e fechou sua mão direita apanhando o ar.

Em seguida abriu e fechou sua mão esquerda, de novo apanhando o ar.

Após isso, Ele foi para fora, mantendo Suas mãos fechadas e plantou o conteúdo das duas mãos no chão.

Suas mãos haviam apanhado no ar as orações e Ele as plantou. No dia seguinte, uma árvore havia crescido no lugar onde Deus havia plantado as orações que Ele apanhara no ar.

Ela rapidamente cresceu, floresceu e deu frutos.

Quando as frutas amadureceram para colheita, começaram a cair no solo.

Aiye pegou-as e as levou para Olodunmare,e Ele disse a ela para que fosse e preparasse as frutas do jeito que mais lhe agradasse.

Primeiro, ela tostou as frutas, e elas mudaram sua textura, o que as deixou com gosto ruim.

No outro dia, Ela pegou mais frutas e as cozinhou, e elas mudaram de cor e não podiam ser comidas. Enquanto isso, outros foram fazendo tentativas, no entanto todas foram mal sucedidas.

Foram então até Olodunmare para dizer que a missão de descobrir como preparar as nozes era impossível.

Quando ninguém sabia o que fazer, Elenini, a divindade do Obstáculo, se apresentou como voluntária para guardar as frutas.

Todas as frutas colhidas foram então dadas a ela. Elenini então partiu a cápsula, limpou e lavou as nozes e as guardou com as folhas para que ficassem frescas por catorze dias.

Depois, ela começou a comer as nozes cruas.

Ela esperou mais catorze dias e depois disso percebeu que as nozes estavam vigorosas e frescas.

Após isso, ela levou as frutas para Olodunmare e disse a todos que o produto das preces, Obi, podia ser ingerido cru sem nenhum perigo.

Deus então decretou que, já que tinha sido Elenini, a mais velha divindade em Sua casa quem conseguiu descodificar o segredo do produto das orações, as nozes deveriam ser dali por diante, não somente um alimento do céu, mas também, onde fossem apresentadas, deveriam ser sempre oferecidas primeiro ao mais velho sentado no meio do grupo, e seu consumo deveria ser sempre precedido por preces.

Olodunmare também proclamou que, como um símbolo da prece, a árvore somente cresceria em lugares onde as pessoas respeitassem os mais velhos.

Naquela reunião do Conselho Divino, a primeira noz de cola foi partida pelo Próprio Olodunmare e tinha duas peças.

Ele pegou uma e deu a outra para Elenini, a mais antiga divindade presente. A próxima noz de cola tinha três peças, as quais representavam as três divindades masculinas que disseram as orações que fizeram nascer a árvore da noz de cola.

A próxima tinha quatro peças e incluía assim Aiye, a única mulher que estava presente na cerimónia.

A próxima tinha cinco peças e incluiu Orisa-Nla.

A próxima tinha seis peças representando a harmonia, o desejo das orações divinas.

A noz de cola com seis peças foi então dividida e distribuída entre todos no Conselho.

Aiye então levou a noz de cola para a Terra, onde sua presença é marcada por preces e onde ela só germina e floresce em comunidades humanas onde existe respeito pelos mais velhos, pelos ancestrais e onde a tradição é glorificada.

Por que o culto do orixá é chamado de Candomblé?



Em 1830, algumas mulheres negras originárias de Ketu, na Nigéria, e pertencentes a irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, reuniram-se para estabelecer uma forma de culto que preservasse as tradições africanas aqui, no Brasil.

Segundo documentos históricos da época, esta reunião aconteceu na antiga Ladeira do Bercô; hoje, Rua Visconde de Itaparica, próximo a Igreja da Barroquinha na cidade de São Salvador – Estado da Bahia.

Desta reunião, que era formada por várias mulheres, como foi relatado anteriormente, uma mulher ajudada por Baba-Asiká, um ilustre africano da época, se destacou:

- Íyànàssó Kalá ou Oká, cujo o òrúnkó no orixá era Íyàmagbó-Olódùmarè.
Mas, o motivo principal desta reunião era estabelecer um culto africanista no Brasil, pois viram essas mulheres, que se alguma coisa não fosse feita aos seus irmãos negros e descendentes, nada teriam para preservar o “culto de orixá”, já que os negros que aqui chegavam eram batizados na Igreja Católica e obrigados a praticarem assim a religião católica.

Porém, como praticar um culto de origem tribal, numa terra distante de sua ìyá ìlú àiyé èmí, ou a mãe pátria terra da vida, como era chamada a África, pelos antigos africanos?

Primeiro, tentaram fazer uma fusão de várias mitologias, dogmas e liturgias africanas. Este culto, no Brasil, teria que ser similar ao culto praticado na África, em que o principal quesito para se ingressar em seus mistérios seria a iniciação. 

Enquanto na África a iniciação é feita muitas vezes em plena floresta, no Brasil foi estabelecida uma mini-África, ou seja, a casa de culto teria todos os orixás africanos juntos. 

Ao contrário da África, onde cada orixá está ligado a uma aldeia, ou cidade; por exemplo: Xangô em Oyó, Oxum em Ijexá e Ijebu e assim por diante.
Mas, por que esse culto foi denominado de Candomblé?

Este culto da forma como é aqui praticado e chamado de Candomblé, não existe na África. O que existe lá é o que se chama de culto ao orixá, ou seja, cada região africana cultua um orixá e só inicia elegun ou pessoa daquele orixá. 

Portanto, a palavra Candomblé foi uma forma de denominar as reuniões feitas pelos escravos, para cultuar seus deuses, porque também era comum chamar de Candomblé toda festa ou reunião de negros no Brasil. Por esse motivo, antigos Babalorixás e Yalorixás evitavam chamar o “culto dos orixás” de Candomblé. 

Eles não queriam com isso serem confundidos com estas festas. Mas, com o passar do tempo a palavra Candomblé foi aceita e passou a definir um conjunto de cultos vindo de diversas regiões africanas.

A palavra Candomblé possui 2 (dois) significados entre os pesquisadores: Candomblé seria uma modificação fonética de “Candonbé”, um tipo de atabaque usado pelos negros de Angola; ou ainda, viria de “Candonbidé”, que quer dizer “ato de louvar, pedir por alguém ou por alguma coisa”.

Como forma complementar de culto, a palavra Candomblé passou a definir o modelo de cada tribo ou região africana, conforme a seguir:

Candomblé da Nação Ketu
Candomblé da Nação Jeje
Candomblé da Nação Angola
Candomblé da Nação Congo
Candomblé da Nação Muxicongo

A palavra “Nação” entra aí não para definir uma nação política, pois Nação Jeje não existia em termos políticos. O que é chamado de Nação Jeje é o Candomblé formado pelos povos vindos da região do Dahomé e formado pelos povos Mahin.

Os grupos que falavam a língua yorubá entre eles os de Oyó, Abeokutá, Ijexá, Ebá e Benin vieram constituir uma forma de culto denominada de Candomblé da Nação Ketu.

Ketu era uma cidade igual as demais, mas no Brasil passou a designar o culto de Candomblé da Nação Ketu ou Alaketu.
Esses yorubás, quando guerrearam com os povos Jejes e perderam a batalha, se tornaram escravos desses povos, sendo posteriormente vendidos ao Brasil.

Quando os yorubás chegaram naquela região sofridos e maltratados, foram chamados pelos fons de ànagô, que quer dizer na língua fon, “piolhentos, sujos” entre outras coisas. A palavra com o tempo se modificou e ficou nàgó e passou a ser aceita pelos povos yorubás no Brasil, para definir as suas origens e uma forma de culto. Na verdade, não existe nenhuma nação política denominada nagô.

No Brasil, a palavra nàgó passou a denominar os Candomblés também de Xamba da região norte, mais conhecido como Xangô do Nordeste.
Os Candomblés da Bahia e do Rio de Janeiro passaram a ser chamados de Nação Ketu com raízes yorubás.

Porém, existem variações de Nações, por exemplo, Candomblé da Nação Efan e Candomblé da Nação Ijexá. Efan é uma cidade da região de Ijexá próxima a Osobô e ao rio Oxum. Ijexá não é uma nação política. Ijexá é o nome dado às pessoas que nascem ou vivem na região de Ilexá.

O que caracteriza a Nação Ijexá no Brasil é a posição que desfruta Oxum como a rainha dessa nação. Da mesma forma como existe uma variação no Ketu, há também no Jeje, como por exemplo, Jeje Mahin. Mahin era uma tribo que existia próximo à cidade de Ketu.

Os Candomblés da Nação Angola e Congo foram desenvolvidos no Brasil com a chegada desses africanos vindos de Angola e Congo. A partir de Maria Neném e depois os Candomblés de Mansu Bunduquemqué do falecido Bernardino Bate-folha e Bam Dan Guaíne muitas formas surgiram seguindo tradições de cidades como Casanje, Munjolo, Cabinda, Muxicongo e outras.

Nesse estudo sobre Nações de Candomblé, poderia relatar sobre outras formas de Candomblé, como por exemplo, Nagô-vodun que é uma fusão de costumes yorubás e Jeje, e o Alaketu de sua atual dirigente Olga de Alaketu.
O Alaketu não é uma nação específica, mas sim uma Nação yorubá com a origem na mesma região de Ketu, cuja história no Brasil soma-se mais de 350 (trezentos e cinqüenta) anos ao tempo dos ancestrais da casa: Otampé, Ojaró e Odé Akobí.

A verdade é que o culto nigeriano de orixá, chamado de Candomblé no Brasil, foi organizado por mulheres para mulheres. Antigamente, nas primeiras casas de Candomblé, os homens não entravam na roda de dança para os orixás. 

Mesmo os que tornavam-se Babalorixás tinham uma conduta diferente quanto a roda de dança. Desta forma, a participação dos homens era puramente circunstancial. Daí ter-se que se inserir no culto vários cargos para homens, como por exemplo, os cargos de ogans.
Hoje, a palavra Candomblé define no Brasil o que chamamos de culto afro-brasileiro, ou seja: “Uma Cultura Africana em Solo Brasileiro”.

domingo, 20 de janeiro de 2013

CARGOS NO CANDOMBLÉ

O candomblé é religião de origem africana na qual se presta culto aos Orixás. Chegou ao Brasil através dos negros africanos, que para cá vieram como escravos, mas trouxeram consigo o AXÈ dos ORIXÀS e a forma de cultuá-los, o que foi o princípio do que até hoje é praticado. 


A hierarquia no Egbé (barracão) é fundamentada no tempo de iniciação no culto, obrigações realizadas (“tempo de santo”), qualidade do Orixá, sexo do filho-de-santo e, especialmente, pela indicação do Babalorixá ou Yalorixá, que o fará segundo a determinação dos Orixás. 

A seguir relacionam-se alguns cargos no culto: 

ATÔ-AXOGUN: Sacrificador de animais de dois pés. 

AXOGUN: Sacrificador de todo tipo de animais. 

ABAXÉ: Pessoa que ajuda na cozinha, ou cuida das crianças enquanto as mães estão ocupadas. 

IYÁ-BASSU: Pessoa responsável pela cozinha. 

EBÂMI ou EBÔMI: Após sete anos como Iaô, ofertadas as obrigações devidas, o iniciado é levantado EBÔMI

A situação do Iaô que passa à ebômi é modificada, pois ao receber o DEKÀ (cuia do axé), poderá iniciar outras pessoas, assumindo a direção de outro barracão. 

Caso não assuma tais responsabilidades e continue na mesma casa, assumirá funções específicas como Mãe-Pequena ou Pai-Pequeno, organizador de rituais, etc... 

IYÁ-KEKERÊ: Substituta da YALORIXÁ, também conhecida como Mãe-Pequena 

EKEDE: Cuida dos assentamentos e quartinhas do Babá, ajuda a Mãe-Criadeira, transmite ensinamentos soa Abiãs e zela pelos Orixás durante os rituais. 

DAGÃ e OSSIDAGÃ: Despacham o padê e determinadas oferendas a Exu. 


IYÁ-TEBEXÉ: Dirige o canto, obedecendo às normas do ritual. 

MÃO-DE-OFÁ: Conhece e colhe as ervas do culto aos Orixás. 

IABÁ (IYÁBÁ): Cozinheira do culto aos Orixás. 

TIBONÃ: Fiscal das cerimônias. 

OGÃ: Significa padrinho. 

ALABÊ: Tocador de atabaques. 

OGÃNILÛ: Chefe dos alabês, os quais dirige sob ordem direta do Babalorixá. 

TÁTA: Quando o Babalorixá atinge 21 anos de atividade no seu Egbé é proclamado TÁTA (Grande Pai). Nesse caso, ele pode escolher um filho para substituí-lo, este passará à ser Babalorixá, dando ao Táta oportunidade de elevar-se. 

VODUNCES: Poucos conseguem atingir esse grau, devido às exigências, especialmente de tempo que é de 50 anos de culto ou Chefia. 


DENOMINAÇÕES DE ZELADORES: 

BABALAWÔ: Pai de Segredo 

BABALORIXÁ: Pai de Orixá 

BABALAXÉ: Pai da Força 

BABALADÊ: Pai da Coroa 

BABAOXÉ: Pai do Axé 

BABAEWÉ: Pai da Folha 

BABAODÊ: Pai da Navalha 

BABAKEKERÊ: Pai Pequeno 

BABAEFUM: Pai da Pintura do Iaô.


REFERENCIA: CURSO DE INTRODUÇÃO AO CANDOMBLÉ - ILÊ AXÉ OXOSSI E OXALÁ JULHO DE 1994

DIVULGANDO NOSSAS LEMBRANCINHAS

EWÁ

CABOCLA JUREMA 25CM 

LOGUM EDÉ LOKO FEMININO
LOGUM EDÉ LOKO MASCULINO 

LOGUM EDÉ  

OBÁ 

OXOSSI 

OXOSSI  

OGUM 
OGUM  

OGUM  

OGUM  

OMULO  

OMULO  

OXAGUIAN 

OXAGUIAN  

OXAGUIAN  

OXALUFAN  

OXALUFAN   

OXALUFAN   

OXUM 

OXUM  

OXUM  

OXUMARÊ 

OXUMARÊ  

OXUMARÊ  

PENA BRANCA 

POMBOGIRA MARIA MULAMBO 

CABOCLO SULTÃO DAS MATAS 

XANGÔ  

XANGÔ   

XANGÔ   

YANSÃ ONIRA 

BOIADEIRO 

CABOCLO PENA VERDE 

EKEDJI 

YEMANJÁ

YEMANJÁ 

YEMANJÁ 

YEMANJÁ 

YEMANJÁ